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quarta-feira, junho 30, 2010

Pérola do dia:

“A satisfação pessoal, advêm do saborear as coisas pelas coisas, não pelo fruto que delas resultam. Apreciar, pelo simples prazer de apreciar.Assim é o amor, assim é vida.”

Luís Fabiano.

Cheirando a própria merda.

É como sempre digo: a bosta alheia sempre fede mais.Cheguei a esta maravilhosa conclusão, após despejar uma boa quantidade de merda no vaso.Olhei pra ela, senti-me orgulhoso e segui minha vidinha.
Não é a coisa mais linda da vida, mas afinal de contas, existem poucas coisas lindas na vida.Ao menos a minha vida. Momentos bonitos não tenho recordações, eles existem em algum lugar. Não sei onde.Em algum lugar.
Estes dias fiz um esforço de memória, para tentar lembrar de coisas lindas.Mulheres lindas, momentos mágicos e toda esta merda que em tese preenche a vida das pessoas. Lembrei de Fátima. Era uma vizinha. Crescemos juntos, todos de minha rua debochavam dela.
Ela não era bonita. Longe disto, e com o tempo foi ficando muito gorda. Diga-se de passagem que não tenho nada contra gordas.Gosto muito delas, e algumas até me perseguem. Fãs informais.
Eu prefiro sempre um bom pedaço de carne, com gordura e não saudável. Detesto o saudável. O saudável é um frango grelhado, sem graça, que as pessoas não comem, fazem de conta que se alimentam, que gostam. Que é maravilhoso. O mesmo com mulheres, as secas demais são frango grelhado, como achar o sabor?A maciez. Fica difícil.
Ela era alvo de todos os deboches, e não tinha como defender-se. Não sou o pai da justiça mas com tempo aquilo não parecia mais tão divertido.Não sou moralista,ou defendo os direitos humanos. Mas penso que algumas coisas não devem ser abusivas, por mera estética. O que passa do ponto fica deformado. E Fátima já era deformada demais.
Com vinte anos, pesava cento e trinta quilos. Andava pesadamente e não tinha tido nenhum namorado, amante, comedor ou pretendente. Nada. Eventualmente conversamos. Nesta época nos tornamos mais amigos. Eu não debochava mais dela. As vezes no final de tarde tomávamos chimarrão juntos, falando qualquer coisa, sorriamos e aquilo era uma boa maneira de passar as horas.
Nesta época eu desenhava.Não era um bom desenhista, mas gostava de desenhar coisas abstratas, sempre envolvendo alguma parte do corpo nu.Não podia fazer nada, minha essência é assim.Minha vida resumia-se a ouvir musica, ler e desenhar umas merdas.
As vezes mostrava pra ela. Ela gostava, elogiava ao menos. Não sei se era pra me agradar. Desde desta época, aprendi a não crer em elogios, elogios são nevoa. Não se iluda. Também não creio em ofensa, sempre existem e existiram opositores,e aqueles que são o fogo amigo.Se você tentar agradar a todos, ta fudido.
Aquilo deveria ser mágico, para mim e talvez mais para ela. Mas não foi.Foi simples e sem ritual. Num entardecer de verão, estávamos naquela frescura. Ambos com vinte e dois anos, hormônios fervendo. Entre um papo e outro acabamos nos pegando. Achei que era “frescura”, mas ela me beijou forte, com aquela boca imensa, queria literalmente me engolir.
Como sou sensível, meu pau subiu. Ela sentiu, me convida pra entrar. Lá dentro o bicho pegou. E a frescura virou roupas voando, então ela dispara:
-Quero perder a virgindade contigo hoje.
-Tudo bem, você tem certeza disso?
-Tenho, eu quero.
Fátima era imensa, de forma alguma deixaria ela vir por cima. Seria morto, ou meu pau seria quebrado. Virei o jogo. Quando consegui tirar a calcinha dela. Calcinha maneira de falar, parecia um lençol branco meio sujo no meio, com forte cheiro de suor.
Não foi fácil achar a buceta dela. A gordura das pernas eram imensas, a barriga imensa, e esta caída sobre o local onde deveria ser buceta.
Sentia-me um samurai, um guerreiro, um descobridor da floresta negra.
Fui abrindo caminho com os joelhos, calçando a gordura devagar, levantando aquela barriga gorda, por fim achei alguns pelinhos claros e ralos. Ali estava ela, meu pedaço de paraíso. Uma linda bucetinha lacrada e oleosa.
Colei meu rosto nela, o cheiro mais poderoso que senti na vida. Adorei, aliás até hoje adoro.Tinha uns restos de papel higiênico, meio mijados, colados pelo suor.Tratei-a como uma rainha.Beijei, cheirei, lambi.
Quando estava pronta, fui entrando devagar, ela estava meio quieta demais:
-Dói?
-Não...não pára.
Naquele dia desejei ter um pau de no mínimo trinta e três centímetros. Era preciso, no caso dela era preciso. Comecei a trabalhar devagar, e no final, tudo mexia-se em mim e nela, mergulhei fundo no mar de gordura. Gozamos felizes.
Ela quis novamente, e pela primeira vez sugava um pau. Não tinha muito jeito, a vida é difícil mesmo. Acabou mordendo a cabeça. Uma dor marcante. Tudo aquilo durou mais ou menos uma hora e meia. Nos secamos e recompomos tudo.
Um calor forte. Voltamos pra rua.Tomamos água, e ficamos conversando besteiras.
-E ai Fátima, que achou?
-Gostei, minha amigas criaram uma coisa muito fantasiosa sobre este momento,eu não sangrei, é uma delicia.
-Não doeu?
-Um pouquinho, mas não é uma coisa terrível, da pra suportar.
-É isso, talvez eu não seja grande coisa em sexo. Fiz o melhor que pude...
Ela sorriu, talvez concordando comigo. Como ela iria saber? Ela ainda não podia comparar, depois que tiver alguns parceiros talvez.
Pra mim não interessava, Fátima foi a primeira virgem que comi. Deste então acho a virgindade uma merda,muito trabalho e pouca eficiência, prefiro as arrombadas, aliás quanto maior,mais peluda e com cheiro natural melhor.


Luis Fabiano.
A vida é um desafio, hoje fiquei feliz apenas por abrir os olhos.

terça-feira, junho 29, 2010

Pedro Juan Gutierrez, é para mim, dentre os autores da literatura Transgressiva( marginal ) o que hoje me fala alto ao coração, a vida.
Sei que tenho tanto a descobrir, neste vasto mundo. Estou disposto a isso. O tempo que tiver, o que tempo que for.
É uma jornada quase espiritual, uma purificação que leva dos infernos de Dante, aos braços de Gabriel. Em uma página, em duas palavras em um silêncio, ali está.
Deixo aqui, Pedro Juan em um fragmento de sua última palestra no Brasil. Sorvam o néctar.


Um pedaço de vida.

Sentado, sozinho, bebendo.
Me senti estranho.
O álcool ou é uma sinfonia ou é uma tragédia.
Olhando a tevê,
a janela, o mundo.
Precisava um pedaço de verdade.
Qualquer que fosse.
Não estava nas pessoas,
Nas coisas a minha volta,
talvez nem em mim.
Não era verdade a garrafa pela metade, nem tão
Pouco o copo meio vazio.
O som do meu estomago com fome.
Não eram verdades as pessoas digitais
Brilhando na televisão,
em cenários falsos,
Em atitudes falsas.
Com zoom nas lágrimas de plástico.
Filmadas em slow.
O espetáculo da dor, que não é de verdade.
Guerras falsas,
fome falsa,
doenças incuráveis e distantes.
Tudo pro show,
tudo mídia fria de vidro.
Personagens e poses, e a morte
Exposta as entranhas.
De tudo mais que se vê e menos se percebe.
Hoje dói,
amanha dói
alguns dias depois,
Nem notamos.
Queria um pedaço de verdade,
Dei um soco na parede, uma dor intensa
Que passa.
Como tudo que passa,
cansa e vira memória.
Um pedaço de verdade.
Olhei a noite pela janela,
Mergulhei naquele escuro.
É preciso olhar fundo,
sempre mais fundo possível.
Sentei-me novamente, e por um momento
Me vi,
me senti, por um momento apenas
Tive um pedaço de verdade
.

Luis Fabiano.

segunda-feira, junho 28, 2010


Umas porradas, e me apaixono.

Encontros casuais, tornam-se perfeitos
Quando o saco esta cheio.
Come-se qualquer coisa,
segundo meus
Princípios.
Mulheres e restos de mulheres.
O desejo as torna lindas.
Ainda que faltem todos os dentes...
Foi nestes acessos de fome,
que nos conhecemos.
Um abraço, e tudo estava pronto.
Sem muito papo,
sem muitas preliminares. Estávamos
Ambos molhados.
Quando a porta do quarto abriu,entramos.
Ela esperava um abraço, beijinhos,
a empurrei sobre a cama desfeita.
Ela voou como um superman.
Logo entendeu tudo, adorou.
-Então, gosta de jogar safadinho!!
-É, gosto de jogar, vadia.
Deu uma gargalhada, misto de fubanga e
Moça do inferno.
Amor a primeira vista.
Ela arrancou a roupa, e veio pra cima
Me acertou uma porrada na cara, um tapa
Forte e sem vergonha...
Carinhos. nossos carinhos.
Sinto gosto de sangue na boca,
não perco tempo...
Ela vira a bunda, grande e carnuda,
bato forte, deixando a
Marca dos cinco dedos, um hematoma, uma pintura de Matisse...
Ela berra, prazer, dor excitação...
meu pau sobe.
Ela não chora, é forte, quer mais, eu também.
Minha vez - diz ela.
-OK babe, venha com tudo,com toda tua força e raiva.
Ela se aproxima, cada meu saco com força.Me beija e vai apertando
Quer me castrar.
Aos poucos, muito bom.
Vou urrando, como animal.
Fera do cio, armadilha da natureza.
A sensação é ótima.
Nem passado ou futuro.Só prazer e dor
Como a vida é.
Ela pede:
-Me bate mais forte agora!
-Você manda dominadora, onde?
-No rosto, e com pau dentro de mim...
Fizemos a manobra, ela se acavala sobre mim.
Minha mão viaja rápido como a luz, encontra sua face
Branca e explode.
Jamais me esquecerei daquele gemido.O mais significativo
Que ouvi na vida.
Geme, chora e goza, tudo junto.
Caiu sobre mim e me abraçou.
Era como um maremoto que passava,
uma guerra que terminava.
Era hora de ir embora,
Estávamos cansados.
Nunca mais a vi.

Luis Fabiano.

Navalhadas curtas : Perro muerto...

A algum tempo atrás, voltava para casa. Uma das vezes que morei na praia. Se for contar todas as vezes, passarão de três. Na época tinha um carro muito ruim, vermelho e soviético.
Tudo era terrível nele, eu também não tinha carteira, bebia dirigindo, os documentos do carro estavam atrasados mais de cinco anos. O carro foi herança de meu pai. Dirigir assim era normal pra mim. Curiosamente nunca fui atacado. É preciso ter sorte na vida. Eu tinha ou tive.
Naquela sexta feira, retornava ao lar. Tinha certeza que ela iria reclamar do meu horário avançado, sempre reclamava, duas horas da manhã. Sabia o texto de cor. Ela faria um longo discurso, talvez jogasse algo em mim.
Mulheres sempre fazem isso, falam, falam, falam. Ao final cansam, então vêm ás pazes. Não digo que não tenham atitude, comigo é sempre assim. Uma vez, uma quis me matar, chegou a pegar uma faca, fiquei esperando o golpe certeiro nas bolas, mas algo aconteceu, e ela não deu o golpe, guardou novamente a faca na gaveta. Achei estranho, mas estava no lucro, as bolas ficaram no lugar. Isso acontece e é normal.
Tudo que um homem precisa ter, é paciência e aguardar a tempestade passar, mesmo estando errado. Sempre fica tudo bem. A isso chamam amor.
Pensava isso naquela estrada do Laranjal, escura. Em um dado momento fui sintonizar o radio, estava a cinco quadras de casa. Então só ouvi o estouro na frente do carro: puta merda, atropelei algo!
Parei o carro, para tentar entender o que estava acontecendo. Pela porrada, achei que tinha sido um homem, uma criança um lobisomem qualquer coisa...que merda. Desci do carro e fui ver.
Atrás do carro, um cão retorcia-se entre sangue e ossos expostos e um uivo interminável. Me senti aliviado quase feliz. A roda passara bem no meio. Que bom que não era uma pessoa. Fui olhar a frente do carro, amassou um pouco a grade e o para-lamas, mas o Lada é um carro muito forte, um russo lutador de vale tudo.
O cão foi baixando, o som do daquele uivo virando um chorinho e em alguns segundos já era.
Não me senti feliz de ter feito aquilo, mas a felicidade ás vezes é este instante em que você percebe que a merda poderia ter sido bem pior. Se existe um céu para cães, aquele estava lá. Olhei bem para ele, sarnoso muito magro a vida tinha sido uma merda pra ele.Isso alivia a consciência.
Respirei fui, liguei o lada e fui embora. Agora consegui sintonizar o radio melhor.

Luís Fabiano.
A paz é um instante, de algo que você percebe que não é merda completa.

domingo, junho 27, 2010


Sem braços e sem abraços.

Quando conversei com ele novamente, ele não era mais o mesmo. Acho que ninguém nunca é o mesmo. O maldito acidente literalmente fudera sua vida no meio. Aquelas coisas que fazem você perguntar realmente ao Divino: Eí, que porra é essa aí que você esta fazendo?
A vida modifica-se momento a momento. Mas percebemos sempre tarde demais. E nada é pior que tarde demais.
Na voz de Chico, um tom de profunda amargura, revolta e dor. Mas não tem como voltar atrás. Seu braço não voltaria para o lugar. Assim como nossas carnes apenas envelhecem, sem volta, sem disfarce.
Quando terminamos de falar, tive a impressão vaga, que a vida é uma espécie de roleta russa. Você tem boas propostas, até faz tudo direitinho, mas nada é garantia de nada. Tudo que você tem, é apenas o momento. Um momento de cada vez.
Acho que fiquei algo amargo também, depois da conversa. Chico transbordava fel e veneno. Entendi que ele procurava um culpado, eu não era culpado, o governo não é culpado. Acidentes acontecem, todos os dias, todas as horas, uns morrem outros sobrevivem.
E explicar, é puro blá-blá-blá. Escolha uma explicação qualquer, aceite-a de coração e siga sua vida em paz.
Por um momento, minha mente viajou ao passado. Lembrei quando Chico tinha humor para dar e vender. O cara mais divertido que conheci em minha vida. Tudo era uma piada.Talvez piada demais. Acho que senti saudade do cara antigo que ele era. Possivelmente ele também sentisse. Ele me olha com indignação e diz:
-Tu me olhas assim, por que sou deficiente. Um maldito deficiente!
-Se acalme Chico. E não faça chantagem comigo. Não gosto disso. Tento ajudar, faço o que posso, mas não seja um mau deficiente!
-Eu não disse? Que é puro preconceito. Viu? Você percebeu?
Me calei. Tinha vontade de mandar ele se fuder. Como os poucos que me conhecem, sabem que não discuto nada. Sempre dimensiono a inutilidade de uma discussão. Fiquei com vontade de dar uma porrada nele também. Não gosto de gente que se faz de coitado, de currado, de injustiçado pelo mundo.
Dar uma porrada em um cara sem o braço direito, não seria legal. Talvez um tapa? Para despertar.
Acho que me irritei porque ele não parecia agradecido a nada. Tudo poderia ter sido pior.
Ele ficou me olhando. Entendi que aguardava as minhas desculpas. Sorri disparei:
-Tu ficou um cara muito chato, hein Chico!
-É fácil falar, você não esta na minha pele.
-Não tenho mais nada a dizer. Fiquei aÍ, sentindo pena de si mesmo. Começo a achar que você realmente mereceu a merda toda. Qual o papel que você quer eu faça? O que todos fazem perto de ti? Oh, pobre Chico, pobrezinho fudido Chico, coitado do Chico?
O clima tornara-se insuportável, sentia gosto de bílis na boca. Não me sentia errado. Queria ajudar, mas acho que não consegui, ele tornara-se exigente demais.
A sua esposa, uma mulher muito bonita, vestida em calça muito justa e com uma blusa com um decote amigável, era profundo contraste entre tudo aquilo. Ela estava aborrecida com a minha visita, era melhor ir embora. Fui, mas não antes de olhar bem o decote dela.
Porque saí de casa, pra ver um cara que queria que tudo tivesse em suas mãos, de graça, ele ainda não entendeu, não existe nada de graça. Nada mesmo. Tem vezes nem tetas nos salvam, que merda.

Luis Fabiano.

sexta-feira, junho 25, 2010


De Amanda a Marcão...

Quem não se equivoca na vida?
Tudo bem, as vezes é banal e terminamos não esquentando a cabeça, porque depois que se errou, já era. Não adianta ficar se punindo para salvar-se. Nada adianta. Se você tiver presença de espírito, vai simplesmente esquecer o erro, e tentar acertar as coisas, ás vezes é possível acertar.
Naquela noite eu estava inquieto. Sentia a leve coceira de fazer alguma besteira,sou assim.As vezes é normal, afinal sexta a noite é dia perfeito para isso. Não titubeie, quando saÍ do trabalho fui conhecer um barzinho alternativo, que abriu na rua General Telles. Gosto de ambientes alternativos, minha solidão encontra amplo espaço, posso beber solitário em uma mesa, ficar olhando as pessoas.E nada pode acontecer.
Todas as tribos, maconheiros, veadinhos, bêbados, putas, emos, punks e metaleiros. Aquele local parecia imaginário. A decoração era horrível. Pinturas a lá anos setenta, apenas não vi os hippies por lá. Sem duvida, olhar gente é a coisa mais interessante do mundo.
Minha idéia inicial não era comer ninguém. Meu plano era ficar meio bêbado e depois, bem depois, seja o que deus quiser. A musica tava boa, alternava entre o Mpb e rock progressivo. Atendia o gosto de umas pessoas na porta, que fumavam um baseado. Fiquei na minha bebida, eles não tinham rum, fui com o uísque barato mesmo,bem barato.
Já estava meio tonto, quando percebi que estavam me olhando. Uma mulher de cabelo compridos, seios fartos e espremidos no decote, magra, alta. Realmente demais pra mim.
Mas os que me conhecem, sabem que não tenho muito aprumo com gosto feminino.Gosto de mulher, gorda,magra, alta,baixa, horrível, com duzentos quilos, sem dentes, bafudas, pentelhudas, meu gosto é vasto, quase tudo encaixa. Dizem uns amigos, que não tenho gosto:tenho um desgosto. Azar.
Ela sorriu, eu levantei o copo com ar cafajestão. Me senti muito macho, estava sentando a uma hora e pouco, aquela solitária estava na minha.Perfeito. O bom das bebidas destiladas é sua eficiência e rapidez. Aquela sexta feira prometia. Ela segui sorrindo e fui até a mesa dela. Quando a olhei, tive a uma certeza: algo estava errado. Com uma voz grave disse-lhe:
-Boa noite.
-Sim, boa noite.
-Posso sentar, ou esperas alguém?
-Pode sentar sim, tudo bem.
-Sozinha, porque?
-Você também está, então não pode falar...(sorriu)
Papos da noite, eu sei e você sabe todos de cor. A idéia toda é fazer alguém abrir as pernas, só isso. O amor não anda a espreita a noite. Mas quem queria amor? Foda-se o amor.
Ficamos falando a respeito do bar. E outros papos furados. Comecei a achar que ela estranha. Mas a voz era feminina, sem aquele sotaque nasalado das travestis, que parecem algo fanhas. Nada contra as fanhas.
Ela não tinha nada que a denunciasse, porra ela tinha que ser mulher. Ela pediu licença e foi ao banheiro. Acompanhei com os olhos atentos, entrou no banheiro feminino. Tudo certo. A duvida é uma coisa engraçada. Fiquei pensando: Porra Fabiano, se tu vai pra cama com ela, e ela é ele? Se essa Amanda é Marcão? Puta merda. Na hora que for mostrar o clitóris, tira uma piroca maior que a tua? E ai? Pense, tente pensar. Uma mulher linda destas,dando sopa neste lugar podre? Tá certo? Ou pior que isso. Quando você acordar pela manha com ela, ela vai olhar pra você e dizer: Queridão, agora é minha vez!
Muitos pensamentos. Ela volta, linda naquele vestido colado e tetas grande e duras como concreto. Começamos o papo novamente.
-Então meu bem, que você faz da vida?
-Sou cabelereira. E você?
-Lido com informática.
-Hum legal...
Aquele papo ficou morno demais. Fiquei com o pé atrás. Mas quando tudo mais conspira para o erro é preciso entender. Perguntei descarado:
-Olhe você me perdoe a indelicadeza,não sou muito educado, mas você é mulher?
-O que?
-É isso aí, és do sexo feminino?
-Isso depende.
-Bingo.
-Sou homem porque tenho um órgão sexual masculino, mas só isso.Minha alma é de mulher. Meu sonho é mudar e vou mudar, já estou em tratamento psicológico e tudo.
-Tudo bem, entendo.
-Mas você tinha certeza que era mulher, e me queria.
-É eu tinha mesmo. E tinha até planejado minha noite contigo, com beijos abraços e tudo mais. Você é muito bonita.
-Obrigada. E agora, você vai embora?
-É, essa é a pratica principal de minha vida, eu sempre vou embora.
-Fica aí, vamos conversar mais, eu te dou outra bebida, quer?
-Claro.
Fiquei ali, com ela-ele. E estranhamente ela realmente parecia uma mulher. Ou eu estava vendo demais. A vida é uma surpresa. Ela tinha carências femininas, e tinha o desejo de ser mãe. Tomei mais duas doses pagas por ela e me despedi:
-Amanda, vou embora, é tarde.
-Não queres ir pra minha casa? Agente pode seguir conversando lá.
-Amanda te agradeço, talvez um outro dia.
-Mas você mal consegue andar, vai dirigir?
-Claro, todo bêbado dirige, alguns até dirigem melhor bêbados.
Ela riu e disse:
-Então me da um abraço?
-Claro.
Dei-lhe um abraço, ela me aperta forte e me agradece.
-De nada.
Que noite estranha, sai pra fazer alguma besteira, e termino as três horas da manha com uma travesti linda, mais linda que muita mulher.Mais linda que algumas namoradas que tive.Não sei o que senti, acho que lamentei o fato de ela não ser realmente ela. Não tenho nada contra a quem dá o rabo ou come o rabo, mas não me sentiria a vontade.
Peguei o carro, as ruas pareciam tortuosas, retorcidas. O Kadett a vinte por hora, um ronco suave percorrendo as ruas abandonadas, frio de rachar, não tinha vontade de acelerar queria chegar em casa, ou talvez ir pra outro lugar?
Chega de noite por hoje. Chega de tudo.

Luis Fabiano.
A paz anda disfarçada, de que mesmo?

quinta-feira, junho 24, 2010


Canalha sofisticado

Ela me chamava assim,
Quando estava me amando.
Ela chamava,
quando me odiava.
Nada de doses homeopáticas.
Grandes jorros de emoção
Do melhor e do pior.
Eu gostava.
Ela também.
Uma vez tentou me acertar a cara,
Segurei sua mão a tempo.
-Canalha, canalha, canalha.
Não consegui sentir fúria
Quando falava assim.
Sentia-me feliz e orgulhoso.
Era seu amor,
sua maneira.
Sua não aceitação,
seu grito, seu gemido de dor e prazer.
Depois tudo passava,
como um tornado louco.
Que deixa um rastro de destruição.
Então.
Fazíamos amor,
com tanto amor.
Ficávamos em paz,
em meio ao caos.
Agarrados a fragmentos de esperança.
E promessas de nunca mais.
Abraçados,
nos perdoávamos.
Lambíamos um ao outro,
mutuamente.
Tentando fazer as feridas,
cicatrizarem rápido.
Bonança.
Aquela volta, era o paraíso,
Era o que fazia tudo valer tanto...
Um dia depois de tudo.
Estávamos abraçados,
desarmados.
Ela me deu um beijo inesquecível,
e disse:
-Tu não passas de um canalha.Um
Canalha sofisticado.

Luís Fabiano.
Amei demais, odiei demais, isso são narcóticos
fortes demais.

Pérola do Dia:

“ Para o estrábico, o mais ou menos bonito é lindo. ”

Magalhães.

quarta-feira, junho 23, 2010

Rosas do Lixo




Rosas no lixo
Caminhar no final de tarde é um prazer. O frio não me perturba, ando com minha camiseta ainda que esteja zero grau. Foda-se o frio. O prazer é meu e poucos entendem isso, acreditam que estou simulando calor.
Não simulo calor, gosto de simular gozadas, gosto de simular amor, gosto de simular inteligência, disto gosto.

Detesto roupas, não gosto de comprar, não gosto de escolher, o que tenho fui ganhando e uma vez por ano entro em alguma loja qualquer pra comprar algo, o mais rápido possível, não escolho nada, pego o que serve, não tenho nenhuma preocupação ou compromisso com moda, ando tão bem que estes dias até me confundiram com um mendigo. Deixe pra lá. Atualmente gasto minha grana em livros, vinhos e rum.


O sol se punha devagar, era quase noite quando passei por um cara que estava em pé na esquina, ansioso, com rosas lindas nas mãos, grandes botões e bem vermelhos. Uma cena que chama atenção, aquilo me sugeria até poesia, achei bonito.


Sou da opinião que algumas mulheres merecem rosas, mas muito poucas. Olham para o buquê como quem gostam, sorrisos e tudo bem. Dei algumas vezes rosas, entendo que isso faz parte do protocolo do “amor”, ela espera e você faz, escreva qualquer merda no cartão e ela achará lindo, qualquer coisa que não faça sentido, tudo vira poesia. Posso falar de cadeira porque já fiz isso algumas vezes.

Quando estava chegando ao porto, peguei meu charuto, um bom Havana Cubano, sentei-me solitário na praça abandonada olhando o canal São Gonçalo, olhar a água é bom, me faz pensar e a fumaça do charuto ia ganhando as alturas, como idéias que se perdem, me senti feliz, creio que nunca a solidão me fez tão bem. Faltava alguma bebida, mas tinha que trabalhar depois, talvez mais tarde, uma bebida qualquer caísse bem, e porque não uma buceta também? É, estas coisas estão a um telefonema de distancia. Deixe rolar Fabiano, fique frio.

O charuto termina, volto caminhando devagar pelas ruas escuras. Quando chego na mesma esquina, tá o cara das rosas, agora rosas amassadas, desfeitas, horríveis. Ele sentando no meio fio e chorando como uma criança com fome. A dor deforma as pessoas. Não sabia o que tinha acontecido, mas pela cena cinematográfica era previsível, alias todas as pessoas são assim, fáceis e previsíveis. Basta olhar.

Cheguei perto do cara, dei uma de vampiro gentil:

-E ai meu camarada, tá se sentindo bem? Precisa de alguma coisa?

Ele secou as lágrimas, fungou o ranho disse:

-Tá tudo bem sim, eu apenas fiz algo errado...uma escolha errada.
-Puxa vida, então seja bem vindo ao clube. Já fiz, faço e farei dezenas de escolhas erradas, considero pagamento da vida, e as lágrimas são o troco.

Ele riu sem graça, eu não tinha charuto, nem cigarro e nem bebida, nestas horas são boas coisas pra se ter a mão. Me sentei no meio fio com ele, perguntei: E aí, qual o nome dela?

-Gláucia.
-E porque a escolha errada?
-Estamos namorando á dois anos, e achei que ela quisesse casar, tava aqui esperando ela passar, ela sempre passa aqui depois do trabalho. Quando me viu, já foi dizendo que, estava cansada da relação, que era melhor terminar...(lagrimas voltaram engasgadas...) Não deixou nem eu falar...eu...não pude dizer que amo...


Não sabia o que dizer pro cara. Mas era preciso dizer algo, pensei em dizer que a mulher dele era uma vagabunda, uma vaca, mas ele não parecia estar com raiva dela, ele a queria e queria muito. Então decidi vender uma esperança barata pra ele, nestas horas as pessoas adoram alimentar esperanças baratas, ainda que sejam um barco furado, mas naquele momento é preciso acreditar em algo, muitas conversões religiosas aconteceram assim, na hora que se esta com o cú na mão:


-Cara, faz assim, não tenta pensar nisso agora, hoje pode ter sido um mau momento, as pessoas ás vezes tem maus momentos, vá refrescar a cabeça e deixa-a refrescar também, vá para casa, bem, quem sabe ela muda de ideia, não sei nada da relação de vocês, mas dois anos é um tempo legal pra se conhecer, a não ser que tudo tenha sido um engodo. Então é melhor estar assim. Mas não fique aqui, vá embora, levante-se, não se fica no chão, agente enfrenta as merdas da vida em pé. Vá pra casa.


O cara levantou comigo, não sei que desfecho aquela historia iria ter, mas conheço mulheres, depois que tomam uma decisão dessas, já era, ele tava fudido, mas pareceu se animar. Desejei boa sorte e fui trabalhar, tinha feito a minha caridade do dia e ganho a minha historia, quando olhei para trás apenas vi o cara jogando as rosas no lixo, pensei comigo: tomara que ele faça isso com o sentimento, aquela vagabunda desconhecida não merecia aquelas rosas, não merecia mesmo.



Luís Fabiano.
Uma vez cortei os botões de rosa, e dei um buquê só de espinhos, ela achou engraçado.




terça-feira, junho 22, 2010

Dentes podres


Dentes podres


Um beijo, é céu ou inferno.
Quando não é assim,não é nada.
Já beijei bocas, que pareciam de vidro,
Frias, sem gosto, sem vida.
Vitrines.
Senti vontade de cuspir nelas, depois.
Não suporto nuvens brancas
Beijos mornos, que o tempo transforma em nada.
Minha real revolta e tédio.
Foi quando ela ficou parada me olhando,
Aquele momento em que algo precisa acontecer.
O papo se esgotou, a bebida terminou, então você pensa:
-Benzinho, agora ou você dá pra mim, ou vai para casa, e aí que vai ser?
Uma roleta russa ou você morre de prazer, ou vai pra casa, bater uma
Punheta, gostoso e devagar.
Literalmente um pênalti.
Ela sorriu, sorriso que adoramos ver,
Mistura de consentimento e prazer.
Ela não era grande coisa, mas eu também não sou.
Isso é garantia de amor “eterno”.
Fomos embora, meu coração batia em meu pau.
Risos e bobagens,
isso que se espera da vida, diversão barata
e alguma alegria simples.
Algum carinho, depois do primeiro espirro de porra, adeus.
No quarto nos abraçamos.
Estávamos um pouco altos,
Quando sua boca veio ao encontro da minha
Alí a vida ganhou sentido,
ali entendi tudo.
Parecia que beijava um esgoto, rançoso,
Infecto e sorridente.
Senti um engulho no estomago,
que podia ser pior?
Vomitar?
Tive a certeza que se um dia beijasse o diabo,
já teria feito
O vestibular naquele dia.
Estava sem saída.
Nem uma balinha,
nem cerveja naquela casa,
Manda-la escovar os dentes, acabaria com o amor.
O amor é frágil assim.
Encurralado e morto, azar.
Beijei-a como um Romeu apaixonado
Beijaria a sua Julieta do inferno.
Fiquei com aquele gosto
Por três dias na boca.

Luís Fabiano.
A paz, é um dente cariado, ás vezes é preciso extraí-la
.

segunda-feira, junho 21, 2010


300 quilos de carência.


A muito tempo atrás um grande amigo meu, o Alemão Angelo, me deu um apelido, disse ele com cara sorridente e debochada:
-Cara, tu és o pai das desgraçadas. Contigo todas as mulheres do mundo estão salvas, tu não repugnas nada.
Bem, não sei se isso é muito verdade. Gostaria de ter o maior pau do mundo, para que todas tivessem um bom aconchego nele. Como não é possível comer todas as mulheres do mundo, tento fazer o melhor que posso. As vezes dá certo, em outras é pura tragédia.
Como um bom trem que anda nos trilhos, tento ser assim, sou exatamente oque odeio nos outros, talvez isso seja uma boa explicação. Se vejo alguém exatamente como eu, tenho vontade de cuspir, sacudir, tirar dos trilhos, faço isso involuntariamente, é mais forte que eu. Nada de revolta, sou pacifico, é que não recomendo ao mundo o que sou.
Na sexta feira, inventei de sair dos trilhos, em vez de caminhar no frio, fui atender um cliente no meu intervalo. Maldita hora, ganhar dinheiro é bom, mas dinheiro é só dinheiro. Quando cheguei no cliente, ele havia saído, deixando apenas a empregada, que ainda fazia alguma limpeza e iria me cuidar, imaginei eu.
-O senhor pode entrar.
-OK.
Começo resolver os problemas do micro. Então Cris vem para perto de mim. Eu me senti um anão.
-O senhor vai demorar muito?
-Não me chame de senhor. Vou demorar nada, é rapidinho.
-A tá, eu preciso sair as 18:30!
-Tudo bem, em vinte minutos tá resolvido e saímos.
-Tá certo, que bom, é que eu preciso ir no super.
Era assuntinho de cú pra piça, mas na verdade percebi o que estava acontecendo. Cris se interessou, seus olhos e os movimentos denunciaram isso. As enormes tetas de bicos duros. Fiquei pensando: Ela deve estar na capa do Batman para se interessar.
Cris não é uma mulher bonita, na verdade ela parecia ser duas mulheres por sua dimensão. Quase dois metros de altura e mais ou menos cento e quarenta quilos. Porra, como será que ela conseguia limpar nos cantinhos? Não sei, tenho certeza algo que ficava sujo. Ela não entrava no banheiro entre a pia e o vaso. Olhei o tamanho da bunda dela, cara meu pau não iria alcançar a buceta jamais, era uma longa viagem até lá... Fiquei pensando essa merda toda, ela ali, me olhando e falando coisas caóticas.
-Tu és casado?
Que eu ia responder? Não, já fui varias vezes, umas oito ou nove vezes. Foi exatamente o que disse:
-Nossa, tanto assim?
-É, sou um cara chato.
-É eu também fui casada.
-Sei, e separou porque?
-Na verdade ele foi preso. Era traficante e viciado em drogas, quebrava tudo dentro de casa,ai não deu mais.
-Entendo, normal. Não deu certo o negócio dele.
-Tu acha?
-É, acontece, todo mundo tem um vicio ou dois. Uns bebem, outros fumam, outros se drogam, outros gostam de falar da vida alheia, e por ai vai. Tudo é vicio, agente só tenta evitar que de merda em nossa vida, o resto tudo certo.
-É...
-Tens filhos?
-Tenho sim, cinco.
Confesso que fiquei pensando, diz que a cada filho de parto normal, a vagina dilata-se alguns milímetros, com cinco, porra não era uma vagina, era um túnel. Sorri sozinho, ela pensou que fosse pra ela. Aquela merda de computador não ajudava. Ela estava quase em cima de mim.
A lutadora se sumô. Carente, sozinha, cinco filhos tentando se virar honestamente e um ex marido violento e preso. Trepar com ela era auto risco. As vezes é preciso arriscar. Mas não tava afim.
Terminei o micro, ela pede meu telefone , enrolei não dei. Acho que sabia o que ia acontecer, o terrível de uma mulher carente é sua sede de amor. Amor? O máximo que consigo dar é um pouco de prazer, e não estou disposto a pagar o preço de um coração machucado, de tantos que machuquei. Já vi o filme.
O melhor para ela, era não meter-se comigo, se tivesse a cabeça no lugar certamente nem se insinuaria. Mas quem disse a fome e a sede nos deixam com a cabeça no lugar? A carência não deixa de ser uma espécie de insanidade, que dói, que precisa, ás vezes de um simples olhar e nada mais. Beijo, carinhos e afagos, as armadilhas que seduzem e levam pensar tudo errado.
Ela já estava pensando errado. Fui embora, ela me abraçou na saída, abraço dolorido de quem precisa de um amor. Mundos tão diferente se encontram, assim casualmente, mundos se destroem.
As vezes penso, que merda de mundo, onde as pessoas andam assim tão sedentas, querendo receber tanto, e não dar nada. Era melhor parar de pensar estas porras,é sexta a noite vou beber algo e sentir este mundo ficando distante, as vezes é a única maneira de vê-lo como é.

Luís Fabiano.
A paz as vezes é pesada.
Em agradecimento aos amigos que mandaram mensagens e ligaram, falando do Gol de Luís Fabiano. Obrigado, mesmo eu sendo péssimo de futebol, aprecio de longe a arte, ainda mais quando o gol gera duvidas de sua legitimidade.



Navalhadinha:

“ Ontem, na hora agá ,quando ela ficou de quatro, expondo a bunda muito branca, magra e flácida, uma verdadeira gelatina de carnes, fiquei pensando com o membro na mão: Mantenha a força Fabiano, mantenha duro, afinal não é fácil ter sessenta e oito anos, querer trepar gostoso, ficar de quatro, para agradar seu macho.
Fiz o possível, nada de imaginar lindas mulheres nuas, capas de revista, nada disso. Gosto da realidade, neste caso gosto da desgraça.
Olhei com firmeza aquela bunda feia, abri-a com carinho, encarei o olho rosado,que ainda tinha alguns pelos loiros, ela diz:
-Bota amor, coloca...
Não resisto quando sou chamado assim, afinal o amor mexe comigo.”

Luís Fabiano.

sábado, junho 19, 2010

Vida real...


Vida real...

“Entrei na padaria, comprei pão para ser obvio. Entrei na fila para pagar, um cara exaltado falava alto com sua namorada. Ignorei ele. Porem impossível fazer isso com a bunda da namorada, era poesia pura, grande, bem formada. Fiquei olhando sem discrição.
Ele percebe:
-Que tá olhando meu?
-Tu não vai querer saber a verdade.
-Fala, fala aí, fala...
-O corpo bonito da tua mulher.
-É, é minha mesmo. Tira o olho.
-Tudo bem meu chapa. Quero apenas saber, o que tu vais fazer com ás milhares de pessoas que olham a bunda dela, quando tu não estas perto?
-Próximo - chama a moça do caixa.
Tudo se perdeu. Mas tudo bem, sempre estou preparado para apanhar, além do mais, aquela bunda valia um soco.”
Luís Fabiano.

sexta-feira, junho 18, 2010

Dica de DVD: Martinho da Vila - O Pequeno Burguês

O DVD é uma obra de arte. Uma biografia musical, ele vai entrando como quem não quer nada, sozinho, falando baixinho. Instrumentos parados e no canto. Papo de boteco, então vai contando historias, falando as entrelinhas da musica, cantando, falando naquele ritmo acelerado de Martinho da Vila.
Comecei vendo sem pretensão, mas a arte vai se revelando, bom demais de curtir, leve.
Um desfie de artistas entre eles o grande Mané do Cavaco, Paulinho da Aba, figuras originais da mais fina malandragem e talento.
Eu que não sou muito dado ao samba, aos poucos que me conhecem a natureza “europeia”, ta aí a dica. Deixo ai um chebra para curtir:



quinta-feira, junho 17, 2010


Nem nada

Quando a olhei de longe
Parecia interessante.
Cheguei mais perto,
Não sei o quanto...
Sou assim, me encanto
Facilmente, como quem
Sente o vicio.
Não há vontade de desistir, fugir,
Nem preces, nem juras.
Me entrego docilmente.
Conversamos.
O que era indefinido,
Tornou-se presente.
Amor, paixão, tesão,ilusão
De tudo um pouco e
Nada ao mesmo tempo.
Sou vulgar, grosseiro e sujo.
Tudo que queria era mergulhar
Naquela buceta molhada, ficar em paz,
Num pedaço de céu imaginário.
Isso parecia tudo.
O desejo é armadilha,
E nada é exatamente assim.
Quando fomos para o quarto,
Ela lentamente despiu-se,
como quem
Faz graça.
Fiquei apenas sentado, sorrindo.
A cada botão que abria,
Eu percebi que nada existia,
Meu sorriso foi fechando,
Nem tetas
Nem bunda, nem pelos, nem linda.
Apenas uma magreza, esquelética e bêbada.
Pensei:
Ela esta doente. Eu mais ainda.
Senti paz, nos abraçamos demoradamente nus,
Como restos que se juntam,
Pedaços que se completam.
Não tínhamos mais nada.
Mas era tudo que tínhamos.

Luís Fabiano.

Pérola do dia:

“ A arte de escrever é a arte de deixar buracos, entrelinhas, quanto mais buracos melhor...leitores adoram buracos.”

Magalhães.

quarta-feira, junho 16, 2010


Horas, momentos, céu e inferno.

Ás vezes não se pensa nada, e quando menos se espera tudo acontece. Acho que gosto de viver minha vida a assim. Considero um grande presente quando abro meus olhos pela manha, me estico um pouco, e estou pronto pra viver seja lá o que for.
Minha satisfação começa ali. Não é muito, mas prazer é prazer. Algumas vezes meu pau esta duro pela manhã, então bato uma boa punheta, suave e sem pressa, realmente curtindo o. Quando era adolescente isso era algo mais nervoso com pressa de esporrar, agora é devagar e leve, muito melhor. Nem preciso gozar, mas se acontece, limpo ali mesmo, na cueca ou nos lençóis. Tudo certo.
Não é de agora que faço isso, mesmo quando era casado, na ausência delas eu sempre me dava este prazer. Um bom dia. Minhas manhãs são mais ou menos assim, então hoje eu tinha um cliente.
No banho fiquei pensando, talvez se as pessoas realmente me conhecessem, jamais me chamariam para ver o micro delas, entrar em suas casas ou falariam comigo, alguns deixaram de chamar. Não tenho a filosofia que o cliente tem sempre razão, isso raramente é verdade. Alguns não passam de chatos. Certa vez tive que dizer exatamente isso a uma, que veio com este papo de que: O cliente tem sempre razão, tu não achas?
-Que resposta você quer ouvir?
-A verdade, eu adoro a verdade.
-O.K, o cliente raramente tem razão.
-Como assim? Se eu to te pagando, eu quero ser bem tratada...
-Aí você mudou de assunto.
-Então se eu reclamar do teu serviço, tu não vais me atender?
-Depende, se a tua reclamação proceder, quem sabe...podemos conversar.
-Não acredito, mas nós somos amigos também, nem por isso?
-Não mude de assunto, vocês mulheres e clientes nunca ficam no foco,misturam tudo e fazem uma salada de merda em um liquidificador...
-É que temos uma visão global...somos mais inteligentes...isso, aquilo....
Comecei a rir, para ver se botava um fim naquele papo furado, fico impressionado com gente que fica falando sério tais coisas, autêntica falta do que fazer.
-Tudo bem, você deve ter razão.
Isso é tudo que o ser humano precisa ouvir para ficar contente, seja isso verdade ou não. Então sempre digo, fica tudo bem. Quanto a verdade dos fatos, não preocupe-se com isso, a muito tempo aprendi que o ego é mais valioso que a verdade! Mil vezes mais.A única coisa que esta em jogo é grana e ego, mas mais ego.
Após eu dizer isso, ela ficou tranquila como um bebê que adormece. Então pense muito bem antes de dizer verdades, raramente alguém quer ouvir.
Terminei meu banho, rindo de minha própria idiotice. Vesti-me e fui atender este novo cliente. Então ironia do destino. Quando cheguei em sua casa, me tratou muito bem, me mostrou os micros, fiquei ali fazendo meu oficio. Diga-se de passagem que este é um momento que não gosto de ser perturbado, ele sentou-se ao meu lado.
Na hora percebi que isso não daria muito certo. Fiquei mudo, ele me fez diversas perguntas, estava querendo ser educado, atencioso então veio o discurso gratuíto:
-Sabe, Sr Fabiano, eu gosto muito de tratar meus clientes da melhor maneira possível, dou-lhes tudo que precisam, ainda ligo para saber se estão satisfeitos, os clientes adoram isso. O senhor não acha?
-É, as pessoas adoram que as bajulem.
O cara começou a rir. O senhor acha que isso é bajular?
-Logico, se o trabalho foi bom o cliente volta, é isso. Não gosto de muito floreio.
-Bom o senhor não tem uma visão muito empresarial...
-O.K ,não preciso disto. Eu te atendo, tu fica satisfeito me paga e acabou-se. Compro um bom vinho ou coisa parecida, em minutos o senhor nem existe mais.
Aquilo começou a me desagradar, mais uma vez papinho furado, eu lembrei do meu banho. Talvez tivesse sido melhor ter ficado lá. Gosto de atender clientes em particular, é uma grana a mais, mas começo achar chato se tiver que ser muito atencioso, educado e gentil, essa “prostituição” começa a não valer a pena.
Acabei ficando em silencio, não por respeito, por ser mais econômico. No fim de tudo, tudo é grana mesmo, então foda-se.
Ele testou os micros, sentiu-se satisfeito e me pagou em cache, quando estava saindo disse:
-Creio que o senhor em nome do seu negócio, deve repensar sua atitude sr Fabiano!
-Já repensei. O senhor eu não vou atender mais, a grana é pouca para isso. Mas não ofenda-se, não é pessoal, eu que sou meio problemático mesmo, sempre sou eu, relaxe. Boa sorte com o micro.
Fui embora, sai devagar dirigindo lentamente, voltando pra casa, quando chego na esquina do Hospital Santa Casa, tem um mulher que coçava a buceta com certa discrição, mas notei, de minha parte adoro mulheres que se coçam, acho excitante e um pouco sujo, mas não tenho problemas com a sujeira, as vezes faz parte do negócio.
Diminui o carro ,quase parei para olha-la, quando me viu, sorriu com uma cara de vadia, isso é quase amor a primeira vista. Ela não era bonita, acho que estava longe disso mas naquele instante adorei vê-la assim, transaria com ela com gosto.
Trocamos sorrisos e ela me atira um beijo. Essa é a vida, vai-se do céu ao inferno em vice versa em um segundo, naquele instante o cliente não existia mais, tudo que tinha era a buceta cheia de coceira de uma nobre desconhecida, uma coceira que atiçou muito minha vontade.

Luís Fabiano.
A paz pode ser um coçadinha.

Trecho Solto - Bukowski


Trecho...”

Não há nada a lamentar sobre a morte, assim como não há nada a lamentar sobre o crescimento de uma flor. O terrível não é a morte, mas as vidas que as pessoas levam ou não levam até a sua morte. Não reverenciam suas próprias vidas, mijam em suas vidas. As pessoas cagam. Idiotas fodidos. Concentram-se demais em foder, cinema, dinheiro, família ,foder.

Suas mentes estão cheias de algodão. Engolem Deus sem pensar, deixam que os outros pensem por elas. São feios, falam feio, caminham feio. Toque para elas a maior musica de todos os tempos e elas não conseguem ouvi-la. A maioria das mortes das pessoas é uma empulhação. Não sobra nada para morrer. ”

Bukowski – O Capitão Saiu para o Almoço
 e os Marinheiros Tomaram conta do Navio.

Pérola:


“ Houve um tempo que precisava ler muito para extrair a alma de algo. Hoje leio duas palavras e tudo é claro como o dia. Hoje minha alma mescla-se ao sangue, as tripas, as lagrimas e a dor. Hora me sinto pior, hora me sinto melhor, a sensação é ótima.”

Luis Fabiano.

segunda-feira, junho 14, 2010

Pedro Juan Gutiérrez



Sempre dizem.

Ontem me xingaram novamente,
Como se xingam cães sarnosos, na rua.
-Tu não passa de um idiota, arrogante e imbecil.
-É.
Fiquei olhando, a boca que xinga,
Parece estar mascando chiclete, um
Chiclete velho e cansado.
-É tudo que tens a dizer é, é ?
-É.
Estava nervosa demais, tem horas que não
adianta dizer algo.
Não perco tempo explicando a quem não vai entender.
Insatisfação faz isso.
Gostaríamos de mandar no coração,
No pau e em outras coisas:
-Se acalme menina, relaxe, beba alguma coisa.
-Não sou bêbada!
-Ok, deixe a bebida para mim.
-Não tenho mais nada a dizer.
Levantou rápido daquele banco frio,
levando a bolsa semiaberta,
uma boca escancarada.
Fiquei sentado vendo-a afastar-se, rápida
Com suas pernas longas.
Tentei sentir algo na consciência, mas
Infelizmente não senti nada.
Tudo parecia tão certo, ás vezes
É assim mesmo, não tem porque brigar.
Ainda assim de longe parecia
Que algo prometia, é
Gosto de pensar assim.

Luís Fabiano.

Fio...

Ela pensava que me conhecia bem.
Eu sabia que não conhecia nada.
Fazíamos um cabo de guerra,
Com os fios, tecidos de nossas almas.
Alegrias e dores.
Era bom.
Ela puxava forte,
gostava daquilo.
Um dia puxamos forte demais.
O fio arrebentou.
Não queríamos que fosse assim.
Mas agora não tem volta.
Nunca a vida
tem volta.

Luís Fabiano.

domingo, junho 13, 2010


Dia dos namorados.

Não quero transformar minhas paginas em um confessionário. Mas existem coisas que por vezes são inescapáveis. Gosto de despejar minha loucura em doses homeopáticas, devagar. Alguns momentos são inesquecíveis, talvez sejam lembranças demais.
Tive alguns bons dias de namorados e outros nem tanto, acho que em mim tudo acabou virando um negócio. Fiz papel de namorado apaixonado inúmeras vez, com direito a tudo que se espera. Flores, presentes, beijos e uma trepadinha cheia de amor! É impressionante como as coisas podem ser tornar coisa alguma.
Quando você faz esta porra uma, duas, três, quatro, infinitas vezes...as flores não tem cor, o beijo é o mesmo de sempre, e pensar em ir a um motel ou algo parecido para transar, é apenas gasto de grana, infundado.
Mas já fiz, talvez faça novamente se o futuro assim o quiser, ou ainda se o desespero de alguma mulher por acidente cair na cilada que sou eu mesmo.
Fabi foi uma namorada rápida que tive. Digo rápida porque ela era realmente rápida ,eu também. O que ela chamava de amor eu chamava de prazer instantâneo. Nos conhecemos através de amigos em comum. Foi no final do mês de maio, tudo foi uma espécie de tornado. Quando fui me dar conta, estava namorando.
Então o junho, mês dos namorados. Presentes e o ritual de sempre. Eu fiz, aquela noite saímos pra jantar, acho que quis impressionar, o vinho estava bom e me pegou. A coisa ficou mais quente. Começamos a fazer carinhos no restaurante, era melhor ir embora.
Motel nem pensar, nestes dias os motéis ficam superlotados, fazem a fila da foda. Acabamos nos pegando no carro mesmo, fui pra cima, o banco deitou, minhas mãos fizeram um passeio por aquela calcinha nova.
Até que comecei a “trabalhar” gostoso, fazendo a boa mexida, ela gemia e gostava, porem eu fui dar um arroto, boa comida e bom vinho, e a coisa não deu muito certo, veio mais que o arroto...sujei sua roupa e o cheiro era horrível ,ela ficou muito puta...
Mas não foi por isso que brigamos. As vezes o amor realmente me surpreende.

Luis Fabiano.

sexta-feira, junho 11, 2010


Breve Insight

“O mundo encaminha-se a passos largos para o tédio, não há como negar. Um mundo perfeito esta a espreita de nós! Um mundo onde todos querem ser lindos, gostosos, ter qualidades sem fim, e o melhor, sem o menor esforço para isso. Vejo isso em todos os lugares, com quase todas as pessoas que converso.Todos querem ser assim: inteligentes sem estudar, lindas sem fazer força alguma, ricos, mas de braços cruzados...querem tudo e não querem dar nada.
Fico pensando, minha dor é menor.Um mundo onde absolutamente todas as mulheres serão gostosas e iguais, bonitas por natureza, magras, sem pelos, peitudas e com bundas mais brilhantes que suas almas...
Um mundo ,onde todos serão assim...tenho a impressão que será um mundo muito chato, sem equilíbrio, como olhar a mesma merda de paisagem todo dia. Fiquei triste de pensar nisso.
Peço a Divindade ou ao Outro, que me carreguem desta vida antes que tudo isso aconteça, porque só de pensar, me causa um enfado e revolta-me o estomago.”


Luís Fabiano.

quinta-feira, junho 10, 2010


Pérola do dia:


“ O melhor leitor e a melhor pessoa, são os que me recompensam com a sua ausência.”

Bukowski – Notas de seu Diário.

Ofensas

Ontem ela ligou,
A voz alterada, reclamava
Em um choro entrecortado,
Soluços e ranho.
-Hei o que há ? - Pergunto.
-Porque me tratas assim? Eu não sou
Boa o suficiente pra você? Sou feia demais?
Sou gorda demais? Me acha chata?
Não me ama mais?
O que eu fiz de errado?
O que você quer de mim? Fica comigo?
Fala alguma coisa...fala.
-Hei menina, acalme-se, você
Parece uma metralhadora de merda.
No fone, choro convulsivo,
cheio de ignorância e burrice.
Aquilo me irrita.
Não sei o que dizer,
Tudo que digo ofende,
meu silencio ofende.
Meu falar ofende, meu olhar ofende,
Beijos que dou ou não ofendem.
Minha proximidade ofende e minha indiferença
Também.
Tudo que digo ou faço ofende.
Na linha um silencio abissal.
Ela quer apenas ouvir a minha voz.
-Hei acalme, certo!
-Tu me ama?Me diz, me diz...
-Amo.
Relaxou, até sorriu nervosamente.
Que merda, eu menti.
Mas a felicidade ás vezes é assim,
Uma mentira que vamos contando
Lentamente, dia a dia.
Até que explode como uma saco de bosta.
Na esperança que tudo melhore.
Quando desligou o telefone,
parecia um anjo.
Fiquei pensando: tudo ofende as pessoas,
Temos amor próprio demais, portanto
Dor demais tambem.
Tomei mais um gole de rum, e
Fui dormir.

Luís Fabiano.

quarta-feira, junho 09, 2010


Putinha aprendiz (vestibular de franguinha)

Dias atrás voltei ao mundo das putas. O problema de se ter algum dinheiro na mão é, ficar muito susceptível aos pecados da qualidade, dinheiro facilita a merda toda, num piscar de olhos você vai estar lá embaixo sem um puto tostão na mão, bêbado ou coisa pior. Ainda bem que este não era o meu caso, tinha recebido o salário e estava disposto, o que raramente acontece. Geralmente não faço nada, a não ser viver minha vidinha como me disseram estes dias.
De um modo geral gosto de evitar pessoas, mulheres cheias de emoção, o que sintam algo por mim, mesmo que seja bom, termina por me agredir, este gostar tem sempre um preço implícito.
Ou não ?
Bem, ao menos as prostitutas são mais honestas.
Sendo assim, me dirigi a noite em conhecida casa de prostituição de minha cidade, ela é tão conhecida que tornou-se legalizada, pessoas com alguma classe vão lá e remediados que receberam o salário como eu.
Desfilam com seus carros legais, entra e sai de gente, assistindo ao show, no palco uma dançarina seminua, fica fazendo pole dance, esfregando-se naquele poste, era muito bonita, cabelos loiros encaracolados, formava um belo conjunto com tetas miúdas. Ajudava a esquentar o pessoal. Fui sozinho, me encostei no balcão pedi uma cerveja, fiquei ali pra ver o que ia acontecer, não sei porque meu animo passou, talvez ver aquela mulher linda esfregando-se no poste, rindo, hora baixando a calcinha, tivesse me satisfeito, tudo bem. Relaxei com a cerveja, o que for que aconteça, tá tudo tranquilo, afinal de contas não precisava necessariamente comer ninguém. Sorri para mim mesmo, este é o bom e velho Fabiano, muda tudo de-repente, o que era puro entusiasmo desapareceu, sobrando sei lá o que. Este sou eu, meu amor, minha vida e meu entusiasmo por tudo, é exatamente assim. Uma fotografia em traço mal escritos, amo minha própria bizarrice.
Então ela apareceu, sorridente, tinha cor de cuia, muito morena, os cabelos chapados meio mortos, um rosto de quem não era muito da área, usava um vestidinho solto, curto, as tetas eram ótimas, nem tão grandes e nem pequenas, sem sutiã formavam o berço de desejo, qualquer um iria querer mamar ali:
-Oi...
-Oi, tudo bem?
-Sim, tudo bom, e você?
-Agora to melhor.
Ela sorri, e eu me sinto um peixe otário fisgado em um anzol.
-Acho que podemos tornar esta noite melhor ainda pra ti, tu não achas?
-É, mas calma, vamos devagar, eu não tenho ejaculação precoce...
Ela gargalha alto com putas vulgares devem gargalhar, agora isso começava a ficar interessante.
-Assim, ó, setenta pila, e faço tudo que você quiser, anal, vaginal, boquete...
-É da tabela este preço?
-Tu achou caro?
-Não, não, to apenas brincado com você...e onde vamos?
-Tem meu quarto lá no fundos, é tranquilo, uma hora e acabou.
-Ok, deixa eu terminar a cerveja .
Tinha alguma coisa errada naquilo, ela era muito despachada, bem talvez fosse apenas a prática no negócio, ela lidava com sexo como se fosse um taxímetro, eu era mais um na fila. Tudo bem.
Terminei a cerveja e nos dirigimos ao local, o minúsculo quartinho dela, chegando lá, ela fecha a porta, diz pra mim relaxar. Deito na cama, então ela começa fazer um trejeitos de algo que deveria ser uma dança, muito desengonçada, ela não era dançarina, e aquilo deveria me excitar? Comecei a rir. Então ela para de-repente e diz:
-Bem, pra fazer o resto a lei é assim: dinheiro na mão e calcinha no chão...!!
-O que?
-Dinheiro na mão e calcinha no chão!
Tive um acesso de rir da jovem puta, a esta altura eu nem sabia mais se queria trepar com ela. Mas peguei o dinheiro para evitar problemas, tinha uns gorilas lá, se eu engrossasse certamente iria me fuder.
A vida é assim mesmo, agente paga pra não se incomodar. Dei a grana, então ela tirou a roupa mais rápido que em um jato de porra.
Sinceramente não foi uma super foda, ela tem vinte e dois anos, eu era o apenas o décimo cliente dela, ela sugou meu pau como um aspirador de pó, colocou a camisinha como se fosse uma máquina, e cavalgou em cima de mim como se fosse uma britadeira, gozei pra não perder a oportunidade, cada gota de esperma valeu dez reais, foi a ultima vez que trepei com uma mulher nova.
Eu prefiro as mais coroas, fazem o ritual melhor e colocam o coração na entrada da buceta.
Fui embora, nem triste e nem feliz, foi um estranho sentimento, ás vezes sou assaltado por tais, talvez fosse melhor eu ter ido pra casa dormir, ter sonhos ou pesadelos. Da próxima vez vou procurar um prostibulo da terceira idade, será que existe??
A cada estocada, um ataque de asma, falta de ar...

Luís Fabiano.
Beijo a todas as putas que comi, e as que ainda vou comer.

terça-feira, junho 08, 2010

Máxima dia:

“ O que as pessoas hoje chamam de amor, não passa de modess usado, bom no início, novinho e sequinho, mas o destino é o lixo mais tarde.”

Nego Mel.

Cú na mão

Aquela sala estava quente,
Como se o diabo soprasse baforadas.
Acho que não deveria ser assim.
Berço da lei.
Gente demais,
Interesse demais,
Testemunhas demais.
Culpa terna, inocência raivosa.
Acaba que nada é, o que é.
Era expectador,
Como em teatro
da vida real.
Um breve gole d’água,
Lá estava ela.
Feliz, abraçada a outro,
sorria como uma vadia
Que acaba de ganhar o valor.
Sorri, pisca os olhos.
Lembro de meu amigo,
Nem tão amigo assim,
Ele trabalha, merecia.
Fresco demais,
pobre demais,
Fodido demais.
Ela ali, me viu, fez cara de safada.
Quis dar a impressão
Que nada era,
nem parecia ser.
Coisas de nossa cabeça.
Tão pura,
tão puta.
Sorri, entendemos no silêncio
Dos cumplices informais.
Assassinos da quietude,
Estupradores da verdade,
Ditadores da mentira.
Viva.
Ordinária, leve como uma pluma,
Flutuava.
Tudo aquilo era um circo,
E a ironia desfilava
Nem consciência,
nem culpa,
nem réu.
Gostei aquilo,
acho que no fundo
Somos todos meio assim,
expectadores
Sem inocência.

Luís Fabiano.

Inadaptabilidade

Não consigo ser assim,
como você.
Aceitar facilmente
A sorrisos,
amor ou breve instante de prazer.
Eternizar cumplicidades.
Nunca acreditei.
Acho que passei a vida inteira
Brigando com isso.
Um esforço surreal
Para ser igual a tudo
Perfeito, meio comum.
Comprei muita felicidade a crediário,
Mas tudo perdia a validade
Num piscar de olhos.
Tentei.
Não era.
Entendo que nada vale pena.
Nem amor,
nem mulheres lindas,
nem trepadas longas,
Nem bebidas, confidências,
Dores divididas ao meio.
Ao amanhecer, tudo terminava.
Há algo de errado em mim.
Meu desejo de ser igual,
Se esfuma.
Como peças que não encaixam,
Vidros que embaçam,
Flores que morrem lentamente,
Sem testemunhas.
Não me adapto.
Hoje nem quero.
Sei que pra mim,
sempre é uma armadilha
as avessas, feita pra
machucar quem tenta
me prender.

Luís Fabiano.

Trecho “...

“ Para organizar bem a trama de minha Lenda eu poderia documentar-me com pessoas finas...acostumadas – aos sentimentos...as mil variantes das tonalidades do amor...
Mas prefiro resolver tudo sozinho.
Muitas vezes as pessoas refinadas nada mais são do que gente que não pode gozar. É uma questão de disciplina .Essas coisas não se perdoam.”


Morte a Crédito -L.F Celine.

segunda-feira, junho 07, 2010


Sol de domingo, pureza e dor.

Caminhar ao sol, numa das principais avenidas de minha cidade, num domingo alegre, parece um programa tão encantador as almas puras, que causa-me enfado. Nada contra o mundo ou aos dias de sol, nem mesmo aos dias cinzentos, sombrios. Me sinto bem ao sol ou entre a neblina úmida de um dia fechado.
Podemos chamar de amor ou outra merda qualquer, simplesmente o fato que não gosto de brigar com os elementos da natureza. Particularmente sinto-me deitado em uma planície, em um tempo particular.
Me sentia bem ao sol, caminhava devagar, não olhando nada ou ninguém, estava envolvido demais comigo mesmo, um prazer que não precisa de nada. Relaxado depois de um bom vinho no almoço.
Pessoas demais ali, eu confesso, cães, musica alta, ruído da vida de jovens que sonham, e velhos aguardam a morte lentamente entre risos e lágrimas. Eram uma verdadeira pintura viva. Não sou artista mas percebi assim.
Canso de estar ali, pessoas me enfadam rapidamente, é melhor ir embora. Já estava indo, nisso passo por uma mulher, devia ter seus trinta anos, não era bonita, longe ela estava disso. Parecia ter algum problema mental, ou sequelas de uma outra doença, a face paralisada algo bestial, cabelos negros desciam por sobre os ombros, lindos olhos azuis, caminhava com dificuldade, alguém a ajudava a andar, parecia ser o pai, pelo carinho.
Os defeitos lhe eram perfeitos, tão horríveis quanto belos, aqueles olhos que olhavam nada, num longo vestido branco, com largo decote nos seios grandes, formavam uma medida harmônica.
Meus olhos mergulharam no decote da desconhecida, tetas majestosas, possivelmente o criador errou em tudo nela, mas as tetas lhe valiam o resto, treparia com ela por aquelas tetas.
Parei onde estava, fiquei olhando enquanto ela babava abundantemente, numa tentativa de tentar falar algo, por um único momento ela me olhou. Apenas sorri. Naturalmente os parentes perceberam, e trataram de afastar-se rapidamente, afinal quem eu era?
Ela me excitou, de longe, sem contato, ela me parecia arte pura. Entre tantas outras mulheres que lá estavam perfeitinhas, essa desconhecida mexeu comigo por um breve instante. Pensei eu: meus instintos bizarros estão a flor da pele? É ,talvez. Mas não imaginei espancando-a, batendo com um bom chicote de couro, vestindo roupas negras, urrando como um animal no cio. Não foi isso. Embora a imagem devastadoramente linda.
Talvez fosse, a dor que trazia em si, sim, dores alheias me atraem, fadiga de uma vida que não consegue viver, marcada por decepções sem volta, não conseguir fazer coisas banais sozinha, talvez alguém precisasse limpar seu rabo? Bem eu limparia. Mas tal preocupação é nobre demais para advir de mim. Não sou tão emocional assim, nem bom, nem nobre.
O fato dela quase não ser uma mulher, uma anomalia. Porra, ás vezes até sabemos porque Deus faz estas coisas, mas entender é que são elas. Por um instante olhei para o céu, com duvidas. Pensava todas estas coisas, e estava com pau meio duro, estar excitado é bom.
Por fim descobri o por que tinha gostado tanto daquela boba. Os defeitos eram tão claros, sinceros, irretocados e sem remédio. Sua sinceridade estava desnuda diante de mim, não poderia ludibriar, forjar ou disfarçar nada. Sua virtude, eram seus defeitos, um corpo destruído meio mulher meio animal, meio linda ,meio horrível . Eu continuava excitado, iria pra casa bater uma boa punheta para a desconhecida, ela merecia isso.
Não me sentia mal, por um momento até me senti humano, fiquei feliz de saber que o realmente mexe comigo não é o vulgar, mas são belezas que não são belezas, fraturas expostas, uma baba doente espumada, um punhado de merda adubando uma rosa.

Luís Fabiano.
Nem brilho, nem luz, nem cinza, apenas o que é.
...

“ Entro no banho. Exponho a cabeça do pau, debaixo do chuveiro. Ele esta limpinho, flácido mas muito limpo. Meu pensamento se anima, chego a conclusão: meu pau é mais limpo que minha alma.”

Luís Fabiano.

Navalhadas curtas: Você se confundiu ?

Só ando pelo centro da cidade por extrema necessidade. Tento manter-me longe das pessoas, das lojas, de compras, não gosto, não sou nada consumista. Livros são mais importantes que camisas.
Ando com as mesmas roupas a anos, não gosto de comprar. Algumas pessoas compadecidas acham que não tenho dinheiro pra comprar e me dão presentes, eu agradeço.
Vinha pelo calçadão, indiferente, de-repente sou parado por uma mulher:
-Oi, Ricardo, tudo bom meu amor?
-Oi, tudo ótimo, como tu estas?
-Nossa to com saudade de ti, faz tempo que agente não sai juntos né...
-É verdade, faz muito, mas estou morrendo de saudades...
-Tu continua gostoso hein...
-Obrigado, como se você tivesse me vendo a primeira vez...(risos)
-Me dá um abraço aqui.
Eu abraço forte, aquela gordinha simpática e assanhada, pressiono bem as tetas grandes contra mim. Gostei.
-Assim Ricardo, me liga tá bem, vamos matar aquela saudade...(risos)
-Com toda certeza, meu amor, já me espera de lingerie...
-Que abusado, adorei... beijão Ricardo.
Me abraça novamente, e vai embora, Puta merda,
quem será?

Luis Fabiano.


Trecho “...

“- Senhor Bukowski, como o senhor definiria o amor?
- O amor, é aquela neblina que fica antes do primeiro raio de sol, quando o sol
chega, ela desaparece.
-É só isso ?
-Hum hum, o sol da realidade acaba com o amor .”

Born Into This - Bukowski.

domingo, junho 06, 2010


Indiferente amor.


Tudo que queria era
Que ela não ligasse mais.
Que não me chicoteasse
Com tanto sentimento,
Como um amor que envenena,
dia a dia
Intoxica a alma.
Cansa e maltrata.
Fico irritado,
por sua fragilidade,
Burrice e doença,
a espera de uma
Retribuição, que nunca virá.
Mas não acreditas em mim.
Tu me amas?
Então por amor, me odeie, me
Esqueça.
Procure braços que te afaguem,
Longe dos meus espinhos que te cativam.
Por vezes tanto amor me dói.
Por não amar,
não sentir,
não crer,
em ti e em nada.
Seja minha puta,
Minha vadia,
ordinária,
me use
Me coloque fora.
Pra mim é mais digno,
Tua indiferença,
Que toda esta doçura.

Luís Fabiano.


O capitão esta Bêbado.

Estar entre amigos é bom.
Mas não acho uma boa ideia
ter muitos,
de sobra, na reserva?
Não sou bom com gente demais,
Pessoas,
Saindo pelo ladrão.
Raros permanecem.
Melhor assim.

Sentamos para beber,
Bom vinho e conversa.
Nossos pensamentos pegam carona
No melhor e pior do mundo.
Marginalidade, bêbados, sexo,
Orgia, uma ou outra morte, e amor,muito amor
Horas, e horas.
O tempo passa rápido demais.
A madrugada chega, estamos
Entorpecidos.
A vida assim é perfeita.
Nem perdas, nem ganhos, nem nada.
Apenas uma realidade turva.
Vou embora.
Saio trôpego, o carro
Uma espécie de navio ancorado em mar revolto.
Eu o capitão,
pronto pra levantar velas.
Dou o comando, parto.
As ruas vazias parecem
Destorcidas, nebulosas, o barco
Enfrenta a tempestade.
Ninguém vê a luta do capitão
Contra os inimigos ocultos
Ele mesmo,
leme firme.
Desta vez o final é feliz.
Aporto em casa,
lanço ancoras.
Quando tudo tá errado,
Querer acertar pode ser
é a pior cagada.

Luís Fabiano.

sexta-feira, junho 04, 2010

Trecho...

O telefone continuava tocando.
Atendi.
“alô?”
“EU TE AMO!, ela disse:
“obrigado”, eu disse.
“é tudo que você tem
Pra me dizer?”
“sim.”
“Vá a merda!” ela disse e desligou.

O amor se esgota, pensei
Ao caminhar de volta ao
Banheiro, mais rápido
Do que um jato de esperma.

Bukowski O amor é um cão dos diabos

Eu, a drogada, uma doente e um gay. (titulo politicamente correto.)

Para viver é preciso uma dose e humor cavalar, porque simplesmente não existe possibilidade de levar tudo a sério. Venho desistindo de levar a sério tudo que me dizem ou fazem. Ainda mais quando me pego em situações estranhas, com personagens que parecem ter saído de um filme, as vezes acho que eu mesmo sai de um. Sou meu auto personagem.
Atualmente levo a sério no maximo duas pessoas, o resto é como diria Hank,o “fabulário do cotidiano”, fica muito difícil, quase ninguém é de verdade.
Já me disseram em tom de ofensa, que ninguém me leva a sério. Não me senti ofendido com isso, fiquei procurando em mim alguma emoção que se sentisse lesada com tal declaração, e o pior que não achei. Pouco me importa o dizem, eu sempre acabo escutando a única pessoa que interessa na vida: eu mesmo.
Aquele vinha sendo um mês terrível, envolvido em mais uma separação catastrófica, repleta de choradeira, ranho, ranço e mesquinharia. Quando tudo fica de mal a pior, vou me desligando, não dando atenção, desligando telefone e interiormente eu já mandei a tudo a puta que pariu.
Chego em casa muito cansado de tudo, é uma sexta feira, deito pra dormir de roupa, tênis, camisa e o resto para debaixo das cobertas. Gosto de deitar assim. Parecia que estava adivinhando o que vinha. Sou acordado as três da manha pelo telefone, olho é Luisa, uma amiga, puta, amante e mais alguma coisa que não sei definir. A um tempo atrás tivemos um lindo caso de amor, mas nem ela e nem eu fomos feitos pra amor, colocamos o ponto final no caso, sem drama, com elegância, mas eventualmente continuamos saindo, afinal quem não gosta de trepar de graça ?
-Alô, fala Luisa?
-Bah cara, tu tá dormindo, não acredito ?
-Agora não to mais.
-Faz o seguinte, levanta e vem aqui no Relíquia, to eu uma amiga minha, e o Dário o cara do teatro, estamos tomando uma cerveja aqui, vem aqui, to meio sobrando tá chato vem...
-Tá legal, chego em dez minutos.
-Ok, beijão.
Levantei da cama, olhei-me no espelho, eu estava pronto, perfeito até de tênis. Cheirei o sovaco, o cheiro não estava mal, fiquei tranquilo e peguei o carro. Cheguei no local. Para aquela hora tinha gente demais ali, mas eu fui e nem sabia porque tinha ido, tava tentando descobrir isso quando chegasse lá. Luísa me puxa e vamos parar na mesa que estavam.
Fui apresentado a Dario e Cacá, que também se conhecera através de Luisa. Não sei porque mas achei que aquilo tava com cara de suruba, bem, porque não ? Vamos ver onde esta porra vai dar.
Não havia assunto na mesa, então com a bebida, comecei a falar, eventualmente faço isso, viro animador informal, depois de beber é claro, meu humor melhora. Dario estava comportado, vestia-se com terno e gravata e tinha um lenço em tom rosado, quando finalmente abriu a boca percebia-se o tom afeminado:
-Nossa, este lugar tá fraco né ? E essas musicas?
-Isso aqui sempre é assim - digo eu.
-Cacá, Luisa e Fabiano, que acham de irmos para meu apartamento ? – diz Dario.
A tal da Caca parecia meio bêbada, tinha uma fisionomia cansada, olheiras negras, longos cabelos pretos sobre um corpo muito magro, apenas lhe sobraram as boas tetas que pareciam de silicone. Gostei. Concordamos sem grande entusiasmo, Luísa achou uma boa ideia. Eu não sabia se aquilo era boa ideia.
Que o cara do teatro iria fazer na sua casa? Um desfile de consolos? E se o viado ficasse violento? Bem, eu não conhecia aquele pessoal, tudo poderia acontecer.
Luísa me chama pra um canto e diz:
-Vamos todos trepar na casa do Dario. A Cacá gostou de ti, vamos fazer algo a três, o Dario quer ficar olhando é voyer, a Cacá é bissexual então já viu né...
Tudo bem, já trepei na frente de gente que gosta de ficar só olhando, não tenho pudores. Mas sabia que aquilo estava fadado ao pior. Quando você se mete em tais coisas é bom sempre ter um plano B, sempre tenho um plano B, afinal é preciso saber encenar na vida real.
Se tudo desse errado, inventaria uma dor no peito, cólica renal ou qualquer outra merda, afinal, as pessoas respeitam a dor alheia, seja ela verdadeira ou não. Muitas de minhas dores foram, são e serão falsas. Além do mais, comer Luísa e Cacá ao mesmo tempo parecia bom contraste, uma negra a outra muito branca quase vampiresca, perfeito.
Dario morava a quatro quadras daquele local, de forma que fomos a pé. Não tínhamos uma conversação de quem estava indo pra uma orgia, muito silencio, poucas risadas, parecia que íamos ao cemitério.
Quando chegamos ao apartamento de Dario, mais bebidas, Luísa veio para meu colo, Cacá sentou-se a minha direita e Dario, sentou mais longe no sofá. Enfiei as mãos nas tetas de Luisa, tetas que estou acostumado, a coisa ficou quente, Caca acariciava minhas pernas e Dario fumava um cigarro atrás do outro, parecia nervoso.
Mais bebidas. Então numa jogada errada, Dario inventou de fechar um baseado. Não tenho nada contra quem fuma, mas acho o fedor terrível. Que fazer, eu tava na casa do cara. Cacá inventou de acompanhar Dario naquela fumação. Minhas mãos acariciavam a molhada cheirosa buceta de Luísa, um cheiro forte que muito me agrada, um cheiro que mescla urina, sucos vaginais e um pouquinho de merda. Tudo isso torna a mistura perfeita.
Cacá vendo aquela função tira a blusa ficando com um sutiã que mal cobre seus enormes peitos. Ela tá muito bêbada e maconhada. Eu seguia me divertindo com Luísa. A Caca aproxima-se, beija Luísa na boca, então se abraça nela.
Um abraço estranho, parecia dolorido, então sinto suas lagrimas caindo sobre mim. Luísa pergunta:
-Que foi amiga? Que houve, tá tudo bem ? Tá sentindo alguma coisa? Fala pra mim...
Caca agora chorava convulsivamente, uma dor sem fim. Pensei comigo: ”a putinha tá arrependida, ou não sabe se drogar, que saco, ela vai acabar com a foda.” Mas era pior que imaginava, ela então fica em pé, seminua e diz em tom de discurso louco:
-Pessoal, eu to aids, eu vou morrer, quero que você saibam disso, eu to morrendo...
Eu penso comigo: “esse é um daqueles momentos que parece coisa de filme de quinta.” Dario que tava meio chapado, começa a falar alto:
-Então fodam-se todos, vamos todos nos comer sem camisinha, vamos todos morrer mesmo, foda-se a aids, vamos gozar agora...(ele gargalha, num acesso pirado e despe-se...) Que será que tinha aquela maconha?
Devia ser bosta de cavalo, porque tinha muita merda espalhada por todo lado.
Luísa de abraça amiga, tenta consola-la, falando do coquetel de drogas, Dario não para de gritar, eu com vontade de sair correndo dali, sabia que a tal suruba tinha ido pro saco. Dario tira a camisa, agora era uma mulher, fazia trejeitos de odalisca, que horror!
Pergunto a Luisa:
-Lu, que pretendes fazer? Fica ou vai comigo?
-Vou ficar com a Cacá, esperar ela se acalmar, desculpe essa indiada, é que não sabia nada...
Ao fundo Dario, dançava dança do ventre, requebrando-se e falando coisas que não entendia. Antes eu tivesse ficado em casa. Dario começa a dizer que ninguém vai sair de lá. Paro olhando-o, digo:
-Campeão, essa não é uma boa ideia! A noite já foi movimentada demais, não vamos complicar o resto. OK?
-Eu sou a rainha da casa, aqui é meu feudo...- diz Dario.
-Cara, abre a merda desta porta, agora!
Era como se a cortina ainda estava aberta, imaginem a cena: Luísa consolando Cacá que não parava de chorar, eu querendo sair, e o viado tentando dar uma homem. Fui até Dario, tirei a chave da mão dele, abri a porta e saí.
Lá embaixo, ainda podia ouvir os uivos de Dario, o choro de Cacá. Decididamente aquela não foi uma boa noite, nem foda, nem suruba nem nada. Saudade da minha cama.

Luis Fabiano.
As doenças da alma são infinitamente piores.