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sábado, janeiro 31, 2015

Pérola do dia - Rei das Bucetas

Pérola do dia:





“ Uma buceta possui uma alma por detrás,
Não é somente líquidos, gostos e cheiros
Mas uma mulher que sente”.




 Rei das Bucetas

Ler é fuder com a mente




Ler é fuder com a mente

Se vai ler por ler
Não faça essa merda
Se vai ler empurrado para um cativeiro
Não leia porra nenhuma, não valera a pena
Por que ler é sentir-se seduzido
Ler é ser drogado profundamente
É perder-se da realidade

Se a porra do livro não mexer com você de forma alguma
Não perca tempo
Bata uma punheta ou siririca...
Veja novelas ou outro lixo qualquer não fará diferença
A merda vai entrar na tua cabeça de qualquer jeito

Mas quando pegares um livro
Que te faça sentir despido
Que provoque raiva ou amor profundo
Isso vale a pena
Você vai sentir a tua mente viva
Como uma buceta molhada
Pingando desejo

Você vai quere ser arrancado da mesquinharia existencial
E deixar a mente fuder feliz
Como vermes sebosos felizes perfurando o espirito
Se a porra do livro
Provocar isso em você
Ai sim
Você perceberá que tudo vale a pena
Essa obra será a tua amante e filha
Porque ela opera o milagre
Ainda que mil nadas ecoem

Nas trincheiras de nossos medos
Uma palavra bastará
Para que a beleza inunde tudo
E ainda que seja por alguns segundos
Tudo valera a pena
Mente que fode
Mente que fudeu
Prazer que adormeceu


Luís Fabiano.


E vem ai - Coisas Que Odeio em Você -



Coisas que odeio em você?

- Odeio gente que fala, eu te amo a toda hora, como quem vai comprar cigarro no bar... soa falso.

Luis Fabiano

sexta-feira, janeiro 30, 2015

MOMENTO BOA MUSICA - ÍNDIA MARIA


Edu Caboclo Damatta - India Maria 

Encerrando a semana com baita astral, com a musica um artista local o Caboclo.

É um vídeo antigo que fizemos com o Caboclo, onde realizamos as nossas primeiras entrevistas. Perdoem a qualidade de imagem, pois foi feito com a primeira máquina que tive na vida.

Caboclo compensa nossa falha, com o talento e com esta linda musica chamada Índia Maria.



Perola do dia:



quinta-feira, janeiro 29, 2015

Dica de FILME – O LOBO DE WALLSTREET



Dica de FILME – O LOBO DE WALLSTREET

Mas que porra é essa?
Então você acredita que existe outro Deus, que não seja o dinheiro? Hein...hein...digam?

Quando você ficar doente, vai rezar ou vai querer pagar o melhor médico pra te tirar a porra do doença que você tem?
Diga pra si mesmo...diga...agora...

Vai querer ficar lamentando migalhas da pobreza... ou você quer comprar uma puta casa bacana, ter carros bons pra caralho e claro, ter bucetas? Isso mesmo que eu disse, bucetas,muitas bucetas, bucetas saindo pelo ladrão seu porra ! Isso mesmo que leu.
Ou você vai dizer que quer continuar sendo o mesmo merda de sempre?
Contando trocados pra comprar alguma bugiganga, em várias prestações? 

Então, se você pensa assim, esqueça esse filme! Esta obra trata de ambição sem limites, e sobre tudo do Deus DINHEIRO!
É isso. Quer ser uma pessoa melhor? Tenha dinheiro. Quer ser generoso? Tenha dinheiro. Quer curtir a vida sem parar? Tenha muito dinheiro, dinheiro pra caralho, dinheiro para encher o cu do diabo e faze-lo vomitar de tanto dinheiro.

Puta que pariu que filme, tremenda atuação de DiCaprio, em uma obra monumental obra do diretor Martin Scorsese .
Não pense duas vezes...não tenha dúvidas olha a porra do filme e se convença de muitas coisas.


Isso não é trailer, é um trecho do filme...para você sentir a energia !O trailer é mais abaixo...



Trailer Official 


Poesia Fotográfica



quinta-feira, janeiro 22, 2015

Consequências - FINAL




Consequências

Final.

Ele queria sexo, mas Miranda traumatizada, não reconhecendo mais aquele cara que trepou com ela a luz e a sombra das estrelas...agora era um animal que empunhava uma piça suja que queria enfiar-lhe de qualquer jeito. Os pais de Miranda não se metiam, acreditavam que briga de casal ninguém deve se meter.

Maria cresce, fez o primeiro, o segundo e o terceiro ano... neste clima que só piorava, uma criança que conseguia sorrir mesmo que ninguém brincasse com ela. Um dia Dilam chegou mais bêbado que de costume, talvez esse seja o veneno existencial, acostumar-se com tudo, achar tudo tão normal, achar aquelas mortes de quem não conhecemos algo muito natural, afinal o mundo tem fome, tem peste, tem violência... tem tudo. E nos acostumamos para ser feliz... consequência.

Dilam quis abusar de Miranda, ela bateu nele, então ele como a crueldade natural dos perdidos, tentou abusar de Maria, a menina... bem aquilo foi demais para todos, mesmos para os indiferentes pais de Miranda. Dilam tentou violentar Maria, e foi agredido e expulso daquela casa.

Consequência. Dilam, viciado, bêbado, grosseiro, estuprador, enlouquecendo. Não tem para onde ir, e claro vai para casa dos pais. Os pais o recebem, mas claro não sabem da história toda. Felizmente Maria não sofreu nada.
Nada é tão fácil, a família de Dilam vai tirar satisfações, onde a verdade é vomitada na sala. Decepção, agonia, tristeza, e a imagem de filho desfeita e construída uma feita de um marginal que nem, digna de pena...
Consequência... desconstrução, devassidão, desalinho, a falta de algo que de um norte certo... um barco perdido, sem carta náutica, sem bussola tentando apoios que desmoronam.

Os pais de Dilam voltam para casa o filho não está mais, foi para o bar, mais bebida, Dilam transtornado pois a verdade tem um peso inconfundível.

Miranda em casa sente um alivio, mas o amor é estranho entre os humanos, mesmo sendo prejudicados, nos apegamos a dor e a dor faz falta resultando em uma outra tristeza. Ela queria aquele homem que havia conhecido, ela queria até que agora ele fosse um pai bom... mas nada era assim. Ela agora era caixa de supermercado, havia melhorado mas em seu peito um vazio algo corroía tudo. Maria crescia linda e feliz em um lar arruinado, com uma mãe que ainda não a aceitava, mas o tempo... bem o tempo vocês sabem, ele termina nos vencer de alguma forma. Nem tudo se esquece.

Passa muito tempo, Dilam agora é um bêbado completo e está doente porque existencialmente se agrediu muito... consequência. Miranda agora é uma mulher de 30 anos e sua filha tem 15 e começa a namorar... Um novo ciclo começa.
Miranda ainda é uma mulher amarga, se vê na filha e por incrível que pareça ela não deseja a filha um futuro melhor... ela não teve futuro.

Dilam adoece mais, e volta para o hospital dentro de péssimas condições, em que o atendimento é difícil, quase tão doentio quanto o próprio doente. Exames são feitos e ele está com câncer terminal onde nada pode ser feito. Quando o médico lhe informa as condições que ele se encontra, depois de muito tempo Dilam chora. E os segundos da vida passam a ter um valor que jamais teve... mas o tempo destrói tudo, o arrependimento... consequência.

Lembra-se de tudo que fez, até mesmo a tentativa de estuprar a filha, as bebidas e sente saudade de Miranda. Mas que tempo? Que quando? Que nada.
A família de Miranda fica sabendo do destino de Dilam e informam a ela e a filha, e Miranda chora e Maria não sabe o que sentir sobre aquele pai ausente que tentou abusar dela criança, que agora a morte estava levando. Consequência.

Todos vão para o hospital com uma sentença irrevogável de tristeza, afinal no final da vida o perdão redime pecados? Ou talvez nada disso seja importante, vamos nos livrar das culpas, dos medos e tentar seguir em frente apesar de... seguir sem frente porque não há escolha.

Chegam ao hospital, Maria e Miranda... então no quarto de Dilam, não existem palavras que possam conter, explicar ou justificar nada.
Miranda olha aquele homem destruído, vencido pelo tempo e derrotado por si mesmo, Maria aproxima-se do pai, não sabe o que fazer... ela precisa de mais tempo, de mais convivência, de mais tudo...mas tudo que não existe é tempo. 

Miranda aproxima-se de Dilam, ela balbucia algo e o abraça, no fundo ela não queria que terminasse assim, Dilam não queria que terminasse assim, mas que porra, vocês sabem que para a morte nada disso faz diferença. E aquelas horas se converteram em um tempo esgotado, Dilam fecha os olhos e nunca mais os abriria neste mundo.

A família de Dilam tem revolta, culpam Miranda pelo fato que seu menino virar um marginal, um bêbado e um abusador de criança... consequência.
Miranda e Maria foram proibidas de irem ao enterro, elas não foram no dia, mas no dia seguinte se despediram em definitivo. Consequência.
Miranda volta para o supermercado, a relação com a Maria pareceu ficar mais leve depois da morte de Dilam. Consequência. Então Maria apresenta o seu namorado para Miranda e pela primeira vez ela e a filha parecem mãe e filha, demorou apenas quinze anos isso...a felicidade parece entrar na vida delas. Consequência.

Rodrigo o namorado parece ser um cara bacana, eles parecem felizes excessivamente. Miranda percebe nos olhos da filha um sentimento e o natural desejo, mas curiosamente não diz nada a respeito. Não falam de sexo, não se comunicam totalmente. Consequência.

Dias passam rápido então, um dia destes Maria deseja falar com Miranda. Miranda chega a sala e Maria tem um lenço branco úmido lagrimas...
Consequência.

Luís Fabiano.




domingo, janeiro 18, 2015

Poesia Fotográfica




grelo e um pau ?

O grelo e um pau 
simples como a vida 




Consequências - Parte I



Consequências
Parte I

Um lenço branco esquecido descansa sobre a mesa molhado, tudo era lembrança, porque devia ser assim? Chorar é imprescindível ao viver...mas não somente isso.
Dilam começa o namoro com Miranda.
Eram adolescentes com os hormônios a flor da pele, tudo são desejos, tesão e genitais umedecidos, é a linda sinfonia da natureza dizendo... foda, foda, foda ou para ser mais poético, reproduza, reproduza, eu a natureza quero me perpetuar através de ti. Muitos acreditam nisso... e isso é consequência.

Naquela noite Dilam queria Miranda, mas local, sem dinheiro tiveram a ideia de ir para o Parque da Baronesa, ali naquela escuridão daquele verão belo, Dilam come Miranda com amor... ela perdeu o cabaço entre as arvores, no mato e grama úmida, com o céu repleto de estrelas cintilantes, numa apoteose romântica que só acontece na inocência, eles tinham dezessete e quinze anos.

Noite linda, paixão besuntando tudo de vida e claro a pobreza... mas a poesia acaba ali... naquela noite, Miranda estava ovulando e daquela trepada única ela engravida... consequência.
Ambos eram de famílias muito pobres para não dizer miseráveis mesmo, não estudavam, então agora teriam que trabalhar, porque a possibilidade de aborto sequer não passou mente deles... os pais eram religiosos ortodoxos, tudo se convertia em pecado diante de Deus. Um Deus que cria regras para fuder a consciência dos seres humanos...cara legal esse.

Sem dinheiro, agora trabalhando em um serviço miserável, para conseguir uns míseros trocados, assim neste clima cresce a barriga de Miranda. Os dois jovens sentem o peso da responsabilidade, mas que merda, embora em uma era de tanta informação, eles estavam cegos de desejo, porque uma informação não significa nada diante dos desejos, explique a um viciado que o vício é algo ruim? Ele até pode saber, mas jamais ira entender porque uma ideia é fria diante das emoções quentes que vivemos... ideias ficam, ideias se perdem, mas desejo...puta que pariu...desejo é um trator passando no teu peito te empurrando para teu objeto de desejo, é uma corrente estendida rompendo a moral, rompendo a ética rompendo as direções.

Naturalmente a vida de Dilam e Miranda se transformou uma merda, antes mesmo de começar...religião mal dirigida, preconceitos, pobreza, pouco entendimento, serviço de merda e um filho indesejado a caminho.

Começaram a brigar...porque o que sentiam romanticamente não era e jamais seria amor...era desejo puro simples, mas é de nossa natureza romancear o brutal, romanceamos tudo para tornar palatável a existência, para que ela não seja tão crua, adoçamos muito a merda do viver...para tornar melhor, porque viver a realidade pura e simples pode ser bem desagradável, se pensar bem...que motivos você teria para ser feliz? Pense rápido, e dirás, meus filhos, meu trabalho, minha família um amor talvez? Pois é..então você é feliz assim? Pouco importa o mundo, as merdas existências, a violência, a fome a doença... mas a verdade é essa, você é feliz porque é profundamente egoísta... mas relaxe não há mal nisso, isso também é da nossa natureza territorialista, ta tudo bem e justificado.
Sejamos felizes e foda-se o mundo, é saudável. Consequência.

Dilam e Miranda brigam, Dilam está pressionado, teve de parar de estudar, trabalha como escravo e seu padrão o trata como um bosta, porque ele não sabe coisa alguma, por outro lado Miranda, cresce e por um motivo natural, ela não gosta do que carrega na barriga, suas amigas agora não tão amigas debocham dela, ela perdeu as curvinhas de menina, esta inchada, sente coisas que jamais pensou em sentir... por muitas vezes pensa que gostaria de tudo acabasse rápido, que talvez a criança morresse ou que ela mesmo morresse, se sentia inferior, os pais preconceituosos não olhavam mais a filha como menina, era uma mulher...e portanto não havia mais incentivo de coisa alguma. Mãe, menina, mulher, perdida, aflita e querendo morrer... pura consequência.

Porque fim chega a hora do nascimento, em um hospital comum, sem pé natal, sem berço, e algumas poucas roupinhas e um milhão dúvidas sobre o futuro. Chegam ao hospital e a apesar dos péssimos atendimentos a criança sobrevivente consegue nascer, mas a família não aparece, o Dilam pai, desesperado, querendo beber com os amigos, querendo celebrar a liberdade, querendo viver e desafogar-se da merda que se encontrava, era um pai de 17 anos que não estava feliz com o nascimento de Maria. Sim mais uma Maria sem mundo, sem futuro, que iria tentar sobreviver ela era a consequência.

Mas que merda tudo tem consequência... e tudo tem mesmo. Nada é vão. Um simples peido tem consequências, uma decisão mal tomada e você é cativo das consequências...mande a merda, mande se fuder...mas isso pense pra caralho...sempre.

Eles vão pra casa de ônibus, mãe criança, a criança e o pai que se olham e não sentem felicidade, não sentem prazer algum, o amor de Dilam se foi, a criança pra ele representa um cativeiro que teria que se libertar, os olhos brilhantes de Maria é uma sonata feita de esperança, mas Maria não sabe nada, porque é assim, sempre sabemos como começa, mas nunca sabemos como irá terminar.

Chegam a casa dos pais de Miranda, a família está na culto, Miranda não consegue dar o peito para Maria, suas tetas estão secas, ela repudia a criança, ela repudia Dilam, e Dilam não é mais o mesmo. Afinal pensa mas que deu errado? Porque tudo tinha que ser assim? Então Deus havia virado de costas para ele? Talvez. Quando a natureza entra em jogo, Deus parece sair de cena.

Nem infância ou adolescência, Maria chorava muito, tinha fome, aquilo incomodava a todos, os pais de Miranda, Dilam e todos. Então arrumaram um litro de leite para dar para Maria. Miranda não sabe cuidar de criança, ela preferia quando eram as boneca, mas bonecas não cagam, não comem e são silenciosas.

Eu sinceramente achava que Maria não fosse sobreviver... mas para entender isso seria preciso um milagre. Ninguém ajudava, davam leite pra criança quando tinham...ela chorava muito. Dilam passou a estar mais ausente, começo a beber e a ficar nos bares. Que fazer, ele queria também fugir, se aliviar, aquela maldita criança chorando não aguentava mais. Curiosamente, grana para as bebida existia. para o leite faltava. Miranda tentava seguir sua vida, queria ser a menina novamente, queria voltar a escola, queria ver as amigas, queria a vida que perdeu. Coisas que Freud explica.

Saudade, subemprego, cativeiro, choro, fome, tristeza e vícios...consequência.
Dilam passou a beber como gente grande, e naturalmente se viciou, chegava bêbado em casa, discutia com os pais de Miranda, e mesmo no pequeno cubículo que a família fez para eles, Dilam mostrava que estava mudando. Agora Dilam falava mais grosso, chegava bêbado todos os dias e começou a dar empurrões em Miranda...


Luis Fabiano

Segue.


domingo, janeiro 11, 2015

POESIA FOTOGRAFICA



Como não amar os pelos que emolduram a existência.



Dica de Filme - O LOBO ATRAS DA PORTA


O LOBO ATRÁS DA PORTA

Te liga a  vida nada é o que parece ser...e se parecer ser, duvide.
Duvide de tudo, até de você mesmo.

O malandro conhece uma garota na rua... mas como a gente vai saber que a garota pode ser um problema a longo prazo? Vagabundas e canalhas existem por ai a rodo...
Ou você se mostra exatamente como você de prima?
Nada disso, a sedução de jogos, tem armadilhas e desfecho que pode ser bom ou não...vai saber?

Então te liga, e se pergunte, onde você guarda o seu lobo?
Ou vais me dizer que não tens nenhum lobo pra guardar? Vai vendo.
O filme é isso, a descoberta e depois o questionamento, que fazer quando o lobo sai de controle?
Agora vocês me dão licença porque acho que meu escapou, vou resolver essa parada.

O filme conta com os atores: Milhem Cortaz, Fabíula Nascimento, Leandra Leal, e Juliano Cazarré. Filme de 2014.


CURTE AÍ O TRAILLER





Pérola do dia :




“ É preciso ser muito sensato, para que possas

realizar coisas insanas e impensáveis ”.

Fio da Navalha

sábado, janeiro 03, 2015

sexta-feira, janeiro 02, 2015

Disritmia - Moyseis Marques

Disritmia  - Moyseis Marques 

Para fechar a semana em alto astral com esta interpretação de
 Moyseis Marques
curte ai...e a porra do ano ta recém começando...vamos-la...








Platônico, plutônio e afagos do vácuo



Platônico, plutônio e afagos do vácuo


A relação perfeita não existe...
Mas se existisse ela seria feita de ausências
Ausência de excessos
Sem palavras
Sem beijos
Sem toques
Comunhão de oxigênio
E olhares que se encontram furtivamente

Penetrações mentais
Num entendimento todo feito de vácuo
Trocaríamos sonhos
Teceríamos pecados equidistantes
Viveríamos em uma solidão próxima e imediata
Beijaríamos sombras, luzes e amanheceres
E abraçaríamos o vento
Uma relação toda perfeita
Toda telepática
Sem tato
Cheiro
Gosto
Ou suor

Uma relação tão funda que nunca faltaria nada
Nem sobraria
Numa linha de todo o equilíbrio
Sem ranhuras
Nós
Atravancos
Ou gritos disformes
Inseridos um dentro do outro
Como as vozes das sementes que clamam emudecidas
Como fecundidade
Gestando o porvir
Nem passado
Nem futuro
Apenas o presente tão carinhoso

Tão intenso
Como o abraço que não mais podemos receber
Beijos que não podemos dar
Encontros que não acontecem mais
E fica
A música calada da tua emoção
Irretocável melodia
Mas nós não escutamos
Ta me escutando?



Luís Fabiano.