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domingo, fevereiro 26, 2012



Calcinha de Velha

Terrível como um bafo dormindo de cerveja
Dentro de um sorriso fútil
Quase infantil, mas não...
Uma vela apagada, flutuando em meio a lagoa
Promessas esquecidas...
Numa espécie de abandono na plenitude
Percebi sua indiferença vil
Enquanto meu olho vagueava seu corpo bom
Beijos de erosão silenciosa amanha

Olhei bem para aquelas calcinhas imensas
Uma barraca para seis pessoas fudidas
E neste momento que se pensa em traição
Corpos fantásticos de desconhecidas putas aladas
São melhores que a verdade...
Termino sonhando com musas fraturadas com calcinhas enfiadas no útero
Ilusões dançantes repletas de cheiros e pelos

As vezes desisto disso, me torno algo violento
Rasgando a barraca infernal
Desfazendo o pesadelo asqueroso
E em minha ereção angélica
Mergulho na carne plena
Ainda há sorrisos idiotas ali
Almas incendidas a procura do acaso
Forçando catapultas bestiais
No franco desejo

Alma?
As vezes se perdem em devaneios
Convertendo tudo em uma pantomima
Sinto-me um filho da puta
Ela o meu espantalho
A manequim da vitrine ejaculando estrelas

Apago a luz
O breu é uma maquina, torna os sonhos
Verdadeiros
E as vezes somos felizes assim.

Luís Fabiano.

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