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quarta-feira, julho 27, 2016

TETAS DE ELISA

TETAS DE ELISA

A vida é simples
Por vezes doentia ao mesmo tempo
Assim somos Elisa eu
Ela ali jogada e nua
Era uma poesia maldita e linda
Éramos amantes vagabundos e a espera de nada
O marido de Elisa, doente e do mal...
Pessoas doentes também são do mal
Eu não sentia culpa, de certa forma entendo que ele merece toda a traição
Fez Elisa passar por poucas e boas
Abusou dela
Maltratou
Filho da puta

Então fudiamos sempre que possível
E a felicidade se fazia assim
Entre goles de alguma bebida qualquer
A filha de Elisa havia crescido
Mas ela ainda dava de mamar a criança
Coisas estranhas
Costumes incomuns
Não me importava com isso
Nunca me importo com nada
Porque eu chupava aquelas tetas enormes
De onde vertia um leite sem gosto e quentinho no meu rosto
Eu era um pequeno filhote

Um vaso de paixões sem macula
Um vagão de ternura, pecado e caos
Nos olhávamos com calor
E sem palavras nos agarramos
Com fome e febre
Animais
Animais
Animais
Nos devoramos com requintes de loucura
E tudo era tão maravilhoso
Beijos convertendo-se de mordidas
Carinhos transformando-se em tapas
Afagos metamorfoseando-se em unhas afiadas
Tudo molhado e com cheiro maravilhoso de sêmen, sucos vaginais e merda
O cheiro ácido do leite morno e sem gosto...
Quero morrer
Quero que ela morra
E ambos morremos...
Quando gozo tenho a impressão de morte
Desfalecido e jogado...
Voltamos ao nada
Satisfeitos
Como a vida medíocre é.

L.F




domingo, julho 24, 2016

quinta-feira, julho 07, 2016

“Phototextografia” 03

Faço o mesmo caminho sempre, todos os dias, deixo o carro no estacionamento e vou em direção ao trabalho, então me deparo com uma senhora que faz a limpeza urbana. Sim todo assim, ela escuta sempre alguma canção no celular sentada a beira da escada de uma casa, um intervalo merecido.

Ela está sentada a hora que passei, vi suas botas sujas, a calça cinza e o traje alaranjado que faz parte do uniforme, celular nas mãos sem fone de ouvido, uma canção sertaneja toca, percebo sua mão bem cuidada, unhas pintadas de vermelho, ela não sorri tem uma expressão distante olhos castanhos e pintados dizem tanto, parecia que não queria estar ali, parecia tantas coisas.

Dilema de sonhos, riscos de um futuro e marcas viscerais de um passado de gloria. Queria saber mais, queria saber de sua história conhecer-se. Ela agora arrumou o cabelo dentro do boné laranja ergueu-se e voltou a sua faina com uma vassoura na mão, era tanto em tão pouco.


Luís Fabiano.

domingo, julho 03, 2016