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sexta-feira, maio 31, 2013

quinta-feira, maio 30, 2013



Pétalas de Sangue

Estamos sendo empurrados contra o muro
Sedas de aço, cimento cru...
Quando os problemas
Podam as asas
E o filhote da águia, cai do ninho
Asteroides riscam o céu

Agora o magico tirou um coelho morto da cartola...
E na UTI, um condenado sorriu
É  assim que meus monstros se apaziguam
Destino em preto e branco
Lagrimas prismadas, foram iluminadas
Dor cauterizada...
E o dente do tigre tornou-se uma navalha

Sou o resto que em ti não brilha mais
O segundo de arrependimento depois
A canalhice que não esperas
E o carinho voraz do vampiro em uma madrugada
Triturando, triturando
Degusto o melhor e o teu pior
Como as chamas no deserto, chamando o inimigo
E a alegria fulminante do agora nos invade

Meu carinho mergulha no teu sonho
Beijos que respiram ternura
A beleza despe-se
Em veias da alma
Sangue em flor
Espinho de amor.


Luís Fabiano.


Pérola do dia





quarta-feira, maio 29, 2013






Médium e um Baralho

Precisava crer em alguma coisa
Todos optam pelo mais fácil
Anjos do céu
Deus em um trono
Amor de Maria...
Na verdade é só uma maneira de arranjar um culpado
Por tuas próprias merdas...
Mosca na teia...

Marli é uma cartomante paraguaia
É fácil ser cartomante... E outros ante...
Já fiz
Deu certo...
Também rezei quando um marido traído
Apontou-me uma arma...
Mas o puto não teve culhões de apertar o gatilho...
No fundo é isso
Falta coragem de viver até o osso...
Falta em você também...
Medos de mais...
Vidas de menos...

Ela abriu o baralho
Então respirou fundo
Agora dizia que era a mãe das ruas escuras...
Marli parece mais sexy agora, que não é mais Marli...
-E ai?  Eu perguntei?
-O filho tá com os “caminho” fechado...
Putz, isso não é novidade, tudo é sempre difícil
Maré e rochedo, lesma e sal...
Esperei algo mais, que não veio...

Cartas não espelharam o universo
As estrelas mudas se vingaram esta noite
O que eu fui, se perdeu...
Coragem sem crer
Realidade diluída
Idiotas em todas as esquinas...
E quando não há mais nada...
Tornei-me sóbrio.


Luís Fabiano.

terça-feira, maio 28, 2013

Entrevista-Bero

Fio da Navalha Entrevista – Bero

Nas paredes da cidade, seus grafites gritam, seus traços abrem espaços na mente, levando-nos do transitório fugaz, ao imaginário surreal da existência.
Marcas nas paredes, tatuagens nas peles da cidade... poesia viva de cores e formas. Nosso entrevistado, um artista que ajuda a dar um novo olhar para a cidade, e porque não dizer para nós mesmos...
É com muito prazer que o Fio da Navalha conversou com Bero Moraes, grafiteiro, tatuador e Artista Urbano.

Luís Fabiano.





Eu, Irmãs gostosas, Challenger, brigas e ranho.

Nunca tive problemas de ejaculação precoce. Ótimo, isso me permite que as punhetas durassem uma eternidade, é isso, gosto das coisas lentas e tranquilas as vezes, mas nada na vida deve ser tomado como um padrão.

O padrão significa a burrice, significa que você não precisa aprender mais nada, significa que sua vida não vai mudar, significa que você atingiu algo... e dali não sairá mais, se fudeu. É, por vezes a vida pode ser muito idiota mesmo, ainda que todos façamos esforços para leva-la a sério. Eu não faço mais esse esforço. Não levo a sério, vivo hora a hora, com o máximo de intensidade que posso, e isso pode significar rir muito e ser um pouco responsável. Mas não sério, quem se esforça para manter muita seriedade, esta devendo muito, Freud explica isso. O próprio Freud estava devendo.

Dias tranquilos por vezes me invadem, e ai vem aquela ânsia por ação. Rock in roll baby... fuck a vida. É melhor esquecer o inglês. Estava ainda no trabalho, uma sede na boca, uma sede de beber rum em más companhias. Me canso facilmente dos “bonzinhos”, e por assim dizer, em minha vida hoje, estou por demais rodeado de bonzinhos por todos os lados. Isso me causa nojo. Fico sempre me perguntando: onde estão os selvagens? Os mentecaptos? Os alucinados? Os patológicos suicidas? Os que não conseguem ver sentido na vida? Tarados, ladrões e miseráveis? Onde estão?

Porra, são com esses caras que você aprende algo realmente relevante. O resto parece uma ilusão. Naturalmente você não sabe do que estou falando... Mas tente em algum momento se aproximar de tais pessoas... tente, não seja tão confortável, porque a vida não é.

O maldito telefone toca, o nome de Mirela brilha na tela. Puta que pariu... Mirela?
Lembro que de nossa ultima saída, as coisas foram meio catastróficas, um acidente de carro, minha porta amassada, uma foda cheia de não me toques e um cu não se abriu, apesar de eu ter cuspido muito, e salivado como um cachorro sedento no cio.

Mas enfim, aquilo não podia dar certo mesmo, aquela noite foi traçada para a dar merda... Eu não fiz a leitura certa, acabei bêbado, de pau duro na mão, e Mirela adormeceu com o rabo doendo. Trepei com ela depois que dormiu, como um cadáver chapada e bêbada. A vida realmente é linda.

-Alô Mirela... E ai qual é a boa?
-Boa noite Luís Fabiano... Essa era a pergunta que eu ia fazer...

Ela fazia aquela voz de mulher querendo algo, torna as coisas quase irresistíveis.

-Bem Mirela to tranquilão e trabalhando ainda... Mas saio daqui a pouco... estou com sede...
-Opa, legal eu também, e outra, a Milene a minha irmã chegou hoje... estamos a fim de beber...

Preciso dizer o que pensei?
Prazer em dose dupla, ou tragédia dobrada. Gosto assim, o dobro é bom, do melhor e do pior. Sentia-me um vagalume com raiva, piscando contra uma ventania, mas a ideia de estar jogando e os dados, de eles estarem no ar, significa mais que a própria vitória, me entende? Quando você nãos sabe exatamente o que vai acontecer com você... Mas a vida em suspensão, dados alucinados para a sorte, e ai você esta com sorte hoje?

Eu estava com uma boa impressão.

-Tudo certo então Mirela... Eu vou ai no teu Ap e dai saímos para mergulhar na noite fudida de Pelotas, pode ser?
-OK, baby... Beijos e até mais.

Desligo o telefone.
Volto as minhas atividades. Vou até a janela de vidro, dou uma olhada na noite, noite sem estrelas ou luar, cinza do breu e com uma leve neblina, pensei comigo: Fabiano... Fabiano, tu precisa comer estas duas hoje hein... Comecei a rir e dei uma agarrada no pau... Ele estava vivo, gosto de pegar no pau e sentir ele dar uma leve crescida.

Não me concentrei mais. Mirela é uma morena interessante, magra demais para os meus padrões, gosto de mulheres mais encorpadas, de preferencia com bunda gostosa e grande, ual... A catapulta das estrelas ranhentas. Mas Mirela não é assim, faz o estilo padrão. Magrinha, longos cabelos pretos, pouco seio e pernas longas e cheiro de perfume suave. Gosta de parecer sexy, mas força demais. Mas quando vestia uma saia, aquelas pernas pareciam melhores do eram. Trepei com ela três vezes. Gosto disso, que as coisas pareçam ser melhores do realmente são... é o que eu sempre digo... Minta pra mim... Diga que você é extremamente melhor do que é...  Seja o alucinógeno gratuito, isso ajuda a manter alguma esperança.

Saio do serviço, respiro profundamente na rua, gosto do cheiro das ruas, cheiro do Perfume, da lama, da sarjeta, do papel molhado, cães sujos... Nossos restos espalhados por ai... neons brilhando como a nova estrada de tijolos amarelos levando-nos para o paraíso ou inferno.

Vou pegar o kadett no estacionamento. A Jessi a menina do estacionamento esta feliz sempre faz alguma piada comigo. Gosto dela.

-Fabiano... tais com uma cara que vai fazer merda...
-Que isso Jessi?  Nada disso, vou beber algo...
-Ta certo... Hoje tá pedindo mesmo...

Peguei o carro, ligo o radio na União, e BB King tocava. Excelente pedida, blues profundo Come rain or come shine( com Eric Clapton). Arranquei, o “fudet”, que agora deslizava pelas ruas da cidade submersa de seres humanos, fui em direção as Três Vendas, na zona norte da cidade. Me sentia bem com as promessas vazias. Isso pode se chamar de amor? Não sei, as vezes os nomes não tem muita importância... E sim o que realmente sentimos, que tantas vezes não cabem em nomes tão simples e gastos.

É que vivemos em um mundo “excessivamente correto”... Desculpe mas eu estou rindo disso agora... Ironia, todos se comportam como se tudo fosse correto e funcionasse, mas no fundo sabemos que não é assim. A luz tem manchas, o perfume tem um certo azedo, o doce é amargo em algum momento, e as ruas retas por vezes não levam a lugar algum...
Chego ao Ap de Mirela.

Toco o interfone, e a porta se abre em um estalo. Subo os dois andares. Mirela me espera a porta, uma musica baixinha toca, era Sade. Mirela estava espetacular, com uma minissaia branca, as pernas de paraíso expostas... Onde iriamos?

-E ai Mirela... Porra tu esta gostosa hein...
-Para Fabiano... to tomando um uisquinho...quer?
-Claro, tomo do teu mesmo. E a tua mana?
-Ta terminando de se vestir... no quarto..
-Ela ta pelada lá? Deixa eu ver...
-Que isso cara... Para, tu ta louco...

Dei um gole no uísque, era dos bons... Acima dos 18, puta que pariu. Uísque é bom... mas rum negro é melhor. Sentei no sofá... Percebi que Mirela já estava meio alterada. Acho que havia cheirado algo, havia resquícios por ali... Boa menina... Menina uns caralho... Uma mulher de vinte oito anos.

Ela se senta ao meu lado, estica as penas nos meus joelhos, acaricio de leve os joelhos dela... Não tinha vontade de sair mais, meu pau subiu como um foguete para lua... Talvez a Challenger que explodiu... lembra? A coisa esquentou... Minhas mãos subiram por suas pernas... Por dentro saia curta... e toquei em uma minúscula calcinha... Puta que pariu... Nisso da entrada a irmã de Mirela, a Milene, cinco anos mais nova... Cara de puta extraterrestre, repleta de piercing, maquiagem carregada e vestia preto.
Me assustei pensei com fosse um “ exuparade ” que o Otto fala...

Segue...

Luís Fabiano.


segunda-feira, maio 27, 2013

domingo, maio 26, 2013

Tatuagem


 PELOTAS TATUADA



Rua Gonçalves Chaves n 37



Navalhadas Curtas: A vida não é vinho...

Tive um caso tosco e breve com Vivi. Eu sempre me envolvi profundamente nesta época... Talvez por ingenuidade, burrice e imaginando que a outra pessoa pudesse dar algo...

Na época, ela era cheia de pudores e preconceitos: não faço isso, não faço aquilo, tenho vergonha... entendi tudo porem não aceitei. Sou assim, nunca ninguém sabe exatamente o que estou pensando, prefiro assim, se tiver que atacar que seja inesperado... pra mim funciona. Então foda-se.
Um dia a deixei, sem mais nem menos. Me cansei das limitações. Não nos falamos mais, até ontem, quando a encontrei na rua.

Puta que pariu. A vida é vinagre. Vivi, não é mais nem sombra da mulher que era... Não sei exatamente o que senti ao vê-la.
Olhos apagados, corpo magro do vício de crack... Dentes meio amarelados, tetas murchas, pernas finas... olhar de gente maluca. Ela me reconheceu:

-Fabiano... Fabiano... cara quanto tempo hein...chega aí...
-Viviane... É muito tempo... Tu estas...
-Horrível cara... to um monstro eu sei... vejo pela tua cara...

Pensei se atenuaria... Achei melhor não:

-É...

Ela se abraça a mim, num impulso inesperado... E chora convulsivamente. Tem minha idade e parece uma criança. Essa é a merda da verdade. Eu não tenho a solução... e ela teria forças pra mudar o próprio destino?
A abracei forte e lamentei. Ficamos nisso alguns minutos. Ela se acalma.

-Fabiano... tu és uma das minhas melhores memórias... tenho saudade daquela época...

Sorri e disse:

-Lamento Vivi... eu não causo boas memórias pra ninguém... Você deve estar muito mal mesmo hein?
Ambos rimos...

E por um breve instante ela pareceu ser a Vivi de ontem... Puta que pariu... o que somos capazes de fazer conosco mesmo?
Conversei mais um pouco e fui. Vivi agora é prostituta.



Luís Fabiano.


Literatura Histérica 3




Literatura Histérica 3 – (Hysterical Literacture )
Por Clayton Cubbit


Um ousado projeto do fotógrafo, cineasta e escritor James Clayton Cubitt. Uma ideia muito original. 
Colocar uma mulher lendo um livro de contos eróticos... Enquanto debaixo daquela mesa, algo muito bom acontece.
Em seu projeto, ele usou de vibradores enfiados nas moças, usou os namorados das moças, e outros elementos não revelados... 
O objetivo é fazer com que ela leia sem perder o foco... enquanto sente muito prazer...
A ideia é sensual e linda.
Vou lentamente postando os vídeos... Este de hoje é uma imitação do projeto em uma versão espanhola...eu gostei.
Curta é bem bacana.
A Roser é a terceira...
Boa gozada.




Xoxotas





Paladino das xoxotas

Minha boca tornou-se ávida
Minha língua inquieta
Como uma minhoca deslizando em um cano de sebo
Tenho fome de viver
Tenho sede de ti...
Temos uma ponte flexível, de carinhos e paixão
Sou a dobra do desconhecido
És a lamina guardada na escuridão...
O vomito das estrelas...
Em uma noite repleta de amor

Sou um coração inquieto
Despertado por desejos sem fim
Propósitos esfarelados ontem...
E um trapézio de prazer em chamas...
Gosto do gosto, do cheiro acre e da urina

Isso me faz lembrar...
A de Monica era muito ácida...
Uma comedora de cebola e alho...
De Bete, suja como um pesadelo, molhada
Como uma sarjeta...
Joana cheirava a eucaliptos artificiais...
Era tão paradisíaca que causava asco...como a mentira...
Fatima, peluda como uma virgem, e maior que minha boca
Ela deveria ser astronauta... Pois já tinha o buraco negro...
Charlene, melada com muco branco e tinha gosto de cigarros e álcool
Boa para satisfazer vícios diversos do espirito...
E Vera?
Tão verdadeira, e a sua tem um gosto muito forte... E o cheiro
Demora dois dias para sair do rosto
A verdade é um gole de fogo...

Minha boca ávida
Entornando minha língua
Uma minhoca vivendo de paixão
Lamina transpassada de meu amor
Meus carinhos possíveis neste segundo
Teus desejos satisfeitos
A prece atendida por anjos egoístas
Teus restos espalhados em minha alma...
Um último beijo.

Luís Fabiano.

sexta-feira, maio 24, 2013



Filmes Para Pouco


 Filmes Para Poucos 

É um grande clipe ou um grande filme?
Pink Floyd The Wall é grande em todos os sentidos. A começar pela reunião de três gigantes: Alan Parker, diretor; Roger Waters, vocalista e baixista da banda Pink Floyd e roteirista do filme; e Gerald Scarfe, cartunista político que dirigiu as sequências de animação. O filme é ainda maior por se tratar de uma adaptação do décimo primeiro álbum da banda inglesa de rock progressivo Pink Floyd, lançado em novembro de 1979. O filme foi produzido em 1982 e apareceu no Festival de Cannes naquele ano, fora de competição. Mas, afinal, este não seria um filme para poucos. Trata-se de uma produção consagrada por fãs da banda, assistida por milhares ao redor do mundo e a música tema até virou hit-paródia cantada até hoje por torcedores fanáticos nos estádios de futebol. Então vamos ao que interessa para poucos: a história e o conceito da obra.

" The Wall é uma ópera rock que explora o abandono e o isolamento, simbolizada por uma parede metafórica. As músicas criam uma história na vida do protagonista, Pink, um personagem baseado em Waters, cujo pai foi morto durante a Segunda Guerra Mundial. Pink é oprimido pela mãe superprotetora, e atormentado na escola por professores tirânicos e abusivos. Cada uma dessas traumas se tornam os "tijolos no muro". O protagonista se torna uma estrela do rock e suas relações são marcadas por infidelidade, uso de drogas, e explosões de violência. Como seu casamento desmorona, ele termina a construção de sua parede, completando o seu isolamento do contato humano. Escondido atrás de sua parede, a crise de Pink aumenta, culminando em uma performance alucinante no palco, onde ele acredita ser um ditador fascista. Atormentado pela culpa, ele se coloca em julgamento, onde seu juiz interior ordena-lhe que mande abaixo o seu próprio muro e se abra para o mundo exterior. O álbum gira um círculo completo com suas palavras de encerramento "Não é este onde ...", as primeiras palavras da frase que inicia o álbum, "... Nós chegamos?" com a continuação da melodia da última canção insinuando a natureza cíclica do tema de Waters." (texto extraído da Wikipédia)

Rogério Péres.

Trailer legendado:






Engrenagem

Homens vis sorriem
Em meio a guerra, a fauna, a derrota e a chama
Autômatos viscerais
Gemendo suas dores
Brincando de viver
Levando a serio o morrer...

Enquanto a divindade
Engata a próxima marcha
E pede ajuda ao Diabo...
Vamos atropelando a vida e sendo atropelados por ela...
E dando tão pouco de nós...
Como a merda de cada dia, gotejando no asfalto cinza
Somos o grito, a lágrima e um pensamento piscando no olhar...
A porta que fechamos sem perceber...
Mergulhados em nossa inescapável solidão...

E ao mesmo tempo somos a saudade das estrelas
O orvalho nos copos de cerveja
A brisa fumarenta de bares cheios
Como sonhos que se desvanecem, nos reduzindo ao real
A catapulta sem força
O desejo sem desejo...
A pica mole...
E a vagina gotejante...

Gostaria de dizer que somos bem mais que isso...
Gostaria que as estradas, não fossem tão hostis...
Gostaria que as respostas todas viessem ao encontro das duvidas...
Gostaria que não tivesse dado tão errado...
Mas a vida é uma porrada...
E os sorrisos são para intervalos.


Luís Fabiano.


Poesia Fotográfica






Navalhadas Curtas: A Loira do Corredor

Meu prédio é um manicômio informal. Imagine algo, e aqui acontece. Puta que pariu. Tava cansado de estar em casa. Havia dormido um pouco, e fui acordado pelo oculto desejo de trepar ou foi um pesadelo mesmo.
Olho as horas, são três horas e trinta e três minutos. Boa hora, a hora deles...

Não pensei duas vezes, me vesti, bebi um rum no bico da garrafa como gosto, e abri a porta. Neste abrir a porta e acender a luz do corredor, uma loira magra, tinha ares de ter vinte e poucos anos, com uma minissaia curtinha, olhos verdes e um detalhe interessante: estava com o ouvido colado a porta da minha vizinha.

É isso ai, ela estava escutando a conversa que estava acontecendo. A essa hora da manha, ninguém fala nada que preste. Os gemidos e grunhidos são significativos. Ela me viu e seguiu como estava:

-Oi – eu disse.
-Oi... Psiu... silencio cara...
-Tudo bem... Tão falando mal de ti?
-É... Essa gente não presta mesmo...
-Sei como é... Conheço muitos assim...
-Ela tá inventando coisas sobre minha pessoa... A puta...

Gostei do tom, toda mulher fica sexy falando palavrões e bancando a durona, estávamos cúmplices em crime agora.

-E o que tu pretende fazer?
-Vou ficar aqui ouvindo... E depois eu me vingo... e depois...
-Ela tem marido?
-Tem...
-Então é fácil pra ti... Dá pro marido dela...

Os olhos dela brilharam, talvez não fosse puta, talvez fosse, mas o doce sabor de eliminar a concorrência é algo... E as mulheres naturalmente disputam, é um joguinho ancestral, eu apenas joguei gasolina no incêndio. Gosto disso...

-Muito prazer Luís Fabiano...
-Prazer, Maiva.
-Maiva eu tô saindo pra beber...
-Não obrigada, vou ficar aqui e ouvir até o fim.
-OK, sorte.

Cada um se tortura como pode e quer. Escolha a sua tortura e foda-se feliz.
Na real eu queria até comer a loirinha... Mas ela estava ocupada demais, com as próprias merdas.

Luís Fabiano.

segunda-feira, maio 20, 2013


    Pelotas Tatuada    



Rua Dr Cassiano, n 371.


fodas de porra alguma...



Assalto, Ressaca e os fodas de porra alguma... 

Estávamos eu, Maciel, Rogério, Júlio e Alan. O maldito túnel estava muito  escuro, vestíamos preto... e nos arrastávamos por aquele buraco... Mas essa a vida, tentando fugir da lama, você precisa se arrastar um pouco por ai... 

Quanto maior o risco, maior o lucro... É assim com tudo... Você que fica na tangente, de fazer algo simples... Sem riscos... na linha dos medos possíveis, foda-se, você nunca vai fazer nada realmente relevante... Mesmo serve para abrir uma lata de sardinhas... É preciso arriscar, se arriscar. Diz Rogério:

-Silencio porra... Agora estamos quase chegando lá... Sem vacilação pessoal... Hein... Sem vacilo... Porra!

Todos concordamos em silencio cúmplice  Diante de mim uma placa negra, bem aparafusada, mas eu estava com o equipamento em cima. Fiz com jeito e a placa pesada foi se soltando. Júlio sorria com plena convicção, era isso... Grana... Caralho, grana... talvez Júlio estivesse rindo de nervoso? Não... acho que não Júlio...é frio.

Tenho um temperamento gelado... Aquilo era um erro imenso... Mas todos sabíamos...  Estávamos ali pela grana... grana brohter. Entre culpados não existe inocência, Alan estava assustado... Começou a questionar:

-Cara... E se nos pegam? Hein? Que merda vai dar isso? Não quero ir pras grade meu...

Maciel sorriu um riso nervoso talvez:

-Nada não meu... Se a gente cair... Vai cair todo mundo... Tendeu? E vai ser lindo.. ai´...

Eu:

-É isso... Se cairmos todos estamos fudidos... Então foda-se, vamos fazer isso bem feito... e desaparecer daqui...

Abri a placa de boa, o Rogério foi o primeiro a entrar... Acendeu a luz... e puta merda... Era o lugar certo, havíamos acertado a sorte grande. A sala da grana agora era nossa, era pegar só as notas de cem... Você já sentiu o cheiro de uma quantidade grande de dinheiro? Porra é bom pra caralho...
Júlio não conseguiu esconder os dentes:

-“Tamo” feito... Acabou a miséria...

Maciel:

-Porra...  E agora, que nos vamos produzir com esta grana toda hein? Vão ter que nos engolir... hein...

Rogério:

-Nada de comemoração pessoal... Nada... Só se ganha... Quando sairmos daqui lisos... O pessoal do banco pode chegar a qualquer momento... Então pressa porra... Pressa...

Que merda... Eu fiquei em duvida ai... Quem era o Diretor?...
O Alan... estava muito preocupado, mas colocava a grana nas sacolas...eu tinha certeza que tudo ia dar certo. Já estávamos ali... A uns sete minutos... Então do nada a porra do alarme disparou...
Respirei fundo... Já senti o gosto das grades na boca... Rogério aos gritos:

-Bora, bora... bora...bora...porra...bora...porra...

Juntamos o que pudemos, entramos no túnel novamente... Agora éramos lesmas turbinadas nos arrastando no óleo quente... Conseguiríamos?
Nunca se tem todas as respostas. Nem pretendo tê-las... Quem pensa que tem... Não passa de um idiota. Os segundos converteram-se em horas, em nossa consciência. Mas eram segundos...

Por fim conseguimos sair do túnel... E agora olhávamos por um bueiro, nada de viaturas, policia ou coisa parecia.
Sacos de lixo cheio de dinheiro. Havíamos fudido o banco. Quando saímos do bueiro, saímos andando até o carro... Entramos no carro, e então arrancamos, sem pressa, sem culpa. Então quer dizer... Que é possível vencer o sistema?
Claro que é... E a vitória é de quem vence o sistema...  Se você vence... Você tem méritos para não ir preso ou ser punido...

Os pensamentos eram uma torrente... Quando... Uma viatura bate em nosso carro... No virando de ponta cabeça... Um estrondo próximo da morte... Puta que pariu... olhei para o pessoal... Estava todo mundo inteiro... Sangrando um pouco aqui e ali... Maciel o motora... Estava machucado... Saímos do carro... Arrastando-nos novamente... Os caros da viatura também estavam machucados que se fodam... ao que parece era um acidente totalmente ocasional... Que merda...

Fomos saindo... O dinheiro meio espalhado na rua... Então na esquina... outro carro de policia... Armas apontadas desta vez... todo mundo no chão! Devagar caralho...

Meu coração dispara... A ultima coisa que escutei: tá todo mundo fudido hein!!! A casa caiu seu bando de filho da puta... Se fuderam...
Abro os olhos em sobressalto. Estou em uma cama. Puta merda era um sonho... ou melhor um pesadelo...beleza. Estávamos a salvo, todo mundo eu acho.

Gosto de acordar de ressaca. Cabeça pesada, o corpo lento a vida arrastada. Instantes fantásticos em que você mandaria qualquer pessoa desta humanidade, a puta que pariu sem hesitar.
É liberdade?

Talvez... Existe uma liberdade que é conferida aos doentes, aos terminais, aos loucos... Uma liberdade cheia de consentimento, como um respeito devido a agonia alheia...  Você já olhou nos olhos de alguém em estado terminal? Faça o teste... É uma experiência relevante. Respiração difícil, olhar semifechado, um brilho lento que se termina... Ual ...realmente não é bonito.
Eu estava bem...tinha dormido naquela cama desconhecida... Cama desconhecida? Mais uma.

Puta merda... Bebidas, boa noite cinderela, ressaca e quem era a vadia que estava ao meu lado? Tive medo de tocar nela... Ela roncava forte, uma porca leitosa... Eu trepei com ela? Quem era? Como era? E que lugar era aquele? Inúmeras perguntas e nenhuma resposta. Eu preciso parar com isso. Tive medo de toca-la e de-repente encontrar ali quem sabe uma ereção? Não... beleza... Toquei sem olhar mesmo, e ali estava uma bucetinha... Bucetinha não, nada de eufemismos... Aquilo era um bucetão imenso. Graças a Deus.

Ela parecia esta muito drogada, bêbada... Ótimo não iria acordar tão fácil... mas quem era ela mesmo? Não interessa... Eu a conheci no bar... Ela estava no cio... eu também... Muitas bebidas depois e o resultado desta equação é sexo! Nada mais a esperar... alias, apenas que ela não acordasse agora. O quarto não estava muito iluminado, então eu não lembrava se ela era bonita, feia... mas se me conheço bem... Topei...

Fui levantando devagar... E havia um cheiro no ar que estava me incomodando... Um cheiro forte de mijo... Talvez mijo de gato?Humano?
Vou caminhando... Tropeço em um penico velho... Que vira não chão todo... derramando uma boa quantidade de xixi e coco... Jesus... Que pessoa era aquela que fazia suas necessidades em um penico ainda?? Existem criaturas mais doentes que eu por ai... Isso era um consolo.

Me visto e vou até o banheiro...  A casa esta muito zoada... O banheiro quebrado... Isso explica o penico... O vaso é apenas um cano aberto... Pra cima e sem o vaso... O espelho quebrado, a pia com umas calcinhas enormes de molho... Peguei uma das calcinhas... Por que eu fiz isso? Eram calçolas horríveis... Acho que nem minha vó as usaria...

Era melhor ir embora o mais rápido possível... Minhas roupas estavam sujas... Com um cheiro típico de sexo rasgado... Xoxota suja e um pouco de merda. Ela continuava roncando forte. Qual era o nome dela mesmo? Rita? Andria?Tereza? Sei lá. Fui saindo de fininho. Tudo certo. Seja como for, eu estava em uma vila. O Kadett completamente embarrado... Ainda estava ali me esperando. Ótimo.

Dei a partida... Fui embora. Por vezes é melhor você não saber das coisas em detalhes... A ignorância pode ser uma benção... Eu apenas queria e ir embora... O dia claro agora... ruas conhecidas, uma paz existencial advinda do esperado... Uma puta a mais, uma puta a menos... é isso... Vou sorvendo a vida lentamente... E amanha? Amanha a gente vê.

Nisso olho para o assoalho do carro, no lado do carona... Me assusto, paro o carro: que porra era essa?
Ali... Amassadas... Perdidas, jogadas três notas de cem reais... Três notas? De onde vieram? Achei que deveria dar uma olhada na mala do carro... Mas não agora... Agora não.


Luís Fabiano.


domingo, maio 19, 2013

sexta-feira, maio 17, 2013

Helô

 Dica da Helô 

Vanguard - Mi vida eres tu


Helô... semanalmente dá dicas de música aqui no Fio da Navalha.
Música de qualidade... que ela reproduz em suas festas, e também que curte em casa... 
Pra fechar a semana com chave de boa...

Hoje temos Vanguard, e a música é Mi Vida Eres Tu.
Você pode ver o Clipe Oficial aqui: http://www.youtube.com/watch?v=oSU8UY...

Boa curtida.

Luis Fabiano.








quinta-feira, maio 16, 2013

Filmes Para Poucos



   Filmes para Poucos  

Tenho o conceito de que alguns Diretores são os seus filmes e de que alguns filmes são os seus Diretores. Num exercício de memória você poderá citar os 10 melhores filmes que já viu. Pois bem, agora diga o nome dos diretores destes filmes. Bem, se não lembrou de todos, sem problemas, eu já esperava por isso, mas destes alguns Diretores que você lembrou você também será capaz de citar mais dois ou três de seus filmes. Aí é que está o conceito, a relação obra-cineasta a que me refiro. Alguns filmes marcam, alguns diretores deixam suas marcas, mas há o terceiro elemento. A suprema marca. Para fechar esta dialética direi o nome de um filme e seu Diretor: Sonhos, de Akira Kurosawa.

Kurosawa foi um mestre da sétima arte, em Sonhos, ele consegue nos deixar um legado completo de sua cultura nipônica, a Natureza elevada a uma estética de significados do xintoísmo, com um humanismo pouco visto em ideais e poesia nas telas, além de uma sarcástica advertência à sociedade de consumo. Sonhos, de Kurosawa. 
Supremo.

Por Rogério Peres.

Trailer - Dreams - Akira Kurosawa