Calcinha de Velha
Terrível como um bafo dormindo de cerveja
Dentro de um sorriso fútil
Quase infantil, mas não...
Uma vela apagada, flutuando em meio a lagoa
Promessas esquecidas...
Numa espécie de abandono na plenitude
Percebi sua indiferença vil
Enquanto meu olho vagueava seu corpo bom
Beijos de erosão silenciosa amanha
Olhei bem para aquelas calcinhas imensas
Uma barraca para seis pessoas fudidas
E neste momento que se pensa em traição
Corpos fantásticos de desconhecidas putas aladas 
São melhores que a verdade...
Termino sonhando com musas fraturadas com calcinhas enfiadas no útero 
Ilusões dançantes repletas de cheiros e pelos
As vezes desisto disso, me torno algo violento
Rasgando a barraca infernal
Desfazendo o pesadelo asqueroso 
E em minha ereção angélica 
Mergulho na carne plena
Ainda há sorrisos idiotas ali
Almas incendidas a procura do acaso 
Forçando catapultas bestiais
No franco desejo
Alma?
As vezes se perdem em devaneios 
Convertendo tudo em uma pantomima 
Sinto-me um filho da puta
Ela o meu espantalho 
A manequim da vitrine ejaculando estrelas
Apago a luz
O breu é uma maquina, torna os sonhos
Verdadeiros 
E as vezes somos felizes assim.
Luís Fabiano.

 
 
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