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sexta-feira, novembro 30, 2012



Navalhadas Curtas: Arrancando os trilhos

Tenho um amigo meio estranho. Não se comunica, permanece calado como um meditante eternizado em silencio maldito e deseducado. Sempre assim. Existem bons silêncios e outros nem tão bons...

Normalmente não me importo, que se foda, viva sua vida e tudo bem. Mas o tempo é uma talhadeira, que vai te quebrando hedionda e lentamente. E um dia, é um dia, neste dia o silencio dele, me foi ofensivo como uma corrosão.

-Olá... Carlos, tudo tranquilo aí...
Foi como ter falando a uma parede. Sou um boxeador e não desisto fácil.
-Pois então- Eu segui - Carlos, e final de semana tá ai... qual vai ser a curtida?

Nada aconteceu.
E em algum lugar em mim, uma serpente se enrodilhou, naquele dia ele foi a gota d’água. Se educação não funciona, me torno um filho da puta com excelência, e orgulhosamente:

-Sabe Carlos, eu  me atrasei um pouco hoje... tava comendo uma mina ...  

Vadia gostosa, peituda, falando um monte de merda. Ela dizia: me come, porque meu marido só fica calado olhando pro nada, me come Fabiano, arregaça meu cuzinho de amor... estupra minha alma...

Ele ainda permanecia em silencio, mas me olhou desta vez. Eu segui:
-Olha Carlos, a puta era realmente boa... gosta da função. Sabes quem é ela?
Ele não respondeu, mas algo o incomodou.
-O nome dela é Sabrina, sabe Carlos... ( é nome da esposa de Carlos)... é isso cara, é a tua mulher... eu tava  enrabando ela bem tranquilo...

O cara ficou furioso, respirava forte e veio pra cima de mim, e havia raiva em seus olhos, um autentico corno, com todos os achaques... e eu comecei a rir. A coisa ficou complexa, um outro amigo veio separar, Carlos conseguiu me acertou um soco, nada demais.
Mas ao que parece, ele não é um zumbi.

Luís Fabiano.


quinta-feira, novembro 29, 2012




Subentendido

Sempre fui péssimo nos cálculos
Lembro como me tratavam como um imbecil
Professores, colegas e parentes...todos
Talvez eles tivessem sua razão
Meu mundo sempre foi o paralelo confuso nas amarras
Então meu silencio
Me salvava e os confundia
Tudo subentendido

E como se olhassem vitrines feitas de merda fresca
Tudo estava pronto e perfeito em suas cabeças
Moldes deformados da vida
Confesso que sempre gostei
Das péssimas impressões que causo
A contrariedade sorri
Como se o cu tivesse dentes

Mas basta um olhar terno de alguém
Quando  as garras afiadas riscam nosso coração em uma noite
E tudo ficará bem
Como uma prece, um mantra e um ponto
A minha nudez e tua, são teias da alma
Quando o inesperado nos encontra carinhosamente
Somos um pentelho Divino... e é assim

Rita a travesti, cancerosa distendida naquela cama magra
Me olha nos olhos, uma ultima vez
E tudo é um apelo
como ancoras lançadas para estrelas
Nosso silencio é uma serra muda
Mudando destinos
enfiando despedidas
Nem um ai, nem tchau ou mesmo adeus
Apenas abrir as asas e partir.

Luís Fabiano

   - Fio da Navalha - Vídeo -  

Teaser - Edu Caboclo Damatta






Aquele que sabe para onde vai
Pode se dar ao luxo de perder-se por ai...
Entreter-se com flores do mal, e com os espinhos do bem
Na beleza de ferir-se, com paixão
Arrancar com as unhas, as escamas de si mesmo.

Luís Fabiano.

terça-feira, novembro 27, 2012




Navalhadas Curtas: Vai uma rapidinha aí ?

Sou assim, um espontâneo flutuante. O bar esta cheio, não é o meu forte. Foda-se agora. Queria beber, e deixar a vida fluir em tacos de sebo. Avistei Joana sentada com outras pessoas. Há muito tempo, tivemos um caso quando estava casado pelo quinta vez.

Ela é assim, gosta do perigo, um dia apareceu lá em casa, quando eu era casado, e ficou conversando com minha mulher. Bela situação justa... Éramos os três cheios de culpa no cartório. Uma vez que depois, descobri que minha ex-mulher tinha um caso secreto com Simone, a vizinha... É isso que digo, estávamos todos empatados.

Cheguei à mesa de Joana:
-E ai Jô, tudo em paz?
-Fabiano... Tudo ótimo coisa gostosa...

Sorri, com minha cara típica de canalha profissional.
-E ai qual é a boa?
-Fabiano... Não me olha assim... hein...Tu não sabe que eu sou fogo cara?

Sorri... Ela estava “ligada”. Sempre foi maluca, drogas, bebidas e descaramento. Que mais poderia ser melhor?
-Sei sim... Prova que tu és a mesma ainda, a hot Jo...??

Não titubeou. Num piscar de olhos, levantou-se fomos em direção ao banheiro do estabelecimento. Deixei a coisa fluir de graça. Entramos, ela rapidamente tirou meu instrumento para fora, que estava meio pronto. Mamou lindamente para dar uma aquecida... virou-se, então ergueu o vestido e meteu no cu direto, com um pouquinho de cuspe. Ficamos assim um tempinho, curtindo.

-Não goza no meu cu - ela disse.
-Você manda Jo.

Por fim tirei de dentro dela, e o pau estava meio sujo de merda. Ela achou nojento. Eu não. Na verdade gostei daquela mistura de cheiros... Suor, saliva, merda, muco vaginal e sêmen... Me senti primitivo e muito bem.
Ela saiu do banheiro feliz, e eu fiquei ali limpando os restos do amor.
Vocês pensam o que?  As vezes a vida é fácil.

Luís Fabiano.




Te amo, porra nenhuma...

Mesa de formica branca
De uma limpeza felina impecável
Sorrisos fáceis e contínuos, como uma esteira eletrônica
A vida seguindo como um mergulho na lama
Não inesperadamente ela diz:
-Fabiano, te amo.

E isso me pareceu uma sentença de morte
Disse uma vez, e depois dez mil vezes
Repetindo com o tempo, era uma metralhadora de merda
Não me impressiono com isso...
É como se dissesse: vou ali na esquina
Eu digo: ok baby...vá...
Eu sou um vagão estacionado...

É por isso que acho o amor uma merda, muitas vezes...
Ele é fácil como papel higiênico
Palavras que servem para esconder os sentimentos reais
Aceito este  jogo, é assim que tratamos as emoções
Como cativos voando nos sonhos de liberdade
Águias amputadas, rasgando os filamentos de nossas culpas

Terrível ver tudo transforma-se
Em molduras oxidadas sem fim
Realmente estou calejado de amor, de ódio e indiferença
Um prego martelado inúmeras vezes... e torto

Ela ainda sorria na minha frente, depois destas palavras...
Talvez ela fique com o amor...
E eu venerarei a sua xoxota linda, com pelos delicados...
No fundo estamos todos presos a solitude próxima
Mas, vez por outra, em algum momento
Nossas ilhas se tocam pelo vento.


Luís Fabiano

segunda-feira, novembro 26, 2012

- Momento Boa Música - 

           Alceu Valença - Amor Covarde            

Edição e legenda - Luís Fabiano








Navalhadas Curtas: Céu, celular e Coriza

Estou deitado olhando o teto. Gosto de ficar fazendo isso as vezes, em silencio, como um anormal. Vejo formas interessantes, nas teias de aranha. O celular toca como se fosse um arranha-céu despencando sobre mim. Numero desconhecido, isso sempre piora tudo.

-Alooooo
-Fabiano... confessa...( a referida voz, estava em lagrimas e fungava muito o ranho... pelo que pude ouvir...)
-Hãm? Confessar o que ? Quem tá falando?
-Confessa... que tu não me queres mais...vai... que eu não presto... que eu...

Sem um nome, as vezes é difícil saber quem é. Além do mais, com lagrimas, ranho e desespero todos parecemos tão iguais... que merda Fabiano. Fiquei em silencio deixando o barco fluir...

-Não sei de nada – eu disse
-Tu não me queres mais, eu não presto pra ti né?Sou dispensável... como lixo...
-Eu nunca disse isso... mas quem é hein?
-Faz meses que tu não me vê... então é porque acabou... mas amor cara, não é assim...

As pessoas acham que se ver todos os dias, é estar próximo... não espero que entendam meu jeito. Meus casamentos acabaram todos...e eu estava muito próximo...

-Bem as vezes...
-Não Fabiano...não e não... acabou cara, eu sei que acabou...fim...
-Bom você ta decidindo tudo...
-É...( houve uma fungação de ranho do outro lado ) então ela desligou subitamente.

Não gosto de telefones tocam de madrugada... e como sempre, as pessoas tomam as decisões por mim.
Fiquei como um catatônico voltando ao silencio, ao teto e as teias de aranha...

Luís Fabiano.





Não decido coisa alguma
Sou a gosma rarefeita de uma ideia inacabada
Tomando a forma do vir a ser
Sem questionar nada... Mais fácil
Uns chamam isso de Tao, o caminho de vida no oriente
Eu não sei...
Só quero ficar na minha.

Luís Fabiano.

domingo, novembro 25, 2012

  - Pelotas Tatuada -  







O herói e as zonas de inquietação

A condição não era das melhores. Terrível presenciar crimes, e ficar ao mesmo tempo, perplexo com o que um ser humano é capaz de fazer. Não tenho duvidas que cada um de nos, em algum momento, é capaz de coisas complicadas...  De se complicar, seja lá o motivo que nos inspire... A questão é essa, na hora as coisas parecerão sempre justificáveis.

Eu estava vindo e parei naquele muro encardido para dar uma mijada. Então a mulher surge com um pacote, pacote imóvel, flácido e o joga na lixeira. Pensei, lixo é lixo. Mas como uma impressão desagradável que me move, aquilo me pareceu estranho.

Porque ela se esgueirava? Como se tivesse se escondendo? Uma atitude suspeita. Sou assim, desconfiado da própria sombra, foda-se, não consigo ficar desligado, tudo é esperado, tudo é possível, e a qualquer momento uma merda vai acontecer... Porra Fabiano...
A mulher se afasta rapidamente, depois de despejar o lixo. Tenho em minhas mãos uma garrafa de rum pela metade. Quando não mais a vejo, vou até o lixo. Abro o latão e não creio no que vejo... Uma criança? Morta? Viva? Meu peito dispara como um raio, e naquele momento, minha frieza se desfez... A criança estava suja, com o cheiro típico de nascimento, sangue, liquido amniótico e lixo, ainda tinha o cordão umbilical...  Infelizmente parecia não respirar.

O desespero me apanha... Eu a tiro dali com muito cuidado... Ela não respirava, meu olhar mergulha no céu, como um pedido silencioso da agonia... Misto de carinho pela criança, indignação com o Criador..., porra porque cara? Hein? Lembrei que trabalhei no hospital e sabia os primeiro socorros, no caso de uma parada cardíaca... Dobrei o cordão umbilical como pude... pois saia um liquido dali... E massageei o pequeno coração do pequeno... depois colei minha boca em sua boca e soprei ar... Fiz a operação algumas vezes... Quando estava no estertor de uma derrota... A criança respira... Ela respirou? 
Ela respirou... ela respirou... Ta viva...
E mesmo sem nunca tê-la a visto, eu a abraço como um próprio filho que não tive, ela tosse um pouquinho... E seus olhinhos se abrem para este mundo... 

Puxa, desejei que ela tivesse visto coisa melhor que a mim... me acho estranho, tocado e feliz... Ela me olha bem nos olhos, e seus olhinhos são verdes e brilham... Tiro minha camiseta e a enrolo e a levo para o hospital... Afinal deu tudo certo. As vezes é assim.
Na emergência do hospital, confusão, policia, agitação eles a levam... Mas ela esta bem... Mas e agora? Eu a perdi? Qual será seu nome? Não a verei mais? Ou nossas almas estarão para sempre ligadas pelo elo da vida e morte?

Quando acordei... Meu coração estava apertado, acordei chorando como uma criança... Por um breve instante que pareceu tão real, pude fazer algo bom para alguém... E como tudo depois, as coisas se perdem...
Gostei de ter acordado, e ao mesmo tempo não gostei. Estava de volta a realidade. Madrugada de sábado imerso em solidão. Abro a janela, as ruas estão calmas alguns carros vagabundos passam... Ambulâncias gritam, estou inquieto, não sei se saio, não sei bebo, e todas estas coisas parecem tentações pálidas depois daquele sonho.

Fui até a cozinha e bebi da garrafa de rum pelo bico mesmo, puro e sem gelo. Precisava acalmar o coração, que agora recordava memorias duras, perdas e mais perdas... e mais perdas. Quantas vezes é preciso perder, para que o Criador fique satisfeito?

Realmente estava me sentindo mal, numa zona de emoções dilacerantes cuja possibilidade de solução é remota. Onde eu enfiaria minhas mãos, para arrancar aquela sensação? Meu coração batia forte, numa espécie de taquicardia frenética. A merda é saber que não há uma única pessoa neste mundo capaz de resolver isso... Uma queda de braço entre as vísceras, o espirito e o coração. Poético mais medonho. Tente.

O melhor a fazer é anestesiar tudo, o mais rápido possível. Dediquei-me a beber o restante da garrafa, é muito melhor uma ressaca, do que fiados destroçados da alma em um liquidificador...
Bebi, e o turbilhão pareceu se acalmar. Desejei sonhar novamente...  Há uma região atemporal no espaço que nós todos podemos ser felizes, aonde a simples quietude nos conduz a graça, onde os desejos se calam, onde conflitos encontram descanso, e você se move sem esbarrar em nada... sem choques.

Quando acordei pela manha, a dor de cabeça muito forte, mas estava em paz... Então ouvi um choro de criança...


Luís Fabiano.


Pérola do dia:

"Amar é nadar contra uma correnteza de mijo com dois latões de merda amarrados nas costas."


 Charles Bukowski

sábado, novembro 24, 2012




Saudável, porem nem tanto

Não lido bem com a hostilidade
Geralmente mantenho uma frieza distante
Uma estatua sem risos
Demora-se muito tempo, para se tornar o pior
O gelo custa a forma-se no alto
E naquela noite
A hostilidade estava estuprando a boa vontade...

Vocês sabem...
Ela gritava como uma insana
E eu congelado no sofá, cena normal
É assim
Simplesmente não tenho vontade de agir
Sou um vampiro ás avessas
Aguento as porradas em silencio de eco

Até que ela se esgote, o esgoto achando a saída, o fim
Me sinto mais forte assim
Nenhuma força, apenas ficar parado como um anormal ou uma pedra
Geralmente acaba rápido
Ninguém briga com um morto
Não tem graça

Esgotos transbordam inquietações
Cachoeiras refletem as estrelas passivas
Gritando o pálido desconhecimento de nossas razões
Então tudo me parece estupido demais, depois
Porque não podemos, apenas sorrir
No silencio de um quarto escuro?

Não lido bem com a hostilidade
Mas não me torno violento
O anormal berrando cachoeiras no escuro
Meus esgotos em chamas
Estanques a procura de paz
Por fim ela silenciou, embora nada estivesse bem
Naquele instante de quietude
Achei que Deus estava presente...

Luís Fabiano










Navalhadas Curtas: Justiça das Ruas

O mundo está violento, inegável. Força bruta e ignorância, é sempre a mesma merda todo dia. Não esquento a cabeça como você, nem tomo partido de ninguém.

Estava passando pela Praça Coronel Pedro Osório, e um casal discutia de igual para igual. Diminui o passo e esperei as porradas. Previsivel. Não demorou muito e ela o acertou na cara, o cara sentiu e revidou, ela caiu no chão, mas parecia estar bem, não sangrava. Levantou-se e acertou novamente o cara agora mais forte...

E não sei exatamente o porquê, percebi que eles se amavam. Já tive este tipo de amor, damos e levamos umas porradas por uns minutos, e depois trepamos com ternura de amor eterno.
Não me meti naquela merda, e não meteria. Eles se mereciam. Uma mulher para ao meu lado nervosa:

-Moço, separa eles... Ele vai matar ela... Eu chamar a...

Realmente as pessoas não sabem nada de nada, pensei:

-Sei, mas quem a senhora acha que é a vitima? - Eu disse.
-A mulher é sempre a vitima...

Sorri. Ela tinha o discurso pronto como todas as pessoas que não pensam.
Neste instante magico da vida, a mulher acertou o cara nas bolas... O mesmo despenca chorando no chão como um bebe...
Olho pra mulher ao meu lado... Ficamos nos olhando e cúmplices de um crime, ambos sorrimos.
É isso que digo, ela também não prestava.

Luís Fabiano.


sexta-feira, novembro 23, 2012



Pérola do dia:

Caminhar na navalha, é temperar a existência. Não se vive no diáfano nevoeiro de emoções ideais. Lembre-se: tudo está fadado a chegar aos ossos”


Luis Fabiano

quinta-feira, novembro 22, 2012

Fio da Navalha Vídeo - PELOTAS FANTASMA II


  Fio da Navalha - Vídeo  


- PELOTAS FANTASMA II -

Nossa saga continua...
Memórias não se perdem, ainda que caiam em abandono. Casas e prédios feitos de cimento e tijolo, tem alma,  desejos esquecidos que os embalou, em sonhos bons...ou não.
Fio da Navalha trás os mortos a vida.
A beleza sutil com os rascunhos do abandono. O carinho misterioso, no urbano desfeito.
Senhoras e senhores Pelotas Fantasma II...







Trecho solto...

Quando você vir o edifício da prefeitura no centro da cidade, e todas aquelas pessoas finas e bem vestidas, não fique melancólico. 
Existe uma verdadeira multidão, uma raça completa de pessoas malucas, famintas, bêbadas, excêntricas e incríveis .Já vi muitas delas. Sou uma delas. Haverá mais. 
Esta cidade ainda não foi tomada. A morte antes da morte é uma coisa doentia.
Os estranhos seguirão firmes, e a guerra não terminou. Obrigado".


Extraído: Pedaços de um caderno manchado de vinho
Autor: Charles Bukowski



- Broxada Feminina -

Programações são sempre uma guilhotina
No pescoço do destino...
O ritual ás vezes garante a ternura
Porem capturar a beleza, é para quem sabe libertar-se de tudo
A merda de Monalisa está lá no Louvre, parada
Você vai até lá...
Ela fica sorrindo pra você com cara de idiota
Nos gostamos disso, vamos embora

Você a viu... A teve e a perdeu também...
Ela será o que você conseguir lembrar amanhã...
E se você tiver Ausaimer, Da Vinci parecerá um imbecil rapidinho...
É Da Vinci, você se fudeu cara...
Então voltei a mim...

Tudo estava preparado silenciosamente para o sexo
Quem não gosta disso?
Calcinha sexy, beijos molhados, cerveja gelada
E papos mesclados de uma putaria romântica
Gaivotas fudendo em pleno voo...
Enquanto as coisas deveriam a ficar molhadas

Mas é isso que digo...
Senti meu instrumento duro... E pensei: 50% do problema já esta resolvido...
Mas ainda tínhamos uma longa jornada pela frente... Ou por trás...

Começamos a coisa... Mãos, dedos e beijos...
Como empilhadeira eletrônica as coisas foram se somando em algum lugar...
A toquei carinhosamente, e estava seca como um deserto no verão...
Isso nunca é bom sinal...
Pensei em utilizar subterfúgios da vida: uma boa lambida, chupar e minha língua fundo nela com muito cuspe... Mas não...
Minha língua não iria apaziguar a sua alma
Quando agonias do não saber o que vai acontecer amanhã
Brilhava no seu espirito... Como sombras dolorosas de incertezas difíceis
Que vou comer? Onde está o emprego? As coisas vão piorar?
Porra de destino...

Paramos... Como um trem que havia descarrilado na floresta
E suas lagrimas vieram abundantes
Espremendo seu coração, como dique que se rompe a noite...
E a calcinha sexy ainda estava ali, e minha ereção também... 
Mas não
Isso nada significa
Lembro-me de Monalisa rindo estupida o Louvre
Sem saber o que estava perdendo por ai...

Mergulhamos no silencio cumplice de crime
E desejei ser uma escavadeira e tirar sua dor dali
Desobstruindo o destino
Aplainando felpas agudas e as merdas existenciais
Mas não sei fazer isso... 
Eu as vezes só pioro tudo
Fiz o que pude, e depois fui embora
Em algum momento as coisas funcionarão
É preciso apenas tentar ficar tranquilo


Luís Fabiano


quarta-feira, novembro 21, 2012







Mudanças Fatais, sequestro e Cretinos Soltos

Tenho pra mim que os cretinos vão dominar o mundo. Sim... E qual o problema? Não há uma puta alma nesta Terra que não tenha algo que deponha contra si. A inocência tirou férias. Tudo é uma questão de olhar bem. Mas raramente estamos visceralmente dispostos ai isto. Preferimos “fuder” os outros, com nossas próprias merdas.

Nossos preconceitos, nossa verdade absoluta, nosso proceder como sendo o mais certo do mundo. Estranho isso, mas valores também mudam, e desvalores também. O erro é aprisionar-se ao é, quando um mar de possibilidades evolutivas reverberam a todo instante.

Qualidade de dantes, hoje talvez estejam obsoletas, e nos ficamos achando que o mundo é o mesmo. Não é, nada é. Agora, acompanhar isso não é das coisas mais fáceis. O que ontem era errado, hoje é certo e amanha não sabemos.

Essa era a discussão na mesa de bar. A catedral dos bêbados, o ombro amigo estendido na madrugada para os filhos da puta de plantão, onde doses de felicidade são servidas lentamente e gelada.
Outros preferem coisas mais fortes, e sabe-se lá. O que é calamidade para mim, é um paraíso para outro, portanto relaxe.
Fazia muito tempo que Sebastian não aparecia. Mas ele estava ali na minha frente, parecendo um mendigo e bêbado. Exatamente como gosta de estar, sujo e sem grana. Minha historia com Sebastian é antiga.

Ele é um tipo errante, circula por ai e parece perdido. Passa tempos sem aparecer e então do nada aparece. Sem endereço certo ou paradeiro, ele faz o tipo ousado, se lança para fazer coisas, tem postura e atitude o que as vezes surpreende.

-O mundo tá ficando uma bosta – disse o Marcão – é essa merda de musica enchendo as rádios, porra, onde estão Chico Buarque, Milton Nascimento e Caetano...
-Não é por ai cara – eu disse –as coisas mudam, a proposta do mundo hoje é outra... Tu procuras o que te agrada em tudo... Isso vai de sexo a musica... na real hoje tu é mais livre democraticamente... Agora o que ocorre, é a proposta do mundo querendo te enquadrar dentro do sistema. É literal cara... Se ficar aprisionado apenas a temáticas da moda e estilos atuais... Naturalmente se caminha para fragilidade de pensamento ou uma espécie de estupidez coletiva. Viva os cretinos!
-É disso que falo porra: a grande massa é estupida... foi e sempre será.
-Sem duvida alguma, se a voz povo, é a voz de Deus... Começo a ter minhas duvidas sobre o Criador... Como faz merda né?
Sebastian, apenas sorria como um idiota, sem nada dizer. A mesa cheia de garrafas de cerveja vazias, aquilo era lindo. Não resolveríamos os problemas do mundo. Por fim ele finalmente abriu a boca:
-Senhores... Senhores. É inevitável, o novo sempre vem, dizia Elis. É inútil brigar com o tempo, a única coisa que se pode fazer é procurar ao longo do tempo, deixar a mente mais afiada... Como um remador que deseja chegar ao destino... Porem, ele pode cansar as vezes. Não pensem que vão se tornar vinho bom, o top... Mas com a mente afiada, o fio será as tuas asas, o qual poderás sobrevoar este imenso manancial de merda que é a vida!!
Houve um silencio sepulcral. Sabedoria profunda? Que merda, nossas almas vazias como as garrafas. Creio que excesso de filosofia e bebidas deixam as coisas menos suaves.

Na real que havia me cansando daquilo. Sebastian tem coisas mais interessantes para contar. Mas isso não aconteceu. Mudanças realmente são inevitáveis:

-Chega desta merda – eu disse – vamos agitar as coisas... E parar com esse punheta filosófica.
-Ta, mas que vai ser?
-Eu sugiro um puterão de quinta categoria. Putinhas fáceis de trinta pila.
-Não... não... Cara... Para com isso ta maluco.
Porra, pensei: que esses caras tem ? Ninguém parecia estar animado. Será que o tempo e a idade estão pegando? Ou eu sou infantil? Ok. Que seja, mas a necessidade de alterar tudo sempre me move. Beber é pouco, andar a cento e trinta quilômetros é pouco, chocar-me com o céu é pouco.
Nesse meio de raciocínio, um carro muito elegante encosta no buteco. Desce um cara, de terno e gravata e se dirige a Sebastian.
-Senhor Sebastian? – com uma voz grave.
-Sim...
-O senhor precisa ir conosco, a dona Marisa precisa que senhor fale com ela...

Ficamos nos olhando. Sebastian parecia apático, literalmente cagando para aquele circo.

-Não senhor... Não vou a parte alguma, estou aqui com meus amigos...
-Creio que o senhor não entendeu senhor Sebastian...

Achei que uma tempestade estava se formando, mas o complexo é não saber para que lado dar razão. Sebastian tem rolos... O cara do terno quem era? Marcão que estava meio bêbado, levantou:

-Se manda cara... O Sebastian quer ficar aqui com os brother dele...
-O senhor queira se acalmar... Vai ser melhor...

Aquele cara de terno falando senhor isso, senhor aquilo, senhor , senhor, senhor... Já tava torrando meu saco. Me levantei também... Os outros colegas e Sebastian permaneceram chumbados a cadeira.
Então o cara do terno, deu dois passos para trás... E mostrou o brilho sinistro de uma arma prateada...

-Senhores...senhores, por favor... Permaneçam tranquilos, para que a paz esteja entre nós...
-Tá bem... Tá bem... Eu vou – diz Sebastian – pondo fim na situação.

Ele se despede de nós, e entra naquele carro bacana. Pra onde foi? O que aquilo tudo significava?Que merda estaria acontecendo? Não pude deixar de pensar, o quanto a ignorância pode ser uma benção. 
Estava legal de ação aquela noite. É exatamente isso amigos, existem dias que não rendem absolutamente nada. A puta que pariu com isso.


Luís Fabiano.


terça-feira, novembro 20, 2012




Dica de Filme: Salve Geral (2006)

A vida imita a ficção. A ficção é por vezes profecia. Ai você pode escolher o que você quer ver. Este filme aborda exatamente o que esta ocorrendo em São Paulo. Mas já aviso: o filme não traz paz ou concórdia.
Ele nos deixa uma sensação de vazio, desconforto, medo e insegurança. Quem está preso afinal?
Talvez porque sua dose de realidade seja uma porrada em nosso estomago. Filme é ousado.
Assiste aí, e tira as tuas próprias conclusões.
Enquanto isso, em São Paulo tá valendo o Salve Geral.

Luís Fabiano.



Pérola do dia:

  “ Nenhum de nós é quem  parecemos ser pelo lado de fora. Mas precisamos
manter as aparências para sobreviver ” . 



Dexter

segunda-feira, novembro 19, 2012




Navalhadas Curtas: No Corredor

Chego em casa as três da manhã. Uma noite virginal, quando meu sonho maior será uma punheta encantada antes de dormir. Gosto assim, sou um anjo punheteiro agora. Entro no elevador e chego no meu  andar.

Alguém conversa no corredor. Um casal parece. Os ouço pelo vão da escada. Abro a porta do Ap, mas não entro.Fiz de maldade mesmo. Uma conversa de corredor as três da matina... É algo relevante. A luz do meu andar se apaga automaticamente, eles seguem conversando como se estivessem sozinhos. Eu gosto muito deste prédio...

-Ta Zé... então me diz, onde tu arrumou este corrimento aí? É Gonorreia? Será?
-Vou saber... eu que deveria te perguntar, porque a tua vagina tá assim? Que cor é isso aí? Verde? E esse cheiro? Deus do céu...Horrível, como pode feder tanto...
-É... nós dois somos uns fudidos – ela diz
-É Monica, mas  agora azar... Vamos ter que cuidar isso...
-Tudo bem... mas não as três da manhã...
-E as três da manhã acho que não...
-Bom...e o que tu sugere?

Apenas ouvi os sons de beijos... começaram a se arretar forte no corredor, não vi seus rostos ou corpos... Mas seus gemidos enchiam o corredor e me inspiraram... 

E naquele corredor feito de felicidade e corrimento, eu tirei meu instrumento para fora... e gozei ouvindo-os gemer.E de alguma forma, éramos os três porquinhos na versão trash/bizarra. Que bom.

Luís Fabiano.


domingo, novembro 18, 2012


Pérola do dia:


“ A vida me ensinou... começamos fazendo amor com uma mulher,
primeiro pelo olhar.
Um olhar de desejo jamais mente”.


Rei das Bucetas.