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quinta-feira, junho 10, 2010


Ofensas

Ontem ela ligou,
A voz alterada, reclamava
Em um choro entrecortado,
Soluços e ranho.
-Hei o que há ? - Pergunto.
-Porque me tratas assim? Eu não sou
Boa o suficiente pra você? Sou feia demais?
Sou gorda demais? Me acha chata?
Não me ama mais?
O que eu fiz de errado?
O que você quer de mim? Fica comigo?
Fala alguma coisa...fala.
-Hei menina, acalme-se, você
Parece uma metralhadora de merda.
No fone, choro convulsivo,
cheio de ignorância e burrice.
Aquilo me irrita.
Não sei o que dizer,
Tudo que digo ofende,
meu silencio ofende.
Meu falar ofende, meu olhar ofende,
Beijos que dou ou não ofendem.
Minha proximidade ofende e minha indiferença
Também.
Tudo que digo ou faço ofende.
Na linha um silencio abissal.
Ela quer apenas ouvir a minha voz.
-Hei acalme, certo!
-Tu me ama?Me diz, me diz...
-Amo.
Relaxou, até sorriu nervosamente.
Que merda, eu menti.
Mas a felicidade ás vezes é assim,
Uma mentira que vamos contando
Lentamente, dia a dia.
Até que explode como uma saco de bosta.
Na esperança que tudo melhore.
Quando desligou o telefone,
parecia um anjo.
Fiquei pensando: tudo ofende as pessoas,
Temos amor próprio demais, portanto
Dor demais tambem.
Tomei mais um gole de rum, e
Fui dormir.

Luís Fabiano.

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