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sábado, abril 10, 2021

Fezes do Céu

 

Fezes do Céu

 

Ela ajoelha-se

De olhos brilhantes fitando o céu

E espera

Enquanto o tempo carcome tudo

Então reza até quase se cagar

Mas o céu é foda

Indiferente

O céu é porra nenhuma

Passam -se anos de sua vida

 

E mais ou menos assim

Ela reza

Implora

E nada.

Enquanto segue se fudendo com gosto

Segue sofrendo

Segue pagando uma conta invisível

Segue sua jornada infeliz

 

Então tudo muda

Não pede mais a ele

Pede para o outro

E advinha?

É a mesma merda

Tanto o céu como o inferno são indiferentes

Então apela

A cristo, buda, Chrisna, Osiris, Baal e Moloc

E claro estão ocupados como um iphone

 

E essa porra toda só serve pra uma coisa:

Você se dar conta que esta sozinho

Não existem milagres

Seja o milagre

Não existe benção ou maldição

Existe só você com o que você é.

 

E puta que pariu

Que você esperava?

David Coperfield tirando coelhos pra você?

 


L.F

sexta-feira, abril 09, 2021

Velho das calcinhas rasgadas

 



 

Dias se passavam

Gritos silenciosos místicos rasgando a alma

Agora ele via sua vida

Sua pseudo vida passou

Sua vida de merda

 

Agora com 78 sua mulher 70

Isso parecia lindo e doce de longe

Ele me falou isso com um olhar sereno pra mim

Não queria mais aquela paz feita de pigarros e comprimidos

Ler jornal e esperar a porra da sopa sem veneno de todos os dias

 

Ouço coisa e tantas coisas

Ele me diz que sua velha agora é assexuada

Era uma alegoria da devassa de outrora

Não o toca mais

Esta sem cheiro de mulher

Tem vergonha de tudo mesmo quando ele mostra o pau

Seu pau ainda se erguia

Como a cabeça do monstro do Lago Ness

Se fosse bem tratado pela boca de alguém

Elogiei

Ele segue

 

Mas agora eu não quero mais assim

A vida inteira sempre pensei

Coisas que jamais fiz

Que jamais tentei

Medo sempre o medo

Medo do medo...

 

Ainda da tempo - eu disse

É dá e tenho pressa agora

Disse isso despindo-se

Com carinho e fúria do tempo

Peles brancas flácidas

Então completamente nu

Vestiu uma lingerie linda preta

E se sentiu como nunca

Lacunas se completaram

Seu sorriso como a vingança do tempo

Alcançada de uma vida que foi boa

Mas que delicia

O melhor

Sua velha nem imaginava

Havia poesia nisso

Porque tem coisas que jamais saberemos

Melhor assim

Pois a verdade tem sua beleza

Mas a vida não é de verdade

Nunca foi...

Nunca será.

 

Ele se olha no espelho

Mostra flácida bunda e tem um sorriso

Recomendo que rebole um pouco

Ele faz

As vezes a vida pode ser boa

Ele tira a calcinha e observa no espelho

O pau ainda murcho

O imenso

Largo e flácido cu

Quantas mãos entrariam ali?

Quantos caminhos temos em nós?

Com carinho

Colocou 3, 4 5 dedos...

Sua mão.

Adeus.

 

L.F