Pesquisar este blog

sexta-feira, março 30, 2007

Virtudes Secas

Ao observar-se o panorama , da vida, do mundo e de nossa existência ao observador acurado e que de certa forma consegue por-se a parte do torvelinho existencial, algumas verdades tornam-se gritantes e imensas, muitas vezes maiores que nós mesmos daí o pensar-se em incomensurável, inacreditável do que se entende por ignorância daquilo que é absolutamente comum.
Quando falamos de nobres virtudes da alma devemos ter basicamente em mente a luz que tais ações lançam em nossas vidas e ao mesmo tempo o total despreparo que a humanidade se encontra para recebe-las, entende-las ama-las mesmo. O mundo não é movido pela ordem, pelo correto, pelo integro isto é apenas contraponto de poucos que neste contexto estão em perfeita ordem com aquilo que se deseja em âmbito geral.
Demonstrar virtude profunda é expor-se ao notório ridículo, é ser vilipendiado, ser agredido e caluniado. Então amigo, o mundo não está preparado para viver o bem de uma forma coletiva, da maneira como esta estruturada a vida e a sociedade, se maioria dos entes humanos, em uma bela manhã de sol de um dia D acordassem bons, generosos, educados e não resistissem ao mal, certamente este dia seria o caos instituído.
Por outro lado é bom que existam os mestres da humanidade, Buda,Jesus, Krishna, Maomé, Osho e outros, para demonstrar que em um nível individual e solitário isto é possível, a redenção. Tenha em mente amigo, não existe nenhuma instituição ou pessoa que possa te salvar, nada, não existe nenhuma instituição que possa salvar o mundo, não existe nenhuma agremiação, política, cientifica, filosófica que vá dar jeito na vida, no mundo que aí está, estas ao contrário foram criadas para perpetuar o que existe, estrangular o nascedouro das virtudes, repito, o mundo não esta preparado para viver o bem.E se você acha que é falácia de minha parte, não seja cínico, qual foi a sua cota de bem para mundo hoje? O mundo não esta preparado para viver e conviver com o bem, porque basicamente se alimenta do mal, a fome, a guerra, a peste, a calamidade, de toda sorte de sofrimento da humanidade, é o alimento do mundo, e teu com certeza.
Não existe nada lá fora.
Apenas você e nada mais, você aí, em sua real e mais profunda solidão, solidão que nada e nem ninguém pode te acompanhar, embora tentes abstrair isso das maneiras mais ignóbeis possíveis, sabes que estás só, em teu mundo em tua individualidade, e se neste mundo interno, profundo nada se alterar, se você não for melhor, se a tua estrela se ofuscar, tenha certeza absoluta, nada, absolutamente nada se alterará, na vida, na existência e na coletividade.
Bem agora vou deixar você com você mesmo, tenho muito trabalho a fazer e creio eu que você ainda nem começou

Tenhamos um final de semana de paz e iluminação.

Namastê.

Fabiano.

quinta-feira, março 29, 2007

frase lapidar:

"Tenho prazer imenso em ler, e maior ainda em esquecer tudo."

Magalhães.
O disforme

Todos queriam enquadra-lo, afinal o mundo gosta de definições, nítidas, pardas e embaçadas a guisa da então chamada verdade “real” e absoluta.Sinceramente é bom que o mundo pense assim, pois assim é continuação não da espécie humana, sim da tragédia que existe.
No entanto ele não tinha forma, hora era flácido, mole, as vezes gosmento, ora era quase como um gás, inodoro e invisível, outras tantas vezes era rígido, duro e as vezes áspero e seco. Moldes e molduras não encaixavam nele, pois nunca se sabia como, que modo ou forma ele estaria, eterno dilema humano sempre tentando encaixar coisas redondas em formas quadradas, e a ironia torna a piada de mau gosto, quando ainda se perguntam, mas porque não encaixa?Só posso sorrir sodomicamente.
Mas porque gostamos de formas ideais e definidas?Por simplicidade ou melhor por obtusidade, quanto mais clara e fácil a forma de encaixar, maior a tua satisfação, por ser desnecessária qualquer interpretação, fácil e medíocre, inclui-se aqui sentimentos, emoções e outras excrescências semelhantes, raso.
A natureza é nossa mestra, abusa de formas e disformas,da cores, dos não padrões, mas inquestionavelmente, se utiliza sabiamente disso para atender as funções, não se prende a formas, nós entes humanos gostamos das sólidas formas, por nossa total “segurança”, ter uma personalidade que sólida, irredutível, imutável e acabada, significa uma única coisa, sofrimento a vista, pois o contraste destas coisas que mudam, e tudo muda, com aquilo que é determinadamente sólido, bem, a natureza sabe nos fazer alterar nossa rígida estrutura, quem duvida deste axioma é só pensar um pouco sutilmente nos seus dramas, tragédias, graves dissabores da sua vida, certamente algumas coisas levaram você a mudar algumas posições, talvez curvar-se, e talvez por algum momento você tenha ficado meio disforme, não?Minha ironia.
Por favor não lute com a natureza, seja digno e um pouco inteligente, algo desapegado quanto a você mesmo, não tenha a patológica necessidade de agarrar-se ao que pode te matar,e claro o que certamente esta morto por natureza, cadáver putrefato exalando mau odor.Você não sente?
Este assunto é por demais curioso, mas me sinto um pouco estranho agora...me sinto amolecendo, como ficando flácido...não... sei... vou...conseguir...escrever...mais...

Paz das florestas.
Fabiano.

quarta-feira, março 28, 2007

A Liberdade

"O primeiro é a "liberdade de", a liberdade que conquistamos ao vencer restrições impostas por forças externas, como os nossos pais, a sociedade e a religião. O estágio seguinte é a "liberdade para", uma liberdade positiva que sentimos quando criamos algo ou nos dedicamos a alguma coisa - um relacionamento satisfatório, por exemplo, ou uma visão artística ou humanitária. E, por último, existe a "liberdade pura", o grau mais elevado e supremo de liberdade. Ela é muito mais do que ser a favor ou contra; é a liberdade de ser o que se é e de viver cada momento como se fosse único."

Osho.
"Tendes de provar aos vossos inimigos e aos que vos querem mal, que vossa causa, sendo forte e assentando-se na rocha da Verdade, jamais pode realmente ser impedida em seu progresso por nenhuma oposição, por forte que seja, se todos vos unirdes e atuardes em concordância."

Mestres

terça-feira, março 27, 2007

Ordinário, extraordinário!

De uma maneira muito tranqüila somos todos ordinários, no sentido mais raso de ser, nossa apreciação de mundo é basicamente contentamento inatingível insatisfação inglória e viciante, nosso anseio de melhora é objetiva, não inclui ser melhor conosco mesmo, na nossa subjetividade, com o próximo, com o Planeta. Nós os ordinários que vivemos em ditoso contentamento e aceitação do mundo que é, não temos preocupações com nada fora seu próprio umbigo. És um ordinário, mas não se ofenda por favor, isso é normal, sem culpa,indolor e sem exigência alguma, a nossa humanidade é feita de tipo normais e medianos, e não de extraordinários, a lei da natureza é equânime e sábia, o que abunda aqui certamente falta em algum lugar, e isso vale para tudo.Os extraordinários, são raros sem duvida, belos e inspiradores, sabem tocar a vida, tirando dela notas suaves, doces e belas, em geral estes tipos são sempre muito mal interpretados, normal, como o ser humano é feito de material raso quase tudo se nivela a isso para que possa ser compreendido, entendido, para que tenha algum sentido?Mas para que ter sentido?No oriente o sentido da busca é apenas buscar, pois desejar algo além disso é perder-se, perder a busca, no Ocidente, tudo deve ter um fim,óbvio e lógico sincronizado, exato e imperfeito.Quem está errado? Nenhum ,tudo é uma questão de apreciação, e isso é totalmente solitário, estrada solitária amigo, a única solidão real.Mas, não confunda o os ordinários com os extraordinários, hoje os primeiros estão bem maquiados, por maquiadores de demônios, hoje eles estão na moda, e certamente mais magros, alguns lembrando faquires indianos, santos, e muitos de nós achamos que são os extraordinários, ledo engano, ledo auto-engano. É bom mentir para si mesmo, fazemos isso o tempo todo com graça, para encobrir a própria miséria.É mais fácil e indolor e não solitário, que sentir que temos a responsabilidade real por tudo em nossa vida, quiçá no mundo.Encantamento amigos, é preciso descerrar as portas do coração para mergulhar de si para si, ficamos a periferia de tudo, é preciso arrancar a falsa epiderme que nos envolve e ver além entender além, não como ordinários que somos, mas num ímpeto de lançar-se a busca do mas belo e nobre ao ente humano, do extraordinário.

Paz.
Um fraternal Tríplice abraço.

Fabiano.
"O egoísmo pessoal é que excita e estimula o homem a abusar de seus conhecimentos e poderes. O egoísmo é um edifício humano, cujas janelas e portas estão sempre escancaradas para que toda espécie de iniqüidades entre na alma humana."

H.P.B

segunda-feira, março 26, 2007

Um Monstro.

Era uma vez agora, nos tempos atuais, em plena era hodierna, um certo Monstro, que vivia na cidade a luz do dia, a sombra da noite, objetivamente não se escondia, mas sempre permanecia oculto, velado, apenas algumas poucas vitimas que sabiam efetivamente de sua existência, pelas marcas deixadas em si eternas feridas, para grande multidão o monstro não existia, aliás como é de praxe, para as massas, nada de muito importante ou irrelevante existe, seja bom ou mal.
O Monstro era tranqüilo, mui raramente se alterava gostava de coisas simples e comuns, caminhava pelas ruas calmo, quase inabalável, tinha um olhar acurado e uma boca com dentes afiados, mas de um modo generalizado evitava as pessoas, aos poucos sortudos ou azarados que cruzavam seu caminho e tentavam a aproximação as vezes retrucava com um sorriso irônico seguido de uma unhada afiada, sim tinha garras grandes, fortes e poderosas e suas unhas eram navalhas afiadíssimas!
Quando o monstro passava pela rua, as pessoas comentavam a boca pequena, olhe o Monstro mas não se desviavam de seu caminho, porém o Monstro não queria atenção, queria ser invisível, não gostava da atenção das pessoas as quais considerava essencialmente idênticas, a exceção é Ser Monstro,é Ser Espécime, preferia a solidão, a quietude, para o Monstro as pessoas eram entediantes alimentos a grande maioria, outras tantas tinham seu papel limitado de uma vida limitada, pelas grandes de sua mente, o monstro as devorava a todas, lentamente saboreava até o ultimo suspiro.
Os hábitos alimentares do Monstro eram curiosos, por dias se alimentava de coisas vindas da sarjeta, do lixo humano mesmo, mas outros dias alimentava-se de néctar, de manjar dos Deuses, de flores delicadas e do perfume da vida, da doce harmonia de existir. No entanto, ele reagia com a mesma naturalidade para ambas, existia uma certa equanimidade em seu intimo, nobreza ou baixeza ?
As pessoas temem o Monstro, temem ser caça, temem serem vítimas. Mas, nosso Monstro tem sensibilidade, aprecia a sofisticação, em paralelo adora o grosseiro, como tudo isso Advém do humano ora admira as estrelas e o universo, outrora o abismo e lama densa, sabe usufruir de ambos, mas o Monstro entende o que abunda é lama, universo e estrelas são longínquos poucos e raros. A erro em saber usufruir do pior e do melhor?Ser tão igual e imensamente diferente? Ser tudo ao mesmo tempo nada?
Mas conta a lenda que nem sempre fora assim, sim, nem sempre foi um Monstro, mas isto já uma outra história, e esta perto da hora do jantar.

Meu melhor e meu Pior para todos.
Fraternal Abraço.
Fabiano.
“Ser anormal, é degustar o mesmo lixo todos os dias como se fosse o manjar dos Deuses.”

Clara.
Alma Inocente

Entre idas e vindas deste mundo, por vezes experiências inusitadas no acodem arrancando-nos do marasmo de existir, curiosamente isso nos deixa uma vaga impressão que talvez o mundo tenha alguma solução em fim, mas não necessariamente que isto se torne um ato de fé.
Era uma pessoa comum, simples e de grande coração, pessoa transparente como costuma-se dizer ironicamente, como você e eu enfrentou atribulações mil, ganhou algumas perdeu outras tantas, teve várias mortes em vida, e outros tantos renascimentos, hora foi grande e doutra feita pequena, medíocre, comezinha, sentiu o gosto da vitória e sorveu a bela taça repleta de derrota, bebeu de ambas e soube se manter-se incólume, não se tornou amarga , consegue olhar a vida com luz nos olhos, se mantém perene, doce e por isso mesmo bela.

Acredita na vida, na beleza da vida, na doçura da vida, acredita que a felicidade é possível, acredita que de um coração de pedra possa se extrair amor, beleza e paz, crê na humanidade, crê que tudo um dia será melhor e que realmente todos temos solução.
Quando a olhei nos olhos, percebi que era uma criança, pura e ingênua , que acariciava docemente um enorme portão metálico de um castelo , não se importando se ele se abrirá, fazia desenhos em sua umidade fria, e sorria de si para consigo mesma e nada desejava.
Confesso que não acredito nela, tudo que é verdadeiramente bom e belo deve ser fadado a morte, para que viva sublimado em sua realidade profunda, assim vive, flui e torna-se eterno auto-consciente, belo, em linhas objetivas ditas pela cegueira da razão, a realidade é como desejar prender o aroma do incenso com as mãos, tocar a epiderme do amor, beijar a face fria da morte, ser um catador de estrelas ou um manancial no árido deserto.
Prefiro o nada, não tenho papeis determinados, não tenho clausuras e nem forma estabelecida, meu amargor é doce, minha frieza é viva, e não tenho pretensões, não acredito em ti, tua vida, tuas emoções, teus sonhos de amor, nem mesmo tuas dores são reais.

Martele um dedo repetidas vezes e ele não doerá mais.

Paz aos de boa vontade.


Fabiano.

sexta-feira, março 23, 2007

"O melhor corretivo para o erro é um exame honesto e de mente aberta de todos os fatos subjetivos e objetivos."

Mestres

quinta-feira, março 22, 2007

"Feliz aquele cujas percepções sempre lhe sussurram a verdade! Julgai os que diretamente se ligam conosco de acordo com essa percepção, e não segundo a vossa mundana noção das coisas"

M.K
Isis

Vem Isis, vem mostrar tua face para mim.
Tira teu véu e revela o abismo entre nós.
Não permitas que vislumbres apenas teus negros olhos
Desejo ver tua face desnuda, desejo-te inteira, ainda que possas dilacerar minha Alma
Ao preço que se paga, do sacrifício é minha dignidade
Lagrimas suor e sangue sim, não poderia ser diferente.
Tira teu Véu Isis, sim agora, e sacia minha essência mais profunda que és tu mesma.
Permita que beije teus lábios feitos de infinito, e que me afogue neles com gratidão.
Obrigado.
Não te desejo mais.Te desejar, é te matar, te querer e perder-te para sempre.
Para não te perder, eu te diluo em nada e estérea vives para sempre,
Sem jamais perder o viço, o brilho a vida.
Agora, me olha mais uma vez, e a mim isso já basta.

Paz ao coração de todos.

Fabiano.

quarta-feira, março 21, 2007

Ultima Vista...

E então o sol se punha lentamente, ele sentado naquela hora de todas horas da sua vida, olhos fitos no horizonte apenas pensava, pensava na criatura humana suas dores, suas alegrias, o sol se punha, mas sua alma iluminada de sabedoria ali brilhava. É verdade, as vezes não é fácil mesmo amigo, temos um pavor do ultimo momento, a ultima respiração de vida,o ultimo hausto, então o disfarçamos, o maquiamos mesmo, deixamos de olhar sua face desnuda e nos prendemos nas suas vestes, a aparência de tudo, transformando o efêmero em realidade absoluta.
Saiba que todos os momentos são a ultima vista, o derradeiro, o que nos faz pensar diferentes disso são os nossos desejos, anseios, mal entendidos, mal direcionados, é claro que somos vítimas, da nossa própria ignorância e obtusidade. Sofremos é certo.
Não queremos reter em nossa vida a ultima vista de nada, mas isso também não deixa de ser ilusão, não há garantias e nem seguranças, embora queiramos tudo isso, queremos um final feliz sempre mas isto historicamente não existe, e em toda historia de nossa vida, você imagina mesmo que uma vida que todos nascemos da dor e sangue alheio pode ser conduzida sem que a dor e sacrifício sejam a sua dinâmica?Ledo engano amigo.
A bem da verdade Teosófica, o homem evitaria muitos transtornos se tivesse um pouco de auto-controle,mas isso seria sanidade demasiada, é exigir demais, é como pedir a macacos que se comportem numa loja de cristais.Essa é a verdadeira missão impossível, colocar sabedoria na mentalidade humana.
Mas nada queremos ver a respeito disto, queremos por do sol eterno,na beleza de sua despedida, tragédias jamais, não queremos esta ultima vista,mas, tenho um breve conselho, comece a correr agora amigo, o mais rápido que você puder, a ultima vista se aproxima, corra, antes que ela te pegue, mas saiba que a fuga jamais será eterna.


Ps: não sou adorador da tragédia, mas entendo que a bel prazer nenhum crescimento acontece, somente quando o mar esta revolto sabemos o quão bom é o timoneiro, em águas tranqüilas até um idiota é excelente.


Fraternal abraço.

Fabiano.
" Mesmo a mais tênue sombra de diferença arma os pesquisadores da mesma verdade - aliás ardorosos e sinceros - com o aguilhão do escorpião do ódio para com seus irmãos, igualmente sinceros e ardorosos. Vítimas iludidas da verdade deturpada, esquecem - ou jamais souberam - que a discordância é a harmonia do Universo."

Carta dos Mestres.

segunda-feira, março 19, 2007

"Vivemos numa atmosfera de escuridão e desespero... porque nossos olhos estão voltados e fitos na terra, repleta de manifestações físicas e grosseiramente materiais. Se, ao invés disso, o homem, prosseguindo na jornada de sua vida, olhasse, não para o céu — o que é apenas uma figura de retórica — mas para dentro de si mesmo, e centralizasse seu ponto de observação no homem interior, muito logo escaparia dos rolos compressores da grande serpente da ilusão."

Blavatsky.
Dois Loucos e um diálogo

Em um manicômio próximo a sua casa, dois loucos conversavam, não eram agressivos é certo, aliás contrário eram muito tranqüilos, conversavam contemplativamente, com olhos de um brilho especial. Sobre que falavam?Porque estavam felizes? É claro isto é auto-explicativo, os bons loucos sempre são felizes.Vivem em um mundo aparte, para não se contaminarem com a “sanidade” instituída pela sociedade de débil senso comum, rasa compreensão e medrosa diante daquilo que desconhece.
Mas os loucos não se preocupam, sabem que a“sanidade” faz mal, torna as pessoas limitadas, vivendo uma vida “normal” demais, os loucos questionam a normalidade, afinal é o que é normal a vida que vivemos?
É normal galopantes índices de violência? De agressividade ao planeta(que agora constitui a nova moda), extinguindo as riquezas prementes da vida? É normal a desigualdade social? A guerra de toda sorte é o carro alegórico da nossa normalidade? É normal a vida valer tão pouco?É normal a incapacidade de não aceitação do “diferente”?É normal as pessoas morrerem, por total negligencia?O mundo que você é observa com todos estes pequenos problemas é a representação da dita “sanidade coletiva”, o mundo que tem a tua participação, dita normal, um mundo feito do império do umbigo, é claro onde os loucos ficam a parte.

-Diz um:Dizem que sou louco.
-Responde outro:É,eu sou normal.
-Diz um:Mas o que é isso?.
-Responde outro: É vida comum, tenho bom trabalho, sustento minha família, tenho um laser com meu filhos, minha mulher é maravilhosa, em minha vida tudo é perfeito, a vida é ótima, realizei todos os meus sonhos, estou em paz com a minha consciência.
-Diz um: Puxa, que bom, que lá fora todo mundo é assim, é um paraíso, uma paz que nunca termina, as pessoas são todas felizes assim como você, puxa meu amigo que boas noticias você me trás do mundo lá fora.
-Nada responde o outro.

Harmonia para nossa semana.

Fabiano.

sábado, março 17, 2007

Se todos na Terra reconhecerem a beleza como bela,
Desta forma já se pressupõe a feiúra.
Se todos na Terra reconhecerem o bem como o bem,
Deste modo já se pressupõe o mal.
Porque Ser e Não-ser geram-se mutuamente.
O fácil e o difícil se complementam.
O longo e o curto de definem um ao outro.
O alto e o baixo convivem um com o outro.
A voz e o som casam-se um com outro.
O antes e o depois se seguem mutuamente.

Assim também o sábio:
Permanece na ação sem agir,
Ensina sem anda dizer.
A todos os seres que o procuram
Ele não se nega.
Ele cria, e ainda assim nada tem.
Age e não guarda coisa alguma.
Realizada a obra,
Não se apega a ela.
E,justamente por não se apegar,
Não é abandonado.


Tao-te King

sexta-feira, março 16, 2007

"Não degradeis a verdade, impondo-a a mentes que não a desejem."

Os Mestres.
A importância das coisas simples

Ao longo de um existência de um modo genérico a experiência de viver vem participar de nossas vidas deixando indelével marca, longe de fazer proselitismo de qualquer sorte, apenas a luz do bom senso, então percebermos que tudo que é de mais simples na vida a vezes pouco nos diz, somos seres que ainda precisamos do contrapontos para percebermos a felicidade que existe em todo momento, aqui mesmo e agora.
Porque somos assim?
Porque é necessário perder, para entender?
Perder a saúde, ,perder os bens, perder os belos instantes da vida, se perder, estamos perdendo e não nos damos conta, como alguém na areia movediça, que gradualmente afunda, esperando ser salva a qualquer momento.Será?
O fato de estar vivo é algo sumamente importante e digno, o fato abrir os olhos e poder ver o mundo que aí está(ta certo que não é dos melhores, mas é o mundo que se tem e nele que você se torna o melhor de si ou o pior), sentir o calor do sol, poder olhar a Lua(embora a lua não tenha nada, nem vida, nada, mas serve para inspirações românticas, poético romance do vazio), a capacidade de sentir o vento e outras tantas sensações, o encontro com pessoas afins, será que nos damos conta que quando nos despedimos de alguém, podemos estar vendo aquela pessoa pela ultima vez? Fatalidade. Os mecanismos de condicionamento funcionam contra nós. Você já parou para pensar que na nossa vida tudo e absolutamente tudo é muito único? Você pode estar lendo este blog pela última vez(não é mau agouro, é fato, o que acontecerá no ultimo próximo segundo?) Mas estes prazeres nada nos dizem, porque cremos piamente que amanhã tudo estará igual, nossa percepção é muito lenta, amanhã nada será igual, embora tuas percepções digam que sim, a física quântica diz que não, amanhã nada será igual a hoje, este momento é único.Você não tem amanhã.Não planeje ser feliz amanhã, não existe espaço para isso, seja feliz agora.Apenas para esclarecer, não estou dizendo que não se deve fazer planos, deve-se saber como faze-los, sem apego, com a tranqüilidade de uma suave probabilidade e paz no coração, na vida real o script é perfeito mas atuação é improviso e talento. Onde envolve o ente humano, nada funciona exatamente como deveria funcionar, mas isto é absolutamente normal.Coisas da nossa imperfeição.
Devemos ser compassivos conosco mesmo, e resgatar a beleza do simples, ao contrário que se pensa céu ou inferno não são regiões geografias, são estados de consciência.
Que estado você vive?
Fique tranqüilo, respire a paz está presente neste momento.

Paz no coração e harmonia na alma

Fabiano.

quinta-feira, março 15, 2007

Um pouco e um nada...

Em tudo que a vida te encanta, a mim pouco diz;
As chagas de minha alma, são doces mensagens aos atentos;
Entendimento nem sempre é possível, pela dureza de empedernidos corações;
Todo temos o direito de tomarmos direções equivocas, mas raramente nos damos conta;
Palavras vêm à mente com facilidade, embora o silêncio diga muito mais que tudo;
Falava muito, mas seu discurso ressoava no nada; por vezes ecos;
Todos desejam exatamente a mesma coisa, do verme ao civilizado humano; mas talvez o verme tenha mais sucesso!
Não quero desejar mais nada, já aprendi que o nada me resulta em paz.
Mas nada há de errado,o comportamento da parcialidade jamais pode ser acertado, pois o Todo só aceita seu semelhante;
O esforço é nobre, mas a causa nem tanto;o que torna nobre a causa?A pureza,a inocência ;
As vezes existe cansaço, doutras enfado, por incapacidade de matar o que existe, a sombra, mudar novamente;
Tempo a maturidade de tudo que existe, inescapável verdade que se revela, se depura, na dor e no orvalho de teus olhos.
É engraçado e as vezes triste e por vezes apenas é.
A tudo que a mim me encanta, a ti pouco diz;
A chagas da tua alma, são fel para vida dos sonolentos, as vezes veneno mesmo;
Poderia, mas não farei, deixarei que a responsabilidade no silencio que cala em tua alma.

Paz.


Fabiano.
"Aquele que não pratica o altruísmo; que não está preparado para dividir seu último pedaço de pão com alguém mais fraco ou mais pobre do que ele; que deixa de ajudar seu irmão, qualquer que seja sua raça, nação ou credo, quando e onde quer que se encontre sofrendo; que faz ouvidos moucos aos gritos da miséria humana; que dá ouvidos à difamação de uma pessoa inocente, seja um irmão teosofista ou não, e não toma a sua defesa como se fosse a sua própria."

H.P.B

terça-feira, março 13, 2007

Galés

Tinha tudo para ser um passeio descontraído, leve. A tarde estava morna,
levemente varrida pelo vento norte. Em função do calor, poucas pessoas
nas ruas. De quando em quando uma ou outra alma. Mas, de súbito, a
visagem anuncia-se. Vem todo de preto, expressão fechada. Braços fortes
em razão do exercício repetitivo. Condenado a remar em uma galé. Uma
galé pequena. Ele passa por mim absolutamente concentrado no que faz.
As mãos fortes impulsionam as rodas da cadeira, atritando contra a
calçada irregular. Estatura pequena – poderia ser um anão de Velásquez – a “peça” defeituosa da sociedade, aos arrancos, vence o invisível mar que se estende a sua frente.
Por um instante senti vergonha de mim mesmo, ao mesmo tempo em que
minhas pernas se fizeram de chumbo, querendo fincar-se na calçada, quem sabe transformando-se em dois totens consagrados à preguiça de andar.
O paralítico das pernas suava abundantemente, encharcando a camisa preta.
Eu fiquei meio que parado, basbaque, diante do desconhecido cuja sudorese escorria abundantemente pelo rosto e corpo. Normalmente as galés eram
dotadas de duas velas bastardas, que não ajudavam em nada a
embarcação. Todavia, conferia a ela uma identidade, razão de existir
como objeto de navegação. A galé do nosso “prisioneiro”, não.
Possuía, tão-só, as rodas, por sinal gastas. Ele sumiu na esquina próxima, deixando pela calçada um cheiro de suor e sacrifício. Viver não é fácil, não.
Porém, algumas pessoas têm a desventura de viverem uma existência penosa.
Como o desconhecido da cadeira de rodas... Certamente alguém viverá
pior do que ele, retido a uma cama, talvez sem mover um músculo. Não; decididamente não vivemos no paraíso... Estamos, todos nós, condenados as galés...
Por madrasta sorte, muitas dessas galés se materializam... Como a do paralítico que, destemida, vencia as ondas em demanda do seu destino.

Texto extraído do blog de Manoel Magalhães, grande amigo e escritor.

http://cemporcentoliteratura.blogspot.com/
Leão

Certa vez existia um leão muito curioso, forte, de longa juba e um rugido de amedrontar, o nosso leão tinha um problema, ele pensava que era uma ovelha, agia, se comportava como uma ovelha, todo apontavam para ele e diziam cuidado com leão, e ele com medo ficava procurando onde estava o leão! Isto foi durante um bom tempo assim, até que um dia um leão mais velho o levou ao riacho e apontou se reflexo, veja amigo, as tuas feições são semelhantes as minhas, veja você não é uma ovelha, você é um leão, você é um Leão!

Assim somos muitos de nós, vamos nos condicionando ao comportamento dos semelhantes, nossa mentalidade vai ficando embotada, vamos nos limitando e gradualmente leões vão se convertendo em ovelhas, seja exatamente aquilo que você é na intimidade de seus pensamentos e emoções, não permita-se converter em ovelha, bode ou mesmo uma formiga.Seja você na mais profunda autenticidade de Ser.

Paz ao coração.
Fabiano.

segunda-feira, março 12, 2007

"É belo estar só e também é belo amar,estar com pessoas.
E essas dimensões são complementares, e não contraditórias.
Quando você estiverna companhia de outras pessoas,aproveite, e aproveite ao máximo;
não há necessidade de se preocupar com a solitude.
E, quando estiver saturado dos outros, mergulhe na
solitude e aproveite-a ao máximo."

Osho.
Contradição

Sem duvida o ser mais contraditório que existe neste planeta quente é o ente o humano.Talvez o jargão que cada ser humano é um Universo seja de boa monta e justifique as multiplicidades de desejos, aspirações de cada um, mas algo é inexorável, todos , absolutamente todos buscam um rascunho de felicidade, no entanto nesta busca homérica muitas das coisas que pensamos entram em conflito com aquilo que sentimos ou vice-versa , resultado disso é uma fragmentação, bem fragmentada emoções e pensamentos certamente não é possível obter-se um bom resultado.
Para não ficar em divagações místico-psicológicas, muitos de nós dizemos que gostamos de nossa saúde, que queremos preservar a nossa saúde, e então vem a contradição, não nos alimentamos adequadamente, não cultivamos bom hábitos de relaxamento e descanso, quando não nutrimos algum vício!Assim trabalhamos para nossa saúde!!Outra, dizemos que amamos as pessoas que a pessoa referida é nossa felicidade, então a contradição, basta a pessoa amada nos dizer que não nos quer ou mesmo ama outra pessoa, o que acontece com o amor?Isto na maioria dos casos, denegrimos a imagem, e então o amor converte-se em um sentimento pequeno, mesquinho como nossa pretensão de amar sem nada, absolutamente nada saber a respeito de amor. Contradição.
Na Índia, para apenas implementar e também para aprofundar o contexto, rituais Sagrados cujo o respeito e tradição deve ser mantido, por vezes é realizado em ambiente de festividade, porque Sacralidade não implica em posicionamento externo de face, mãos ou pés, e sim atitude intima o que para o ocidente é uma blasfêmia para o oriente é uma oração.No mais profundo dentro de nós a contradição é um desejo de acertar, caminho do errante em busca do paradouro, a paz.
“Somente pessoas inteligentes se contradizem, os ignorantes não se contradizem nunca.”

Fabiano.
O que sobra

As pessoas encontram-se extenuadas ante a atual condição da violência de toda sorte, não nos referimos tão somente a violência que a mídia nos presenteia a cada dia, empurrando para nossa consciência que o mundo realmente está em caos e que nenhum jeito ou forma repressiva exterior poderá salvaguardar-nos, em cooperação a isto acurados cientistas de todos as ramificações do conhecimento na década de 80 vaticinaram que mesmo tempo os mais elaborados sistemas punitivos, “igualdade social”, e tudo aquilo os cínicos e interesseiros poderes instituídos pregam ,ainda assim a violência perduraria, bem, mas porque perguntariam uns? Simples resposta, você colocaria talheres de prata e copos de cristal para macacos? Eis o motivo, será que tendo todas as condições externas favoráveis, o mundo viveria em paz paradisíaca? Claro que não. Um único ser humano não consegue isto. Porque a violência não depende de fatores externos, do contrário, classes nobres não sofreriam problemas da violência, no entanto o primarismo interior não escolhe classe, ele vaza tendo ou não tendo condições externas favoráveis, porque depende de conhecimento interno profundo, madureza de consciência e sobretudo capacidade de pensar um pouco além do próprio umbigo.
Diriam outros, então bastaria ministrar cursos auto-conhecimento nas escolas e a solução esta dada seria absoluta? Lógico que não, porque infelizmente ou felizmente o ser humano não é guiado tão somente pelos seus pensamentos, arrisco mesmo a dizer que é guiado apenas trinta por cento pelo pensamento e os outros setenta pelas suas emoções de natureza sublimada em raros casos, ou primária e violenta na maioria dos casos. A violência deriva de sentimentos pequenos, como egoísmo, ambição, vaidade, orgulho,ciúme, não estou dizendo que tenhamos de ser santos, longe disso, apenas que não tenhamos estes sentimentos em excesso, ao extremo, qualquer extremidade é uma insanidade, afinal todos temos um pouco disso em nossas vidas, mas nada deve preponderar, do contrário teremos fatais problemas, como agora por exemplo, muito está em voga a contradição das contradições, matar por amor! Poderíamos traduzir, matar por egoísmo.
Ante a este quadro de possibilidades insolúveis, violência contra o próximo, contra a natureza, contra si mesmo, o que sobra?Sobra a nossa tentativa, individual de entender os mecanismos da mente, como funcionam nossas emoções e descobrir em si os caminhos que a paz faz, tentar segui-la, mesmo que para isso tenhamos que “matar”, não o próximo ou ninguém sim, estes sentimentos que nos levam a ruína, quem nos levam a tristeza, ao desespero a dor, possamos dentro da responsabilidade que nos cabe construir um oásis de harmonia não no mundo, mas em nossa própria vida.

Bem vinda a paz.

Boa semana a todos.

Fabiano.

sexta-feira, março 09, 2007

"Os crimes cometidos por ignorância, envolvem responsabilidades físicas, ou karma, mas não responsabilidade moral. Exemplos disso temos nos idiotas, crianças, selvagens e pessoas rudes. Mas caso muito diferente é o daquele que contraiu um compromisso com o seu EU SUPERIOR. Não se pode invocar impunemente esse Divino Testemunho; e uma vez que nos colocamos sob sua tutela, pedimos a essa irradiante Luz que ilumine todos os tenebrosos rincões de nosso ser. Com isso suplicamos conscientemente à Divina Justiça do Karma que registre nossos propósitos, que esquadrinhe nossas ações e anote tudo em nossa conta."

A DOUTRINA SECRETA, II
Uma mulher

Vagava a mendiga transeunte, tinha um aspecto de sujeira, mais um zero social pelas ruas de Pelotas, cabelos longos e nevoados em desalinho, a senilidade sulcada em sua face, pelo tempo este às vezes insensível e cruel ditador, e outras vezes pai carinhoso de doce olhar do esquecimento, ela estava sentada próximo a Catedral, a saia carcomida pelas bordas representando a velha indumentária física que ao longo do tempo vamos desgastando, em seus olhos um brilho triste e por vezes lágrimas, perdidos e longínquos, sua boca não sorria, mas falava só baixinho acariciando um pano imundo, tinha carinho por ele, era um pano de cheiro das crianças.
Agora em sua memória a lembrança veio a tona...ela era jovem e bela, certo que nunca tivera fortuna mas vivia com sua família, mas a felicidade não morava fora de sua alma e sim dentro, como toda jovem mulher queria casar-se, acreditava piamente que a felicidade residia nisso, não existe receita para felicidade, a construção de um lar, marido, filhos, sim queria ter filhos desde de tenra infância era a prerrogativa principal de sua vida, sua alma ansiava por isso, o tempo passa então, o amor de sua vida aparece e agora seu coração estava imerso em um mar de felicidade, afinal seus sonhos começavam a se concretizar, ele homem ruivo de seriedade sem par, mas a vida não é perfeita, pois a sombra da imperfeição é marca da humanidade, ele a enganou queria a seiva de corpo e nada mais, queria arrancar-lhe a virgindade, e o fez, e um dia desaparecera. Sentindo-se imunda, suja, usada, vira seus sonhos ruir como um castelo de cartas, acreditara de corpo e alma naquele amor e agora nada, nada sobrara, um deserto árido em sua vida e suas emoções.Aquele golpe fora fulminante em sua vida. Todos nós tempo golpes que matam algo em nós de forma definitiva, às vezes a causa é nossa mesmo, de outras, da própria vida.
A partir daquele dia ela, Dolores nunca mais foi a mesma, dor funda calava em seu peito, sonhos desfeitos, culpa, medo, não suportando o peso da sua dor saiu a vagar em vã tentativa de afastar-se de si mesma, pelas ruas saiu um dia qualquer destes, como o de hoje talvez, saiu, nunca mais tomou o rumo de casa, as roupas foram ficando velhas, o tempo foi passando, assim tudo envelheceu, ali estava agora.
As pessoas na da rua a olhavam desconfiadas, com medo, mas pobre louca que falava só e baixinho, com um pano sujo que tratava com carinho, acariciava com dedos ásperos. Dolores suja, velha, cansada diante da vida, acariciava ali o filho que nunca tivera, o pano de cheiro, que o faria dormi uma noite tranqüila, falava baixinho um cantiga de ninar, sim, fruto do melhor de si, de seus sonhos devastados sublimados na sua aparente insanidade.


Dedicado a todas as mulheres, não pelo dia internacional, mas pela intensidade de todos os seus dias.

Fraternal carinho
Bom final de semana.

Fabiano.



"Lembrai-vos: o cômputo da desgraça humana jamais diminuirá senão no dia em que a melhor porção da humanidade destruir, em nome da Verdade, da Moral e da Caridade Universal, os altares de seus falsos deuses."

Mestre Kuthumi

quinta-feira, março 08, 2007

Refinados vícios...

“...ele tinha sempre escolhido o pior caminho, tinha feito coisas perversas, cultivado deliberadamente as suas piores tendências .Era com a devassidão que ele distraia os seus ócios sem fim.Estava se vingando dela, e de si mesmo também, por ter sido tão estupidamente feliz e bom. Agia assim por despeito dela, por despeito de si mesmo, e por despeito de Deus.Esperava que houvesse um inferno para onde ir e lamentava a sua incapacidade de acreditar na existência dele.Enfim, houvesse ou não inferno, era satisfatório, era mesmo excitante naqueles primeiros tempos sabes que se estava fazendo algo de mau e de errado.Mas há na devassidão alguma coisa tão intrinsecamente monótona, algo tão absoluta e desesperadamente triste, que só os seres raros, dotados duma dose de inteligência muito inferior á habitual e de muito mais apetite do que o vulgar, podem continuar a gozar ativamente o vício e a acreditar na sua maldade.A maioria dos devassos é devassa não porque goste da devassidão, mas sim porque sente mal estar quando se priva dela.O hábito transforma os gozos esquisitos em necessidades monótonas e cotidianas.O homem que adquiriu o hábito das mulheres ou da bebida, de fumar ópio ou suportar flagelação, acha tão difícil viver sem os seus vícios como viver sem pão e água,mesmo quando a pratica do vicio se possa ter tornado em si mesma tão despida de sensação como comer uma côdea de pão ou beber um copo de água da pena.O hábito é tão fatal para o sentimento da prática do mal como para o gozo ativo.Depois de alguns anos o judeu convertido ou cético e o hindu ocidentalizado podem comer carne de porco e carne de boi com uma serenidade que para os seus irmãos ainda crentes parece brutalmente cínica.Passe-se o mesmo com o devasso habitual.As ações que a principio se afiguram emocionantes, excitantes na sua maldade intrínseca ,tornam-se, depois de um certo número de repetições, moralmente neutras.Um pouco desgostantes, talvez, porque a prática da maioria dos vícios é seguida de reações fisiológicas deprimentes;mas que já não são “más”, porque se fizeram costumeiras.É difícil uma rotina dar a impressão de maldade.
Privado gradualmente, pelo hábito de seu gozo ativo e também de seu sentimento de fazer o mal(sentimento que tinha sempre uma parte integrante de seu prazer)voltara-se numa espécie de desespero para os refinamentos correspondentes as sensações .Dá-se justamente o contrario, quanto mais refinado é um vicio na sua extravagância estudada, quanto mais anormal e raro é ele, tanto mais monótona e desesperadamente vazia de emoção se torna sua pratica, se torna a sua vida.O excessivo refinamento estético e intelectual corre o risco de se cobrado um tanto caro, á custa de alguma estranha degeneração emotiva, pelas baixezas compensatórias do comportamento humano, e por vezes humano demais.

Aldous Huxley-Contraponto.

quarta-feira, março 07, 2007

"A força centrípeta não poderia manifestar-se sem a centrífuga na revolução harmoniosa das esferas; todas as formas são produtos desta força dual da natureza."

Ísis Sem Véu I

terça-feira, março 06, 2007

Descontruindo em divagações.

Sou dos que nadam contra maré, por vezes é preciso ser assim se você deseja ser magnânimo, não tenho compaixão isso é certo, às vezes um pouco de asco adocicado com ácido, às vezes te suporto, às vezes não.
A minha negação é consentida, mas raramente entendida, minha linguagem é simbólica e entendida como literal, o que é literal é óbvio e nada diz, letra morta, cansada, desgastada.
Perguntaram ontem a respeito de caminhos tradicionais, sobre o comum, então porque eu não escrevia a respeito do comum, o vivencial, o cotidiano maçante das pessoas, respondi, acho que você deveria ler todas as postagens de novo, sem ofensas, se bem entendido pode ser um elogio.
Não escrevo sobre o comum porque já tem lixo demais escrito a respeito disso tudo, que no fundo são entretenimentos intelectivos para pensadores rasteiros, daquilo de que é feita a maioria de nossa humanidade.

Uma das coisas mais complexas do ser humano é o entendimento do outro sem restrições, enjaulados em conceitos estratificados o outro é visto pela estreita janela da nossa mesquinhez, é claro que outras coisas somam neste contexto, eternos dilemas humanos contra si mesmo, bem e mal de mãos dadas, orgulho caolho, vaidades desgrenhadas, o resultado disso é bem prático, vemos todo santo dia, não é o espetáculo que nos agrada, mas consentimos, afinal estamos isentos. Lamento que as vezes nossa sensibilidade precise ser estuprada pelas aberrações da humanidade, mas tudo fica sempre muito barato então.

Considere aquilo que você crê, a coisa mais importante da sua vida, importante por quê ?Sua salvação, não da causa em si.Porque lhe dá um sentindo, você isolado é um nada, não tem sentindo algum, isto é certo? Claro que não, ao contrário que pensamos, passamos a nossa vida inteira só, mas fazemos o possível para evitar este doloroso confronto. Mas isto certamente é grego para você, se não for, perdoe-me.

O que vem a ser a beleza? Isso só lhe permitido entender, se você começou a remover o véu de si mesmo, percebendo o que por além das aparências, se esta última te chama mais, a estrada certamente é longa.
Mas.
Existem coisas sutis, refinadas e delicadas que na selvageria da vida humana passam despercebidas, brutalidade aniquilante, nestas simplicidades belas é que a vida se manifesta com sua grandeza.
Em sua grande parte as pessoas falam de coisas que nada sabem, mas tudo isto é justificado por cada um, a falta de entendimento do que é sutil leva ao ledo engano amigo(a), e a mais ignóbil justificativa é, ele é bom e deseja acertar! Me ajude a rir.

Fraternal Tríplice Abraço.

Fabiano.
Homem invulgar

“...cada batida do coração é uma ação;certas ações as sentimos e se tornam tangíveis para nós,sendo, no entanto ,nada mais do que uma reunião de pequenas ações.Se desejais conhecer o caráter de um homem, não vos detenhas em seus grandes atos.Qualquer néscio pode se converter em herói em certas circunstancias.
Observai um homem quando executa suas ações comuns e insignificantes; essas são em verdade as que revelam o seu verdadeiro caráter, ou o caráter de um grande homem.As grandes ocasiões fazem grande o mais vulgar dos homens ,porém só é grande aquele cujo caráter é sempre grande, sempre igual em todos os momentos,mesmo que esta igualdade seja uma diferenciação.”

Karma Yoga – Swami Vivekananda.

"Se admitirmos que estamos na corrente de evolução, cada circunstância nos será então plenamente justa."

H.P.B

segunda-feira, março 05, 2007

Minha visão.

Feliz ou infelizmente embora fresca, renovada com um hálito natural, minha visão me diz a verdade, já não vejo diferenças, vejo essências e não aparências, aparências são voláteis e frágeis, mas essências são o que são.Minha visão não te diferencia de nada, és a pedra, a árvore,o animal e as vezes humano, mas não és diferente de outro humano qualquer.És um Tudo e um Nada ao mesmo tempo.
Aqui não faço massagens em egos patológicos, gostaríamos mesmo de ser muito diferentes daquilo que é considerado os Zeros sociais, ou a margem a marginalidade, você acha mesmo que é diferente deles?
Se pensas assim, tenho pena de ti.
Aos meus olhos todos são iguais, salvo raras exceções pois afinal nada é absoluto, vejo as dores que nos irmanam, e por incrível que possa parecer, em nossas veias corre sangue de Hitler, Calígula, Átila, Jesus,Buda, Madre Tereza, o mesmo sangue, mesmo impulso de vida ou de morte, gostaríamos é verdade, que tudo fosse diferente, mas não, embora os poetas tornem lírica a realidade humana a verdade que somos todos muito iguais,mas isso não deixa de ser lírico ou mesmo poético. Teu drama foi, é ou será o meu, embora eu não queira.Tua felicidade é um sorriso com dentes perfeitos e isso basta a 99% da humanidade.
Hoje olhava o povo na rua, em nosso calçadão particularmente, e as pessoas e todos tinham o mesmo rosto, pensei que estava vendo coisas, esfreguei os olhos e ali estavam, todos com a mesma face, exatamente como as máscaras são. Conversei com um estranho, para me certificar da visão, em cinco minutos de conversa, o drama de sua vida foi revelado, dor comum e de todos, era igual, não perguntei o nome dele pois naquele momento certamente isso não fazia a menor diferença, ele era igual a todos.Todos que gostam ou que não gostam de mim, iguais.
A tua dor não é superior a de ninguém e nem menor, é tua dor só. Não és extraordinário, em nada.
Mas o que tudo isso queria dizer realmente?

Não fiquei atônito, sabia a resposta, mas desejo de coração que você amigo(a) também descubra, remova sua indumentária facial, me deixe ver seu rosto, gostaria que ele fosse diferente de tudo e todos que vejo, gostaria.

Meu respeito e um fraternal abraço.

Fabiano.
"Todo espírito preocupado com o futuro é infeliz.
O mais corriqueiro dos erros humanos é o futuro.
Ele falseia a nossa imaginação, ainda que ignoremos totalmente onde nos leva.Quando pensamos no futuro, nunca estamos em nós.
Estamos sempre além.
O medo, o desejo, a esperança jogam-nos sempre para o futuro, sonegando-nos o sentimento e o exame do que é, para distrair-nos com o que será, embora o tempo passe e já não sejamos mais."

Montaigne
Eterno Retorno

Longa é a estrada, naturalmente no seu percurso vamos, alguns de nós aprendendo, repetindo, sofrendo as vezes sorrindo mesmo quando a mais lancinante dor nos agulha, afinal é a vida.Se não se vive sem dor, certamente não se vive sem felicidade também, temperos de uma existência em busca de seu próprio equilíbrio.Tecnicamente tudo esta presente, a felicidade, a paz o amor e tudo mais, mas nós perturbamos o movimento, do que está presente, o resultado é que nos perdemos de vez. Como cães que correm atrás da própria cauda, corremos homericamente atrás da felicidade que está em nós mesmos, do amor que está em nós, da beleza que é uma apreciação interna, um subjetividade, uma conotação.
Não há passado nem futuro é certo, é necessário voltar-se, recolher os fragmentos do caminho, longa é a estrada, e naturalmente vamos perdendo os pedaços no seu percorrer, a grande maioria de nós perdendo inclusive fisicamente, vamos adoecendo, nos arranhando, nos machucando criando mecanismos de defesa, psiquicamente, psicologicamente estamos amputados, amputados de inocência, de confiança em outrem, de paz, de compartilhamento de felicidade, de sensibilidade e outros tantos.
Deixamos tudo isto e muito mais no decorrer do caminho, nos fragmentando, e se seguirmos assim certamente não sobrará nada...é preciso reaver, é preciso retornar juntar os fragmentos,reintegrar-se, uno com a verdade com a vida.Eis a falta de que eventualmente todos sentimos, saudade de si, de sua integralidade, é preciso voltar.
O mito é medieval, a serpente em círculo que morde a própria cauda, fechando um arco, então ela se consome até que não há mais círculos para fechar.Tudo está consumado.

Tenhas uma ótima semana.
Paz na tua alma.

Fabiano.

sexta-feira, março 02, 2007

O turbante

Um certo vendedor de turbantes, conseguiu uma audiência com grande Rei, quanto estava a frente do Rei, disse:
-Eu vos saúdo ó Rei, trouxe um turbante para vós, e apresentou o turbante. Era um turbante aparentemente comum, em nada especial.E disse que custava apenas o valor de mil moedas de ouro.
O conselheiro do Rei, diz ao Rei próximo ao ouvido. Rei este turbante não vale nada disso, é comum, simples...
O Rei então retruca ao vendedor:
-Este turbante não vale isso tudo.
Ao que o vendedor diz:
-Este vale, porque é um turbante de Reis, somente Reis sábios usam, por isso é caro.
O Rei, pensa um minuto e diz.Eu quero este turbante, e pagarei duas mil moedas de ouro por ele.Feliz, ficou com seu novo turbante.
Então o vendedor chamou o conselheiro do Rei e disse:
-Amigo, você conhece os valores dos turbantes, mas eu conheço as fraquezas do Rei.


Py.

quinta-feira, março 01, 2007

Mar dos eucaliptos

“... ao longe dois personagens imersos em uma vaga de energia leve e bela e algo dolorida, aqueles que entendem, sabem que o mundo da felicidade é uma ótima piada, mas nossos personagens indiferentes ao movimento alheio, para sua admiração apenas Pica-Paus de cabeça vermelha em observação, sentinela permanente a dizer sempre que todo o cuidado é pouco, os inimigos estão presentes, ao assovio a atenção é plena e cativante, que seria isto? Não, não era o piar soturno de algum inimigo era o nosso carinho, amor e admiração pela grandeza.
Ao alto em finos galhos, gaviões, expressão de força e por vezes rudeza,inquietude de quem sabe a força que tem, mas ainda sim belo, pois, é preciso saber olhar, e observar as coisas, contrário dos esteticistas hodiernos pajés de uma beleza volátil, a beleza, o encanto verdadeiros é algo não que se pode perder ou ela existe ou jamais terá vez. O restante, auto-engano de pseudo-belos, mentirosos da feiúra.
Local de comunhão, embora presente está ausente parte de mim e de ti e da vida.
Imponente, belo e invisível aos olhos indiferentes a tua grandeza, é na percepção sutil que manifestas tua prodigalidade, mas aos ímpios és apenas um local, como qualquer local, como o Himalaia é apenas um local, indiferente.
Onde reside a sensibilidade ?Na pedra morta ? É claro.
Nossos personagens abrem o universo, descobrem a vida, removem os véus e o Sagrado revela aos poucos a sua face real, as máscaras ali não são necessárias, descansar os gatilhos e apenas Ser.E apenas Ser.
Ao final, caturritas fazem o seu estridente coro anunciando a hora da satisfação, alimentados uns a ser alimentados outros, mas é hora de partir, de morrer, eis nossa felicidade, diria uns, permanecer neste local para sempre seria o ideal, diria eu permanecer neste local seria profana-lo, jamais queremos perder algo, mas ao fazer assim é que justamente o perdemos, profanamos.

Unicidade permanente.

Fabiano.

"Mal findo o gozo, logo desprezada;
Com a alma buscada, apenas possuída,
Com a mesma alma odiada
."

Desconhecido.

Ser, de mim...

“...Phil tomou do livro e começou a procurar a pagina onde tinha parado.Ou acaso não existia um Eu? - pensou ele.
Não, não aquilo era insustentável, aquilo contradizia a experiência imediata.Olhou por cima da borda superior do livro, para o enorme clarão azul do mar.O caráter essencial do eu consistia precisamente naquela ubiqüidade liquida e indeformável;naquela capacidade de esposar todos os contornos e de não ficar, no entanto,fixando em nenhuma forma;receber impressões e com a mesma facilidade apaga-las.A todos aqueles moldes que seu espírito podia ocupar de tempos em tempos, todos aqueles obstáculos duros e ardentes que eu espírito podia contornar, submergir, penetrando-lhes o coração fogoso e permanecendo no entanto frio - a todos aqueles moldes Phil não devia nenhuma lealdade permanente. É que eles eram esvaziados com tanta facilidade como tinham sido enchidos; os obstáculos eram contornados. Mas o liquido essencial que escorria onde queria, o fluxo frio e indiferente da curiosidade intelectual - esse persistia e a ele Phil devia lealdade.Se houvesse um modo simples e vida em que ele pudesses crer de maneira durável, esse seria aquela mistura de pirronismo e de estoicismo, que lhe havia dado a impressão, a ele, simples colegial curioso no meio de filósofos , de ser o cume da sabedoria humana; e dentro desse molde de indiferença cética ele derramara a sua adolescência sem paixão.Phil se rebelara muitas vezes contra s suspenção pirronica do juízo e contra a imperturbabilidade estóica.Mas teria sido alguma vez realmente séria tal rebelião?Pascal fizera dele um católico - mas somente duramente o tempo em que o volume dos Pensamentos permanecera aberto diante de seus olhos. Havia momentos em que, na companhia Carlyle, ele tinha acreditado no ardor pelo amor ao ardor. Então vinha Rampion.Depois de alguma horas passadas na companhia de Rampion,Phil acreditava realmente na selvageria nobre; convencia-se de que o intelecto orgulhosamente consciente devia humilhar-se um pouco e admitir as reivindicações do coração - sim, e das entranhas, dos rins, dos ossos, da pele e dos músculos - a uma parte razoável de vida.O ciração de novo!Burlap estava acertado, embora não passasse dum charlatão, duma espécie de escamoteador trapaceiro de emoções. O coração!
Mas fosse qual fosse seu procedimento.Phil sabia perfeitamente bem, nas profundezas secretas de seu ser, que não era católico, nem partidário da vida ardente, nem místico ou selvagem nobre. E embora desejasse algumas vezes, com nostalgia, ser uma ou outra coisa, ou todas elas a um tempo, sentia-se sempre secretamente alegre por não ser anda disso e por achar-se livre,mesmo que essa liberdade fosse, de modo estranho e paradoxal, um obstáculo e um limite ao seu espírito.

Paz.

Aldous Huxley.