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terça-feira, novembro 27, 2012



Te amo, porra nenhuma...

Mesa de formica branca
De uma limpeza felina impecável
Sorrisos fáceis e contínuos, como uma esteira eletrônica
A vida seguindo como um mergulho na lama
Não inesperadamente ela diz:
-Fabiano, te amo.

E isso me pareceu uma sentença de morte
Disse uma vez, e depois dez mil vezes
Repetindo com o tempo, era uma metralhadora de merda
Não me impressiono com isso...
É como se dissesse: vou ali na esquina
Eu digo: ok baby...vá...
Eu sou um vagão estacionado...

É por isso que acho o amor uma merda, muitas vezes...
Ele é fácil como papel higiênico
Palavras que servem para esconder os sentimentos reais
Aceito este  jogo, é assim que tratamos as emoções
Como cativos voando nos sonhos de liberdade
Águias amputadas, rasgando os filamentos de nossas culpas

Terrível ver tudo transforma-se
Em molduras oxidadas sem fim
Realmente estou calejado de amor, de ódio e indiferença
Um prego martelado inúmeras vezes... e torto

Ela ainda sorria na minha frente, depois destas palavras...
Talvez ela fique com o amor...
E eu venerarei a sua xoxota linda, com pelos delicados...
No fundo estamos todos presos a solitude próxima
Mas, vez por outra, em algum momento
Nossas ilhas se tocam pelo vento.


Luís Fabiano

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