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terça-feira, fevereiro 25, 2020

Mãe e as Alucinações




O caso piora dia após dia.
Lentamente ela vai perdendo a lógica das coisas, não entende ou não quer entender o que dizemos, eu tenho ainda esta duvida.

Fica horas falando com seres invisíveis, dizendo coisas incompressíveis sem que nada faça sentido, ela agora caminha em uma nebulosa estrada.
Eu não sei exatamente como operar neste estado, ao que parece ninguem parece saber, amigos, médicos, parentes...
Tudo que faço, digo e dou parece nada.

Conversas longas com alienígenas, crianças que estão mijando pela casa, soldados guerrilheiros invadiram fortemente armados os espaços todos...
Me sento, fico observando e tentando trazer a tona a razão, a logica das coisas mas é com bater em algo muito mais forte que você?
Ela enrola as palavras, e retorna ao raciocínio anterior.

Sem que nada faça sentindo, estamos todos presos em um loop infinito, em minha jornada heroica a derrota é eminente.
Meu coração bate forte e a imensidão de coisas a dizer
Trava-se lentamente em mim.

Argumentos ilógicos me preenchem
Como um compartilhar das dores de minha mãe.
Somos alienígenas para ambos cada um com suas dores, engulo seco por saber que não há solução plausível.
Mas creio que o criador trabalha assim.
Torna-se ausente na hora do pênalti...
Sadicamente é essa sua solução.
Regularmente ele observa.

Minha mãe uma vida inteira religiosa... recebe de presente
As costas de Deus...como quem diz sem voz: viu sua tola, estavas errada o tempo todo...
É um piadista o filho da puta.

Por agora ela adormeceu, mas este ainda não é o capitulo final, estamos longe disso.
Meu coração seco precisa descansar...
Perdoe caro leitor
Por tanta realidade sem filtro...mas essa é a irretocável verdade e eu não posso oferecer menos que isso, por mais doloroso que seja pra mim.

L.F


domingo, fevereiro 16, 2020

Da teus Pelos para Mim?





Noite é uma merda mas consola Entre o amo as almas vazias


Noite é uma merda mas consola
Entre o amor as almas vazias




O ser humano é um bicho estranho pra caralho,nunca aprende com seus erros, na verdade se orgulha de comete-los novamente de uma forma diferente, mais evoluída talvez? Porra nenhuma, é mesma merda travestida, mudam as cores, os objetos e as formas mas a essência é a mesma: o nosso total desconhecimento de nossas emoções e instintos. Somos como um rio tentando encontrar o mar somos levados por um ou por outro.

Sei que também cometo tais erros, mas tento escolher entre o coração e o instinto: Putaria e amor, a maioria das vezes a putaria ganha, confesso.

Minha vida está sendo bem complicada em todos os sentidos, tento fazer o melhor no que tange a minha mãe, que a cada dia piora um pouco mais visivelmente, faço o possível mas isso parece pouco importar a ela e a quem assiste a merda toda de longe, ninguém sabe dos dramas pessoais que cada ser carrega. Foda-se isso é viver.

Ela passou o dia bem, a noite de sábado caiu quente como o bafo do diabo, o calor tem suas vantagens mas não pra mim. Os poucos que me conhecem sabem que não sinto frio...isso pode ser um indicativo do local de onde venho... estou sentando em casa, tomando um bom whisky com muitas pedras de gelo e observando a rua ficando mais lenta, meio chapada e modorrenta a noite e seus mistérios e flagelos, puta merda o que eu quero agora? Não sei, quero paz ou quero a loucura? Quero a beleza ou uma boa buceta peluda? Quero a religião ou ceticismo? Quero mais uma dose ou ir pra rua depois que a mãe adormecer? Depois que ela dorme vira uma pedra que só acorda quando o sol nasce, minhas horas de descanso.

Decido tomar mais uma dose e sair, ver a noite ver o que os demônios tem a oferecer, quando não se tem nada a perder nada se perde. Saio com este espirito de casa.

Uma barata louca andando no chão talvez envenenada bate cabeça para todos os lados, fico olhando para ela e sorri, pois, afinal cada um com as suas drogas não é mesmo? Minha piedade e as vezes clama, viro um pouco de Whiky na barata e para de se debater, tudo que a gente precisa as vezes é um golpe de misericórdia.

Visto uma regada, chinelo dou mais um gole no bico do whisky e dou uma cheirada em meu suvaco, o cheiro está bom, suor e um pouco de perfume misturado, perfeito, depois uma boa coçada no saco que esta suado e cheiro forte de pau e mijo. Gosto dos meus cheiros, gosto de cheiros naturais.

Pego o carro coloco na federal Fm e estou ouvindo Carlos Santana, tento não pensar em nada, apenas dirigir bêbado devagar e olhar as pessoas a rua aqueles que se dizem meus semelhantes.

Todas as pessoas estão na rua fugindo do calor, noite de sábado é foda, sigo a Bento Gonçalves deslizando como uma piroca magica ensebada, carros, pessoas bares lotados tudo que não gosto...mas fim como uma psicografia maldita onde os astros, os espíritos e a noite iriam me levar? Estou entregue e quando fico entregue faço qualquer coisa.

Chego a Deodoro e vou descendo, putas, travestis e michês ganham a noite nesta madrugada, é impressionante, mas o tempo não muda as coisas...são outras putas, outros travestis e outros michês mas ainda é o mesmo cenário.

Estaciono o carro e fico ali parado e nada acontece, como uma maldita pagina em branco de uma escrita que não nunca vem.
Preciso beber mais é isso...esfregar a lâmpada de Aladim...agora já sei o que preciso fazer, encontrar um bar qualquer vazio e ficar ali.

Ligo o carro vou em direção ao porto, ao arrancar um cara no meio da rua vem em minha direção pedido socorro, fico pensando se atendo ou não naquele átimo de segundo. Ele para na janela do carro com olhos esbugalhados:

-Cara me ajuda por favor...o Tonho quer me matar...
-Porra que tu fez para o cara querer te matar?

O cara fica em silencio e fica me olhando como quem pensa se conta ou não? Estou ali, tenho tempo. Por fim ele fala:

-É amor cara...é amor
-Tu comeu a mulher dele?
-Não eu quero ele cara, Tonho é meu amor...mas ele não aceita
-Ta, mas porque essa fúria toda?
-Eu falei tudo pra mulher dele...pra filha pra família...e saiu correndo atrás de mim dizendo que vai me matar.

Começo a rir, puta que pariu a minha noite tinha começado, vejo um cara brutamontes dobrando a esquina correndo em direção ao carro e digo para o estranho entrar logo, ele entra e eu acelero contra o brutamontes...que sai da frente caindo no chão.

Segue
Sábado foi foda.

L.F


sábado, fevereiro 15, 2020

sexta-feira, fevereiro 14, 2020

Ainda


?

Ainda

Ela continha a piorar
Como as margens carcomidas da erosão
Uma erosão que invade espaços
Subjetivos
Simples
fugazes
Deixando de ser transformando-se

Ainda
Ela defina a cada dia mais
Somos os expectadores
Sem esperanças
De um futuro sem futuro
Ela lentamente não lembra
Não faz
Não entende
Não quer
Não viu
Não sorri

Ela vai se perdendo sem perceber isso
Tudo é difícil
O banal torna-se desafio

Ainda
Sei que poderia arvorar-me em malditas esperanças
Falsas
Dizer que tudo esta bem e no final dará certo...
Mas não consigo me enganar
Deixo que você se engane como quiser

Não há final feliz
Mesmo que você sorria
Ou encha o cu de deus de orações
Simplesmente não há
Poderia ser criativo
Poderia ser tantas coisas
Mas não

Gosto agora que silêncios tomem vazante
Que as coisas sejam puras como são
o copo de dor deve ser inteiro
Ainda que custe caro
Enquanto falei todas essas merdas francas
Ela piorou um pouco mais.

L.F


terça-feira, fevereiro 11, 2020

Linguadinha...

Pensei em tantos lugar...

vc não?



sábado, fevereiro 08, 2020

Por onde anda aquela mulher




Meu pensamento se perde
Revirando as frestas do passado
A procura dela
Meu pensamento deseja o que não mais se pode ter

Tudo muda
Eu mudo
Ela mudou

Por onde ela anda?
Aquela que enfrentava manhãs frias
Com brilho nos olhos
E fome de viver
Aquela que cuidava de filhos e marido e do marido alcoólatra?
Onde?

Que não perdia o horizonte
Que nadava contra correntezas
E mantinha por sua natureza
Um sorriso desafiador dos conflitos...
Sorriso insistente
Inquebrável certeza de vencer
Cheio de carinho e amor...
Por onde andas?

Aquela que as respostas nunca estavam terminadas
Que enfrentava uma jornada tripla de trabalho
E ainda tinha forças para ajudar outros...
Aquela que enfrentou doenças
Dores
Desemprego
E exploração...
Passava por isso como um trator silencioso...

E hoje?
Hoje vejo uma outra mulher
Uma mulher que não queria ver...
Mulher estranha
Frágil por um fio na linha da depressão
Incerta de tudo que lhe cerca
De um brilho esmaecido
De certezas esquecidas
De dúvidas e duvidas tantas

Por onde andas?
Golpes outros terminam por nos dobrar?
Não trocarás socos contra as ondas contrarias?
Não.
Nem farás força para estar em pé...

Meu pensamento se perde sim
Queria o que não se pode ter
Que voltasses...
Volta...
Volta no vento por favor...
Meu coração tem sede de ti
Mas essa é uma resposta que ainda temos

Te quero viva
Como a fé feita de fogo
Lutando no presente
Como a nova página que se vira
Serena no destino...
E uma nova história que começa
Vem...

Vamos começar uma nova historia
Não sei o quanto isso significa para ti
Mas eu estou aqui
As marés contrarias aguardam todos
Ainda não sei por onde andas
Mas sei que vou te achar.


L.F

The New Pope


Nunca pergunte se não quer saber a resposta.


quinta-feira, fevereiro 06, 2020

História de um aniversario - Final



História de um aniversario - Final

Parte 2

Tentei manter a calma, tentei ser centrado, mas tais acontecimentos da doença de minha mãe tornaram obscuro meu querer, como uma esperança desmaiada. Sou muito realista, para esta doença não existe cura, não existe a possibilidade de melhoras, tudo que se faz e tratar efeitos que vão surgindo invariavelmente como uma escada para baixo.
Hoje é sempre melhor que o amanhã.

Não sentia fome ou sede ou porra alguma. Queria que o aniversario terminasse logo e que todos voltassem a paz para suas casas, como uma verdade que carcome lentamente, o roedor das bençãos venerado e fantástico, em um jogo em falso que nada faz mudar.

Olhava a todos eles e pensava na paz, por vezes a paz é apenas uma aspiração vazia, repleta de coisas que são naturalmente inalcançáveis, falamos de paz como uma mercadoria que se adquiri, sentido desta palavra nos é desconhecido, somos errantes frágeis e repleto de limitações, com algum orgulho.

Estranhamente meus parentes pareciam querer me agradar e sou naturalmente ignorado nestes eventos, não temos nada a conversar e claro eu não torno isso fácil, se vc não tem nada a me dizer é simples não diga. Mas tudo isso é improvável para não dizer impossível, o cheiro defumado do frango, da salada e alguma cerveja tornaram as pessoas animadas e sorrindo com alguma satisfação. Pra mim não basta.

Vejo o que não se vê, a arma mais franca e camuflada nas entranhas destas almas: aquele maldito e insuportável olhar de pena, o olhar que destrói qualquer pessoa doente que já não consiga mais lutar com alguma dignidade, como um touro desnutrido até o final.
O que se faz contra isso? Foda-se.

Abstrai o pensamento, fiquei procurando boas bundas entre os convivas, porque quando tudo esta perdido uma bunda é taboa de salvação. Evitei as conhecidas e me concentrei nas bundas das amigas de minha mãe, mais velhas, solteiras e com a buceta quase seca de tantos medos, preconceitos tenho um faro para reconhecer bucetas tristes. Fiquei naquilo deixando o tempo trabalhar. Ate que fui interpelado por uma das amigas de minha mãe:

-Tu me chamava de tia... tinha certeza que era ´por respeito né?
Dei uma boa olhada nela, de baixo para cima, parei com os olhos entre as penas dela com aquela calça justa e sorri como só os canalhas inveterados fazem, tenho a certeza absoluta que estou me tornando pior...ou melhor disse:
- Respeito? Claro que não muito antes pelo contrário...eu não respeito não

Ela sorri com surpresa, claro senti o cheiro da putaria no ar, olhei para ela como quem fosse come-la ali diante de todos, eu creio que seria algo marcante e com certeza divertido, talvez vc esteja pensando que eu não tivesse coragem?
Como disse ainda não me conheces muito bem, pessoas muito silenciosas são naturalmente as piores, gosto de silencio por isso não direi nada a você, terás que seguir lendo essa merda pra ver ate onde a buceta de Alice te leva.

Agora neste momento estou bebendo rum...a bebida é a bíblia de algumas coisas, tornando vc uma pessoa melhor para mim, tornando os insuportáveis amigos e torna meu pau inchado também...é bom uma ótima sensação.
Coloco mais gelo no copo, mais uma dose caprichada, e minha mãe adormece o sono dos anjos.
Olho a janela e vejo a rua, como um grito selvagem chamando os desconhecidos, o cheiro do calor me cansa, mas estar bêbado me deixa tranquilo.

Sinto minha pressão despencar acho que precisa me deitar...estas malditas letras parecem que vão desmaiar  como uma pintura borrada, sinto a febre,  a ereção e vontade de apagar...
Quanto ao aniversario acabou mesmo...todos foram embora e até agora não se comunicaram mais.
Fim desta merda.

L.F

segunda-feira, fevereiro 03, 2020

História de um aniversario.



História de um aniversario.
Parte 1

Sou do tipo tomado de surpresa pela existência.Muitas vezes aparento ser planejado, organizado ou até mesmo logico, mas a verdade que eu engano bem caralho.
Sou um caos silencioso entoando minhas misérias harmônicas e tentando não me afogar em alguma merda.

Assim que se vive dia a dia, sou intenso enfático no momento que vivo como se o mundo fosse acabar. Mas logo passa e volto ao meu estado normal, como uma febre que passa, a dor de dente que alivia o peido que sai... normal é uma palavra que não faz sentido algum.

Acordar pela manha é um milagre e de pau duro então, é algo como o dedo sem unha de um anjo mau, é bom pra caralho literalmente. Não sei as mulheres acordam excitadas todos os dias, eu sim. 

Uma punheta matinal, com o cheiro ocre da manhã, a noite dormida,baba no travesseiro, um pouco de cuspe na mão e apertando o pau como uma longa buceta lisa e apertada (detesto as apertadas, prefiro as mais largas e com os cus mais largos também, elas oferecem mais diversão). 
Então vou vou fazendo devagar, meu pau duro libera a gosma do prazer...ainda não é a porra, sinto o cheiro do meu pau, acho que sou meio narcisista gosto do meu cheiro sujo da manhã. Cuspe, hálito, merda e porra é a nona sinfonia do demônio matinal...a cabeça esta dura e vermelha ao extremo... puta que pariu deus fudido isso é bom demais, venham cadelas, putas aladas, anjas do inferno...gozem comigo gozem...agora agora...agora !
Quando gozo fico assim, uma espécie de animal morto, desfalecido relaxado e com muito sêmen, sempre ejaculo bastante.

Agora que viria ?
É verdade minha mente tenta emular a lucidez mas estou sempre muito bêbado ou chapado para isso, mas a esta maldita realidade que nos chama rápido para uma vida ordenada, feliz, saudável, esperada e longa?
Não, tudo isso é mentira, ao menos pra mim não acredito nestas coisas.

Fui para o aniversário de minha mãe, que então faz setenta anos. Eu não comemoro aniversários, na verdade eu nunca gostei do meu, lembro terrivelmente que na infância minha família me vestia arrumado, bolo branco, velas brancas, sapatos brancos e o maldito sol de um calor foda, eles cantavam parabéns e mesmo criança (coisa que nunca fui) eu os achava chatos cantando essa música...lembro bem, me sentia constrangido, desagradável e com vontade de correr dali, por isso minhas fotos de aniversário de infância estou sempre chorando, eu era a merda de um bebe chorão.

Mas dizem que setenta anos não é todo dia que se faz. Alguma idade se faz de novo? Foda-de. Me sentia relaxado, limpei a porra nos lençóis o que é ótimo, tomei um banho e fui para  festa, sem grande ânimo.

Lembrei de minha mãe que não registra muito bem as coisas atuais, todos parentes estarão lá, comida, bebida e claro os parabéns... entendeu né?

Cheguei quando todos já haviam chegado, é melhor assim pra mim. Seres humanos são muito enfadonhos quando juntos, em separado são um pouco melhores. Fiz a minha melhor cara de simpatia a que uso finais de semana depois de estar mais descansado, sou educado por estética porque descontrole não é bonito.

Meus parentes me olham, mas não me entendem muito bem, a vida inteira foi assim.
Não tenho muito a oferecer para eles e nem eles a mim, não temos afinidades em nada, conversar banalidades em um desenrolar sem fim com risadas para adocicar o tema que nos leva a caminho algum no desfecho franco de vazios que seguem. A poesia do encantamento carcomida pelo tempo que se banha em nossas aspirações, emoções e ideais... puta que pariu o tal ideal. 
Não tenho ideias.

Olho para minha mãe envolta naquela turba conhecida e envolvida em um turbilhão de pensamentos pessoais desconexos que sua a mente lentamente vai deixando de perceber. Seu rosto me fere, machuca pois não exprime nada, nem o sorriso de uma felicidade profunda e nem o amargor de uma dor lancinante, nada,  ela mantem a mesma expressão para tudo. Fiz esse breve comentário com minha irmã...que concordou, sem dor ou amor? Vida.
Eu não queria conversar com mais ninguém, afinal setenta anos...eu tento entender e não consigo essa minha fragilidade, talvez nem precise.

Seguirei depois, amanhã talvez, estou cansado agora minha mente ferve de emoções e palavras, mas o álcool ajuda a desacelerar então vou beber mais um pouco para acalmar as lembranças, sinto que posso perder o controle diante desta tela e isso não seria bom para nós, afinal não é estético.

L.F
Parte 1