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quarta-feira, fevereiro 29, 2012

* Momento Mestre *

Nelson Rodrigues -  A vida como ela é...
 - Grande Pequena -




 

segunda-feira, fevereiro 27, 2012

Poesia Fotográfica...




Pérola do dia :



“ Tudo estava a meu favor. Eu tinha o poder. O poder absoluto. Quando alguém tem o poder total, cresce muito o filho da puta que todos temos dentro de nós”.




Pedro Juan Gutierrez – O Insaciável Homem-Aranha
Filetes de Sangue:


A maneira como dobrava aquelas roupas, gritava em silencio sua inconformidade, a aceitação forçada daquilo que seus sonhos de amor, não haviam previsto.

Mas em nome não sei bem do que agia assim, ela queria muitos esse canalha inveterado...assim mesmo... defeitos expostos a luz do dia... cervejas, rum e outras...

As vezes eu parava e a ficava observando, no afã que dissesse alguma coisa. Talvez que me chamasse de merda... que me colocasse porta a fora... que me batesse. Isso era o esperado. Mas não. Era uma lutadora em agonia, lutava consigo mesma, com seus princípios dantes tão certinhos, agarrava-se ao que podia e ao que eu podia dar.

Sou assim mesmo, me dou integralmente, amo intensamente e desejo com as veras da alma. As vezes isso não basta. Sempre se quer mais... quantas vezes somos desgraçados que não percebemos que já vencemos? Mas querer mais é uma ânsia de todas as certezas, mas a única certeza que se tem é neste instante que, olhos que leem, um peito que vibra e roupas que se dobram sem gritos ocultos.

Luís Fabiano.

domingo, fevereiro 26, 2012



Calcinha de Velha

Terrível como um bafo dormindo de cerveja
Dentro de um sorriso fútil
Quase infantil, mas não...
Uma vela apagada, flutuando em meio a lagoa
Promessas esquecidas...
Numa espécie de abandono na plenitude
Percebi sua indiferença vil
Enquanto meu olho vagueava seu corpo bom
Beijos de erosão silenciosa amanha

Olhei bem para aquelas calcinhas imensas
Uma barraca para seis pessoas fudidas
E neste momento que se pensa em traição
Corpos fantásticos de desconhecidas putas aladas
São melhores que a verdade...
Termino sonhando com musas fraturadas com calcinhas enfiadas no útero
Ilusões dançantes repletas de cheiros e pelos

As vezes desisto disso, me torno algo violento
Rasgando a barraca infernal
Desfazendo o pesadelo asqueroso
E em minha ereção angélica
Mergulho na carne plena
Ainda há sorrisos idiotas ali
Almas incendidas a procura do acaso
Forçando catapultas bestiais
No franco desejo

Alma?
As vezes se perdem em devaneios
Convertendo tudo em uma pantomima
Sinto-me um filho da puta
Ela o meu espantalho
A manequim da vitrine ejaculando estrelas

Apago a luz
O breu é uma maquina, torna os sonhos
Verdadeiros
E as vezes somos felizes assim.

Luís Fabiano.

Pérola do dia:



“ Em sua grande maioria as pessoas não são más: são apenas ignorantes, egoístas, frustradas, infelizes, mal humoradas, egocêntricas. A maldade é apenas uma consequência.”

Luís Fabiano

sábado, fevereiro 25, 2012

 * Momento ótima Música *

Velhas Virgens – Buceta...

Paulão(vocal) fazendo suas declarações românticas
Um leve toque de melancolia estuprada...


 

sexta-feira, fevereiro 24, 2012


Navalhadas Curtas:  Xoxotas gratuitas ao amanhecer

O dia não mais oculta mais o que a noite regurgita, das entranhas de sua sobrevivência. Fui trocar o óleo do carro... e por favor não me entendam mal... ou entendam... faça como quiser, foda-se.

Estava estacionando o carro... e ela se veio com um cão faminto de ossos... cheirava a álcool cozido e um pouco de maconha também, dentes tortos e sujos, haviam sofrido algo... um soco justo talvez, o corpo não era dos piores... sorria como os malucos sorriem:

-E ai moreno, tudo de bom... beleza gostoso?
-É...
-Porra... adorei teus dentes... teu sorriso... teus braços... deixa eu pegar...

Agarrou meu braço esquerdo, apertando e beijou como uma cadela gonorrenta... fiquei olhando pra ela pensando... eu estava dirigindo o carro para rampa.

-Seguinte moreno... vou te dizer... sou garota de programa do Banga tá... mas de ti eu não cobro nada... to afim de fazer uma loucura contigo... vamo? Agora... vamo?

-Não vai dar... já lanchei hoje...

Ela da uma gargalhada como uma pomba-gira dos infernos, e lambe meu braço:

-Olha meu nome é Vanessa... e quando tu quiser... sou tua... toda tua...

As pessoas do posto já me olhavam... estranho.

-OK Vanessa... pode deixar... estarás em minhas orações mais devassas... vai... manda um abraço pra satã.

Ela volta pra mesa ... onde garrafas de cerveja faziam um numero de equilibrismo fantástico...
O pessoal do posto mexe comigo: ta grandão hein Fabiano...
Não sei se estava grandão... mas um coisa é certa: prefiro as putas que as santas.


Luís Fabiano.

quinta-feira, fevereiro 23, 2012


Pérola do dia:

“ A vida é o que o homem pensa o dia inteiro: sendo assim, minha vida não passa de um grande intestino. Eu penso em comida o dia inteiro e ainda sonho com ela a noite.”



Henry Miller – Trópico de Câncer


quarta-feira, fevereiro 22, 2012



* Velas Eletrônicas *

Dias atrás fui a um enterro
Morrer é foda... mesmo quando se esta na merda
Lido bem com o desenlace
Talvez por ter morrido dezenas de vezes...
A grande maioria de nós não gosta pensar
Lembrar-se da própria finitude é ruim
Nos da impressão da imensa descartabilidade existencial...
Reciclados por vermes amanhã

Fiquei olhando o corpo morto
Parecia sorrir... não sei se para nós ou de nós
Como saber?
A morte torna tudo nebuloso
Como os gestos impensados de uma vida
Agora estávamos ali
Contemplando o fim...
As pessoas agarravam o corpo, beijando, abraçando
Uma espécie de necrofilia...
Como se desejassem afivelar o espirito novamente...
Não gosto disso...

Guardei minhas convicções no silencio da confissão
Fiquei olhando as velas eletrônicas
Brilhando falsamente em meio a emoções verdadeiras
Não sentia o cheiro da morte
Nem o sebo quente que se derramava como lagrimas que se terminam
Ausência que nos agrilhoa a dor
Por não compreendermos a liberdade
Cativos amando cativos
Eternizando o brutal entender

A porta se abre
Nas pétalas do existir
Levando a aura nos olhos que se fecham
As esperanças mergulham em um voo rasante
A verdade converte-se em cinzas
Levadas pelo vento...
Tão longe e tão perto
No melhor que fica.

Luís Fabiano.


segunda-feira, fevereiro 20, 2012

Pérola do dia :


"Qualquer problema que você tiver comigo é seu".


Bukowski.

Grelos Uivantes


É assim...
Como uma felpa brilhante da agonia nas lembranças
O copo pela metade
Soprando esperanças de outrora
Meu melhor emerso de meu pior
O rum, o maestro sorridente da balada
Como um catador de estrelas em abandono
Eu o vasculhador de grelos...

A beleza escondida entre as dobras do mijo
Milagre de cheiros promissores
A porra feminina enraizada do amor prometido
O grelo nuclear nos sonhos angelicos de Einstein
Então elas vieram vindo
Uma a uma, cadelas aladas das esperanças malditas
Dos desejos sonhados
Das gozadas doces em peles que se esfregam
Rio a procura do rio, mar sonhando com o oceano...
Jardim do orvalho dos nossos quereres

Vou fundo dentro dela
Como quem beija o abismo hoje e amanha...
Quero viver... morrer... e desfalecer em ti
Num jorro caprichoso de porra abundante
E só quero que sejas a minha vaca, égua, a puta suja, o querer da alma
Diluindo no maior instante que a vida promete: agora

Ela entoa a sua opera em meu ouvido... gemidos da agonia
Mesclam-se a alegria, as lagrimas, o prazer
E o não cessar do sentir... como um abraço do infinito
A fodo com entrega
Grita... pra mim... chama os deuses e deusas do inferno
Enquanto vasculho tua alma úmida
Quero te rasgar no afago da paz
Levando-te em minhas entranhas
Parte de minha merda... sangue e alma

Uiva em tua fecundidade
Faz nascer em mim o medo, o descanso, o incêndio
Enrodilha-te em meu coração inoculando a doença e a saúde...
E no piscar das borboletas
Uiva agora serenamente em mim.

Luís Fabiano.

sábado, fevereiro 18, 2012

Poesia Fotográfica


Poesia Fotográfica...



Pérola do dia:

Pérola do dia :


A vida é bbb de Deus”.

Luís Fabiano.

Navalhadas Curtas: Cuspe e Jeito...


Dias abrasantes nos lembram da presença do outro... o cara do andar debaixo. O caldeirão aceso, feliz esperando almas incrédulas. Não é por nada não, mas o cara debaixo é que sabe se divertir.

Por minhas vez estava diante da lagoa espelhada... com estes pensamentos ociosos, pela manha, o sol do Saara por cima e paz. Cadeira de praia na beira da agua, sombra e uma indisposição estomacal.

Então eles chegaram, um bom casal a distancia, como todas as pessoas são boas de longe... Entraram na lagoa e ficaram conversando a distancia. Mas a felicidade é assim. Eu conseguia ouvi-los a distancia por causa do silencio... no silencio pulgas peidam e escutamos e confundimos com o sobrenatural:

-“Paxão”... esta noite tu não vai escapara não...viu...
-Que foi “paxão”... escapar... de que hein?
-“Paxão”, não te faz não... tu sabe que eu quero o cuzinho... hoje...vai ter...né...

A mulher ri... num misto de vergonha e curiosidade, talvez... eu fico rindo no meu silencio quebrado por um rabo prometido... então a mulher responde:

-Tá... “paxão”... mais tarde a gente vê...então...

O homem não conseguia esconder os dentes... agora só resta saber se ele conseguiu, afinal comer um cú... é uma arte tão relevante quanto uma Monalisa, quanto abrir uma lata de sardinha... em tudo se pode acrescentar um toque de arte e jeito.

Luís Fabiano.

sexta-feira, fevereiro 17, 2012

Momento Boa Música...

Elomar - Rapto de Juana do Tarugo
Edição e Legenda -  Luís Fabiano.




segunda-feira, fevereiro 13, 2012

Pérola do dia:


“ A frivolidade das pessoas é natural e quase inescapável. Aí, acontece alguma merda em suas vidas, algo que lhes roube o prumo, então as mesmas pessoas passam por uma conversão instantânea... tentam a própria redenção de alguma forma ,quase desesperada ”.

Luís Fabiano.

domingo, fevereiro 12, 2012

Navalhadas Curtas: Brilho falso na noite

Gosto de estrelas, gosto desta breve sensação que a noite não esta tão densa. Encontrava-me com alguns amigos de copo, bebendo e saboreando uma carne inocente. A porra do meu telefone brilha chamando com sua falsa luz, evocando o achaque dos bêbados de plantão.

Um numero desconhecido depois da meia noite, é merda na certa, já sei. Atendo com profunda má vontade:

-Sim...
-Fabiano?
-Não, é o pato Donald... e você quem é... Minnie?
-Fabiano... calma...é a Vera... a tua ex...tá lembrado??

A voz dela havia se tornado uma borrasca de choro, ranho e fungadas asquerosas... eu faço as contas... já havia se passado anos... ela ainda chorava,por que??

-Porra Vera... que foi desta vez?
-Gostaria de transar contigo hoje, agora se possivel... vem aqui... quero muito dá pra ti...quero um abraço...um carinho...

Eu estava bêbado... aquilo me irritou. Ela havia esquecido os motivos de nossa separação... e agora queria uma piroca gratuita. Nada é gratuito na vida. Se eu estivesse em uma ilha deserta, com chimpanzés e ela... eu olharia com carinho para as chimpanzés...

-Vera vá trepar sozinha... use a imaginação....

O Coro dos bebuns gargalhava ao fundo... querendo pegar o telefone... e se oferendo para comê-la...

-Cara como tu consegues ser assim? Bom para algumas pessoas e mau para outras... ( chorava como uma criança...) quando tu queres tu és um cara legal...
-Anos de prática... anos sendo um Tigre... anos me fudendo... siga assim... tu aprendes um dia...

Houve um silencio na linha, talvez meditativo... talvez a merda descendo pela garganta... talvez emoções sendo afogadas.

-E se eu morrer?
-Todos vão... mas se acontecer... mande um abraço pro Wando...

Ela desliga.
Cada dia entendo menos as pessoas.

Luís Fabiano.

sábado, fevereiro 11, 2012

Pérola do dia :



“ Quando não houver mais solução, faça com que nasçam flores...”

Luis Fabiano.

sexta-feira, fevereiro 10, 2012

Momento Boa Música...

Não podia deixar de fora o rei das calcinhas...




Áudio Poema

O Bar

poema e voz - Luís Fabiano





Filetes de sangue...

Eu lembro como se fosse ontem. Havia um copo d’água sobre a mesa. Como nossas vidas, ele ficou ali, abandonado, um espelho nocivo de indiferenças e profundas diferenças. Dias passaram, ilusões se desfizeram, e como nós fomos, ele também foi ficando meio vazio, empoeirado, água parada, emoções estáticas no firmamento.

Como as pessoas ficam assim? Como chegamos a isso?

Congeladas, perdidas de si mesmas, desconhecidas... foi isso. Por isso temo o tempo. Fomos nos perdendo fatalidade do dia a dia.
E coisas marcam, naquele copo havia uma linguagem muda e bela de uma verdade... o esquecimento, o esvaziamento a poeira acumulada, nós.

Isso foi até um dia, que discutimos furiosamente, ela pegou a primeira coisa que havia por perto e jogou em mim... um copo espatifado, umas miseras gotas água espalhadas, era o fim... foi isso que sobrou entre nós, cacos úmidos de nada...


Luís Fabiano.


quinta-feira, fevereiro 09, 2012

Poesia Fotográfica...




quarta-feira, fevereiro 08, 2012

Navalhadas da Tela... 


* In Chambers *

O diretor de cinema Aleksander Nordass, norueguês, decidiu colocar seus traumas pra fora.
Dando um formato profundo a visão de um filho, que vê sua mãe no hospital... lentamente sendo apagada pelo tempo... enquanto uns ajudam...outros nem tanto.O drama das intenções verdadeiras...
A violência é a verdade inconsciente do inegável... nossa finitude e nosso não querer fenecer.
O vídeo é fantástico, curtam com vontade.

Luís Fabiano.





terça-feira, fevereiro 07, 2012

Pérola do dia :


Quando você conversa com Deus... tudo bem, mas quando Deus
Conversa com você... você é esquizofrênico”.

Um tal de Anônimo.



Ruas Nem tão Desertas

Nem todas as noites são iguais
Alias nada é
Mesmo para o embrião em câmera lenta
Sonhando a vida em sua noite
Riscando razões
Pescando sentidos
O mundo é a noite que o dia ofusca

Então se descobre que tudo fala
Em mim, em ti, nas ruas de pedra e calçadas úmidas
Chuvas e lagrimas
No silencio voraz
Na madrugada sombria, flores do mal espocam
A beleza visceral do asfalto em abandono
Janelas que se fecham como olhos
Que adormecem, que se apagam

Fiquei ali sorvendo desertos
Sentindo o vazio complementar de coisas que me faltam
Consentindo paz as inquietudes
Sim...
Eu era uma espécie de feto na noite de minha gestação
Um pequeno monstrinho querendo apenas viver...

Mas nada na vida é gratuito...
Eles foram surgindo dos bueiros
Das sombras, nadando nas valetas...
Do nada
Dardos afiados do querer
Pedindo cigarros, dinheiro, avaliando um crime
Predadores que vagam nas horas escassas e caladas
Quando o bem o mal dormem abraçados

Achei que hora de recolher então...
Pois é preciso ler até onde se vai
E que feras você esta disposto a enfrentar
Por vezes detesto me tornar pior do que sou
A besta alada singrando o abismo
Entoa sua musica celeste
Num afago carinhoso com as estrelas, os cometas e lua...
Nem feras, nem anjos
Mas não sabemos o que há atrás da próxima esquina.


Luís Fabiano.


segunda-feira, fevereiro 06, 2012



Ruas Desertas...

A madrugada avança
Fria, cruel e implacável
Saboreando mendigos lamacentos nas esquinas
Cães sarnentos da piedade
E putas discutindo com clientes
O desafio constante, a sobrevivência na selva escura
A fome , a sede e as mesmas emoções...

A espreita de um inimigo sempre pronto
Como a sombra subconsciente em nós
O canto do quarto em abandono
Medo de temer, de fraquejar...
Emergindo densas lembranças
O gosto seboso de nossas amarguras inesquecíveis
E a umidade abafada dos dias que se seguem
Montam um prato asqueroso que tragamos na contrapartida
Heróis de uma resistência sem gloria
O ramerrão do viver

Madrugada fudida daquelas...
Avançando dentro e fora de mim
A luz dos faróis rasga a escuridão
Cometas que se arrastam no chão
Velhos, crianças, doentes e gente de bem e de mal dormem da mesma forma
A Pelotas das madrugadas, hoje silenciosa, molhada pelo mijo do céu
Revolvendo sonhos, pesadelos e anseios
Vou deslizando nas ruas por dentro das ruas
O catador de farelos feliz a espera do inesperado

E as sobras se tornam sementes
Lançadas de forma errante para longe
Num futuro incerto como sempre é...
Com certezas plenas, a única possível
A que carregamos num coração de grades abertas
É assim que faço, meus desejos ganham asas
E desejam beijar as estrelas
Não sei se conseguiram
Não sabemos de nada...
Mas de mim eu sei...

 
Luís Fabiano.


domingo, fevereiro 05, 2012


Navalhadas Curtas: Poeira no Sinal...


Ontem eu voltava da praia, sentia-me em paz, sabem, são aqueles momentos raros da vida. Então tentava sugar os tutanos dele. Os seres humanos são estranhos. Então ao meu lado em outro carro parado no sinal, duas mulheres, até que bem bonitas, faziam uma pequena festa entre elas...

Estava cheirando pó... mas respeitavam o sinal. Fiquei olhando pra elas como quem olha uma pintura estranha... para o pó, para aquela ansiedade toda carregada de energia.

Elas pareciam bacanas a distancia. Como quase todos os seres humanos. Não me importo com o pó... prefiro as drogas licenciadas.

Então elas me viram olhando.

-Ei preto... você quer dar uma cafungada aqui?
-Não... obrigado mas vocês parecem estar mandando bem... sigam firme...

Elas riram...

-Nem que o pó que esteja em nossas bucetas cara?
-Já passei por isso... é melhor não misturar os prazeres... tomaria o mijo de vocês on the rocks...

Elas ficaram mais agitadas... e o sinal abriu, saíram rápidas como um jato de porra... porra detesto papos que não terminam.

Luís Fabiano.

sábado, fevereiro 04, 2012

Trecho solto:

“ –Todos nós temos cu, certo? Tem alguém aqui nesta sala que não tenha cu? Se tem, que fale logo, estão ouvindo?

Jon Pinchot me enfiou o cotovelo nas costelas.

-Esta vendo, é um gênio, esta vendo?

Jean-Paul rodeava a mesa no mesmo passa rápido, berrando:

-Todos nós temos essa racha nas costas, certo? Lá embaixo, mais ou menos no meio, certo? A merda espirra por ali, certo? Ou pelo menos a gente espera que espirre! É tirar a nossa merda, e estaremos mortos! Pensem em quanta merda a gente caga numa vida inteira! A terra, no momento , absorve toda ela! Mas os mares e os rios estão ameaçando suas próprias vidas engolindo nossa merda! Nós somos imundos, imundos! Eu odeio todos nós. Toda vez que limpo a bunda, odeio a nós todos!”

Extraído da obra: Bukowski – Hollywood

sexta-feira, fevereiro 03, 2012

Momento Boa Música

Chico da Silva - Diário de um Boêmio.





Bárbara...

Eu a vi de longe... uma ilha ao naufrago
Sorriso leve, cabelos loiros falsos e olhos castanhos de estrabismo
Fácil como uma pluma no deserto
Embora não parecesse, eu estava trabalhando
Diversão séria
Seriedade risonha
Perdido entre as teias dos fios
Eu a aranha digital capturando arte nas moscas do lugar
Tentando fazer o som ficar para eternidade
Uma vez que não ficamos...

Ela veio vindo
Como uma gazela anoréxica de vestido curto
Requebrava leve, dizendo coisas entre as pausas dos quadris
O vai e vem de um vestido solto é a maré dos devaneios
A foda das espumas com ar
Por vezes me desconheço
Não senti nada por ela...
A ilha das indiferenças quedado na suavidade carinhosa

Então ela falou comigo...
Disse que era Bárbara... eu ri, não há bárbaros...
Contou uma historia triste de abandono frágil
E vidros embaçados com escritas que se apagam...
E tudo aquilo soou mais falso que a cor de seus cabelos
Que seus olhos vesgos e tristes
E sua sedução sem graça...

Pensei que talvez fosse uma boa foda...
Mas eu tenho uma ótima foda...
Então ela falou outras merdas... e não tinha cheiro de nada
E vi que tudo soava artificial fiquei com enfado dela
Era mais uma entre tantas, entre nadas emulando vida
Nos sonhos que se perdem atrás de portas que se fecham...
Bárbara foi esmaecendo, como uma neblina que se dissipa
E eu fiquei com a “vesguinha” que minha imaginação projetou
Em minhas punhetas aladas, com bocas de algodão e línguas de serpente...

A alma engolindo a alma
Uma verdade consumida nas dobras de nossas emoções mais tenras
E tudo que ficou foi a musica... a suave musica
Embalando uma alma inquieta.

Luís Fabiano.

quinta-feira, fevereiro 02, 2012

Pérola do dia:


“ Maestro, o que é a beleza?
-A beleza é o poder o qual a mulher alucina o amante e aterroriza o marido”.

Wexler.

quarta-feira, fevereiro 01, 2012

 - Momento Mestre -

* Bukowski Tapes - 03 *






Santas e Putas

Não gosto das santas escolhidas de Deus
Prefiro as putas eleita pelos homens
A fleuma, a nau e o encontro com a verdade
Nobreza olvidada
Nas sementes do amanha
Flores do hoje
Enquanto a vida escorre nas veias pulsantes do querer

Ela quer o céu... ela quer o inferno... ela não quer...
Pernas que não se fecham jamais...
A gaveta automática de um caixa...
Em um sudário vazio e deformado
A alma buscando a grandeza cega nas frinchas estreitas da brutalidade
A beleza da porra anônima
A cabeça de um pau luminoso
Sem oração, sem apelos e sem intervenção divina
O Eu equilibrista, no arame e desarmado
Intenção serena de se dar bem

A outra, pura a espera de anjos alados
Festa das nuvens num anil que se não diluí
Perfeição escrita nas dobras desinteressadas
Eu sou o filho da puta sagrado
Um pouco demônio santificado
A vida entregue nos melhores sonhos
Impressa no segundo exato do agora

O pendulo balança...
Como os culhões do tempo na eternidade
A brisa da paz sorrindo pelos nossos dedos
E vamos esperando absolvição fazendo o pior
Uma chega em casa e abraça o seu filho
Ainda que a vida seja a uma merda
E o salvador não exista
Seu filho, sua redenção... sua ancora
A outra já esta redimida

Eu o cafetão sem asas
O cliente a espera
O ninguém entre outros tantos
Quero apenas estar com ela
Tragar um pouco de felicidade
Por um tempo
Ainda que por vezes
Tudo termine mal
Também faço o melhor.

Luís Fabiano.



Navalhadas Curtas: Diálogos doces no crepúsculo


Eu estava sentado confortável, jogado em minha cadeira de praia. Tinha um livro nas mãos e uma bebida descansando ao lado. Nem Adão pensou em algo assim...

Então Sonia surgiu do nada. Havíamos nos separado a quatro anos. Ela continuava a mesma... chata... mesma alma... mesma aparência... mesmas tetas boas, apenas agora um pouco mais desprezível.

-Olá Fabianoooooo... quanto tempo hein?
-Parece que foi ontem...
-É eu lembro bem... podias ter ao menos se despedido de mim...né...
-Não gosto de despedidas... achava que não valia a pena. Argumentos demais ao vento... você sabe...
-Eu poderia ter fudido a tua vida... cara.
-Porque não fez?
-Não sei... pena talvez...

Eu ri suave... e ainda mantinha os olhos no Bukowski que lia.

-Bem Sonia, seriam dois trabalhos... tu me fode... eu te foderia bem mais... tenho um ego muito grande, e não gosto de perder... ainda que isso terminasse o pior possível para ambos. Prisão ou morte?
-Não acho... tu és um merda... um cagão... e muito calmo pra isso...
-Bem se vê que tu não sabes nada dos humanos... os caras que ameaçam fazer isso ou aquilo é que são uns merdas... os caras calmos... frios... com cara de cagão é que são perigosos...

Ficamos nos olhando um tempo. Eu pensava: puta merda, e eu comi essa idiota. As vezes não sei onde estou com a cabeça.

Ela foi embora sem despedidas. Jogo empatado. Foi um blefe que funcionou... eu não faria nada daquilo... ela seguia não valendo a pena.

Luís Fabiano.