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segunda-feira, maio 31, 2010

Impaciência

Lá vem aquele papo novamente.
Uma cantada barata,
Hoje tudo esta inverso, mulheres cantam
E nos comem.
Fiquei sentado, ela falava sem parar.
A boca,
uma metralhadora,
conversa fiada,
chata,
Velha.
Falar de sí, é uma idiotice,
Contar a soma das merdas que a vida é.
Quem não sabe...
Finjo que estou interessado,
já sabemos
Que tudo irá acabar em uma cama barata.
Com uma foda
Meio triste e meio bêbada.
Não sei.
Fui me irritando,
Como o arrependimento que consome lentamente.
Olhava ela falar,
sua boca parecia que mascava um chiclete interminável
De palavras.
Aquela foda estava ficando cara demais,
já não era prazer.
Nem bebida salva.
Não sou violento.
Mas não estava feliz com aquilo,
Nem com ela,
nem comigo.
Em dado momento,
me deu vontade de bater nela,
só um tapa !
Cala boca vaca,
pelo amor de Deus,
cala a boca.
Não adiantava,
sua vida era chata demais.
Não pedi licença, levantei,
fui embora.
Chega disso.
Nem conta,
nem trepada,
Nem assunto,
nem voltar sozinho pra casa pela manhã.
A noite estava boa.

Luis Fabiano.

Navalhadinha:

O telefone toca, atendo:
-Sim?
-Fabiano, vamos fuder?
Paro um instante pensando, consultando minha libido. Nada acontece dentro de mim, o pobre músculo, permanece impassível, morto, broxa. Respondo:
-Não, não to afim.
-Tem alguma coisa errada contigo, ou comigo, não és mais o mesmo, que merda.
-Sei. Tudo bem, afinal quem é sempre o mesmo?
-Tá bom então, que fazer? Vou fuder com outro.
-OK, boa sorte.

Luís Fabiano.

domingo, maio 30, 2010


Parto de dor.

Depois de um tempo,
A frustração cansa.
Era sempre uma mesma coisa.
Havia vontade, desejo,
Tesão,
Trepadas longas.
Mas não é assim.
Então vinha outra mãe.
Mais velha, mais nova,
Mais doente ,
mais saudável, mais louca.
Mais fértil.
Todos os pelos.
Começava novamente.
Jornada longa
Montanha acima.
Íamos perdendo o folego.
Então morriam,
Um a um.
Uns rápido, outros lentos.
Nunca chegavam a respirar neste mundo.
Nem leite,
nem papinha.
Respostas, justificativas e morte.
Era só.
Uma vez amaldiçoei minha porra.
No fim, não tinha culpa.
Mistérios da natureza
Foi assim ontem e hoje.
Minhas lágrimas
Se misturaram ao sangue, um pouco meu.
E o choro que ouvi,
não era da vida.
Poderia explicar tudo,
Mas em que adiantaria?

Luís Fabiano.

Navalhadas Curtas: Eu, vinho e amigos (Malditos da alma)

Sozinho no apartamento, deixando a noite cair lentamente, comigo apenas os autores que mudaram minha vida. De um lado Pedro, do outro Hank, sentando mais adiante Celine reclama. Outros estão pra chegar.
Não sei são fantasmas, se estou lentamente enlouquecendo. Mas se enlouquecer é isso, eu quero realmente pirar. Eles sorriem muito, bebem a vontade, conversamos todos. Miller ainda não chegou, sempre se atrasa, nossa amizade não se solidificou ainda, mas é questão de tempo. A conversa é algo animada, feita de muitos silêncios.
Contam suas historias, lindas, tristes, míticas, derrotistas, divertidas, explosivas. Hora gargalham, hora choram e fazem chorar. Ficamos ali por horas, até que minha garrafa de vinho acabou.
Volto a mim, não consigo levantar da cadeira, to bêbado demais, caio no chão, bato a cabeça em algo, estou sozinho. Alguém rí de longe, não sei quem é. Vão se fuder seus putos, me ajudem aqui!
Mas não, eles tinham ido embora. Decido que é uma besteira tentar levantar, vou dormir aqui mesmo, no chão como qualquer bêbado digno, é questão de ética.
A madrugada avançou, senti o corpo esfriar, normalmente não sinto frio, talvez tivesse acontecido algo em mim, que tontura filha da puta! Não consigo nem xingar.
Pela manha ,os livros espalhados na mesa, eu vomitei no chão, vou ter limpar essa porra. Você já acordou com a cara colada no vômito?

Luís Fabiano.

Significados

Ela liga,
á voz ansiosa, insegura.
Queria saber de mim
Queria saber,
só.
Falo da minha solidão,
eterna.
Ela fica feliz.
Diz que não quer
me atrapalhar.
Nunca quis, sei disso.
Ficamos em silencio.
Ela diz que me ama
Gosto de ouvir .
Sei que é verdadeiro.
Ela gosta,
eu gosto.
De longe.
Temos e não nos temos.
No fundo é uma corda bamba,
Já cai dezenas de vezes,
Não me dói mais nada.
Por fim ela sorri
Tranquila.
Desligamos.

Luís Fabiano.

sábado, maio 29, 2010


Madrugada

Noite longa demais,
Não quero pensar,
nem lembrar ou sonhar.
A cabeça deita,
quero descanso,
La embaixo,
musica alta
Gente que berra,
garrafas que se quebram.
Não queria estar lá, ruídos vazios
Uma risada oca.
Viro para outro lado,
catando silêncios.
Mas não,
não há conforto,
Não há paz.
Me desligo de tudo,
não vou brigar com a multidão,
Nem com a vida ou sombras da noite.
O telefone toca.
Telefones que tocam de madrugada,
nunca
São afortunados,
é mais ruído e tragédia.
Não sei quem é,
não sei se atendo.
Não atendo,
não quero noticia alguma, às trágicas coisas
Vem sem querer.
Talvez fosse uma princesa querendo ser salva,
vai saber?
Não sou príncipe, nunca fui,
não salvo nem sequer a mim mesmo.
Princesa bêbada, perdida e suja?
La embaixo alguém discute,
grita palavrões.
Um carro arranca em alta velocidade gemendo pneus.
Madrugada longa demais,
Nem sono, nem princesa, nem álcool, e
cansaço demais.
Fico assim, morto e vivo.
Agora é preciso levantar,
Que merda,
é preciso levantar.

Luís Fabiano.

sexta-feira, maio 28, 2010

Fechando a semana: Pearl Jam - Black (traduzido)


Emoção, dobra a esquina.

O bom de se ter quinze anos, é poder ser absolutamente idiota. Tinha orgulho disso,acho que até hoje tenho. Ninguém leva a sério alguém de quinze anos, ainda que possam votar aos dezesseis, é apenas mais numero para que a máquina funcione,e outros tantos interesses secundários.
Eu ficava junto com meus amigos, idiotas naquela esquina, encostados na parede ou sentados no chão, falando, falando besteiras até altas horas da madrugada. Minha mãe não gostava daquilo, mas meu pai me defendia. Ele tinha suas razões, entendia que nesta idade é preciso conversar muito, se desentender, brigar com os colegas, namorar.
Na psicologia do meu pai, homem se fazia a moda antiga. Fumando, bebendo,brigando, dando e levando porradas. Aprendi muito na rua de bom e de ruim, exatamente como a vida. Talvez no fundo ele apenas não suportasse a musica que ouvia, bom pretexto. Rock é bom em doses homeopáticas, mas comigo nada era homeopático, eram horas de rock franco, e nenhum estudo.
Naquela esquina de desocupados falantes, passava sempre uma linda morena de olhos verdes. A única coisa que víamos nela, era a bunda generosa, grande apertada naquela calça jeans. Precisava ver outra coisa?
Mas de tanto ela passar ali, todos os dias no mesmo o horário, passou a nos cumprimentar, e a bunda gostosa dela passou a fazer parte de nossa atividade no final da tarde. Rosangela não era uma mulher linda, mas tinha traços interessantes, era baixinha e levemente gordinha, o cabelo muito preto, contraste profundo com sua pele branca.
Em nossas conversas de esquina, não se falava de sentimentos, porque tudo são hormônios em ebulição. Acabou ficando em minha cabeça o segredo e outros tantos. Desenvolvi um amor platônico por Rosangela. Ela passou a parar ali e conversar conosco, eu dava toda atenção. Fiquei feliz que meus amigos não achavam a mesma coisa que eu, não a achavam tão bonita, nem tão gentil, ótimo, minha vantagem oculta e cheia de significados.
Passei a acompanha-la, até em casa, depois que ela parava ali, eu não tinha muito o que falar, na verdade não falava nada, sentia-me constrangido, sempre fui tímido, essa é minha natureza, mas ela inventava algum assunto, eu sorria e me sentia super bem de acompanhar Rosangela até em casa.
Não preciso dizer que Rosangela tinha dez anos mais que eu. As coroas da minha vida, longe de ser a minha realeza.
Fazia aquilo todo dia, meus colegas me chamavam de otário,diziam:
-Desiste Fabiano, ela vai te chutar um belo como um cachorro podre.
Não respondia nada.
Talvez tivessem razão, mas eu não queria toca-la, sabia que ela não iria me namorar, eu tinha uma noção clara disso, mas que importava também ? Conversar com Rô, acompanha-la até a porta de casa tava mais que bom. Lembro bem disso, porque nunca bati uma punheta por ela. Era algo mais haver com a sensação de estar ao lado dela, subjetividade silenciosa, cinco minutos por dia. Que isso significaria ? Não importa, tudo acontecia em minha cabeça.
Um dia fui leva-la como sempre, era corriqueiro, quando chegamos a porta de sua casa, um motoqueiro a esperava. Ela mudou na hora, me deu um tchau rápido,indiferente, correu para ele.Fui parando de caminhar lentamente,o cão que não acompanha o carro, ela foi se afastando rápido,eu parei. Me senti descartado, jogado para escanteio. Um dia isso ia acontecer, mas quando? Agente nunca sabe. Não fiquei olhando ela nos braços dele, talvez para não apagar minha platônica imagem.
Quando cheguei á esquina de meus amigos, eu era outro cara. Sem ilusões,sem culhões, aquilo foi o primeiro degrau de uma escada que até hoje não sei onde me levara. É bom perder ilusões. Aquela esquina passou a não ter mais o mesmo brilho.

Luís Fabiano.
A paz em uma esquina, encostada na parede.

Tempo certo.

Os tempos mudaram,
Eles sempre mudam
Vivemos tempos corretos.
Tempos mascarados,massacrados.
Onde a beleza é artificial
Tetas de plástico,bundas de pedra
Olhos de vidro.
Onde sorrisos são fáceis e cruéis.
Onde as lágrimas se escondem,
Onde a dor não geme por vergonha.
Tempo de modismos
Descartável,rápido.
Tudo torna-se imprestável, num piscar de olhos.
O sujo,
O velho,
O gasto nada valem.
Tempo que brilha no que é novo, recém parido
no mundo.
Tempo que substitui, sem se importar.
De amores eternos
que duram um segundo.
De gozadas sem coração.
Aparências que berram,
Essências que sussurram.
De muitos ecos e poucas vozes.
Tempos politicamente corretos,
politicamente sacana,
com cores carregadas,e bandeiras hasteadas.
Repleto de asneiras sem importância,
superestimadas.
Tempo que veste o que deve despir.
Ontem era certo,
hoje é errado,
e amanha
Vão para inferno.


Luís Fabiano.

Navalhadinha:

Quando cheguei naquela esquina, a beira da porta de um cabeleireiro, uma travesti horrível aguardava algo. Seus olhos cravaram em mim, sorriu um esgar assustador, na boca cheia dentes podres abundavam, mesmo que quisesse não acharia um sorriso ali.
O olhar insinuante algo estrábico,talvez de tesão ou desejo, ficou em mim, me assustou.
Não parecia nem mulher, nem homem,não sei o que parecia . Fiquei na minha, sorri condescendente, passei, não olhei para trás.

Luís Fabiano.

Pérola do dia:


“O amor verdadeiro anda de montanha russa, e nem por isso muda sua essência.”

Luis Fabiano.

quinta-feira, maio 27, 2010


Born Into This

Ontem vi o último documentário sobre a vida de Charles Bukowski(Born Into This). Cheguei a conclusão que estou pronto pra morrer, a vida do cara é tudo que se precisa ver na vida, ontem reacendi minha fé nos desgraçados,nos perdidos,nos miseráveis, nos zeros a esquerda, nos que como eu, absolutamente nada significam.”

Luís Fabiano.

quarta-feira, maio 26, 2010


A musica Suave.

Vence o amor porque nela não há
Feridas:pela manhã
A mulher liga o radio,Brahms ou Ives
Ou Stravinsky ou Mozart,ferve os
Ovos contando em voz alta os segundos:56
,57,58...descasca os ovos e os traz
Para mim na cama.Depois do café da manhã é
A mesma cadeira e ouvir musica
Clássica.
A mulher está no seu primeiro copo
de Scott e no seu terceiro cigarro.Digo-lhe
Que preciso ir ao hipódromo.
Ela esta aqui há duas noite e dois dias .
”Quando
voltarei a vê-la?” Pergunto.Ela
sugere que fique a meu critério.
Aceno com a cabeça e Mozart toca.

Charles Bukowski - O amor é um cão dos Diabos.

Esquentando os refugos.

A cada dia que passa, chego a conclusão que não se pode levar a vida a sério. Não me entendam mal, mas não da esquentar a cabeça demais, não quero esquentar a cabeça com nada, venho trabalhando para me desconectar de tudo e todos, tentar interferir o menos possível em minha vida e na vida alheia. Uns chamam de egoísmo, ok. Mas qual o problema?
Uma colega de trabalho chegou a me dizer: ” se todos fossem como tu, o mundo seria um lugar melhor.” Eu respondi: ”que nada, se todos fossem como eu, o mundo iria parar,tudo viraria um caos.” Ela ficou me olhando, não falamos mais no assunto.
Mas, eu me referi á seriedade, porque á muito tempo atrás, acabei me interessando por uma linda colega de trabalho, a Mirna, eu e todos os homens que a conheciam. Isso já fazem uns quinze anos ou mais. Porem na época, ela tinha uma postura arrogante, eu achava natural que fosse. A beleza dava a ela este direito, de achar que o mundo realmente estava abaixo dela, e se pensar sob este prisma, realmente estavam.
Morena, cabelos longos, olhos verdes como esmeraldas, seios generosos e pernas que faziam os homens delirarem. Todos a tratavam com respeito, não por sua postura, mas pela beleza, não parecia uma secretaria, tava mais pra modelo. Nos setores todos comentavam a boca pequena sua beleza. As mulheres tinham raiva dela, afinal ela era uma concorrente desleal.
O que me atraiu nela,foi exatamente o nariz empinado. Freud explica, alguém tão empinado assim, tinha problemas, era certo. Desde muito cedo aprendi a ver as fragilidades das pessoas. Ela atacava demais para ser normal, precisava defender-se.
Naquele período tentei falar com ela qualquer coisa, mas mantinha-se muito seca, nem sequer cumprimentava com um simples oi. Passaram a chamá-la de dama de ferro. Bem toda dama de ferro, tem uma boceta de carne!
Depois de levar alguns cortes e ser ignorado, achei melhor deixar assim, eu entendia sua postura, afinal, porque que a gostosona do momento, iria dar bola pra um chinelo como eu? Não teria porque e nem faria sentido, relaxei, bati algumas punhetas homenageando-a, gozando gostoso e bem molhadinho, a coloquei no esquecimento. Não iria perder meu tempo com ego machucado, que ego afinal?
O ser humano ás vezes é frágil demais, fica sentido por qualquer merda ,e alguns chamam de depressão. Tudo que se precisa fazer, é desligar-se do que é mau, e pronto, a natureza faz o resto.Mas não, gostamos de ficar remoendo a merda toda, revolvendo tudo de cima a baixo, e o fedor vai subindo,subindo até infestar os céus e nossa vida!
Como estava dizendo, passou muito tempo, posso afirmar que o tempo é algo misterioso, ele trata sempre de inverter o jogo de tudo, vi muita gente se dando bem com o tempo e outras se fudendo pesadamente com o tempo, tudo é uma questão de tempo e postura.
Quinze anos mais tarde, esta mesma mulher não mais parecia a mesma. Escolhas erradas ajudam ribanceira abaixo, curiosamente ela foi envelhecendo rapidamente, o rosto ficando marcado e o nariz antes tão elevado, agora não era mais assim,mais humilde.
Fiquei sabendo mais tarde, que um casamento, digamos equivocado, com um cara da pesada, que ficava bêbado e enfiava a porrada nela, trataram que modificar não só a sua fisionomia,mas sua alma também. Fui notando que ela foi se tornando gentil com as pessoas ao longo do tempo, até me cumprimentar ela passou a cumprimentar.
Logicamente quando isso começou a acontecer, ela já estava um bagaço. Sempre digo isso, os feios amam mais e melhor! A pouco tempo saímos, agora que está gorda, rosto envelhecido, expressão cansada e obviamente, ninguém mais a olha daquele jeito admirado de antes. Bem, agora começamos a conversar mais de perto. Ela é mais velha que eu mais ou menos sessenta anos, desde que me conheço por gente, tive preferência por mulheres mais velhas, diga-se de passagem bem mais velhas que eu, numa média de dez anos pra frente.
Mulheres novas não me chamavam atenção, talvez pela inocência, não gosto de gente inocente, gosto de gente calejada, que muito se fudeu na vida, esse é meu time.
Mirna, estava separada, o marido a havia trocado por uma que tinha vinte anos menos, com mais disposição pra apanhar, mais gostosa, com menos gordura e peitos que acenavam para o criador.Hoje Mirna está facinha, quando fomos para aquele bar de esquina, tomar cerveja e ela a me contar a catástrofe de sua vida, puta merda, ela não precisava dizer nada, sei estas historias de cor, qual coroa que não se ferrou na vida? Só se morreu antes.
Afinal era a mesma merda de sempre, aquilo era um imenso pretexto e uma puta sacanagem do tempo. Ela ficou alegre rápido com a bebida, acho que não era forte para bebida, a voz começou a pesar,algo arrastada:
-Fabianoooo, tu é o cara...me disseram...
-Eu? Não sou nada, sou um baita idiota e chinelo,não da bola para o que dizem de mim.
-Não é disso que estou falando Fabianoooo...
Senti aquela aroma de putaria no ar. Pedi outra cerveja, ela botou a mão no meu ombro, depois a cabeça, queria aconchego, carinho talvez, dei-lhe isso em doses homeopáticas, mulheres carentes se apaixonam facilmente,é preciso ter cuidado.
No fim, tudo acabou como deveria acabar, fomos para um motel barato, e dei minha foda de rei! Depois da gozada, ela meio bêbada e adormecida, eu olhava aquele corpo judiado pelo tempo, repleto de estrias, gorduras, marcas e algo flácido, pensei: puta merda, eu comi a Mirna, que tinha nariz empinado! Mas aquela quase não era a Mirna de antes. Sorri sozinho, realmente eu era o cara idiota, eu comia o refugo, o rejeito,o resto do mundo, eu esquentava em banho maria.
Tentei adormecer um pouco, mas Mirna peidou alto. Aquilo coroou a minha noite de glória.

Luis Fabiano.
Paz com o tempo,mas lembre-se, ele sempre ganha.

Navalhadas curtas: Pinturas de merda.

Na semana passada fui numa exposição de pinturas, uma vernissage. Um nome sofisticado que faz a boca fazer mil voltas para pronunciar. Uma conhecida queria mostrar seus quadros ao publico e amigos. Eu não sou amigo, não passo de um mero conhecido, que ela imaginava que fosse relevante. Não sei porque,mas insistiu para que fosse.
Não gosto de eventos de pessoas da elite, nada contra a elite, nada contra a nada, mas o boteco da esquina me é mais aprazível e verdadeiro.
Mesmo com todas as contradições, que é meu natural, fui ao tal evento. Quando la cheguei, deparei com uma meia dúzia de gatos pingados,lambendo as telas de Marisa.Peguei uma taça de vinho, fiquei sozinho olhando as telas.Ela veio ao meu encontro,me abraçou e:
-Querido, que bom você veio, ta gostando?
-Oi Marisa, o vinho tá ótimo.
-Que bom, e as pinturas estão boas? Que achas?
-Não sei Marisa, eu não entendo muito de arte. Eu nem sequer sou um, mas sim elas tem algo misterioso.
Naquele momento falei a verdade, realmente não entendo nada de arte, o mistério, disse pra não ferir o ego do artista,quando se diz que é um mistério, sempre soa inteligente.
Mas olhando as pinturas dela, aqueles riscos isolados, sem forma, uma tela com um traço azul no centro. Puta merda minha ignorância é imensa. Não queria chatea-lá, com minhas reais opiniões, deixei em panos brancos. Um dia quando algo assim fizer sentido para mim eu talvez mude de opinião.
Sou profundamente sentimental,e aquelas telas não me transmitiam nada,sentia o mesmo que um deserto em uma noite escura, estéril.
Pensei comigo: ”puta merda Marisa, se tu tivesse pego merda fresca, recém cagada e fizesse um desenho qualquer na tela, as pessoas demonstrariam na hora sua expressão.
Enquanto isso, o vinho estava ótimo.

Luis Fabiano.

terça-feira, maio 25, 2010

Pérola do dia:

“ Não tenho a menor preocupação que gostem ou não de mim. Ultimamente tenho trabalhado arduamente para que não gostem, isso mantém todos longe e me dá conforto.”

Luis Fabiano.

Navalhadinha:

“Quando acordou, depois daquela noite,uma bebedeira respeitável, olhou para o lado e tomou um susto. Deparou-se a peruca loira sobre a mesa, pensou:”opa, ela não era loira,tudo bem”. Do banheiro, uma voz que não era exatamente feminina cantava:"beija-me muito...como se fosse agora..."
Puta merda, que isso significa? Um pesadelo?
Então a verdade,ela, não era ela...”

Luís Fabiano.

Entre tripas cheias de merda,
olhos repletos de lágrimas.

As pessoas não gostam nem de falar em doenças. Não as culpo, ninguém gosta de sofrer ou de ver sofrer. Mas quando se trabalha em um hospital, a dor, o sofrimento fazem parte do metier, e não se pode ficar sofrendo por todos que morrem, por todos que sofrem, pela agonia alheia e as lagrimas sem fim. Não dá, por que isso atrapalharia a profissão.
Quando trabalhei em um hospital vi muitas coisas, a maioria delas infelizmente ruins.Poderia fazer um discurso politicamente correto, que as pessoas conseguem superar a luta pela vida, que a esperança ajuda, que Deus ajuda,que o amor redime, que a dor salva,que as pessoas renascem pela doença.
Tudo isso é muito bonito, porem pouco verdadeiro. Estar doente é uma merda. Quando se está doente de forma grave, se está literalmente com o cú na mão. Alguns até se despedem da vida, prontos para encontrarem o criador?Ou o outro...
Este período que trabalhei lá, não foi por assim dizer o melhor período de minha vida.Meu primeiro casamento agonizava nos estertores de um final repleto de tortura e drama. Aquilo foi o inicio de uma grande cagada. Nesta época eu era muito inocente, acho que senti alguma coisa semelhante a amor, até hoje não sei o que foi. Não dou muita atenção a sentimentos, vivo por impulso, uns duram um pouco, outros duram mais. Minha paciência naqueles dias estava chegando ao fim, então que fazer?
O trabalho era um conforto, sempre gostei de trabalhar e fazia qualquer coisa, não tinha e não tenho ambição. Então entrei no hospital na condição de faz tudo em um laboratório de analises. É lógico que a parte mais tenebrosa da coisa era comigo. Eu ia ao bloco cirúrgico buscar pedaços de gente, gente doente, era muito variado: eram estômagos, rins, pernas amputadas, fígados e até uma boceta uma vez eu busquei. Uma boceta cancerosa, até lembro do aspecto,era bem grande com pelos e tudo,mas estava muito estragada, senti pena da pobre bocetona. Quando chegava no laboratório, aquilo tudo tinha que ser fatiado para proceder a exames cito-patológico. Era um bom trabalho, mas como disse, raramente as noticias eram boas.
O tempo passa e você se acostuma a ver morrer, e passa a relaxar diante disso. Não tem o que fazer,morreremos todos querendo ou não.
Fiz amizades com colegas de outros setores do hospital, isso me dava oportunidade de entrar em qualquer lugar, gostava de ir as salas de recuperação após cirurgia. Aquele silencio anestésico, tinha algo misterioso, gostava de vê-los acordar aos poucos, se dando conta do que aconteceu,as primeiras dores.Ficava parado ali uns cinco minutos observando aquelas camas silenciosas,apenas respiração, um dos auxiliares me questiona:
-Mas que tu sente quando vê este pessoal anestesiado ai? Ta maluco...
-Não sei, parecem mortos que respiram, então vão acordando lentamente, como se a vida tivesse entrando novamente neles, não sei, acho bonito.
-Tu é muito idiota mesmo - saiam rindo de mim.
Foi neste local que conheci Leticia. Após uma grande cirurgia, que lhe extirpou três quartas partes do estomago, por um câncer que se alastrava rápido demais. Eu estava lá parado quando trouxeram ela, não parecia bem. O corpo magro e um rosto que parecia um anjo. Era uma mulher jovem, com vinte e três anos, já enfrentava coisas terríveis, para viver ou sobreviver.
O rosto dela era lindo, uma morena muito branca, cabelos negros. Quase não respirava. Me contaram que o caso dela era grave, que embora se tivessem fazendo de tudo, todos sabiam que ela iria morrer, cedo. Era uma ironia profunda, tão linda e tão doente.
Por algum motivo que preferi não explorar mais, fiquei tocado. Não queria saber mais daquela historia fadada a um fim sem graça.
Ela acordou algumas horas depois, e foi levada para UTI,houveram complicações e ela entrou em coma. Curiosamente ainda sentia vontade de vê-la.Não era amor, mas uma simpatia gratuita, destas que algumas pessoas que nem conhecemos bem, nos cativa.Não sou dado a simpatias, gosto mais de antipatias,é mais saudável e mantém todos longe.
Passei a frequentar a UTI, apenas para olha-la, sem falar, sem tocar, sem nada mais. Não queria pensar naquele caso. Eu a via dia a dia, ficando cada vez mais cadavérica, eram peles sobre ossos, ainda sim a achava linda.
Morria como uma lâmpada que se apaga lentamente.Podia ver pelo lençol alvo e fino, os seios murchos e bicudos, um corpo que poderia ser tão lindo quanto ela,ia se acabando.
Pensei comigo: ainda que ela não tivesse corpo algum, que virasse um esqueleto, nada mudaria aquilo que sentia, algo carinhoso,destes sentimentos que gosto de não explicar porque.
Um dia voltei a UTI, no horário que ia sempre, e a única coisa que vi, foi um leito vazio. Era como se tivesse desaparecido, talvez morrer seja mesmo assim.

Luís Fabiano.
Respira agora,depois eu não sei,quem sabe?

segunda-feira, maio 24, 2010


Trecho...

“ Na época,antes da industria se mudar para aquela parte da cidade, havia muito casarão caindo aos pedaços que alugava peças aos pobres, e numa delas a proprietária tinha um cachorro buldogue que passava a noite inteira na porta, zelando pela sua preciosa proprietária.
Era um desgraçado de um filho da puta; já tinha me pregado vários sustos em noites de porre, até que aprendi que lado da rua era o dele e que lado era o meu. Fiquei com o que ele não queria.
-Tá legal – disse Jeff - hoje a gente vai pegar aquele filho da puta. Agora , Gram, que segura o cachorro sou eu. E seu eu segurar, quem mete a faca é você.
-Tu segura – disse Gram - eu to com o aço. Acabei de mandar afiar.
Continuamos andando. Não demorou muito, se ouviu aquele rosnar e o buldogue já estava correndo na nossa direção.Era perito em morder canela,um de fila infernal.Veio pulando certeiro.Jeff esperou até chegar bem perto,aí desviou pro lado e saltou em cima do cachorro.O buldogue escorregou, virou-se ligeiro, mas Jeff agarrou com força quando ele passou por baixo.Prendeu com os braços as patas da frente e depois levantou.O animal esperneou e se retorceu em vão, de barriga exposta.
-He,He,He – fez Gram – He,He,He!
E cravou o punhal, recortando um retângulo. Depois retalhou-o em quarto pedaços.
-Nossa - exclamou Jeff.
O sangue jorrava por todos os lados.Jeff soltou a presa.O buldogue caiu imóvel no chão.Seguimos andando.
-He,He,He,He, - continuou Gramercy – esse filho da puta não vai incomodar mais ninguém.
-Vocês me dão nojo – disse eu.
Subi pro meu quarto pensando naquele pobre buldogue.Fiquei com raiva de Jeff durante dois ou três dias, depois esqueci.”

Crônica de um amor Louco - Charles Bukowski.

Pérola do dia:

“ Gosto de cagar lendo poesia.Não sei porque,faz com que me sinta bem, talvez seja um ato de santificar a merda.”

Luís Fabiano.

sábado, maio 22, 2010


Navalhadinha:

Depois que acabamos de transar, fiquei olhando o teto do quarto. Teto em ruínas, que ia desmoronando aos poucos, as rachaduras no reboco, que eventualmente caiam sobre nós. A cama que onde estávamos, tinha um pé e estrado quebrados, próxima ao chão. As paredes do quarto, sujas e descascando.
Eu já estava com ela á dois meses, pensei:”será que valia a pena permanecer ali? Ela havia me vendido gato por lebre. Na cama não era nada diferente como qualquer mulher. Talvez devesse começar a fumar.Fui dormir.”

Luís Fabiano.

sexta-feira, maio 21, 2010

Pra fechar a semana: Engenheiros do Hawaii - Revelação

Pra ficar na boa, devagar, deixar-se cair no final de semana, paz a todos.


Trecho “...

“Martin Blanchard casou duas vezes, divorciou, e se amigou de montão.Agora já estava com quarenta e cinco anos, morava sozinho o quarto andar de um prédio de apartamentos e a acabaça de perder o vigésimo sétimo emprego de tanto faltar ao serviço, por puro desinteresse.
Vivia ás custas da previdência social. Tinha manias modestas - gostava de se embriagar ao maximo,sozinho,de dormir até tarde e ficar lá no seu apartamento,sozinho.Outra coisa curiosa a respeito de Martin Blanchard e que nunca se sentia só.Quanto mais pudesse manter-se longe do convívio humano,melhor pra ele.Os casamentos,as amigações, as trepadas passageiras,deixaram-lhe a sensação de que o ato sexual não compensava o que a mulher exigia em troca.Agora,desistindo de uma companheira fixa, se masturbava com freqüência.Deu por encerrada a sua educação no primeiro ano do segundo grau e,no entanto, quando escutava radio - seu contato mais intimo com o mundo - só queria ouvir sinfonias, e de Mahler, se possível.
Certa manhã, acordou bem cedo, pra ele – lá pelas 10 e meia - depois de uma noite de muito porre.Tinha dormido de camiseta, cueca e meias; se levantou da cama encardida, fui até a cozinha e espiou na geladeira.Estava com sorte.Havia ali duas garrafas de vinho do Porto,que não custa nada barato.
Martin foi pro banheiro, cagou, mijou, depois voltou á cozinha e abriu a primeira garrafa de vinha do porto, enchendo até em cima. Era verão e o calor convidava a preguiça. La embaixo, se via uma casinha onde moravam um casal de velhos.Estavam viajando, em férias.Embora pequena, a casa tinha na frente um gramado extenso e largo, bem cuidado, todo verde.Transmitia a Martin Blanchard uma estranha sensação de paz.”

Charles Bukowski - Crônica de um Amor Louco.

Pérola do dia:

“ Sair com amores antigos, não é exatamente sair com amores antigos.É sair com neuroses antigas.”

Magalhães.

Numa Fria

Fidelidade nunca foi meu forte. Por mais que as pessoas tentassem incutir em minha mente que era errado, que não se deve fazer, que a religião chamasse de mandamento, nunca me soou assim. Tinha que escolher a quem mentir, a mim ou Deus. Nunca me importei ou senti algo na consciência. Traí noventa por cento das mulheres que tive. As tentações femininas vinham, e tudo parecia tão natural, pois ali,naquele breve instante de pecado, não era um encontro de almas, sem romance ou amor.
Uma boceta e um pau que se encontravam, o pretexto não fazia diferença . Lei da vida, lei da natureza, lei do desejo. Precisa outro motivo?
O amor nisso tudo é um detalhe, que pode ou não fazer diferença, isso cada um decide por si. Para mim não fazia. Muitas vezes tentei impor a minha cabeça, que tal atitude era errada, mas como?Sou pura emoção.Talvez emoções não tão boas.
Não sentia assim, como também não sentia nada quando me traiam.Importar-se com chifres? Os poucos que me conhecem, sabem que detesto drama.Mas os dramas me perseguem, cada nova mulher, o final sempre é dramático. Nunca fui o tipo que faz escândalo. Tive uma namorada que duvidava de meus sentimentos por ela.Foi se tornando chata com o tempo,sempre perguntando a mesma coisa: “tu me ama? Tu me ama? Tu me ama?” – No final falava por repetição por que isso é chato pra caralho.Sabemos que demonstrações de amor devem se espontâneas,ou não é nada.
Então não se por que cargas d’água, para me por a prova ou sei lá o que, beijou um amigo meu na boca, na minha frente, ficou me olhando, nos olhos, visivelmente queria uma atitude “masculina” de minha parte.
Ela gostava de uns tapas, mas aquela situação não me apetecia , ao contrário.
Olhei para cara do meu amigo, sorri suavemente, disse:
-Cuidado cara, tu vai ser o próximo...boa sorte com ela.
Já tinha perdido a namorada, não iria perder o amigo. Dei as costas e saí andando tranquilo, ela ficou me xingando como uma louca, falando um monte de merdas enfileiradas, coisas femininas, ressentidas e talvez doloridas:
-Idiota, bem que eu sabia que tu não gostavas de mim, querias apenas me comer, teu amigo é muito melhor que tu, tu és perdedor,fode melhor, filho da puta!
Puxa, não sei quantas vezes já me disseram tudo isso. Hoje não faz nem diferença mais. A cada dia que passa, os xingamentos não tem mais sentindo nenhum para mim, me tornei inofencível.
Não me importa nem o que dizem, nem o pensam, muito menos o que querem de mim. Tudo que tento, é desviar-me dos chatos, mas eles são muitos. Ás vezes me sinto nadando contra a correnteza, desde que nasci é assim. Nunca senti exatamente as mesmas coisas que as pessoas sentem. Mas elas sempre quiseram que não fossem assim.Talvez seja defeito de fabrica,talvez Ele tenha errado algo em mim, ou acertado?

Márcia era exatamente o meu tipo de mulher, embora eu ainda não saiba qual é meu tipo. Uma linda negra, alta, peituda e com uma bunda gentil e cheirosa. Gosto de mulheres que peidam alto.
A conheci no meu trabalho, ela não fazia o perfil dos meus colegas. Eles não gostavam das faxineiras que limpavam suas cagadas no banheiro e outras coisas, eles preferiam as perfumadas estudantes. Eu não,tenho gosto refinado.
Começamos como aquele velho papinho furado, o papo que ambos sabíamos onde iria nos levar.Joguinho de sedução barato de sempre, que leva o pau a subir, e as pernas dela a abrirem. A cada que dia passa acho isso cada vez mais tedioso.Fui aconselhado por um amigo a procurar prostitutas. Mas também não quero chegar no puteiro, escolher a que quiser, combinar um preço, isso não parece um outro lado do papinho barato da sedução?Ou a mesma coisa? Que sairá mais caro?
Naturalmente Márcia e eu não tínhamos muito para conversar, então quando isso acontece, agente fala da própria vida, de preferência as desgraças que cada um passou, as tragédias, aí se acha uns pontos em comum, se dá um abraço, talvez um beijo e o caminho é o motel mais próximo.Gostoso não?
Falo assim, porque exatamente assim que aconteceu.Acho que naturalmente sem planejar, aconteceu depois que transei com Márcia, acabei saindo com mais quinze faxineiras. Meu amigo Ângelo, terminou por me cunhar, o rei das faxineiras.Ele gritava:”tu é o rei das fachinecas” - Gostei do titulo.
Não sei se era algo bom, mas acabei me tornando o assunto principal delas no café de intervalo. Realmente não sei se esta parte é verdadeira, mas me disseram que sim. Numa conversa mais intima com uma outra,ela me disse, que eu era tão querido, porque não as discriminava. Tratava como igual a todos.
Eu nunca achei isso uma qualidade em mim, pra mim realmente todos são iguais. Não trato ninguém melhor ou pior por isso. O que conta é outra coisa,quer varia de individuo para individuo,simpatia talvez.
Quando saímos daquele motel vagabundo, ás três horas da manhã, a transa não tinha sido a melhor que dei na vida, mas se ambos gozamos já é alguma coisas.Quis ser educado e leva-la em casa. Perguntei onde ela morava:
-Moro no Dunas.
-Hã?
-É no Dunas, a vila.Tu tens medo de ir lá?
Eu pensei comigo: puta que pariu, Dunas as três da manhã, é terra de ninguém, a policia pensa duas vezes antes de entrar lá a tarde, eu vou as três da manhã? Foda-se, eu vou. Não era coragem, era uma gentileza levada ao extremo. Fui sabendo que poderia não sair de lá, perder o carro, ser currado e mais alguma coisa terrível neste nível.Morrer seria barato demais.
Quando chegamos na vila, na entrada, cinco caras, fazendo churrasco as três e meia da manhã? Na rua, no meio da rua.Parecia uma alucinação. Márcia abriu o vidro, e fez que eu parasse o carro, e disse:
-Pessoal, tudo na boa, ele ta me levando pra casa.
-Se liga meu irmão, leva ela direitinho - disse o desconhecido.
-Pode deixar, tudo tranquilo, vou só deixa-la em casa e to saindo.
-Tá, vazem!
Eu já tinha entregue minha alma a Deus ou ao diabo, naquelas circunstancias tanto faz. Quando deixei Márcia em casa, dei-lhe um beijo, acariciei de leve os seios, foi assim que nos despedimos.
Sai de lá com o cú na mão. Se os caras quisessem me tomar o carro, não tinha o que fazer, mas são os riscos do amor.As vezes a adrenalina vale isso. Deve ser por isso que dizem, que boceta, arrasta até um trem com cem vagões. Aquela não valia isso, mas lá estava eu.
Parei na mesma esquina do churrasco da madrugada, o cara me olhou, disse:
-Tudo certo com ela?
-Sim.
-OK, te manda, nós anotamos tua placa, se acontecer qualquer coisa com ela, vamos te encontrar.
-Tudo bem.
-Vaza!
Desapareci de lá, o mais rápido que pude. Não preciso dizer que embora tenhamos transado mais vezes, logicamente, não me interessava levá-la. Ela teve que se virar no ônibus. Como sempre acontece em minha vida, ela começou a se envolver comigo. Que péssima idéia a dela. Então veio o drama. Que saco.

Luís Fabiano.
A paz é estar com o cú na mão, e se safar na boa.

quinta-feira, maio 20, 2010


Navalhadinha:

Quando ela entrou em minha sala, foi como se o tempo tivesse parado. Nunca vi uma mulher tão bonita assim tão de perto.
Tudo nela brilhava na medida certa,bem vestida e profundamente sensual,uma leve maquiagem,uma calça que marcava sua xana.
Não sei o que pensei na hora, tudo que queria era ficar olhando para ela.Idolatrando uma santa,como uma prece maldita.
Quando ela se dirigiu a mim:
-O senhor pode me ajudar?
-Sim.
Tive a impressão que se ela quisesse, faria qualquer coisa, serviria de vaso sanitário, com muito orgulho.

Luís Fabiano.

Pérola do dia:

“ Gosto de me manter a distância das pessoas. De longe, elas sempre parecem melhores do que são.”

Luís Fabiano.

quarta-feira, maio 19, 2010


Navalhadinha:

“Ela parou diante dele, estava completamente nua, o cano da arma apontada brilhava na luz baça do ambiente.
Ele com voz tremula:
-Você veio me matar Ângela?
-Não sei, ainda estou decidindo.
Ela coloca o cano da pistola na boca da vitima, num gesto insinuante de assassinato erótico e diz:
-Chupa, por que este é meu pau agora, faz gostoso como eu sempre fiz em ti filho da puta.
Ele o fez, e fez com gosto. Estava numa fria.”

Luís Fabiano.

terça-feira, maio 18, 2010


Trecho “...

“Ás vezes, o que se precisa é muito pouco:sexo,rum e uma mulher que fale umas bobagens para você.Nada inteligente. Estou cansado de gente inteligente e astuta.Depois,ela vai embora e você fica sozinho e tranqüilo.Bebe mais rum.Ou toma uma ducha e deita para dormir.E no outro dia amanhece fresco e descansado.Pronto para sorrir e responder que está muito bem e contente com a vida.E as pessoas dizem:”ah,que bom.Afinal encontro alguém que esta contente com a vida.”
Mas nem sempre é assim.Nem tudo é tão fácil e tão bem engrenado.Ás vezes, tropeço com mulheres desconcertantes demais. Como Carmem.É do tipo de pessoas que resolvem a vida de um jeito simples:você tem dinheiro ou não tem dinheiro.O resto não importa.Cada dia encontro mais mulheres assim.Talvez tenham existido sempre, mas eu so as percebi agora.De qualquer forma,não quero falar de Carmem.Cinismo demais.Cinismo pragmático,quero dizer.Ou talvez nem isso.Um cínico pragmático é alguém que elabora muito mais.Não.Apenas demasiada pobreza espiritual.Toda pobreza espiritual necessária para explorar um pobre tipo gorila que lha dinheiro.Ela o detesta,mas faz um teatro para ele e cobra bem.Não vale a pena lembrar dela.”

Pedro Juan Gutiérrez - Triologia Suja em Havana.

Arde

Quando sentei, fiquei
Olhando-a, assim
nua em pelo.
A sombra.
Era tão linda e intocável,
Uma santa pecadora.
Não gosto de santas.
Ela veio, serpenteando,
Como querendo enrolar-se em mim.
E tudo que em meu coração sentiu,
Raiva hedionda, asco.
Não gosto da encenação.
A meus olhos,
a preferiria disforme.
Nem tão Linda,
nem tão nua,
nem tão pura.
A empurrei, não queria que me tocasse.
Imaginou que era uma rainha.
Era preciso fazê-la renascer.
Fechei os olhos.
Imaginei-a ardendo em chamas,
A pele confundindo-se com o fogo,
As bolhas estourando,
Marcas e tantas cicatrizes.
Por fim foi esfriando.
Não havia mais beleza nítida,
Nem formas generosas,
nem fascínio
Nem encenação.
Eu permanecia sentado,
Quando abri os olhos,
ela havia se tornado
Real,
suas feridas vivas,
sua dor exposta.
Antes, não a amava pelo que era.
Hoje a amo, pelo que é.

Luis Fabiano.

segunda-feira, maio 17, 2010


Se é comum, então é melhor nada.

Desde que me conheço por gente, tenho uma atração pelo incomum. Chego a ser eventualmente quase bizarro, porem nem tanto. Mas uma atração me é exercida, graças a tal atração tenho tido a felicidade de encontrar pessoas e coisas, que não são exatamente do agrado geral.Gosto sinceramente de mulheres peludas, debaixo dos braços, de boceta não depilada e nem muito limpa, gosto de cheiros fortes e naturais,gosto que gozem praticamente se mijando, gosto.Quando isso não ocorre é como se nada tivesse acontecido,cai tudo no comum.Só amor rarefeito é poesia.
Creio que este é o ponto. Desculpe mas sou exatamente assim. Gosto daquilo que choca, que não se detém numa normalidade mórbida e limpa com esmero.
E dentre algumas estranhas que tive, hoje me recordei de Kelen. Nesta época, eu tinha dezoito anos e Kelen tinha vinte e dois. Nos conhecemos na escola, creio que a única utilidade que a escola teve em minha vida foi essa, conhecer mulheres, que eu iria fazer, estudar seriamente? Não tinha dom para isso.
Um dia fizeram teste vocacional comigo, saiu que eu tinha conexão com arte, e tem gente que acredita nessa porra.
Quando tais recordações vem, sempre lembro que nunca quis ser ninguém ou nada. Todos os meus amigos queriam ser algo,médicos, advogados,engenheiros, ter muito dinheiro, mandar nas pessoas, serem importantes, eu não, acho que ser o tonto me deixava em vantagem, me sentia melhor, tinha mais tempo pra pensar o que ninguém se interessava em pensar, e eventualmente comer alguém.
Estudar a noite era pra mim um paraíso, trabalhava durante o dia em uma mecânica e a noite, fazia de conta de estudava, todos éramos felizes. O bar do seu João a nossa caverna e templo, juntava-se alguns trocados, bebia-se qualquer coisa barata, o importante era estar ali sem estar ali,conversar qualquer coisa.Ali aprendi muito.
Quando Kelen começou a sentar ao meu lado, eu não tinha pretensão alguma. Porem, ela fazia aquele tipo de mulher muito magra, de seios enormes, algo desproporcionais a ela. É claro que tal geografia me chamou atenção, era o incomum. A medida que fomos naturalmente nos aproximando,eu inventava qualquer coisa pra esbarrar naquelas tetas. Quando penso nisso, lembro que não tivemos nenhum papo sobre nada relevante,nada. Não gosto de convivências assim.
Também quando algo chama atenção desta forma, fica difícil fazer uma curva ascendente para o intelecto. Mulheres lindas e gostosas não precisam ou devem pensar. Porque ninguém vai dar atenção a sua notoriedade mental.Ou melhor vão,mas não por causa do intelecto.Ela pode falar qualquer merda que parecerá notório.
Curvas falam por si só e mais alto. Elas até gostariam que não fosse assim, mas a divindade não dá tudo a todos, se vire com o que tem, faça o melhor possível.Existem mulheres que só de olhar pra elas, e a única coisa que se pode pensar sobre elas é: puta merda, gostosa demais, que vontade de enfiar a jeba! Num mundo que prima cada vez mais por corpos perfeitos, tal pensamento acaba sendo um consequência, por mim tudo bem.
As gostosas demais não me atraem, prefiro as incomuns. Kelen não era linda, uma negra muito alta, magra, poderia dizer que era puro músculo, sem gordura, quem olhasse seu braço franzino diria que passava fome, porem que olhasse os seus peitos, sentir-se-ia coroado de alegria, pura fartura, como um grande vaga generosa.
Quando ficamos íntimos fisicamente, lembro que disse isso a ela descaradamente:
-Se deus tivesse tetas, certamente seria as tuas!
-Que horror, que grosseria.
-Isso foi um elogio amor, o mais sensível elogio que a sinceridade de meu coração pode dar.
Diante da palavra amor, olhos nos olhos, toda a mulher fica úmida, natural da espécie. Ela sorriu com doçura, me abraçou.
Tivemos poucos encontros, se não estou enganado foi uns sete, depois aquelas tetas se converteram em nada. Afinal era fome carnal, não se pode amar pra sempre um par de tetas.
Na primeira noite que saímos, havia muita vergonha nela, tive impressão que era pura encenação, as mulheres gostam destas coisas, num espécie de ensaio da moralidade aparente. Eu sempre gostei das que davam no primeiro encontro, ganhavam pontos. Mas não, Kelen tinha vergonha de si mesma, por causa de detalhes que aquelas mamas escondiam.
Ela já era exótica como era, no boteco do seu João, tomando uma cachaça barata com um refrigerante pra dar uma quebrada, ela disse após insistir muito:
-Tenho vergonha destes seios grandes, olho no espelho e os acho horríveis, os homens só me olham por causa deles, e tem o problema no direito...
Parou de falar como se tivesse falado demais, peguei-lhe a mão, sorrateiramente como um rato faz, disse:
-Fala,não deixa a dor que carregas em ti, te sufocar, fala, abre o teu peito pra mim, beijei-lhe a mão...
Sentiu-se confortada, sorriu com a doçura de quem se sente acalantada, talvez amada, disse:
-Tenho um defeito no meu seio direito, é de nascença, ele tem dois bicos, é horrível, nunca tive oportunidade de ajeitar isso, acho horrível...
Não preciso dizer que a tal teta de dois bicos, elevou minha alma a quinta grandeza do prazer. Aquilo me deixou eufórico, como quem tivesse ficado milionário instantaneamente,uma descarga de adrenalina, tivesse achado um diamante raro, respirei fundo, tudo que queria era sugar os três bicos de Kelen.
Isso aconteceu naquele mesmo dia, quando estávamos meio bêbados, fomos pra casa dela, ela morava apenas com mãe, uma senhora que dormia naquela hora. Ela entrou pela porta e eu pela janela do quarto. Não fizemos barulho, ficamos muito confortáveis lá.
Na luz do pequeno quarto de Kelen, ela foi se despindo lentamente, tinha a impressão que estava vivenciando um filme, sua timidez era visível,seus olhos que evitavam meu olhar, quando as peças de roupa caiam lentamente.
Eu estava sentado na cama, quando ela finalmente tirou o sutiã, os bicos negros estavam intumescidos, o seio direito, os bicos juntos colados como siameses, eram uma pintura viva. Ela fez questão de mostrar bem para mim:
-Olha como é horrível...sou uma deformada.
Talvez tocado pela beleza do momento, sou de emoções vagas, sensações fúteis e profundas, era apenas um seio defeituoso, meio bizarro talvez,mas por motivos que não entendo, olhei-o com ternura.
Kelen não importava mais, aquela tetinha de bicos duplos era tudo.
-Ainda que todo o teu corpo incendiasse, tua pele dilacerada queimasse,e marcas profundas te sulcasse toda, jamais serias horrível, porque o que encanta não vem do corpo, mas da alma,Kelen, tetas vem e tetas vão, relaxa menina tu és linda por aquilo que a ti difere do meio.
Ficamos mudos, eu com aqueles seios próximos da minha boca, mas não queria,fiquei como se tivesse em transe ou bêbado. Ela me abraçou quase me sufocando com as tetas, não sei o que sentiu, mas acho que era quase amor.

Luis Fabiano.
Tetas existem tantas, mas quanto vai sair?
Dica de Filme: La Grande Bouffe ( A Comilança )
Produção de 1973.
Diretor:Marco Ferreri.

O filme é um marco da cinematografia mundial. Quatro homens decidem morrer comendo, encerram-se em uma vasta casa, onde se entregam ao prazer de comer, lentamente morrer, enfarados dos próprios prazeres.
O filme é um critica visceral a sociedade de consumo, levado as ultimas conseqüências ou ao pé de nossos sonhos e desejo.
Numa linguagem silenciosa, inconsciente, a obra vai mostrando de forma drástica os sentimentos e pensamentos subjacentes de todos nós, que queremos e ambicionamos tudo que se pode comprar, todo o dinheiro que sejamos capazes de conseguir.
No avançar do filme nossos protagonistas vão morrendo um a um, entre comidas deliciosas,boa musica, peidos intermináveis e varias sessões de vomito e merda.
Junto a eles, uma dama junta-se, como sendo o tênue laço emocional que é capaz de salvar ou condenar alguém.Ela os ama,e os ajuda nesta árdua tarefa,sendo hora mãe, hora amante numa associação quase equilibrada de uma mulher ideal,mais um devaneio.
No meu parco entender, o melhor filme que já vi do gênero.Os filmes Hollywoodianos,viram brincadeira de criança em comparação.
Numa produção francesa, ao terminar o filme tive a impressão que algo passou por cima de mim, que somos expostos a verdade que muitos não queremos aceitar.
A grandeza de muitas emoções nobres ou não, reside por vezes em traços mesquinhos de nossa natureza.As vezes quando se devora, se é devorado tambem.

O filme reduz o espetáculo a nada, ou ao que é realmente.

Luis Fabiano.



domingo, maio 16, 2010


Sexista Ético

Recebi um email dizendo que meus textos são umas merdas, que não passo de um sexista disfarçado.O fato de serem merda, realmente não me ofende. Sexista, quase não sei o que é isso. Confesso que fiquei preocupado, onde estaria meu disfarce? Faço um esforço tremendo para tirar todo o disfarce, o que torna a minha escrita por vezes intragável, graças Deus.
Sexista quer dizer que comigo tudo acaba em sexo, só quem não conhece minha vida.Sou quase um santo, um santo despido mas um santo.
Dá a impressão que ando por ai com cartazes pornográficos, obrigando a todos a verem o meu terror obsceno?Ou balançando meu pau em praça publica(o que não é uma má idéia).
Não é verdade.Relato apenas o que acontece em minha vida, e se é desprezível lamento, é apenas o que é. Nunca fiz planos em minha vida de ser adorado pelas pessoas.Acho que hoje prefiro o contrario.Ninguém é obrigado a ler nada, eu sempre aconselhando as pessoas exatamente a isso, não percam o seu preciso tempo comigo.Tem coisas mais belas,lindas e repleta de exuberância para serem vistas por ai.
Porem, eu já notei algo. Existem pessoas que lêem o blog exatamente para se irritarem, e claro despejar comentários ofensivos a mim, sem nada comentarem a respeito do texto ainda que seja um lixo. Então eu me questiono, quem é patológico ?
Quem escreve ou que lê? Eu assumo minha loucura, tudo bem, e você?
Não saio por ai procurando sexo, ou fazendo sexo nas esquinas, as situações surgem dentro de uma ética contextualizada, o que implica dizer que é correta e natural. Por que existe um consentimento mutuo, seja tesão, amor, prazer, desejo momentâneo, tudo bem. Mas o que pode transtornar alguém de ler tais colocações?
Minha linguagem chula?Como disse ou ético e cordato, imaginem a mulher de quatro, vocês mandando “bala” nela e então você para e diz:
-Por favor meu bem,queira abrir um pouco mais o ângulo das pernas, para eu tenha acesso mais profundo a tua vagina?
Que porra é essa?
Tu és o ginecologista dela? Não dá. Depois dizem que eu sou cínico. Digo apenas o que é.
Não gosto desta comunicação eufêmica, repleta de puritanismos, torna as coisas tão distantes que quase soam a ficção, decididamente, passaria a me odiar se tivesse que escrever de forma tão tola assim.
Gosto de gente real, pessoas reais, sensações boas ou ruins reais, odores fétidos ou agradáveis, mas reais. Digo mais, pretendo “piorar” o que narro, os pobres fragmentos francos de meu viver.

Luis Fabiano.

sábado, maio 15, 2010


Navalhadas Curtas: Pecadora Evangélica

Entendo absolutamente nada de religião. Como todo mundo, eventualmente ás vezes preciso de Deus, aí bato um papo informal com Ele. As vezes me escuta, doutras fica indiferente.Deve ser porque devo ser um filho desordeiro.Tranqüilo.
Sou o autêntico indiferente a questões religiosas. Escolha sua crença e seja feliz, uns vão acreditar em Deus, outros em um baseado ,outros em uma boa cerveja, escolha o que você quiser e seja feliz, apenas não incomode os outros.
Vinha caminhando pela rua, vagando mesmo, sem dar-me conta, tinha uma dessas igrejas evangélicas que espocam que nem pipoca por ai todo dia. Na calçada a frente da tal igreja, um grupete de mulheres,armadas de biblia, filhas de deus, iam parando as pessoas pra falar algo, que queriam conversão instantânea?
Como esses macarrões instantâneos, três minutos depois estamos comendo. Mas acho que elas queriam comer meu bolso. Sei lá. Segui andando como estava, desejando é claro, que ela me ignorasse,seria melhor para ambos. Mas não, la vem ela com aquela saia maria mijona, por que Deus?
-Boa tarde senhor, posso lhe falar da Palavra por um minuto?
-Que palavra? Você já falou varias...
Sorriu.Bom velho testamento na mão, mostrou e leu uma passagem de Salomão. Não lembro uma palavra que ela leu, mas terminava com algo infiel...
Peguntei que idade ela tinha?
-Graças ao senhor, tenho vinte seis. Posso seguir lendo o Profeta...
-Não, tu és casada?
-Não, o Senhor ainda não me achou merecedora, eu estou entregue ao Senhor...então o profeta...
-Uma pergunta mais, tu achas que vais casar? Puxa, estas com vinte e seis, mas tua aparência é quarenta em seis, desculpe,mas eu acho...
-Porque o senhor esta sendo agressivo comigo? O senhor não acredita em Deus?
-Não sei, depende como acordo pela manhã. Mais uma coisa pra não perder a oportunidade, essa saia é horrível, com essas meias por baixo e os pelos grandes das pernas,sem pintura...
-Tchau senhor Vá em nome de Deus.
-Obrigado.


Luis Fabiano.

sexta-feira, maio 14, 2010

Fechando a Semana:

Semana pesada pra cacete, bom, agora é o final de semana, então relaxa total, vamos de Ultraje a Rigor:

quinta-feira, maio 13, 2010


Trecho “...

Voltei pra cozinha e bebi mais cerveja. Depois liguei a televisão.Gente de papel.Gente de vidro.Tive a impressão de que estava enlouquecendo e terminei desligando de novo.
Tomei um pouco mais de cerveja. Aí então cozinhei dois ovos e fritei duas fatias de toucinho. Consegui engolir. Tem horas em que a gente esquece de comer. O sol passava pelas cortinas. Bebi o dia inteiro. Joguei no lixo tudo o que ficou vazio. O tempo correu. De repente a porta se abriu.De sopetão.Era Marie.
-Puta merda!- gritou – não sabe o que aconteceu?
-Não,não sei,não.
-Ah, que bosta!
-Que foi que houve, meu bem?
-Deixei queimar os morangos!
-É mesmo?
Começou a correr em volta da cozinha rebolando aquela baita bunda. Estava maluca.Fora de si.Pobre buceta, tão gorda e tão velha.”

Charles Bukowski – Crônica de um amor Louco.
Dica de Filme: Perro come Perro (Cachorro come cachorro)

Não é um filme agradável de se ver.Trata de um crime movido pela ambição pura, porem os desdobramentos tomam ares de crueldade psicológica . A quem pense que levar um tiro ou ser retalhado é algo forte,mas existem coisas piores que a morte.
Uma consciência que começa a latejar como uma dor de cabeça sem remédio, e ainda acicatada pela influencia dos inimigos,o bixo pega meu cumpadi, é onde os cães comem cães!
O filme ganhou diversos prêmios em Gramado, um filme latino(colombiano), com uma cara bem miserável da pobreza, violência e sujeira que caracteriza nós do terceiro mundo.É um filme revoltante, é preciso ter estomago.Gostei muito.


Luis Fabiano.


Quase Nelson Rodrigues em família.

Tenho lido muito, o que me faz muito bem. Uma vida mental quase tão somente ideológica, mas não ideal. Sentir cheiros, gostos, ver paisagens, o toque das outras pessoas são coisas boas, mas se pudesse me tornar tão somente a mente, acho que ficaria mais em paz. Não faço ideia como seria uma vida sem corpo, talvez mais espírito, sem as necessidades materiais?
Já pensou ter todos os prazeres ao poder de pensar? Sem os problemas que geralmente o corpo produz após tais prazeres?Prazer instantâneo e sem conseqüências, a não ser prazer.
Tudo isso é muito ideal. Possivelmente tal pensamento tem alguma conexão com o fato de cada vez mais, querer manter distancia das pessoas. Tenho detestado a todos, mais ainda os que não conheço, e não pretendo conhecer.
Me canso rapidamente, acaba sendo sempre a mesma coisa de sempre.Não que espere, surpreender-me, a cada dia isso vai ficando distante, olho a tudo e a todos como se tudo tivesse pelo menos noventa anos.Aparência atualmente não me diz nada.
Ontem conversava com uma vagabunda amiga minha, ela me disse:
-Tu estas com uma cara de depressão profunda...
-É?
-Sim, estas com a cara da Zuleica, quando estava deprimida,precisou de tratamento...
-Nossa, eu achava que tu só entendia de piroca?
-Não meu filho, sou psicóloga dos homens, do meu jeito...
-Ta não me enche, vai arrumar um pau pra chupar.
-Sai pra lá grosso, só falei na boa...
Detesto gente que só fala: “na boa..na boa...”
Saí mesmo, não tinha saco pra papo furado, de puta metida á psicóloga. Nada contra ambas as profissões. Mas detesto ser importunado com opiniões furadas, ninguém percebe nada, acho que vou ter começar a andar com placas indicativas de emoção, no peito e nas costas. Parece uma boa ideia, já que todo mundo acha que sou bonzinho, que to sempre feliz,em depressão, sempre em paz e essas coisas. Quanta ilusão. Não sou nem uma coisa e nem outra, to limbo, conforme o vento sopra, pode ser brisa ou tornado. Na boa essa.
Quando cheguei em casa, tinha me esquecido do aniversário da minha irmã. Sai mais cedo do trabalho, fui pra casa. As vezes não lembro nem do meu, realmente não acho uma data importante, uma definição gratuita de aniversário? Um ano mais perto da morte.
O salão de festas estava cheio, parentes, amigos dela e outros ilustres desconhecidos. Era preciso exercitar paciência, socializar. Gosto de minha irmã, mas ela definitivamente não é uma pessoa fácil de lidar, por isso não falamos tanto, falamos apenas o necessário, é melhor pra ambos.
Amor é algo muito estranho, gostar de mim não é algo fácil, principalmente porque implica em deixar-me completamente solto,livre, fazer o que quiser, dificilmente as pessoas não estão dispostas a isto. Nos respeitamos e ficamos nisso,sem declarações de amor eterno, porque nunca acreditei muito nisso, hoje menos ainda.
Aquele monte de gente, assim só bebendo pra suportar. E foi o que fiz, a boa cerveja deveria constar como uma espécie de livro de auto-ajuda, religião ou coisa parecida, se estas fodido, beba uma cerveja, veja o mundo mudar diante de teus olhos? A culpa nunca é do mundo, a culpa é sempre sua.
Todos ficaram simpáticos,até brinquei com as pessoas e sorri com todos os dentes. Tive a oportunidade de conhecer um casal que não lembro o nome, que tinha uma criança absolutamente linda. Dei-lhes os parabéns, pois seguramente era a criança mais linda que vi na vida.
No meio de tudo que se passava na minha mente e impaciência, falsa cortesia, eventualmente belezas acontecem. Senti-me meio humano por um momento. Um tipo idiota que pensa como todo mundo. Depois as risadas ficaram mais altas, tudo se perdeu. Sentei-me em um canto, fiquei sozinho, a parte melhor da festa, ou pior.
A bem da verdade ai começou outra festa. Chegaram parentes meus, um deles é casado e vinha com a linda esposa.
Porque a tentação sempre tem que rondar por perto?
A esposa do cara, não sei porque cargas d’água começou a me olhar, eu gostei. Ela fazia o estilo interessante, bem espalhafatosa com um vestido muito curto, preto, meias negras, salto alto, cabelos claros passando dos ombros. Aquilo começava a tomar ares catastróficos de Nelson, em família. Pegar a esposa do parente?
Eu estaria bêbado e vendo coisas? Não, não estava não.
Ficamos trocando olhares de longe, na frente de todos, um verdadeiro prato cheio pra parentes filhos a puta. Em um dado instante ela sorriu, olhou diretamente, veio na minha direção. Falou algo com minha irmã, ficou ao meu lado conversando em pé, era um papo furado, mas a linda bunda dela estava muito próxima de mim. Então ela vira-se e me cumprimenta, amável e sorridente e senta-se.
Começamos um papo besta, o marido dela tomava cerveja e nem nos olhava. Eu começava a sentir cheiro de merda no ar. Logo um parente, que não falo tanto? Mas acabou que o cara ficou meio bêbado e apático. Sorte minha. A bela esposa dele ficou mais a vontade. Porem a cara das pessoas na festa dizia tudo. Nosso assunto ficou intimo, eu disse a Deise:
-Olha, o povo ta só olhando pra nós, talvez depois deste dia, os nossos parentes vão queimar teu filme bonito.
-Já tenho o filme queimado,não importa, a verdade que te achei interessante.
Sorri, eu não esperava por essa direta. Mas a moça não era nenhuma virgem ou imaculada, era uma galinha velha, bem calejada e com os esporões a mostra.
-É, ambos ficamos interessados, mas tu acha que aqui seria um bom momento?
-Não, claro que não, se nos levantarmos agora e sairmos, seremos apedrejados...
-Sim, como ainda fazem na áfrica e em outro países. Mas talvez em outro momento?
-Com toda certeza em outro momento, mas já foi um bom começo tu não achas?
-Sem duvida, vamos vivendo perigosamente.
-Vou, lá dar um jeito no meu marido, adorei te conhecer, acho que conhecerei melhor...
-Já estou esperando, beijo linda.
Levantou-se e foi acudir o bebum, que estava bem devagar. Não sei o que vai acontecer se o parente vier a ficar sabendo desta historia, mas como não temos muita relação, é o típico cara que se morrer, certamente nem vou dar conta.
As pessoas acham detestável a minha maneira de dizer essas coisas,mas é apenas a verdade, não faço drama com nada, alias detesto drama, se por exemplo um parente seu,que mora em outro estado morre, você nunca fala com ele, faz mais de vinte anos que não vê, nunca se interessou pela vida dele, ele morre de-repente, você vai ficar chorando de dor? Não encha o saco.
Não sei qual vai ser o desdobramento desta historia, se é que vai ter algum, mas não existe preocupação alguma com o futuro, vivo conforme a coisas vão acontecendo, sem planos, sem perspectivas, sem querer nada além de mim mesmo.

Luis Fabiano.
Paz as vezes se pode ter doutras apenas suportar...

quarta-feira, maio 12, 2010

Velha Maconheira


Navalhadas Curtas: Velha maconheira.
Maconheiro é um tipo de drogado que nem fede e nem cheira. Quer dizer, cheirar cheira, porque o fedor da maconha dá sentir a quilômetros. Geralmente fumam aquela merda e ficam paradões, olhando nada na “viagem”.
Outros tipos de droga, deixam as pessoas mais agitadas, ás vezes mais propensas a violência. Talvez o maior problema seja, que as pessoas não sabem se drogar. Ficam estúpidas e viciadas e problemáticas, todo vício é uma estupidez. Aprendi isso muito cedo, conhecendo viciados e vendo-os morrer lentamente. Não sentia pena, raramente sinto alguma coisa.
Estava saindo do meu prédio para uma caminhada matinal, gosto de caminhar e pensar,ver o movimento que vai aumentando gradualmente.Próximo ao prédio tem uma pequena praça, lugar meio abandonado pela prefeitura e as pessoas em geral. Ali dormem pessoas de rua, é também um monturo de lixo ,ainda tem uns banquinhos de pedra.
Curiosamente algumas mães ainda arriscam a levar as crianças naquele lugar pra brincar. No lixo? Não vou tentar entender.
Hoje, passei pela praça, ali estava uma senhora de mais ou menos sessenta anos, não era de rua, tava tranqüila, com sua jeans justa, uma jaqueta preta e botas, sentada naquele banquinho de pedra, parecia muito relaxada. Fumava um longo baseado, de longe senti o cheiro e fui caminhando em direção a ela, devagar.
Ela me olhou com seus olhos vermelhos, sorriu chapada disse:
-Vai um peguinha aí?
-Não obrigado, prefiro outras coisas mais fortes.
-Drogas?
-Depende da atuação.
Ela deu um longo pega, expeliu a fumaça azul no ar, sentia-se satisfeita.
-O que é então?
-Sexo, uma gozada essas coisas.
-És tarado então?
-Nada além do normal, todos gostam de gozar.
-Gostei de ti negrinho.
-É, eu também...
-Tchau.
Aquela conversa estranha ao sair de casa, não sei, depois talvez da caminhada se a maconheira estivesse ali, poderia pensar quem sabe, comer uma maconheira não seria novidade.
Mas ela já tinha ido embora, ficou só a fumaça.

Luis Fabiano.

terça-feira, maio 11, 2010


Pérola do dia:

Qual o livro que mais cheira a sovaco no mundo?
Ulisses de James Joyce...”


Magalhães.



Trecho “ ...

“EU TE AMO!”,ela disse:
“Obrigado”,eu disse.
“Sim”.
“Vá a merda!”,ela disse e desligou.
O amor se esgota, pensei ao
caminhar de volta ao banheiro,mais rápido
Do que um jato de esperma.”

Charles Bukowski - O amor é um Cão dos Diabos.
Dica de Filme: Brideshead – Desejo e Poder

Como um bom filme inglês, conta a historia lentamente. Vai expondo gradualmente suas vísceras. Em Brideshead tudo é assim, tudo chama atenção, tudo é belo, tudo tem uma limpeza excessiva e religiosa e claro muito dinheiro, dinheiro que compra até a bondade de Deus e a benção do diabo.
Naturalmente tais coisas despertam cobiça e outros sentimentos. Pausadamente o que é tão nobre em múltiplos níveis, vai caindo no verdadeiro caráter. O ser humano é um miserável não importa quem seja, por detrás de suas “melhores” intenções sobra apenas a si mesmo.
O filme mostra que não é fácil descobrir isso. Onde todos são muito bons,alguma coisa está errada? Bem, descubra você mesmo.
A fotografia do filme é sensacional, a paisagem britânica no verão comove pela beleza fria, uma virtude calada que fala a alma.

Luis Fabiano.


segunda-feira, maio 10, 2010

Tipos e tipos

Sempre tive afinidade por pessoas que chamo de espécimes. Tipos que se diferenciam do meio, os estranhos, nunca procurei entender o porque disso, afinal gosto é gosto.Pelo que me lembro, desde de criança era assim,o comum não me parecia a melhor coisa. Ser certinho, limpinho, me dava uma impressão de nojo.Talvez ai que aprendi a disfarçar as coisas.
Na escola as coisas foram ficando piores, não queria fazer parte dos coleguinhas exemplares, os que tinham nota dez, nada disso. Minhas notas não passavam de seis, eu nunca abri um caderno pra estudar.Não me orgulho, isso foi apenas real. Meu negócio era ir fumar escondido no banheiro, onde ficavam os desordeiros e os que matavam aula, os que fugiam do colégio. Ali, era um mundo a parte, gostava de fazer parte daquele grupo.
Conversamos sobre as meninas que beijavam e davam, as galinhas como chamávamos, isso era a coisa mais importante,o estudo? Foda-se o estudo. Teoricamente, ali era o canto dos futuros desgraçados, os perdedores,os da última fila. Eu sentia orgulho de fazer parte daquilo.
Daqueles colegas, a maioria acabou se dando mal, um deles morreu assassinado, o outro se acidentou de carro, um terceiro virou camelô e tem uma boa família. A verdade que eles mergulharam fundo demais, não se faz isso na vida, quando se age assim, tudo pode virar um pesadelo, só mergulhe fundo se realmente sabe o que esta fazendo, do contrário é merda certa, seja como um pescador, relaxe, atire o anzol e espere, nunca se sabe o peixe que vem.
Eventualmente encontro algum daqueles colegas de banheiro, fumantes escondidos. Não precisamos dizer nada, nos reconhecemos como os perdedores, mas nos divertimos mais, a historia sempre pode ser diferente, mas achamos melhor não.Acho que nunca tivemos muito ideais,um mundo fantasioso, feito de fumaça e cheiro de mijo,era mais interessante que a vida dita “real”.
Gostava daqueles tipos. Mas naquele mesmo período, eu também tinha um outro interesse, uma colega de aula. A Drica, nome era Adriana, mas chamavam-na de Drica sapata.Na época era ainda era apenas uma sandalhinha. Essa era realmente interessante, parecia uma amazona muito masculina. Todo homem tem fantasia com lésbicas, sempre sonhamos que nossa esposa, namorada ou etc...estejam na cama alguma e ambas se divirtam e depois nos divirtam. Alguns homens negam,mas a idéia é interessante. Drica era mais ou menos assumida, desde de muito cedo. Longos cabelos negros, sobrancelhas grossas, uma boca de desenho duro e olhos claros. Era meio gordinha, sempre mal humorada.
Não sei, este conjunto na minha cabeça a tornava desejável. Ela vivia com a meninas mais bonitas da sala, não dava atenção alguma aos meninos.Todos éramos muito idiotas na época. Todos achavam Drica horrível para os padrões, já pra mim, ela tinha uma coisa diferente, a voz na época era suave, sempre muito carinhosa com a meninas,andavam de mão,aquilo povoava meu imaginário .
O ano passou, Drica acabou saindo da escola e nunca mais nos vimos.Tudo cai onde deve cair, no esquecimento.Eu não mudei, os tipo exóticos ainda mexem comigo. Achei que nunca mais iria a tornar a encontrar Drica, porem nos encontramos este dias numa famosa doceria da cidade.
Realmente agora estava assumida demais, andava pesado, com sapatos masculinos, o cabelo mais curto e preso, sorridente, a voz ganhou um tom de grave, acho que mais grossa que a minha. Continuava gordinha, tinha muito pelos nos braços e falava como um homem. Eu e minha maldita memória, o rosto dela ainda era o mesmo. Logicamente que ela não lembrava nada de mim, era apenas mais um idiota que a achava gostosa. Mas iria arriscar mesmo assim. Me aproximei:
-Com licença, por acaso o teu nome não é Adriana?Ou Drica?
-Sim Adriana, porque ?
-Adriana, tu estudou no Colégio Assis, lembra, eu sentava a duas classes de ti, atrás, sou o Fabiano...
-Bahhh, é tu mesmo cara? Como é que tu lembrou de mim ?
-É, tenho boa memória pra algumas coisas.
Então Adriana, me abraçou como homens se abraçam, era forte, ela estava tão máscula que tive a impressão de ter até pau.Não pode ser...
-Que beleza, tu não mudou nada! O tempo não passa.
-É, tu estas diferente ne Adriana?
-É to melhor, naquela época tinha muitos problemas, agora não, to feliz, casada, e trabalho pra fora, no interior, coisas de criação de gado, me encontrei com isso.
Neste meio assunto, chega uma mulher muito bonita, uma ruiva, cabelo bem vermelho, sardinhas nos rosto, fartos seios e magra. Aproxima-se de Drica, beija na boca. No local onde estávamos os olhares se voltaram para elas. Província é complicada. Eu fiquei excitado com aquela situação, aquilo era perfeito, eu e elas.
Drica não deu atenção a todos aqueles olhos, me apresentou rapidamente sua bela esposa e nos despedimos amigavelmente. Aquelas duas exalavam prazer, não precisaria nem transar com elas, queria apenas ficar observando só isso.
Fiquei parado ali, vendo-as se afastar, era um bom momento.Eu ainda gosto dos tipos exóticos, talvez fosse fantasia, talvez eu ainda estivesse naquele banheiro infecto fedendo a mijo, fumando num canto e fantasiando. Relaxei, é bom ver que as coisas mudam, tanto faziam se melhoravam ou pioravam, mas mudavam.
Peguei meu caminho.

Luis Fabiano.
A paz as vezes fede a mijo.

domingo, maio 09, 2010


Mãe Demais.

Cada um com suas doenças. Estou acostumado com as minhas patologias, de tal forma que não quero livrar-me delas. Houve um tempo que quis, fiz até tratamento com uma psicóloga. Não preciso dizer que acabamos nos envolvendo e transando, o tratamento foi a puta que pariu. Quando terminei a relação, ela desenvolveu um ódio mortal, o que pude dizer a ela:
-Olha meu amor, entra na fila da esquerda, as que odeiam.
-Tu és um caso perdido, tua vida ta fudida, tu nunca serás nada pra sempre...
-Bem, me conta algo que não saiba. Tu aprende isso na universidade? Gostei.
Ela me jogou um objeto,me desviei, sai de seu apartamento e sua vida de uma vez só. Acho que o tratamento havia acabado. Não era boa psicóloga, mas uma ótima foda. As vezes as coisas se compensam assim.
Depois da psicóloga tive uma outra namorada.Que novidade. Essa talvez precisasse de uma psicóloga ou psiquiatra, pensei até em indicar o Sergio, sugerir minha namorada anterior, mas acho que não daria certo. Patrícia, era gordinha, gostava dela, porem sofria de uma insegurança profunda, isso tornava a vida algo meio ruim.
Vivia com ciúmes de mim. Porra ciúmes de mim? Eu acho o fim, não sou nenhuma beleza ambulante, não tenho dinheiro, tenho caminhado a passos largos pra chinelagem, ciúmes de mim? Não perca tempo.
Mas Pati perdia tempo e ficava louca, literalmente quando alguém me olhava ou sorria pra mim. Baixava nela uma espécie de pomba gira, fazia barraco, dizia todo tipo de grosseria e se tornava minha dor de cabeça. Mas como disse, as pessoas se compensam por outras coisas, quando falta amor, é preciso fuder bem, quando sobra ciúmes, é preciso fuder bem, cheio de carinho e bem gostoso, bem molhado.
Pati na cama era interessante, tinha uma desenvoltura das melhores, sua boca gulosa parecia que deseja me aspirar completamente pelo pau. Era um dom.
Um dia fomos a um aniversario, de alguém que eu desconhecia. Isso sempre é algo perigoso. Quando chegamos lá, todos me eram desconhecidos, a única saída é beber algo,a bebida socializa até um nazista, não sou o tipo comunicativo, ao contrário detesto as pessoas, prefiro que fiquem longe. Sou totalmente contraditório.
A festa começou a tornar-se interessante quando uma mulher, que tinha por volta de uns vinte e oito anos, cabelos longos e pretos, segurava uma criança de colo. Maravilhosamente ela resolveu dar de mamar pra criança. Levantou a blusa expondo os dois enormes seios bem brancos com bicos enormes e rosados. A festa tinha começado pra mim ali. Comecei a prestar atenção a bela cena. Pati fica nervosa, me chama para um canto e vomita:
-Vais ficar olhando pras tetas da vagabunda? Tu gostou? É do tamanho que tu gosta?
-Calma Pati, que isso,calma.
-Para de olhar pra lá, ta falado.
-Hum hum.
Naturalmente não escutei o que ela disse. Infelizmente eu só faço o que quero, e agradar os outros não algo fácil. Mas não ligo, aquelas tetas eram lindas. Confesso que fiquei babando, e aquela mãe ela estava muito feliz,queria que fosse a minha mãe.Não sei era de propósito, pra que mostrar as duas tetas? Não era preciso. Mas como estava sem marido ou namorado ou coisa assim, fiquei tranqüilo olhando. Fiquei escutando o que ela falava com outra mulher que estava ao seu lado:
-Ele mama muito, me deixa com os bicos doendo, mas eu adoro dar de mamar.
-É, meus filhos, apenas o primeiro mamou, depois meu leite secou, e não deu jeito.
-Puxa que coisa, eu tenho muito leite, chega ficar escorrendo pela mama, olha aqui?
-Nossa.
Aquela conversa não tinha nada de erótica, talvez por isso se tornasse interessante, as tetas dela eram lindas.Pensava, os bicos ficam duros pelo frio, pelo sentimento nervoso ou excitada, os bicos dela estava duros e saiam leite ainda por cima, era claro que eu queria mamar.
A questão de semelhança entre a excitação dos bicos com outras coisas ou situações, me deixou perturbado, ou eu sou uma espécie de tarado, a verdade que fiquei excitado, não pela cena, mas por o que se passava por baixo de tudo aquilo.Isso que me excita,não é a vagina molhada mas o desejo,não eram as tetas era a situação sensual.
Será que as mães ficam excitadas dando de mamar para seu filho?
As respostas que tive foram negativas. Porem me disseram que é uma espécie de prazer emocional, não tesão.
Naquele dia não fazia a menor diferença, aquela cena era maravilhosa, e foi tão maravilhosa que lhe rendi uma bela homenagem. Fui ao banheiro da festa, e bati uma punheta dos deuses, gozei abundantemente, no vaso, no chão e um pouco na parede.
Aquela mãe era demais.

Luis Fabiano.
Dia das mães...