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domingo, fevereiro 28, 2010

Pérola do dia:

“...eh difícil caminhar sobre o fio de uma navalha;do mesmo modo diz o sábio,não há caminho da salvação.”

Somerset Maugham - O Fio da Navalha.

Ando em uma fase muito espanhola de minha existência. As musicas me tocam, por suas letras suaves e paixão que a língua transmite. Compartilho com vocês esta bela canção na voz de Luis Miguel, ouçam carinhosamente.

Luis Fabiano.


Contigo Aprendi
Luis Miguel.

Contigo aprendí
Que existen nuevas y mejores emociones,
Contigo aprendí,
A conocer un mundo lleno de ilusiones.

Aprendí que la semana tiene más de siete días,
Hacer mayores mis contadas alegrías
Y a ser dichoso, yo contigo lo aprendí.

Contigo aprendí
A ver la luz del otro lado de la luna,
Contigo aprendí
Que tú presencia no la cambio por ninguna.

Aprendí que puede un beso ser más dulce y más profundo,
Que puedo irme mañana mismo de este mundo,
Las cosas buenas ya contigo las viví.
Y contigo aprendí
Que yo nací el día en que te conocí.

sábado, fevereiro 27, 2010






Uma vez, e nada mais.

Vive-se pelas emoções, morre-se por elas também, fadigado. Momentos repletos de intensidade que marcam uma vida, só por isso entende-se, que já valeu a vida. Como uma fotografia presa nas dobras de nosso coração,perdidas na alma.
Por mais fátuo que seja, um instante adentra em nós, torna-se eterno. E nunca se sabe quando isso ocorre, qual é química exata desta mistura. Na casualidade às vezes, inocente. Pega-se algumas carências, outras tantas frustrações, desejos contidos, bem e dois estranhos se fazem tão próximos como se a vida inteira fossem tão juntos, as vezes nem preciso dizer nada.Uma proximidade além dos cinco sentidos. Emoção a flor da pele, o suor da alma.
Aquele lugar parecia um deserto, embora fosse uma festa. Muita gente, muito barulho, mas isso não significava nada.É bom ficar observando, gosto disso, não é preciso dizer nada, é só ver. Não estava de predador, talvez de presa, ou nada.
Definitivamente não gosto de festas barulhentas. É preciso beber para tornar as coisas mais interessantes, meio bêbado, meio alegre as coisas funcionam melhor, mesmo as pessoas ficam mais belas, um brilho a mais? É possível. A dose de whisky começava a fazer efeito, o balcão torna-se mais aprazível, coisas de filme. Ao meu lado uma desconhecida. Longos cabelos negros, estava de costas, vestido preto justo no corpo, um bom corpo. Pensei comigo: perfeita demais, algo tem que estar errado.
Ela vira-se, percebo no rosto tinha uma cicatriz, na maçã direita. Uma faca possivelmente fez um estrago e tanto ali. Falava um português com sotaque espanhol, uma argentina possivelmente. Nada podia ser feito, a cicatriz enorme, deformara seu rosto, será que havia atingido a alma também ?
Disse a ela:
-Acredita no final do mundo em 2012?
-Como?
-Final do mundo, o dia em todos vão se fuder...
-É, acho que si.
-Eu acho,o dia que acabar o whisky,e as arvores da Amazônia, já era, acabou tudo.
-Vejo que és, destes que adoram a natureza, defensor do verde, é isso?
-Não.Não adoro nada, nem ninguém, nem Deus ou disco voador. Mas o whisky tábom.
Ela riu, ficamos conversando besteiras. Mas não muito. O silencio era mais presente. Nos isolamos da festa, não entramos em intimidades ao menos verbalmente. Próximos e distantes. Claro que aquilo me excitou, no final achei que aquela imensa cicatriz era um charme dentro do contexto todo. Cicatriz sensual, erótica,uma mulher vulcanica com um sorriso lindo.
Bebemos mais um pouco, a festa ficou para trás, ela me convida para ir embora. Talvez tivesse esperado demais por mim. O sotaque espanhol atiçava a mente. Queria ouvir ela dizer certas palavras com aquele sotaque espanhol, muito quente. Fomos para o apartamento dela. Achei tudo fácil demais, mas os dois meio altos, fluía tudo.Deixa acontecer.Ela poderia me matar, ja estava feliz.
Um pequeno apartamento, muito confortável, sentamos no sofá, mais whisky, ela sorria, cara de safada. Era que via pelo menos.Nos abraçamos, nos beijamos, as roupas foram caindo como folhas de outono. Calmamente. Não queria trepar, mas fazer amor, sentindo não só corpo,mas sua respiração.Fiquei sensível, não sei porque.Ela também, não trocamos mais nenhuma palavra, tudo em câmera lenta.Muito bom.
A madrugada avançou, adormecemos um no braço do outro. Como um casal, amantes pela eternidade a fora. Foi bom. Fomos acordando lentamente, carinhosamente, ficamos a fim , transamos novamente. Existia um halo de ternura no ar.Ficamos abraçados, como ela falava espanhol, comecei a cantar uma musica brega de Julio Iglesias, baixinho em seu ouvido. Ela riu primeiro baixinho, depois algumas lagrimas brotaram de seus olhos.
Eu cantava baixo: De tanto correr pela vida sem rumooooo, descobri que a vida se vive lo momentoooo;de tanto brincar com los sentimientos, hoje vivo e não sinto.
Meu espanhol era terrível, mas por algum motivo ambos ficamos tocados, chorei também. Talvez tocado pela sua emoção. Uma musiquinha boba, nossos cálices transbordaram.
Então me disse que aquela era a última noite no Brasil, voltaria para seu país, a Espanha. No silencio que ficou entendi tudo, entendemos tudo. Deitamos um pouco mais, como se quiséssemos que a noite não tivesse fim, que o porre não acabasse, que a sensação perdurasse mais, sempre, para sempre. Tolice nossa. Me sentia bem, sentia saudade de algo que não conseguia definir.Tenho isso as vezes,e não gosto muito de ficar buscando explicações.Fico farto de tantas explicações.
Vesti-me, ela me leva até a porta. E ficamos assim, sem nomes, sem endereços, sem email, sem telefones. Nada disso era importante, a riqueza de um momento é sua exclusividade, jamais repetiríamos aquilo, no entanto todo aquele amor estaria marcado a ferro e fogo em nossos corações.Eis a eternidade possível.

Luis Fabiano.
Paz e eternidade.

sexta-feira, fevereiro 26, 2010


45, do segundo tempo...

O tempo passa, querendo ou não. Vamos ficando melhores em algumas coisas, fatalmente piorando em outras.Poderíamos chamar isso de equilíbrio da natura? É talvez, chame como quiser, mas a bem da verdade o tempo sempre ganha, caminhamos em direção aos vermes.
Morrer é foda por isso. O ser humano, arruma-se, perfuma-se uma vida inteira, para no final virar quitute de verme. Gosta da idéia? Eles gostam.
Em férias, com muito tempo ocioso pode-se ver melhor a vida.Me sinto assim. Passamos correndo demais pelas situações da vida, confundimos tudo as vezes, dizemos do alto de nossa sabedoria, a vida está mais “corrida”, que o ano passa mais rápido. Bobagem pura. Mesmo estando tão descansado estou sem paciência para tolices de todos os tipos.
Não ando afim de perder tempo algum,é aproveitar os bons momentos sem grandes preocupações ou expectativas, por que elas realmente não existem.
No fundo, pode ser uma imensa preguiça. Tenho muito isso, minha vida é praticamente mental,sem emoção, tudo acontece lá. Falava isso em uma roda de bêbados conceituados, gente boa, sempre gente que não se conhece bem, é gente boa, estão mais livres pelo menos.Para tem entender ou não. Me diziam que eu deveria arrumar uma namorada qualquer.
Sorri, e respondi:
-Nada disso, tenho preguiça de procurar e estar com uma namorada. Mas isso nada tem haver com bucetas que gosto, mas também não to procurando. Se aparecer,ótimo se não aparecer ótimo também.Tanto faz.
Como assim:
-É isso, estou sem paciência para esse papinho besta, cujo o final é dar uma trepada em qualquer lugar. Cria-se uma cenário de pseudo-romance, talvez para não ficar tão “brutal” o desejo de come-la, mas o final sabemos, o pau sobe e ela fica molhadinha, se tudo da certo.Pronto.To sem paciência para isso.
Então, como vai trepar com alguém?
-Não to preocupado, se não precisar conversar, fazer força, contar historinhas, emular que sou muito inteligente para impressionar a vagabunda, ok. Vamos trepar amor. Fazer amor gostoso, cheio de carinho, vem minha gostosa, minha puta, meu amor, fazemos tudo...
Risadas generalizadas. Não são um tipo social dos mais belos. E dinheiro nada tem haver com o negocio.
Um dos mais exaltados bebuns, sentenciou que, eu não iria trepar mais. Pois não vai aparecer uma mulher instantaneamente, e dizer: Fabianito, vem me comer!
Eu disse:
-Mas claro que sim, tem muita gente que também não quer fazer força. E tal comportamento ousado das mulheres, não é esperado. Por isso que nunca dão no primeiro encontro(a maioria,pelo menos...). Não sou terapeuta, não entendo nem de mim, mas tal comportamento é porque ainda carregam culpa demais, um medo profundo de serem consideradas putas entre outras coisas. Para mim isso é elogio. Erro de conceitos. Sou a favor em libertar as mulheres, elas que relaxem mais, gozem mais,sejam mais felizes,menos apegadas, sem se preocupar com o telefonema do dia seguinte.Foda-se o dia seguinte.Gozou, tava bom? Que mais você quer? Casamento? Um bucho preenchido por um filho, é isso?
Risadas generalizadas.Era fato.Concordaram que fazer o cortejo, a sedução é chato.Mas é preciso mentir o romance.Teatrinho do amor.Venha querida, suga meu pau, eu te amo mais que a mim mesmo!Isso amor, fica de quatro porque és a coisa mais importante na minha vida...
Realmente estou sem paciência, não pretendo mudar. O bar tava ficando já meio vazio, mas a noite estava quente, a cerveja gelada, que mais se pode querer?Desconhecidos que conversavam , filosofam a respeito da vida, desta porra de tempo que vai nos matando,lentamente.
Creio que estou ficando pior.Não considero um problema, é preciso ser o que se é,sem artifícios bonitos,único jeito de se estar em paz.As vezes invento algum artifício para quebrar a monotonia, mas estou sem paciência para isso também.
Sem paciência para historinhas, para contar mentiras bem elaboradas, sustentá-las por um bom tempo e me cansar delas. Não.
Já era hora de ir embora, chega de papinho besta, isso me cansa. Melhor voltar para caverna.

Luis Fabiano.
Paz...

Pérola do dia:

“ Para os injustiçados, conceito de justiça não vai alem de uma mera vingança pessoal.No fundo tudo não passa de ego ferido.”

Fabiano.

quinta-feira, fevereiro 25, 2010

Negra Sombra
Rosália de Castro.

Cando penso que te fuches,
negra sombra que me asombras,
ó pé dos meus cabezales
tornas facéndome mofa.

Cando maxino que es ida,
no mesmo sol te me amostras,
i eres a estrela que brila,
i eres o vento que zoa.

Si cantan, es ti que cantas,
si choran, es ti que choras,
i es o marmurio do río
i es a noite i es a aurora.

En todo estás e ti es todo,
pra min i en min mesma moras,
nin me abandonarás nunca,
sombra que sempre me asombras.

ps-Poderia dizer algo a mais? Nem ouso.

quarta-feira, fevereiro 24, 2010

Dica de Filme: Mar adentro (Mar adentro)

Temos o direito de viver, deveríamos ter o direito de morrer também, se assim fosse nosso desejo. Um homem decide que quer morrer, pura e simplesmente, não quer mais viver entrevado em uma cama, uma vida ativa apenas do pescoço para cima. Esse é o drama.
Quando terminei de ver o filme, tinha impressão que tinha engolido um faca afiada, meu coração ficou apertado.
A obra nos leva a limites, bons e ruins, nos obriga a olhar morte de frente, a nossa própria morte se for o caso. Javier Bardem está perfeito, intenso. O filme é baseado em fatos reais, é todo força.
O filme encerra, fico escutando a musica tema, pensando a respeito desse viver e morrer dignamente,lembrei da conversa com meu amigo Magalhães: ter uma boa vida com saúde é interessante e bom, porem, a idade avança, morrer a credito,lentamente transtornando a vida de outras pessoas por doenças diversas, é terrível.
Não desejo isso para mim e para ninguém, quando algo assim acontecer, quero ser “desligado da tomada”,ponto final, sem dramas, detesto drama dos outros, ainda mais pessoalmente.
O filme é uma poesia visual.

Luis Fabiano.

Tua Falta

Havia silencio demais,
deveria não me incomodar.
Mas como uma lâmina, torturava-me, lentamente
Arrancando de minha alma,
Suspiros profundo, buscando a ti.
Meu olhar errante,
vasculha as estrelas,
Entre a luz e a escuridão.
Nascimento e morte.
Não estas lá ou aqui.
Ando em meio a multidão, te busco,
Nos sorrisos, e lágrimas de estranhos,
Mas nada.
És tudo que não vejo,
te perco.
Perdido em um labirinto,
de querer,
te querer.
Te esperar, sempre.
Tempo que não passa,
tempo que for.
Mais silencio.
Meu pensamento divaga,
teu sorriso surge,em minha recordações.
Nossas brincadeiras fúteis,
nos faziam felizes,
besteiras que preenchiam
a vida, que por sua simplicidade
eram partes de nossa vida.
Uma boa vida.
Feliz pelo teu sorriso.
E abraçado as tuas lágrimas.
Um dia sempre, um dia.
Nos perdemos.
Partiste, eu parti também,
ficamos assim...
Nos encontramos brevemente,
Quando a falta preenche espaços,
No pensamento,
nos vemos.
Então não buscamos mais,
Nem a mim e nem a ti.

Luis Fabiano.

Pérola do dia:


“A beleza é um equilíbrio simétrico da natureza, perceber tal equilíbrio, é fotografá-lo em seu estado mais primitivo. Beleza original, sem retoques ou artifícios.”

Luis Fabiano.

terça-feira, fevereiro 23, 2010


Trecho...


“A vida é um eterno remake.As seis, finalmente, Agneta chega.Nos damos só um beijinho de leve.Ela sempre chega tensa.Tira os sapatos e o blazer:
-Ah, eu não agüento mais.
-Ahn?
-A interprete que tinha de vir de Goteborg na próxima semana não vem mais. Me telefonou hoje.Esta com lumbago. Não sei o que fazer. Por que todo mundo fica doente? O que acontece?
Eu pensando em meter-lhe o pau e botá-la para foder, e ela estressada com o lumbago dessa senhora. Me desanima.Põe um disco. Mozart. Concertos um e dois para flauta e orquestra. Allegro maestoso.”

Animal Tropical –Pedro Gutierrez.

O Felix de Camila.

Aquele deveria ser apenas mais um atendimento na área de informática. Mas quando la cheguei as coisas desandaram um pouco.Pra pior.Camila não é exatamente uma estranha para mim,sempre fomos colegas de escola e teatro.
Não amigos de cama, se bem a idéia de come-la não seria das piores, na época que a conheci eu preferi comer a nossa professora de teatro. Mais bonita, mais inteligente e mais ousada.E deu bola pra mim. Não se pode ter tudo, além do mais, depois vim a me apaixonar pela tal professora, tivemos um lindo caso de amor, adultério e putaria, com um final dramático repleto de clichês e dor.
Tornar a ver Camila novamente,despertou minha memória ,as vezes isso não é bom. Mas estava ali como profissional, queria a grana e ir embora rápido.
Quando cheguei em sua casa, pude notar uma quantidade exagerada de fotos de seu animalzinho de estimação, um gato persa. Belo bichano, gato castrado e meio apático e bobo. Até ai, tudo certo, afinal gostar de bichos é relativamente saudável. Porem cuidado ao gostar demais, isso nunca é muito bom, porque mesmo o excesso de amor, também mata como o ódio.Na vida se deve ter doses homeopáticas em tudo. Confesso que olhar a cara daquele gato nas fotos, não me passou uma boa impressão, ali tinha algo que não batia. Tenho a mente suja, as vezes até demais,passei a pensar o pior. Tenho para mim, que em algum momento todo mundo é, foi ou será filho da puta...
Para onde quer que olhasse, ali esta a foto do gato, no quarto, no banheiro,no computador,na sala, na cozinha,na biblioteca,uma camiseta com a foto do gato. Realmente algo não tava legal. Sou um tipo estranho, já comecei a olhar a Camila com outros olhos, investigativos. Existem pessoas que são um prato cheio a observação.
Comecei a fazer a manutenção do micro e instalar a rede conforme solicitado, entre uma coisa e outra, soltava perguntas contraditórias,aleatórias, despretensiosas para saber onde doía-lhe o calcanhar. Todos tem um calcanhar, as vezes tá bem escondido,doutras facilmente exposto. Desta vez minha intenção não era fazer maldade alguma, era apenas saber o porque do gato,que havia tomado tal dimensão. Não sou obsessivo com as paranóias alheias, mas as vezes na vida tudo tem o seu porque.Doutras, é melhor nem saber.
Quando perguntei pelo seu namorado, marido, noivo, pau amigo ou qualquer coisa, entre um riso suave, vi que sua cara havia ficado mais fechada. Bingo, era isso.O problema sempre é homem. Ela não sentia-se muito a vontade com o assunto, então adotei a idéia de contar primeiro minha tragédia.
Tenho um cardápio amplo delas, só escolher. Quando se conta algo assim íntimo a alguém, você pressupõe confiança, isso predispõe a pessoa a falar algo do mesmo naipe,forma de agradecimento inconsciente ou compensação. Psicologia muito barata, mas funciona em 99% dos casos.
Então Camila, começa falar de Marcelo, Celo como ela carinhosamente chama. Marcelo foi seu noivo. E embora tivesse passado já três anos, as feridas pareciam bem recentes, parei de fazer o que estava fazendo e fiquei escutando atento:
-Quando o conheci, era um advogado recém começando a trabalhar, mas a família dele sempre teve muita grana, tinham estimativa que ele casasse com alguém de posses. Eu nunca tive dinheiro, sempre trabalhei para comprar as coisas.(o gato foi para seu colo) Ele sabia disso, Celo parecia um príncipe, desafiou a família, disse que iria se casar comigo.Ficamos noivos, eu ganhei até um anel de família, que havia pertencido a bisavó. Eu achei tudo aquilo demais, amando aquele cara, ele fazendo mundos e fundos por mim, puxa eu era uma mulher muito feliz.
Ela falava tudo isso, eu já estava com uma impressão imbecil de quem assiste novela das oito, e pior, acredita!Decididamente a dor humana é cheia de clichês, todos sofremos pelas mesmas merdas, e isso é bom? Que porra.
Queria que Camila, falasse alguma obscenidade qualquer, para quebrar o clima desagradável. Que dissesse que havia dado para o seu chefe na mesa do escritório, que estava com uma dor anal de tanto sexo com o vibrador grande...sei lá qualquer coisa,mas não,nada.Mulher normais não falam assim.
Era complacente demais, este tipo não serve nem pra sexo, entedia! Meu pensamento divagou, então olhei para Camila e o gato, seguiu dizendo:
-Tudo estava certo para o casamento, então o cara me aparece aqui em casa, diz que não quer casar mais, que a família estava pedido o anel de volta ,que principalmente, ele havia conhecido uma advogada, que era mais bonita,gostosa, inteligente e rica. Foi tanta informação , que na hora nem consegui sentir raiva, fiquei triste demais. Meu sonho tinha sido desfeito em um piscar de olhos, por algo que não conseguia entender o porque.
Camila falava pelos cotovelos, mas eu queria saber onde o gato entrava em tudo isso? Maldita curiosidade.
Então...
-Por um bom tempo fiquei sozinha(até hoje,não quero saber de homem), estive deprimida, chorava sem parar, por todos os lados, nesta casa, solitária. Tive a sugestão de uma amiga genial, ter um bicho de estimação, foi aí que o Felix entrou em minha vida. Desde que ele chegou em casa, minha vida mudou completamente, foi ele, ele me ama e eu o amo .
Eu disse sim...
Mas é, ele dá muita sorte, me espera, me beija,dorme comigo...
Então notei que ela tratava o animal como se fosse hora um filho, hora um marido, alternava entre tratamentos, não percebia isso. Quando ele fazia cocô, ela chamava de filho e limpava a bunda do gato, quando ele estava na cozinha,ela chamava de Felix em tom mas seco. Não precisava saber mais nada, Camila tinha feito uma transferência emocional do Celo para o Felix, a grande diferença, que possivelmente Felix vai deixá-la apenas quando morrer, imagino por profunda falta de opção.
Terminei meu serviço, cobrei pela consulta psicológica também, afinal informática com direito a pseudo-psicólogo sai mais caro.
Sai pensando, em dezenas pessoas que tem tal apreciação exagerada pelos animais, existe algo de errado mesmo...

Luis Fabiano.
A paz é um felino fugindo da jaula.

segunda-feira, fevereiro 22, 2010

Pérola do dia :

"De tanto se repetir uma mentira, ela acaba se transformando em verdade."

Joseph Goebbels.

Navalhadas curtas: Humano, entre asco e dor.

É invariável a condição humana, eventualmente a humilhação. Todos temos estas pequenas historias irônicas, humoradas e algo nojenta, as vezes.Classe social nestes momentos são completamente esquecidas.
Pois a merda que sai do rabo não tem etiqueta,quer apenas destino.
Poderia ser uma auto-justificativa, em função de minha condição em um pronto atendimento. La encontrei meus irmãos de virose estomacal, todos como eu, cagados, vomitados e com dores abdominais. Uma confraria de mal cheiro.Um senhor que foi vomitar e esqueceu de tirar a dentadura...não preciso dizer mais nada!
Nós com soro e outros medicamentos na veia, entre um peidinho e outro, uma vomitada,em uma cuba disponível para isso.
Apaguei, fui levado para outra sala,quando acordei, sentia algo fofinho na bunda, claro que não era neve de verão. Não contive minha risada, a enfermeira que me atendia fez uma cara sarcástica de riso e disse:
-Com o senhor hoje, já são seis que tiveram este problema aqui...
Disse a ela: então feliz dia dos cagões...
Rimos todos.Até um cara com a blusa vomitada que tentava se recuperar...
As dores estomacais seguiam, agora mais fracas, por fim passaram, depois de tantos remédios.Tudo bem, sai caminhando em ovos, desejei melhoras a todos que estavam comigo naquele momento.
Fica meu aviso, com a carne, anda uma bactéria bem resistente, causando este tipo de problema, todos os pacientes que estavam comigo lá, haviam comido carne,conforme falado. Tudo bem , tive azar,mas confesso que estou repensando meus hábitos alimentares, vou abandonar a ingestão de carne.

Luis Fabiano.

sábado, fevereiro 20, 2010

Você Me Deu Uma Montanha - ( You Gave Me A Mountain)

As poucas pessoas que me conhecem, sabem de minha apreciação por Elvis. Ele não canta simplesmente as musicas, imprime sua alma nelas, entristece-se, chora, sorri e sente felicidade.Grandeza inatingível de sua sublimidade.
A musica está legendada.Curtam devagar.



sexta-feira, fevereiro 19, 2010



Rosana, um chato coração

Não sou do tipo que se mete na vida alheia. Realmente não interessa a vida de ninguém, nem daqueles que me são “próximos”. Vivam sua vidinha, façam suas merdas, construa sua felicidade ou tragédia. Mas por favor, não me importune. Eis a minha fé no homem.
Rosana não era meu parente, mas de uma conhecida, que mais tarde veio a tornar-se minha amiga, amante, etc... depois, nos separamos, mudou-se para outra cidade, nunca mais nos falamos.
Não fiquei triste, gosto disso, uma espécie de conforto a distancia, fica a imagem de seu melhor, sorriso simpático, nos separamos sem conflitos, era necessário, ela foi embora tranqüila, eu fiquei em paz, um aceno e tudo terminado.
Na época Rosana já contava com cinqüenta e seis anos, casada com um bom homem. As pessoas são estranhas, ela o tratava como escravo informal, um capacho, ele submetia-se ,possivelmente submeter-se-ia ao infinito, não por amor, por costume, pelos seus filhos, pela estrutura familiar,por tudo.
Um bom homem, porem a vida requer compensações quando algo não vai bem, neste caso uma amante, bem próxima, a melhor amiga de sua esposa. Todo bom homem, tem alguma falha.
Eu sabia da historia toda, sua amante minha conhecida. Quanto a Rosana, eu entendia que merecia o tratamento a base de chifres, chata demais, deseducada, grosseira com o marido,ela o jogou nos braços de outra, carinhosa,atenciosa e mais bonita.
Detesto clichês, mas foi exatamente assim.
Mas a vida vez por outra gosta de sacudir um pouco a nossa existência, a ociosidade Divina precisa de divertimento. Então um dia destes mais normais, apáticos, Rosana tem um forte dor no peito, meio desfalecida foi levada ao hospital. La esteve entre a vida e morte, seu frágil coração parou de funcionar algumas vezes, esteve morta na mesa por alguns minutos. Mas pela graça de Deus, ou rejeição do demônio voltou a vida.
Quando abriu os olhos estava repleta de aparelhos, canos em todos os orifícios do corpo. Sentiu um alivio, estava viva.Renovada. Sua família que não era muito agregada, aproximaram-se pela comoção, mesmo seu marido sentiu culpa(não muita) por ter a amante,deu-lhe atenção redobrada,parecia que a vida de todos tomaria um novo caminho. Meus caros amigos, eis a minha profunda incredulidade. Ninguém modifica-se instantaneamente, não existe magia, bruxaria ou visão da própria morte.Não. Nos dias que se passaram, Rosana era toda delicada, quando seu marido aproximava-se,tornava-se mais frágil ainda, como uma criança fazendo manha e fingindo. Parecia uma pintura.
Mas nada como os dias que passam, Rosana torna ao lar, com o retorno, seu temperamento insuportável também. Antonio o marido,percebe a melhora, joga-se nos braços da amante, sem culpa. Rosana segue sua ladainha, dizia-se: eu sou cardíaca, sou uma mulher doente, muito doente...com alguma lagrimas.
Queria piedade barata. Mas nada aconteceu, Antonio inventava saídas a noite, estava feliz.Com o tempo, Rosana foi compreendendo que fora realmente rejeitada no inferno,que a felicidade não era possível da maneira que imaginava.
Queria ser o centro das atenções.Mas não agora.
Cinco meses depois do seu ataque cardíaco quase fatal, era exatamente a mesma pessoa. A amargura aumentou muito, quando encontrou um pequeno bilhete no bolso de Antonio, dizia: Amor, saudade de ti, sou toda tua.
Naquele instante Rosana desejou morrer. Mas o coração estava forte, nenhuma dorzinha, nem mostras de desfalecimento, nem falta de ar, estava muito viva, sentido tudo de bom e terrível que a vida pode nos presentear.Nada de morte.
Fui expectador desimportante desta tragédia, feita de clichês baratos, dor sob encomenda, e mostra dos mesquinhos pensamentos humanos.Nossa maneira de ser feliz é estranha,na maioria das vezes, é causando dor a alguém,não voluntariamente, mas naturalmente. Se hoje sorrimos, tenha a certeza alguém que você conhece ou não, chora por ai.
Rosana pensou em mandar Antonio para puta que pariu, mas faltava-lhe literalmente peito para isso. Calou-se em mutismo, inventou para si que o episódio do bilhete não havia ocorrido, não por dignidade, por mero egoísmo. Não estava em idade de começar uma nova vida solitária, agüentar uma cama vazia, chorar lágrimas sem fim, possivelmente depressão.Que era mais fácil de engolir, uma amante que estava em segundo plano ou a solidão com quase sessenta anos ?
Quando a pessoa não tem muito orgulho ou ego exaltado, deixa tudo como está,é mais fácil. Seguiu tudo como estava. A base de uma família “feliz”, quem se importa com essência?
Se aparentemente se está feliz, se está feliz e ponto final.

Luis Fabiano.

quinta-feira, fevereiro 18, 2010

Dica de Filme: Crash – No Limite ( Crash )

Indicado pelo Magalhães.
O filme é porrada emocional. Expõe a fragilidade que cada um de nós tem, diante de situações diversas, boas ou más. Um mal estar súbito, faz com que o entendimento não seja possível, tudo caí naquilo que é mais básico em nós: A brutalidade e egoísmo. Instintos primitivos diriam os psicanalistas.
Porem no decorrer do filme, vamos percebendo que estamos sempre em negociação, conosco mesmo, com os que nos cercam.
Pecado, perdão, vicio e virtude,culpa e absolvição. Uma guerra travada em nossas entranhas, a procura de uma saída, rápida se possível. Um jogo de limites sem limite.
Por vezes o que nos move a fazer algo, a tomar decisões cruciais, não tem nada haver com que realmente queremos fazer, obra da circunstancia e resultado de nosso conflito pessoal. As vezes dá tudo certo, somos compensados, de outras...
Com final feliz ou sem final feliz, o filme é uma obra de arte.

Luis Fabiano.



Entre o Amor e a Merda.

Agora fazem anos,
Horas se fizeram dias, os
Momentos perduraram demais.
Era para ser um segundo de prazer,
Uma gozada crua, um gemido, e adeus, sem flores
Nem telefonema no outro dia.
Mas não.
Decidimos matar um ao outro, gostosa e lentamente.
Cruelmente.
Nos asfixiando,machucando entre trepadas repletas de ardor e raiva.
Gostávamos disso, nunca foi amorzinho gostoso.Não.
Mordidas, unhas, tapas, cortes, hematomas, cinto usado de chicote,
muitas marcas no dia seguinte.
Nosso premio e orgulho.
Éramos vaidosos,de nossas obras d arte
Grotesca, sangrenta demais as vezes.Excitava e doía.
As vezes riamos de nossa insanidade.
Depois silencio.
Como uma dança macabra,viramos estranhos
Afastados e incompreensíveis. Fazia parte do script cotidiano.
O dia nos afastava,trabalho e ocupações.
Animais a solta na
Cidade , vagando, predadores ocultos,disfarçados.
A paz era impossível. Nosso ópio era a loucura constante,
Amantes da demência, paixão raivosa, tesão infindável.
Nossa vida reunia o melhor e o pior do ser humano, bebíamos a taça
De veneno até o fim, até que o fim nos engolisse.
A noite, de volta ao lar.
Beijo carinhoso, cheio de saudade, antes de acordarmos o demônio.
Uma palavra estranha, um olhar inequívoco, um gesto errante.
Pronto.
Começávamos a nos agredir lentamente.
Palavras cavavam um abismo entre nós.
Então vinham, dedos em riste, as vozes tornavam-se gritos
Como uma ópera de Wagner,o coro de Tannhäuser.
Não éramos mais humanos.
Dizia-se coisas terríveis.

Eu mantinha a calma, como um bom lutador, que
Absorve bem os golpes desferidos.
Cansa o adversário.
Ficava calado muitas vezes. Estratégia de vencedor,deixe o
Inimigo bater, dizer, ofender fazer o que quiser, ele cansa, sempre cansa!
Ela ficava sem ar, sem palavras.
Chorava,amargura,fel,raiva,nojo...
Dizia-me: És um porra podre!
Concordava .
Um grande silencio se fazia. Longo quase interminável, com uma pressão
Daquilo dito e não dito.
Um gostoso inferno ardente, nós os demônios originais,nosso lar !
Algo acontecia, nos chamávamos na quietude,
nos aproximávamos novamente,
amor e paixão,tesão,depravação:
Enfia esse pau, chupa minha buceta, me ama agora.
Bate na minha cara e me enche de porra!
Somos assim, éramos a merda um do outro,
o amor puro, a raiva atroz,a ternura profunda.
Gozamos até não puder mais. Morríamos abraçados, Romeu e Julieta envenenados.
Adormecia com o pau dentro dela.
Aconchegados um num o outro.
Num ninho de paz.
Redenção e pecado, juntos e amantes.
Acordávamos, ternura, beijos, eu te amo.
Mas ambos sabíamos, que aquilo era apenas o inicio da
Montanha russa,de mais um dia .

Luis Fabiano.
A paz é uma montanha russa.

quarta-feira, fevereiro 17, 2010

Trecho...

Quando acordei era de dia.Gloria estava roncando ao meu lado,nua,satisfeita,com as pernas abertas.Eu tinha dormido o suficiente.Estava com a garganta superseca e a piroca dura.
Abaixei até a boceta de Gloria.Uhmmm,estava úmida ,com cheiro de queijo.Tinha cheiro de queijo.Gosto mais assim.As vezes tem cheiro de peixe.Agora estava gosto bom.Ela acordou ronronando como uma gata.E começamos .Lentamente,sem pressa.Eu gosto dessas fodas matinais.Gosto de me introduzir dentro dela e abraçá-la bem.É como um passarinho.Me beija a tatuagem.Ela gosta da serpente vermelha .Nos acariciamos .E conversamos.Ela fecha os olhos e perde a cabeça.Murmura.”

Animal Tropical –Pedro Juan Gutierrez.

Pérola do dia:

“ Pura verdade. Os homens pensam com a cabeça do pau, muito antes de tentar usar o cérebro, isso é natural. Não passamos de macacos bem trajados.”

Luis Fabiano.

terça-feira, fevereiro 16, 2010


Navalhadas Curtas: Mudando pra pior.

Ontem desci para pegar um vento na rua. Fazia tempo que a temperatura não baixava,gosto de sentir o vento frio,úmido da chuva,meu prazer.Sentei-me para ver a noite nublada ,nuvens carregadas,viria chuva.Fiquei exatamente assim como este texto tosco, vazio, sentindo o frescor,isso era o mais importante. Queria apenas sentir isso.
Poucos transeuntes na rua, passa uma mulher muito corpulenta, fica me olhando e sorri, mas fiquei sentado,apenas sentado.Na minha mente,lembranças de autores que li,alguns muito bons, outros não colaboraram em nada em minha vida.
Antes de descer, abri uma obra de um conhecido autor uruguaio. Nada contra o Uruguai. Tentei ler o livro, fiz minha tentativa clássica, li vinte paginas, vinte paginas de lixo profundo. Embora o titulo lembrasse auto-ajuda(detesto) Livro dos Abraços! Porra, onde eu tava com a cabeça para ler esta merda?
Tentei por mera cultura, refinamento emulado, uma ferramenta. Para dar um ar mais subjetivo as minhas colocações. Perda de tempo. Eu já transformei, para pior com toda certeza, bem pior. Sem sublimidades, hoje é apenas vomito de cachorro, merda, porra e cheiros pesados. Uma delicia para mim.
Não consigo mais ler coisas, que não tenham um traço vindo das entranhas do autor. Joguei fora o livro, conheço algumas pessoas que gostam do tal autor. Tudo bem. Eu não gosto.Sem ofensas.
A chuva começa a ficar mais forte, deixo molhar-me um pouco mais, muito bom. Sentia-me tão bem, que talvez pegasse o carro para achar uma puta na rua, por aí. Gozada barata. Mas não, fiquei com a chuva, a mente mais quieta, em paz, acho que não troco isso mais por uma ejaculada, ficar gemendo como um touro no cio.Cada coisa tem seu momento.

Luis Fabiano.
Dica de Filme: Diário de uma Ninfomaníaca ( Diario de una ninfómana)

Em primeiro momento, o que se espera? Putaria barata e franca. Mas não. O filme mostra a busca de uma mulher, não tão somente por prazer, mas por felicidade durável, paz e alguma harmonia. Exatamente como eu você queremos.
Entre experiências gostosas, outras terríveis, vai descobrindo que nada é absoluto, um único sentimento não é capaz de dar felicidade plena, mas uma combinação harmônica entre eles, e o desejo.
Amor salva, mas não basta. A protagonista Belén Fabra está linda,perfeita.
O filme desmistifica a ninfomaníaca, (fantasia de todo homem,embora não agüentem tal fantasia),uma mulher que nunca consegue gozar, por isso transa compulsivamente, um inferno.
Conheci alguém que dizia-se ninfomaníaca, isso foi até ela encontrar alguém que a fez gozar e feliz. Casou com ele.

Luis Fabiano.

segunda-feira, fevereiro 15, 2010



Carnaval de Sandra.

Não suporto o baticumbum.
Algumas pessoas se surpreendem com isso. Possivelmente em função da cor de minha epiderme. É esperado naturalmente, que todo criolo, deva gostar de futebol, saber capoeira, entender de macumba e claro gostar de samba, pagode e os cambau!
Não sou assim.Nem de perto ou de longe.
Nada contra a quem divirta-se e aprecie o carnaval.Não sou contra nada. Mas como entre tantas coisas, que acabassem amanhã eu nem iria me dar conta: carnaval, pagode, frutas e doces etc...
Prefiro distancias.
E não pensem, já vi carnaval de perto, na passarela do samba. Jesus. Ás vezes as coisas saem caro demais. Poderia mesmo dizer que sou literalmente a ovelha “negra” da família, pois eles entregam-se a folia de momo. Permaneço inglês e indiferente. Muitos convites, mas não aceito nenhum.Obrigado.
Reclamam de minha arrogância, que não sou do tipo que se mistura ao povo. Eu agradeço, porque antes de arrogante sou cínico. Cada virtude no seu lugar.
Isso faz refrescar a memória, na infância já era profundamente mal humorado em relação a tais festividades. Tinha um Clube que éramos sócios, tempo em que as vacas ainda eram gordas.
Meu pai, mãe me levavam fantasiado a contragosto. Um verdadeiro suplicio infantil. Eu chorava, mas nada fazia efeito. Eu chegava no tal baile, sentava-me em um mesa e só saia dali, quando íamos embora.
Desde de pequeno estabeleci critérios punitivos. Não me orgulho,mas eram as armas que tinha.Me sentia um pequeno palhaço vestido de pescador.Todos riam felizes. Porra, pescador? Odiava aquela fantasia ,que enfiassem no rabo aquela merda!
Tiravam fotos, eu chorando, cara fechada, ranhento. Todos sorriam, quando lembro disso, sabia que era o esforço de meus pais para me fazerem um brasileiro nato.Tudo em vão.Nada de carnaval,ainda bem.
Mas quem disse que o caminho da vida são flores?
O tempo passou, tive uma namorada que era absolutamente carnavalesca. Tragédia anunciada. Éramos óleo e água. Sandra sambava muito. E queria eu participasse do enredo de sua alegria. Não deu.
Me dizia que iria dançar com outro então?
Eu dizia que tudo bem. Nunca senti ciúmes de minhas namoradas, nunca proibi nada, nunca impus minha vontade sobre alguém, nunca. Não faz parte do meu perfil, gosto de ser livre e deixar livre.
É claro que o namoro não durou.
Sandra entendeu que, minha falta de ciúmes era falta de amor. Sem duvida as pessoas são muito estranhas. Ela precisava sentir-se cobrada para entender que gostava dela. Sempre tive confiança nas pessoas. Ela queria dançar, sambar, então dance, tudo bem.
Mas não, ela queria que eu sofresse desconfiado, ciumento, sofrimento mostra amor.Nada disso, tudo não passa de confusão, neste caso sofrimento mostra punição e auto-punição, amor não faz parte deste jogo.
Um dia ela se encheu, me disse: Adeus.
Respondi: Adeus.
Carnaval não era a minha. Muito menos dançar samba, tenho duas pernas esquerdas, não tenho ritmo, não tenho coordenação e principalmente não tenho vontade de ter tais coisas. Sei que mais tarde Sandra casou-se com um passista de uma escola local. Isso que chamo de amor, tiveram filhos que seguiram as diretrizes do samba, mas isso é outra historia, conto em outro momento.
Sabem, não tenho nada contra a felicidade. Acho que as pessoas devem buscá-la onde lhes prover, entendo que as vezes não é o fim que trará a felicidade,mas sim o caminho que se faz para chegar lá, isso sim, a viagem para ela.
Então como disse alguém: segue teu coração, onde ele estiver, lá estará teu céu ou teu inferno.
Bom desfile.

Luis Fabiano.
A paz por vezes fantasia-se.

domingo, fevereiro 14, 2010


Navalhadas Curtas: Terceira idade sensual.

Para mim idade não é documento. Mais experiência ás vezes não significa nada quando a mente não ajuda. Mas a verdade, que com menos idade somos fatalmente idiotas. Sem problemas,não é ofensa alguma.É preciso experenciar no mar de tolices.
Cheguei no posto de gasolina que costumo ir. Na loja de conveniência, uma senhora aparentando aproximadamente sessenta anos, bem arrumada, mas com a erosão do tempo, ficou me olhando.
Não sou nada bonito, ou mesmo tenho corpinho de modelo, sempre me disseram isso.Me surpreendo que ainda me olhem.
Mas por algum motivo a senhora ficou me olhando e sorrindo. E então disparou:
-Muito bonita a tatuagem...que significa?
Sorri pra ela e disse: Significa muitas coisas.
Não tava afim de muito papo.
Ela pede para mim chegar mais perto,eu chego. Ela olha a tatoo com olhar de expectadora. Minha cabeça muito suja imagina milhares de coisas. Me diz:
-Tu poderias me explicar o significado delas?
Agora sorri com malicia total. E disse:
-Bem, talvez em outro momento, agora estou com pressa.
A velha faz sorriso de Messalina e finaliza:
-Olha, eu estou sempre aqui viu...
Tá bem, tchau.

Luis Fabiano.

Pérola do dia:

“ Eu notei que o carnaval começou, pois vi as pessoas subindo em direção a passarela do samba e junto com elas o odor a asa.”

Luis Fabiano.

sábado, fevereiro 13, 2010

Dica de filme: Fatal (Elegy)

O professor David é um bom vivam, conhece muitas mulheres, mas prefere manter segura distancia emocional delas. Entendo ele. Prazer e emoção homeopáticamente.
Um dia ele baixa a guarda e apaixona-se, aí começa seus problemas,ou solução.
Escolher seus medos seguros, ou optar pelo incerto amor? Ele não sabe o que fazer. Decisões que fazem as pessoas se arrependerem as vezes. Não se sabe nunca o dia de amanhã, toda a certeza é sempre provisória, em tudo na vida é assim, porque seria diferente com as emoções? Escolha e seja feliz como for possível, foi isso que David fez.
Penélope Cruz está encantadora.

Luis Fabiano.

sexta-feira, fevereiro 12, 2010


Trecho...

“ Enfim, tudo perfeito, e eu me disse: “Do que esta se queixando Pedro Juan?Não seja tão briguento ,companheiro.Fique aqui neste pedacinho,que está ótimo ,com diria Sandra, a cubana, e que se foda o resto.Não tente consertar o mundo.”E assim fiz.Me joguei na água e nadei um bom tempo.
A água azul e fria fez efeito.Meia hora depois estava tonificado,relaxado, e tinha esquecido as angustias e o lado negro da vida.
Agora funcionava a todo vapor.Deitei para tomar sol e lembrei que trinta anos atrás eu tinha só vinte anos.Era jovem, desinformado e feliz.Acreditava em alguma coisa e tinha aspirações.Não sabia exatamente a quê.Mas nessa época eu acreditava,procurava e aspirava encontrar alguma coisa.Fechei os olhos e deixei a mente em branco.”

Pedro Juan Gutierrez - Animal Tropical.

quinta-feira, fevereiro 11, 2010


A boba.

Não sou um fracasso total porque tenho preguiça até pra isso. Ninguém gosta de ler estas coisas. Preferem temas vitoriosos, mais coloridos e simpáticos, combina com ideais mais nobres da raça humana.
Mas basta olhar um pouco tudo, que se vê que a nobreza é coisa em extinção. Não é nada bonito, mas é o que é.Extinção de valores.
Lembro que houve uma época que estava muito cansado. Realmente cansado de tudo,física, moral e espiritualmente, tinha indisposição até pra cagar, se pudesse faria nas calças e seguiria dormindo confortavelmente e cheiroso.
Foi justamente neste período que conheci a Meire.
Uma bela morena tipo cor de cuia, cabelos pelos ombros, os maiores seios que suguei em toda a minha vida, fartos como de uma vaca leiteira. Eu adorava. Nos conhecemos quando eu ainda estudava, embora sem interesse algum pelo estudo, sempre cobicei as professoras.
Nossa aproximação foi tão espontânea, que se eu acreditasse em destino, ela seria o meu destino. No final das contas não foi.
Começamos a namorar sem paixão alguma, amor nem pensar, ela transava mais ou menos eu estava naquele estado, tipo tanto faz, qualquer coisa serve. O namoro andava por conta própria, mas eu nem sabia porque fazia isso. Talvez para passar o tempo, ás vezes o tempo passa melhor quando esta acompanhado, ao menos mais rápido, entre uma trepada e outra tudo vai bem.
Mas alguns meses depois, o tédio havia tomando conta de tudo. Mas ainda sim continuávamos juntos, porque ? Sei lá. Não questiono muito as coisas, tem coisas que é melhor viver o que é. Estava sem saco para auto-psicologia, auto-conhecimento e outras besteiras. Dei um foda-se, quando acabar, acabou, no final nunca sobra nada mesmo. Possivelmente pelo meu próprio estado pessoal acabei atraindo Meire. Ela era completamente apática, muito boba.
Concordava absolutamente com tudo que dizia, tudo. Ela possivelmente estava cagando também.Tranquilo. Eu falava os maiores absurdos para testar, e ela sorria e dizia:
-Sim é claro, estas certo.
Eu caia na gargalhada, ela seguia com aquela cara abobada. Dizia que gostava de mim, que amava e estas coisas que com algum tempo re relação se diz de praxe. Repetia isso sempre como uma musica sertaneja, melodramática as vezes. Eu seguia rindo.
Um dia de propósito lhe disse que iria arrumar uma namorada, traria para ela conhecer. Não acreditou em mim, achou que eu estava brincando. Eu estava mais ou menos. Faria isso sim, porem como estava neste período de preguiça profunda, não iria sair por ai, para procurar uma mulher, falar todos aqueles papinhos idiotas, típicos de quem quer comer alguém. Tudo é sedução barata. Não tava afim, se aparecesse alguém tudo bem. Mas nada de fazer força, nada de procurar, nada de conquistar nada.
Agora pensando melhor, desde que me lembro, nunca fiz força para conquistar alguém, nunca. Vão pintando por ai, quando já não caem de pernas escancaradas. Boa.
Nunca entendi bem Meire e sua apatia. Nem queria entender, já fazia um ano que estava nisso. As vezes sou pior que uma barata, me acostumo a tudo.Um dia acordei pela manhã, como sempre. Achei que tinha passado tempo de mais, era hora de dar linha na pipa. Ela estava dormindo ainda, foi acordando aos poucos, era apenas mais um dia sem graça. Quando abriu os olhos definitivamente, em vez de bom dia eu disse:
-To indo embora.
Ela seguiu apática. Concordou com um:hum, hum...
É claro que comecei a rir discretamente. Aquilo tinha sido musica para meus ouvidos. Sem drama, sem reclamações, sem papinhos inúteis de reconciliação, sou assim, quando tomo uma decisão ela é final.
Me levantei, peguei minha camisa e calça, vesti e saí.Ela seguiu deitada,apática possivelmente sem me notar.
No final eu acabei descobrindo uma virtude em Meire, fora seus imensos seios, ela não era dramática com nada, não era fiasquenta.
Bati a porta

Luis Fabiano.
A apatia as vezes cai bem.

quarta-feira, fevereiro 10, 2010


Pérola do dia:

“ Gosto das vulgares. A mulher verdadeiramente inteligente sabe o momento certo de ser vulgar, neste instante é quase perfeita.”

Luis Fabiano.
Dica de filme: Há Tanto Tempo que Te Amo (Il y a Longtemps que je T'Aime )

O tema é pesado com uma abordagem delicada.Como todo filme europeu,sem ficção. A protagonista passou longo tempo presa, mas jamais se defendeu, manteve silencio sempre.
A liberdade vem, com ela uma outra espécie de ”cárcere”, da consciência e a tentativa de levar uma vida mais ou menos normal, porem, nada é tão normal.
O carinho da família ajuda, e com o tempo a tentativa, tudo é realmente tentar.
Como um ensaio de O Crime e o Castigo de Dostoievski, o crime encontra sua punição, sua justificativa no decorrer da obra.O amor tem muitas facetas, muitas que ainda não conhecemos.

Luis Fabiano.

terça-feira, fevereiro 09, 2010



Gatos e um fragmento de mim.

Nunca fui muito apegado a nada. Um defeito grave dizem muitos, mas isso de alguma forma sempre me ajudou. Acaba que ao fim de um dia, tudo que tenho é sempre o dia, sem passado, sem ontem e possivelmente sem futuro também. Ótimo.
Emoções contraditórias difíceis de serem digeridas. Não posso fazer nada, sempre fui assim e me agrada muito, não pretendo mudar. Original de fabrica.
Tenho brigas constantes comigo mesmo, possivelmente em nível inconsciente. Inconsciente é sempre lixo, melhor deixar quieto. Dou uma foda solitário ou com alguém, tudo passa. Foda anestésica, uma delicia.Outras pessoas preferem outras coisas, gosto não se discute
Detesto sonhar, gosto de apagar, dormir simplesmente,no escuro total sem animações ou holografias.Sonhar cansa, é algo profundamente inútil, não quero evocar o inconsciente ou falar com os mortos,ou esperar o milagre qualquer, visitar infernos. Não preciso nada disso, quero dormir e só, apagar como se apaga uma lâmpada.
Mas infelizmente sonhei. Sonho recordação. Sonhei com meu lindo gato preto angorá, chamava-se Mil.Grande pelo negro. Complemente maluco, adorava brincar, e cresceu em meio a família, inteligente. Tinha uma ligação profunda comigo.Estava sempre onde eu estava, deitava-se aos meus pés ali ficava, as vezes brincava com meus dedos.Era muito simpático. Estranhamente nesta época eu já gostava de tigres, o Mil era um chaveiro de tigre. Bom gato
Ganhei de uma professora, que mais tarde vim a ter um envolvimento, coisa passageira, meio sem graça na cama. Gosto de ação.Ela era muito boa professora.
Mil ficou conosco muito tempo, não lembro quanto, mas um dia ele ficou debilitado pela velhice,adoeceu e como é praxe, foi embora morrer longe, sempre longe de casa, um bom gato até na hora da morte.
Lamentei, nesta época ele era muito importante para mim, agente acostuma com o bicho, eu tinha ainda algumas aspirações e emoções nesta época.
Tive outro gato, outra gata no caso.
Muita personalidade, felinos são assim, ao contrario de cães. O cachorro você pode dar um chute,xingar etc...quando você chama carinhosamente novamente ele vem, feliz e sorrindo, realmente sem graça,um animal de estimação mas sem auto estima alguma.Gatos não, se você xingá-lo, bater nele ele fica muito chateado ,e não se aproxima ainda que você queira, ele precisa te perdoar,personalidade e emoção bem clara.
Mas deixemos de psicologia animal.
A gata Preta, Preta como a chamávamos, era furiosa e carinhosa. Gostava de brincar até um certo ponto, a partir de um certo momento, a brincadeira virava mordidas de verdade,arranhões de verdade. Um verdadeira relação delicada, esse era seu charme.
Essa historia é das mais estranhas.
Um dia precisamos nos mudar, tentamos pegar a Preta e levá-la, mas quem disse que ela queria mudar-se conosco?
Nada disso.A colocamos em uma caixa e ela entrou em desespero profundo , não queria ir para lugar algum, passou tempo demais lá, tinha seu espaço e liberdade, acho que no apartamento não iria dar muito certo.A nova proprietária da casa, uma pessoa de bom coração aparentemente, disse que queria ficar com á gata também.
Estranhamente a gata foi para seu colo e ficou quieta sossegada. Entendemos a mensagem. Nós lamentamos, mas que fazer? Obrigá-la a ir ? Nada disso. Gostamos da liberdade, um amor verdadeiro sempre é feito disso. Deixar livre.
A proprietária disse que um dia ela desapareceu, nunca mais foi vista. Ela estava velha e cumpriu seu destino. Gatos são assim.
Uma boa recordação, embora não seja muito chegado em saudosismo, as pessoas vivem pelo seu passado, ambicionam o futuro e o presente some em meio a isso. Decididamente não gosto de sonhar e nem ficar lembrando de nada, nada mesmo.Quero apenas poder sorrir agora só isso.E já é muito, é tudo.

Luis Fabiano.
Uma paz felina.

segunda-feira, fevereiro 08, 2010


Pérola do dia:

“ Eu e a solidão somos grandes amigos.Ela me beija,eu a acaricio, estes dias descobri que não posso viver sem ela. É um verdadeiro caso de amor.”
Luis Fabiano.



Silêncio e trovão.

O homem é uma linha
Tênue
Feito de silencio e trovão.
Raramente ouvimos nossos silêncios
Vivemos de trovões.
O que cala sempre é perdido.
Rugir dos trovões,
Dá-nos certezas,
Que o infame silêncio
insiste em nos roubar.
Pelo medo do som que aturde,
Feito de nada.
Tudo se torna claro,
Como nossa própria sombra.
Gostamos dos fantasmas que
Habitam os trovões.
Há sempre um perigo a espreita...sempre
Mas não dos sussurros que
Segredam nosso silencio.
Sutilezas que passam em quietude.
Qual o som das rosas
Quando desabrocham?
O som do último beijo?
De um abraço, repleto de saudade...
Do olhar marejado, que já não se
Pode mais dizer,
nada,
apenas silencio...
Mas ouvimos trovões.
Só trovões.
Escuta?

Luis Fabiano.
Paz entre trovões e silêncios.

domingo, fevereiro 07, 2010




Merda não é tinta...

Quem não conhece poemas que idolatram a merda? Uma delicia. Não deixam de ser uma espécie de arte, gosto de arte, embora não seja um artista. Mas em momentos solitários de majestade quem não quem não esculpe alguma coisa?
Marcelo estava na cidade maravilhosa, veja só como são as coisas. Em plena Copacabana, jamais iríamos pensar em ter um piriri. Que porra, o estomago por vezes tem seus mistérios nojentos.
Sol a pino, um lindo mar a sua frente, nas mãos um exemplar de Nelson Rodrigues, a Vida Como Ela É, então sentiu a primeira contração, e aquele ronco nas tripas anúncio de uma tragédia, uma tempestade furiosa.
Lembrou imediatamente: o pastelzinho no bar do Nogueira. Só podia. Mas agora já era tarde demais, era preciso procurar um banheiro químico, o mais rápido possível. Deu mais alguns passos e achou, a felicidade sorriu na sua face.Adentrou ao minúsculo espaço de paraíso, arriou as calças com convicção e sentou com satisfação.
A satisfação de um rei, o rei da merda!
A parca iluminação, não permitia a leitura, mas tudo bem, já tava bom como tava.
Porem, levou a mão onde deveria estar o papel higiênico, surpresa playboy, nada feito. É nestes momentos que imagino o Criador morrendo de rir de nós humanos, certamente gargalha que estremece céus e Terra.
Marcelo olha as paredes decoradas do pequeno banheiro. Ali artistas inspirados deixaram seu legado, usando a tinta bastante biológica, desenhos abstratos, formas eróticas, pequenos poemas e outros.
Não iria fazer isso, achava a idéia de passar os dedos no próprio cú,deprimente,no dos outros,bem se podia pensar!
Tentava resgatar o pouco de dignidade que lhe faltava.As pessoas estão sempre brigando com os escrúpulos, briga quase sempre inútil, pois no final sempre fazemos o que queremos bom ou mal, certo ou errado. A razão tira férias.
Então, eis a idéia genial.
Nelson estava em suas mãos, ironicamente, a Vida como ela É. Logo esse titulo? É a verdadeira indignidade para um escritor.
Que coloca a alma em seus textos, no final viraria paginas cagadas.
Se bem que existe muita merda sendo escrita, mas é outro assunto.
Olhou o índice carinhosamente, que titulo escolheria para presentear carinhosamente seu rabo com cultura?Cultura até no rabo, as ironias não paravam.
As vezes a vida é generosa, ao final do livro existiam duas paginas brancas, alvas.Não teve dúvida, arranco-as e a obra ficou a salvo.
Se Nelson soubesse do que escapou.
Saiu do banheiro químico com ar vitorioso, e é assim, o homem vangloria-se da vitória sobre seu próprio intestino.É sempre uma luta consigo mesmo.


Luis Fabiano.
A paz é um intestino silencioso.



sexta-feira, fevereiro 05, 2010

Dica de filme: Verônika decide Morrer

Quando se chega a um ponto em que nada vale a pena, entende-se o querer matar-se.Não acuso ou defendo, apenas entendo,apenas.
Verônika percebeu que sua vida tinha sentido algum, também não queria procurar um, ou buscar um Deus para salva-la,nada disso.Saco cheio. Apenas queria morrer, não se pode querer morrer?

Logicamente que sim, é um direito "democrático".
Não importa.
Estranhamente o filme aborda a mentira, compreendendo que uma mentira as vezes não é uma má idéia,como erradamente se aborda.
Excelente filme, é preciso vê-lo todo para perceber isso.

Luis Fabiano.


Pérola do dia:


“ Mulheres inteligentes demais costumam ser péssimas de cama. As mais burras, são mais apaixonadas, primitivas e intensas. Sexo é isso, instinto quase amoroso sobre a razão. Quando tudo vira pensamento, o instinto perde.”

Luis Fabiano.

Trecho...

Acontecia a mesma coisa com Haymé e eu.Toda tarde.Eu Voltava do trabalho ao anoitecer e ela estava por ali, limpa,perfumada e empoada de talco,esperando o macho fedendo a suor e lama.Tomava um banho rápido e ia para o bacanal.
Haymé era alta,peituda, muito magra e alegre.Tinha uma boca grande,de lábios grossos, e sorria sempre.Eu sou sério e pesadão, de forma que uma mulher alegre e sorridente é o yin do meu yang.Aconteceu entre nós dois alguma coisa química, eu acho.Como foi?Não sei .Dizem que é amor a primeira vista.Não era apenas sexo.Fazíamos um sexo louco, desesperado e excessivo como é normal nessa idade.Mas,quando terminava, invadia nos uma onda de amor e paixão e continuávamos querendo ficar juntos,dormir juntos e não nos separar.Quer dizer,era tudo esplendido e éramos totalmente felizes.Nada podia nos destruir .

O Ninho da Serpente – Pedro Gutierrez.

quinta-feira, fevereiro 04, 2010

Algum leitor do blog comentou no texto –“Bonita, mas peidona”. O inteligente leitor coloca um pedaço da letra do falecido grupo Raimundos, a musica é Selim. Fazia muito tempo que não ouvia esta poesia do rock nacional.Bons tempo de um rock com identidade.
Vejam só, depois deste tremendo sucesso, o Rodolfo, vocalista autor da musica,virou crente, encontrou Jesus.Sem problemas.O tempo passa, as pessoas se modificam, e nada nunca é a mesma coisa.
Não sei se fico feliz ou triste, mas curtam aí, Selim na boa.



Selim
Raimundos.



Eu queria ser o banquinho da bicicleta
Pra ficar bem no meio das pernas
E sentir o seu anus suar
Eu queria ser a calcinha daquela menina
Pra ficar bem perto da vagina
E as vezes ate me molhar
Mas eu nao sei o que se passa nesta cabecinha
E claro que era da minha
Voce nao pode duvidarfica quieto
Nao me deixe envergonhado
Pois se eu ficar excitado
Minha calça vai estourar.

Contos do cotidiano: Dêem a descarga, por favor!

Quem disse que a vida é fácil?
A secretaria estava na areia da praia, tomava sol feliz, quando sentiu que o intestino começou a se contrair. Um alien convulsionava-se dentro de si, implorava por nascer a qualquer momento.
Nestes momentos fazemos cálculos matemáticos com precisão absoluta.
Pensou a secretária:se eu for até o banheiro certamente irei me cagar,ficava tão longe! Porem, se eu for até a lagoa...pode dar tudo certo. Calculo perfeito.
Avisou a sua filhinha, que iria a lagoa, se aliviar. Até ai, tudo bem.
Levantou-se da cadeira, caminhando fininho, apertando o rabo, para evitar problemas. Chegou a lagoa, onde algumas pessoas banhavam-se gostosamente,tentando fugir do calor,dias muito quentes,levam as pessoas ao desespero.
Baixou-se no enorme sanitário, então as primeiras borbulhas revelavam que tudo tava dando certo, porem, sua filha observava a situação de longe, quando com inocente dedinho aponta para o lado esquerdo da mãe, um enorme sorete flutuante, diz:
-Mãe, olha que cocozão ai do teu lado...
A secretaria apenas olha para lado, depara-se com aquele enorme fragmento amarelado, comprido, flutuante e saboroso. Apenas diz pra criança:
-Fica quieta minha filha...faz de conta que não é nosso...
A criança apenas sorri. Riso infantil.
Sentindo-se completamente aliviada, ainda pode vislumbrar de longe o cocozão, indo em direção ao casal que refrescava-se e discutia ao longe.La ele ia, nadando feliz.
Alem do mais, a lagoa, não é tão limpinha, entre um xixi e um coco, um banho sempre é bom.

Luis Fabiano.

Pérola do dia :


“Para mídia a tragédia humana é um espetáculo.”

Magalhães.

Trecho...

Nós éramos setenta e dois, e elas, cento e oito. Não sei como se resolveu esse desequilíbrio numérico.Eu tive só uma namorada:Haymé. Me concentrei a fundo nela.E ela se concentrou em mim.Eu gostava de outras.Umas vinte ou trinta outras.Mas Haymé não perdia o prumo.Ela sabia que a concorrência era brutal. Na verdade,eu me sentia bem e não precisava de mais nada.
Só de vê-la ao longe já começava a ter uma ereção. A mesma coisa que acontece com os touros.”

Pedro Gutierrez.

Navalhada Curta: Chato pra caralho.

Eu sou defensor do álcool. E do fumo também, acho mesmo que o ser humano deve ter um vício qualquer. As vezes torna as pessoas mais agradáveis.Tente evitar o crack, porque esses caras são muito chatos,criam muitos problemas.
Eu não tenho tais vícios. Prefiro outros,mais naturais..deixa prá.
Estava na cascata com uma grande parceria. O lugar é muito legal, água, pedras, contato com a natureza, é o típico lugar que faz lembrar nossa ancestralidade. É, não é pra tanto.
Mas la estávamos, havia poucas pessoas no local, isso o torna mais perfeito ainda.Não gosto muito do contato muito humano.Turba, não é bom. Tudo estava muito bem.
Então um bebum, muito chato, já tinha tomado tudo que era possível. Passou ao meu lado com um copão de whisky daquele bem barato, sem gelo!Jesus. Calor e whisky, ainda bem que eu não o fígado dele.
E como não poderia deixar de ser, ele gritava:
-Secretáriooo, oh, secretáriooo (Bis)...
O secretario, não dizia nada. E ele seguia gritando.
-Secretário...oh secretário...
Puta que pariu. Ja tava profundamente aborrecido com o cidadão. Por um momento desejei que escorregasse nas pedras úmidas, e batesse de cabeça?
Mas não. Bêbado é protegido por algum santo que protege os bêbados.E os rabos dos bêbados também, afinal não tem dono...Não sei qual santo.
Comentei.
O ser humano não é feito para ser feliz, porque nunca esta satisfeito. Um lugar tranqüilo, em paz sempre tem alguém que sente-se incomodado com a tranqüilidade.Não é fácil.
Felizmente o bebum foi vencido pelo whisky, então o álcool não é o melhor amigo do homem?

Luis Fabiano.

quarta-feira, fevereiro 03, 2010

Bonita,mas peidona




Contos do Cotidiano: Bonita,mas peidona.

Sou um verdadeiro pluralista,em aspecto de gosto feminino.Lindas, horríveis, gordas,magras, brancas, negras ,pelancudas ou saradas, não interessa, cada uma tem sua beleza particular, isso não se discute.
Sou assim desde que me conheço por gente.

Cheguei casa lotérica como sempre, pagar contas.Felizmente estava quase vazia, estranhamente só havia mulheres la dentro, uma pequena fila de quatro mulheres e duas atendentes no caixa.
Achei estranho, poderia ser algumas conspiração. Não se duvida de nada.
Duas foram atendidas rapidamente e a mulher que estava a minha frente, era um espécime bem interessante.


Alta, lindos cabelos dourados até o meio das costas, um bumbum por cima do vestido, de fazer inveja as mulatas do Sargenteli. Uma panturrilha, forte, com um sapato de salto alto em tom de tigresa, realmente uma combinação, que enaltece a beleza.
Porem, notei que estava inquieta.Mexia-se muito. Parecia com pressa talvez. Bem, foi isso que pensei em primeiro instante. Ledo engano companheiro.
Quando finalmente foi atendida, eu fiquei bem atrás dela, então um cheiro que mais lembrava uma fossa profunda, entupida. Um aroma digno do inferno! Enxofre. 
O peido mais silencioso e fedorento que já senti na historia indigna de minha curta vida.
Ual!

O que aquela linda princesa havia comido? Churrasco de urubu? Guisado de gambá?Ual...
Fiquei observando sua face, para ver ser pelo menor iria corar...bingo!
Parecia um pimentão ruborizada. Um peido sempre se revela.
É verdade, a natureza não é perfeita, tudo bem, a bunda era linda, poderia peidar para eternidade. Um pensamento puxa outro, aí acabei me lembrando de um outro acontecimento em minha vida.


Já contei esta historia anteriormente, quando durante um beijo, arrotaram na minha cara...deixa pra lá.
Águas passadas.

E uma coisa é verdade, não se pode ter tudo.

Luis Fabiano.



Pensamentos esparsos

O barbeiro cortava o cabelo de um senhor de idade avançada. Aguardava minha vez, serenamente. Nestes momentos tenho pensamentos estranhos, quando a mente esta ociosa,vagabunda mesmo. Muito bom,afinal isso também é férias.
Por um breve instante lamentei o ser humano e lamentei ser tão humano. Lamentei que todos nós como uma humanidade, ainda seja preciso manifestações tão brutais de vida.
Não estou falando em violência,normal e cotidiana. Falo de convívio “normal”, mesmo os nossos melhores sentimentos são brutais e repletos de força.
Talvez seja tolice de minha parte.Tenho muitas. Tudo bem, mas me senti bem pensando assim.
Precisamos ainda de abraços fortes, beijos molhados, uma ereção furiosa e uma vagina havida de prazer, lagrimas sofridas, amores perdidos, pessoas amadas perdidas. Disso que chamamos vida.
Não é fuga,é contato demais,e as vezes cansa. Confundimos tais coisas muitas vezes com amor. Acho tudo isso muito bonito, mas não deixa de ser brutal.
Vivo grande parte de minha vida em um aspecto mental. Lugar vetado a todos. Não preciso de experiências profundas de vida para entender o que quer seja.
Lágrimas são lagrimas apenas, muitas vezes completamente inúteis. E sofrimento por sofrimento é incapaz de mudar quem quer que seja. As pessoas mudam por cansaço, por extenuação de emoções.
Em outras palavras, por estarem de saco cheio.
O barbeiro agora fazia a barba do idoso.A voz fina dele,parecia um gemido, o tempo sempre passa, na porta do local bundas gostosas passavam, em vestidos coloridos, aquilo me chamava,porem eu derivava em coisas mais relevantes, mexia comigo, afinal isso era brutal. Gosto de bundas.
Inescapável, lamentei ter um corpo, ter tais sensações, pudesse ser tudo resumido ao contato só emocional, tesão convertido apenas em aspiração,éter, satisfeito imediatamente, pelo pensar.
Sem toques, prazer instantâneo sem consentimento alheio e natural como respirar. Uma espécie de democracia onde nada ou ninguém é lesado,simples.
Fiquei ali perdido em mim mesmo, mas sentindo exatamente isso. Lembrei que muitas vezes nem saio de casa, porque realmente não existe nada “lá” fora, nem mesmo sequer vale apena intentar alguma novidade qualquer.É tudo previsto.
É verdade, tudo para mim já nasce com noventa anos.O velho levanta-se da cadeira,e agora sou eu.

Luís Fabiano.