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terça-feira, junho 22, 2010

Dentes podres


Dentes podres


Um beijo, é céu ou inferno.
Quando não é assim,não é nada.
Já beijei bocas, que pareciam de vidro,
Frias, sem gosto, sem vida.
Vitrines.
Senti vontade de cuspir nelas, depois.
Não suporto nuvens brancas
Beijos mornos, que o tempo transforma em nada.
Minha real revolta e tédio.
Foi quando ela ficou parada me olhando,
Aquele momento em que algo precisa acontecer.
O papo se esgotou, a bebida terminou, então você pensa:
-Benzinho, agora ou você dá pra mim, ou vai para casa, e aí que vai ser?
Uma roleta russa ou você morre de prazer, ou vai pra casa, bater uma
Punheta, gostoso e devagar.
Literalmente um pênalti.
Ela sorriu, sorriso que adoramos ver,
Mistura de consentimento e prazer.
Ela não era grande coisa, mas eu também não sou.
Isso é garantia de amor “eterno”.
Fomos embora, meu coração batia em meu pau.
Risos e bobagens,
isso que se espera da vida, diversão barata
e alguma alegria simples.
Algum carinho, depois do primeiro espirro de porra, adeus.
No quarto nos abraçamos.
Estávamos um pouco altos,
Quando sua boca veio ao encontro da minha
Alí a vida ganhou sentido,
ali entendi tudo.
Parecia que beijava um esgoto, rançoso,
Infecto e sorridente.
Senti um engulho no estomago,
que podia ser pior?
Vomitar?
Tive a certeza que se um dia beijasse o diabo,
já teria feito
O vestibular naquele dia.
Estava sem saída.
Nem uma balinha,
nem cerveja naquela casa,
Manda-la escovar os dentes, acabaria com o amor.
O amor é frágil assim.
Encurralado e morto, azar.
Beijei-a como um Romeu apaixonado
Beijaria a sua Julieta do inferno.
Fiquei com aquele gosto
Por três dias na boca.

Luís Fabiano.
A paz, é um dente cariado, ás vezes é preciso extraí-la
.

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