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quarta-feira, julho 31, 2013

Satânico Pandemonium...


  Navalha da Cena   

Todo o filme tem ao menos uma cena , que é cena foda do filme, a cena que ganha o filme .Que tu dizes ai no teu interior: porra o filme valeu a pena só por isso!!
Aqui queremos retratar tais cenas intensas, com o corte afiado que transpassa a memória.
Fio da Navalha destaca a Cena do filme.
Por vezes são segundos, às vezes serão minutos...
Mas, é a cena que faz nossa alma rugir.


Hoje escolhemos do filme: Um drink no Inferno 1996 –(From Dusk till Dawn)

Luís Fabiano





Pérola



terça-feira, julho 30, 2013

Poesia Fotografica




Solange




SOLANGE

Solange confunde-se com o sol...
Sol de Solange
Deitando carinho
Respirando arte
Quando a vi pela primeira vez, seus olhos brilhavam muito...
Chamas, chamando encantos
Solange magra
Solange sorrindo
Solange ternura
Ela entra em cena
Cotidiano, brilho e manhã
Mãe, esposa e um pouco infeliz...
O filho cresceu
O pai desapareceu
E a arte ficou
Ilha, recanto e vida
Solange pálida e preocupada
Solange fria
Solange amor
Gostava de ver Solange
No aprisco de sua paixão serena
Serena
Serena
Olhos de orvalho
Sol do entardecer
Que vai sumindo, sumindo
Deixando a noite de suas lembranças
Solange onde você está?
E naquela manhã
Que ela se foi
Tudo era um adeus na esquina
Solange perfume das estrelas
Musica silenciando
Solange adeus...
Tuas pétalas
Encontram o vento.


Luís Fabiano.

Navalhadas Curtas: Baita presente




Navalhadas Curtas: Baita presente...

Sempre existe um dilema existencial... Sempre. Mesmo quando tudo esta em paz...

Olhávamos o teto depois de uma trepada suave. Ela fumava e eu bebia, e o silencio parecia confortável. Nem sempre as pessoas gostam de silencio... Porque isso as obriga a se ouvir... E quem quer isso? Bom, foda-se.
Então ela fica me olhando, pergunto:

-Que foi?
-Nada não... Estava te admirando...
-É? Tudo bem... vai colocar minha cabeça no Louvre?

Ela ri... mas sinto que quer dizer alguma coisa. Balanço a cabeça meio que na interrogação muda. Então...

-Fabiano... To com vontade de te dar um presente... Que tu queres?

Bem, aquele seria um bom momento para permanecer em silencio. Pensei, e despejei:

-Olha um baita presente seria que tu me desse outra mulher... Tipo chego em casa, e tu e uma amiguinha estão me esperando peladas... Isso seria um baita presente...

A sinceridade custa caro, mesmo quando não tem preço.Ela se descontrola um pouco...

-Mas que merda é essa Fabiano? Tu acabou de trepar comigo... gozou pra caralho...e ta falando em outra mulher... E ainda na minha frente?
-Você perguntou Sonia...
-Então Fabiano... Não me fala mais a verdade ta bem? Não quero saber... Mente pra mim cara, diz coisas que tu não fazes... me diz mentiras que quero muita mentira por favor, se tens algum sentimento pra mim... Mente... Mente...

Comecei a rir...

-Tudo bem... Me compra uma gravata.

Luís Fabiano.



segunda-feira, julho 29, 2013

Pelotas Fantasma - Motel San Remo


FIO  DA  NAVALHA

 PELOTAS FANTASMA 
  Motel San Remo  
Pelotas Fantasma segue sua saga, agora nos arrabaldes da cidade.
O Motel San Remo, esta abandonado a muito tempo. Nos abandonos da cidade, criaturas vivem... la achamos um ser... também, que é um misto de fantasma !
Próximo a BR 116, na travessa frente a entrada que da caminho para o Pestano... la se encontra os escombros emudecidos, sendo corroído pelo tempo, mato e pássaros... Mostrar menos...





Maquina de Fuder


Máquina de fuder
 Nunca quis ter todas as respostas da vida. Me preocupei em fazer as perguntas certas... A resposta é uma questão de tempo... E se não for, bem, então foda-se. Mas quem de nós não andou por aí... Meio obcecado por alguma coisa? Movido pela paixão quase doentia, de querer algo... querer é muito importante, mas como tudo, deve-se ter uma certa dose de tranquilidade.

Em um tempo atrás, não muito, me sentia cansado. Cansado de tudo, cansado de viver, cansado das bebidas, das putas e, sobretudo das ex-mulheres. É complicado quando se tem quase uma dúzia delas... E mais os problemas, que causei entre tantas idas e vindas, puta merda.

Não sou devorado pela culpa... Me considero um filho da puta autentico, o que fiz... De certo e errado não me arrependo, fiz conscientemente, sabendo das consequências. A real, que eu fui trocando uma mulher pela outra... E pela outra... E ai já era. Viva a vida, sei plenamente que me aturar não fácil... Mas fazer o que? O amor tai pra justificar tudo e qualquer coisa... Você mata por amor, você barbariza por amor, você fica insano... E a porra o amor é culpado.

Por vezes lembrar destas merdas faz sangrar velhas feridas... Mas tudo bem, me sinto vivo, o preço de estar vivo, é machucar e machucar-se. Por isso abri o rum, e calibrei um copo potente, o primeiro gole rasgando a alma... É bom. Vou até o som, e coloco The Doors... A noite começa assim a fazer o seu desenho.

Não sei se quero ir pra rua... Não sei se quero encontrar outras almas... Mas vamos devagar, uma coisa de cada de vez... Beba Fabiano... Beba forte... Beba e depois quando a cidade parecer mais mole, e os prédios se dobrarem... Ai as coisas estarão mais ou menos como são, nada é exatamente como é... Absolutamente nada, a poesia dos malditos reverbera na intimidade humana, onde o sacro e o lodo pululam como lava, somos o vulcão prestes a entrar em erupção, e a planície adocicada dos sonhos perdidos.

Vou até a janela, o quinto andar, a cidade brilha nesta noite, faróis, ambulâncias, neon gasto, estrelas... Aquilo tudo falava em uma voz muda... The Doors e noite. Eu começava ter ideias “geniais” e quem sabe, morrer fudendo?

Uma morte capital, feita de sangue, muco vaginal, porra, suor, mijo e um pouco de merda? Segui bebendo o rum... O rum me deixa afim de qualquer coisa, me deixa com vontade de fazer merda, é como colocar um trem nos trilhos e dar corda... E depois solta-lo... é, eu já estava rindo sozinho...
Não perco tempo... Lembro de Lisa.

Lisa é um espécime de outro planeta. Ela é meio louca, meio bêbada, meio velha, meio drogada, meio limpa, meio suja e meio terapeuta... Sim, ela trata seres humanos... Realmente não sei seu tratamento funciona. Sempre brinco com ela, chamando-a de Lisa Simpson... Mas na real ela não gosta de saxofone, prefere soprar “cobras criadas”.

Eu não falava com ela muito tempo, mas lembrei dela, porque ela disse uma vez pra mim: Fabiano, eu quero morrer... E quero morrer fudendo, fudendo feito louca, fudendo muito meu preto...
Agora a ideia parecia boa.

Naturalmente quando ela falou isso, havia se drogado... E não estava em condições sexuais de nada... Era uma metralhadora de palavras... E tantas palavras me irritam... Fui embora e a deixei pelada na cama daquela vez, dizendo: vai se fuder Lisa... quando passar essa chapa toda, tu me liga... Beijo puta. Ela gargalhava. Bem depois disso, não nos falamos mais, agora ali estava eu, a tela brilhante do celular e seu nome em traços brancos... liguei, nada a perder:
O telefone toca algumas vezes e Lisa atende, voz rouca, meio rasgada... Bêbada era como se a noite que fui embora tivesse continuado:

-E ai Lisa... Tudo bom?
-Fabiano?
-Eu... E ai...
-Porra cara... achei que tu tivesse morrido...
-Ainda não, o criador creio eu, me renega por lá...
-Cara, que criador? Tu vais pro inferno e sem volta... ( ria alto)
-Gostei disso, Lisa... gostei... Inclusive tais palavras me excitaram... To tocando no meu pau...
-É? Legal... E tá duro?
-Sim...  Ta com cheiro forte de sexo... Você gosta?
-Puta merda Fabiano... Não provoca cara...
-Como não? Hoje quero morrer e matar fudendo...
-É? Então vem pra cá... Porque eu também quero morrer fudendo... Tipo uma parada cardíaca fulminante... sem dó e sem dor...

Estou com o pau duro e tocando nele... Dou uma boa cheirada em minha mão... O cheiro ta ótimo... Mescla de porra e urina... Cheiros da vida, me sinto um cavalo, um jumento e um touro...

-Quanto tempo você precisa?
-Nenhum tempo, vem pra cá... tudo que precisamos aqui... bebida, comida...etc...

Sabe quando você sente condenado? A hora que chega... Não perdi tempo. Desligo o fone e mato o copo de rum em uma golada fatal... Como um soco no decimo segundo round... Tudo causa um estrago... Significativo.
Desço, pego o Kadett, que esta molhado em uma noite fria, dou a partida e ligo o radio. Sempre faço isso, deixo o motor rolar de leve, como um coração batendo lentamente... Tentando trazer vida ao corpo inanimado... Tento não pensar em mais nada. Nós ficamos o tempo todo tentando medir a existência... Medir os passos e nisso vamos nos cagando de medo de viver... 

E não fazendo mais nada, vamos tentando sobreviver? Isso basta? Mas que porra é essa? Sobreviver é fácil, viver é difícil, sobreviver, cavalos, cabras, vacas e galinhas sobrevivem... Viver já requer um pouco de arte.
Vou arrancando devagarinho, tudo me parece flácido... Postes se dobram, as grades do prédio parecem de borracha, as ruas feitas de gelatina viscosa... E as pessoas? Essas pareciam seres advindo de desenhos animados... Não pareciam de verdade... A real é que poucas pessoas são de verdade... Álcool mistura, rum... É como o ácido diluindo tudo...

Vou subindo a Deodoro... Em direção a casa de Lisa... Que fica no final da Deodoro. O radio toca uma musica com uma mulher que não conheço... Com uma voz aguda demais. Não gosto de vozes agudas... Prefiro as graves, mulheres que cantam em tom grave...

Chego a casa de Lisa. Luzes acesas, toco a campainha... A velha abre com uma cara feliz, vestia preto, calça preta justa, um blusão escuro e cabelos longos soltos... Contrastando com o preto, meio loira e meio cabelo branco. Lisa tem orgulho dos brancos de seus cabelos e pentelhos. Nos abraçamos sem falar coisa alguma... Sabem como é...  A morte não avisa quando vem. Vamos até a sala, nos sentamos ela esta agitada mas muda. Como alguém que perdeu a voz e deseja muito falar... Eu tento quebrar:

-Lisa... e ai...
-Diz nada não... Nada.

Então , sem bebidas ou drogas, nos entregamos em um beijo longo, beijo asfixiante. Ela tentava sugar o ar de mim e eu dela, mãos passeando pelo corpo, éramos um bonde frenético de desejos selvagem... fomos arrancando as roupas, e ela vestia uma calcinha em estilo pele de cobra... Coisa rara e adorei... Lisa exalava cheiro de puro desejo, não havia tomado, gosto do cheiro de mulher assim... Com cheiro intimo intenso... Cheiro de fêmea... 

Fomos nos deixando levar, minhas mãos percorreram suas fendas... A buceta molhada, babada e inchada, coloquei dois dedos nela, enquanto sugava seu grelo... Ela gemia como uma cadela de alucinações, eu queria morrer... Eu queria matar... Lisa agarra meu pau e coloca todo na boca... Quer mais... Quer tudo... Suga com muita vontade... Pressiono sua cabeça contra mim... A fazendo quase vomitar... ela parecia linda assim... Gritos, gemidos e suor... 

Lisa sobre mim... agora... Enfia o pau todo nela... e diz que não vai parar até morrer... Agora esta aos gritos: quero morrer... quero morrer... Me mata filho da puta.
Eu estava disposto a isso... Disposto de verdade. Me mantenho firme... Ela rebola... ela cospe... Ela tira da buceta e enfia no cu... E depois inverte a operação... Lisa goza... e goza novamente e goza novamente...eu estou ali...
Ela queria parar agora... Havia tido sete orgasmos... Eu queria seguir... Ainda não havia gozado... e não sei se gozaria... Foda-se Lisa... Agora o cão maldito te pegou... Agora você terá um encontro com a morte, agora você já era... 

Lisa grita, lisa esta desesperada... Quer que eu pare... Mas não paro... Ela esta inchada... E o pau segue dentro dela... Ela em  empurra... Ela chora agora, estamos os dois molhados... O pau se converteu em um arpão Lisa, o dente do tubarão... Tenta me conter, mas a cada estocada a buceta dela se comprime... Lisa parece linda, parece a boneca animada das fantasias sexuais... Puta, cadela, inchada... E sangra também... E quer mas não quer...
Agora eu também estou aos gritos... Vamos morrer Lisa... Vamos morrer... Eu quero morrer...Lisa me beija...Lisa fode comigo... Seremos espirito fudidos de deus... Aquilo me leva a gozada... O rabo dela esta cheio da minha porra... 

Dos filhos que jamais terei... A porra e a merda.
Ela meio que chora... Meio que sorri... E desce, fica sugando mais o pau... Recém-gozado... Aquilo dói... Ela diz: agora vou me vingar filho da puta... Fica chupando o pau... um prazer que converte-se em dor e que não acaba, isso é uma tortura... e ao mesmo tempo é bom...é ruim, mas é bom... Ela quer arrancar meu pau com os dentes... Morde, suga e geme... Isso dói muito... 

Quero que ela pare... Mas ela cravou as unhas em minhas pernas... e tudo sangra... Excita... Eu acabo gozando novamente em sua boca... E ela não para... O pau esta mole... E ela segue chupando... Agarrando as bolas... Então para de-repente... Tem os olhos arregalados de susto... leva a mão no próprio peito:

-Lisa... Lisa... Que foi? Lisa...

Ela foi se apagando como uma vela no vento... Vou até ela... Ela respira... O coração parece bater estranho... Mas batia... A vadia havia mordido meu pau... Estava sangrando nas pernas... Levantei, fui até o bar, peguei um uísque, direto da garrafa, voltei para junto de Lisa... e despejei whisky na cara dela... Ela acorda, meio tossindo engasgada... A bebida entra pela boca, pelo nariz... se mistura ao sangue...

Então ela começa a gargalhar...

-Acho que eu morri... Cara eu morri...
-Va se fude Lisa... Não morreu não...
-Cara eu me vi fora do corpo... E deus falou comigo...

Puta que pariu... E essa agora.

-Tá, e oque deus te disse?
-Disse... Para mim mudar minha vida... Que eu torne  a falar com a minha filha...
-Por que tu não falas com ela?
-Nos brigamos... E ela foi embora, nunca mais procurei também... Minha cabeça é resolvida... sou terapeuta ta ligado?

Balancei a cabeça positivamente.
Eu estava cansado... Meu pau doía muito... Sangrava nas pernas... E estava sem forças... Mas não havia morrido... Talvez morrer assim, não seja tão fácil. Ficamos bebendo o uísque, deitados e no bico... Estamos podres de bêbados... Sujos... Exalando um cheiro que pouco lembrava o ser humano, mas eu gostava... Estava cansado, Lisa também... O corpo pesava, a bebida fazia seu papel de anestesia... Fomos adormecendo, acho que não estávamos nem vivos e nem mortos.



Luís Fabiano.



Rei das Bucetas



sábado, julho 27, 2013

Eliana



ELIANA

Eliana abre os olhos
E esta ansiosa, outra vez...
Não ter algumas respostas
A inquieta...
Eliana desassossegos
Eliana tensa
Eliana treme
Em linda manha de sol
Fogo do querer...
Consumindo... consumindo
São tantas e tantas as perguntas
Uma prece tecida de “serás ?”
Alguém irá me amar?
Terei filhos um dia?
Vou ser promovida?
Terei dinheiro?
Será que ele, tornará a falar comigo?
Eliana não quer levantar
Eliana fuga e refém
Quer o carinho de uma mão invisível
Quer trégua de tantas duvidas
Eliana, suas plantas no jardim secaram...
Rosas e sede
Braços da natureza
Cobertas amassadas
E cabelos em desalinho
Mas...
A beleza sussurra no intimo
E tais duvidas se derramam
Como beijos de esperança
Eliana se acalme
Eliana levante...
Eliana batom vermelho
Eliana paixão que acorda
Passos mais tranquilos
E desejos vivos
Manhã e vidraça
Coragem que bebe coragem
Manha e trabalho
Respostas depois
Aquieta, quieta e inquieta
Eliana sorri...
Lentamente.

Luís Fabiano


terça-feira, julho 23, 2013

Navalha da Cena


  Navalha da Cena   

Todo o filme tem ao menos uma cena rascante, a cena que ganha o filme. Aqui queremos retratar tais cenas intensas, com o corte afiado que transpassa a memória.
Fio da Navalha destaca a Cena do filme.
Por vezes são segundos, às vezes serão minutos...
Mas, é a cena que faz nossa alma rugir. Este é a Navalha da Cena, aperte os cintos.

Hoje escolhemos do filme: Blade de 1998.

Luís Fabiano.






Pelotas Tatutada


  PELOTAS TATUADA  


Rua Uruguai n-2335



Convesa de Bar



Conversas de um Bar semi-vazio
 Por vezes você quer apenas estar só, encontrar um local qualquer e ficar ali... tranquilo, bebendo e observando a vida. Tudo bem, existem tantos lugares para observar a vida, mas quando falo de mim... É assim, gosto de ir a lugares que existam pessoas de verdade. Sabemos que depois da meia noite, o que é real é real... Esse é o mito da Cinderela, do lobisomem, dos vampiros e outras tantas criaturas do mal e do bem, que depois da meia noite surgem.

Talvez seja isso, depois da meia noite a vida é mais real, não há porque se esconder... não é mesmo? Tudo isso teoria furada... Eu não me escondo, sou boca do lixo, sou o caldo das sarjetas, sou paixão desenfreada, sou a sede de vida, e grito ecoando em uma noite fudida...

Noite fria... E Pelotas adormece. Bons sonhos Princesa do sul... Pois vou viver, enquanto dormes. São mais de meia noite, desço e ligo o Kadett, deixo o motor funcionando soltando vapor pelo cano... Tragando o frio e fazendo o calor surgir das entranhas. Puta que pariu, esta é a vida, estamos sempre precisando transformar as coisas... Gosto disso, tento transformar as coisas a minha volta... Sem pretensão, vivo.

Vou saindo devagar, o portão se abre, Pedro Lixo estava ali... Me olha com uma cara muito estranha, parecia com mais frio que ontem... talvez ele quisesse uma bebida como da última vez? Mas a vida não se repete jamais... nada é igual, o que você perde... Perdeu... E por isso sempre digo, viva o mais intenso que puder... Porque o depois, é sempre uma ilusão.

Avenida Bento é um deserto ártico, penso comigo: porra Fabiano, tais fazendo o que na rua? Hoje não tem nada cara... Te liga... Eram os demônios e anjos brigando no meu ombro. Geralmente não escuto o anjo e seus bons e sábios conselhos. Escuto o outro cara. Tenho sede, algo que dê aquele brilho nesta noite de merda. Vou subindo minhas ruas tradicionais, putas, travestis não estavam presentes. Descido voltar para Bento agora em direção ao Pássaro Azul, a igreja dos condenados esta sempre aberta.
Estaciono o carro e desço.

Poucas almas ali, era um lugar aprazível, as portas fechadas, o calor humano, álcool e cigarro. Uma das conhecidas frequentadoras do bar, estava por lá... Olhava a televisão aleia a este mundo. Ótimo. Fui ao balcão, fui saudado e pedi o clássico rum, dose caprichada. Fiquei por ali mesmo, também fiquei olhando a televisão, imerso em mim. Com uma igreja o local estava em silencio.

Porem a paz é algo assim, não demora muito e dois caras dão entrada no local, estavam agitados, chapados e dispostos a incendiar o local. A atendente olha pra eles de canto, e todos nós olhamos para eles.

-E ai pessoal... e ai... Isso aqui é um bar... Vamos tocar a musica... beber e se chapar...

Eles estavam certos... Mas o Pássaro é mais que um bar, e domingo... Bem...

-Certo pessoal... mas tranquilo hein...o bar tá calmo – disse atendente...

Eles se sentam, e pedem vodca. Estão ao meu lado... Um dele me olha:

-Tu que é o segurança?
-Talvez sim, talvez não...
-Qual é cara? Ta me tirando?
-Calma pessoal... calma... Tá tudo de boa, a noite é grande e tem espaço pra todo mundo...
-Tu é filósofo cara?
-Não sou merda nenhuma...

Esse é o problema dos sem noção. O ambiente estava calmo... e eles queriam incêndio... Naturalmente não gostei deles, mas se ficassem na deles... tudo ia dar certo. A velha frequentadora do bar, pareceu acordar com essa confusão... e ficou olhando para os caras, com algum interesse. Comecei a rir... Era lindo, a ilha dos desesperados a procura do ouro enterrado... pelo velho pirata. A velha começou a conversar com eles... E o mais agitado ainda estava na minha volta...

-Claro que tu és filósofo, vou te dizer cara... Nós somos a “Anarkia”... ta ligado mano?Somos do movimento...
-Sei cara... tudo bem , assim ó... Fica de bom ai... bebe e sê feliz...o resto não me importa...
-Tu não é filosofo de nada... tu és um merda alienado...

A voz dele agora começava a me irritar. Mas eu não brigo... Sou um derrotado por natureza... prefiro que você ganhe...prefiro que o tigre fique preso, prefiro ser o sebento adocicado das valetas...isso confunde um pouco as pessoas...pensam que sou fraco ou idiota. Por vezes é melhor ser fraco e idiota. Tudo bem, os derrotados sobrevivem... As baratas sobrevivem.

-É isso ai.

A velha chama o cara:

-Deixa esse idiota ai... Me diz aí... pra onde vocês vão, depois de sair daqui...hein...
-Vamos por aí... E ai queres ir junto?
-Opa... É claro... E qual será o preço?
-Isso nos “vê” depois...

Eles riam... Tudo que queria, que fossem embora... e fudessem por ai... Não demorou muito eles saíram porta a fora... Havia silencio e a televisão, por vezes Deus ouve alguma coisa. Que merda... A atendente do bar me olha... Sorri um sorriso sem graça... era apenas eu e ela lá dentro... Então diz:

-Fabiano... preciso fechar o estabelecimento... Tudo bem?
-Tudo bem...

Paguei a conta e sai. Existem dias que realmente nada acontece... Nada mesmo.

Luís Fabiano.



domingo, julho 21, 2013

Literatura Histérica 6




Literatura Histérica 6 – (Hysterical Literacture )
Por Clayton Cubbit

Um ousado projeto do fotógrafo, cineasta e escritor James Clayton Cubitt. Uma ideia muito original. 
Colocar uma mulher lendo um livro de contos eróticos... Enquanto debaixo daquela mesa, algo muito bom acontece.
Em seu projeto, ele usou de vibradores enfiados nas moças, usou os namorados das moças, e outros elementos não revelados... 
O objetivo é fazer com que ela leia sem perder o foco... enquanto sente muito prazer...e nos dá prazer...
A ideia é sensual e linda.
Curta é bem bacana.
Hoje é Stoya 
Muito prazer...





Elis



 Elis 

Elis deita serena
Dias e mais dias de trabalho
O corpo cansado...
Filhas felizes...
E nada é mais importante que isso
Então, tudo vale a pena...
Elis sorri

Elis um pouco de medo...
O amanha é sempre algo...
Mas todo amanhã é assim...
Mas amanhã, amanhã e amanhã
Um voo rasgando o desconhecido
Beijando o agora
Nas promessas... Lindas
Tecidas e teias de emoção
Deus e orixás, esta feito e cumprido...
Elis sonho e amor
E tudo está dando certo...

Mas ontem lembra...
Quando tudo se diluía
E o chão estava sendo roubado...
A sombra capturava
Então, Elis dúvidas hostis
Elis brigas...
Elis lágrimas...
Fúria e carinho...
Cozinha em desalinho...

Elis de pé...
Elis forte...
Elis voz..
E um abraço carinhoso e quente...
De conhecidos... de amores e de dores...
Elis flores de outono
Pétalas de olhos...
Seiva de brisa
Canto de silencio
Orvalho de sangue...
Elis em ti...
Elis em mim...
Em Elis.

Luís Fabiano

sábado, julho 20, 2013

Poesia Fotografica





Uma ameaça




Navalhadas Curtas: Uma ameaça...

Estou diante de um quadro curioso. Cobranças e mais cobranças. Sabem como eu sou, bastou me cobrar, eu farei exatamente o contrário. Isso rendeu, rende e renderá brigas por aí... Mas foda-se.

-Se tu saíres por esta porta... Eu vou arranjar outro cara... eu vou dar pra qualquer um...e tu vai ser o cara mais cornudo...

Eu estava tranquilo, aquilo era resposta de uma criança emocional. Sou o campeão internacional de relações falidas. E eu não estava disposto a ficar. Respondi:

-Tudo bem, eu acho que uma terceira pessoa pode ajudar a salvar o que restou de nós... (falei sério)
-Como é que é? É isso que tu pensas então? Cara tu é podre... Podreeeeeee...como pude escolher tão mal... Tu vais sair então? Hein...?

Meu coração estava calmo... Eu estava decidido, sairia de qualquer jeito.

-Cara nunca mais volta... Fabiano nunca mais...vai...

Abri a porta e já estou saindo, mas antes de sair virei pra trás e disse:

-E se eu trouxer uma puta pra nós? Que tal?
Um copo espatifou na parede.

Luís Fabiano.



sexta-feira, julho 19, 2013

Pérola do dia





Dica da Helô



DICA DA HELÔ

Hoje é sexta Feira... o dia tá massa... mas é sexta feira... então pra começar o final de semana tai a Dica da Helô, boa musica, boa vida, é bom estar vivo hoje... boa curtida.


Luís Fabiano




quinta-feira, julho 18, 2013

Navalhadas Curtas




Navalhadas Curtas: Gosto de Mulher ignorante...

Por vezes sou assaltado pelo assombro.É bom... Significa que estou vivo ainda.
Estava sentado tomando meu chá, das 17h31min, como um bom "inglês", eu e um livro. Isso é bom pra caralho. Então eles entram como uma manada de mamutes felizes.

Falando alto, inquietos e tentando chamar atenção.Olho de canto, e mando se fuder mentalmente. Sigo lendo, poemas de Bukowski me capturam.
Então a namorada de um deles vai ao banheiro, e o solitário diz:

-Cara é isso... aí...é disso que gosto, eu gosto de mulher ignorante mesmo...
-É... É verdade... A Marcinha é bem, bem, bem, bem ignorante... há, há, há...

Os demais caem na risada... Inclusive a amiga da que foi no banheiro. Eu fiquei olhando... E algo me incomodou muito. Pensei em deixar pra lá, pensei: Porra Fabiano... Não esquenta a puta que pariu que ele gosta das ignorantes!

Dei mais um bom gole no chá. Então a outra veio do banheiro. E todos riam dela... Da piada que ela não ouviu, e que os cínicos não repetiriam. Sei que existem otários... talvez mesmo eu seja um... Mas todo otário precisa de uma chance, eu acho.

O chá estava acabando, eu já estava com certa raiva daquilo.
Levantei para pagar a conta. Marcinha era ignorante de verdade... Ficou perguntando:

-Mas o que é gente? Gente... o que é? Hein... Diz pra mim... Diz pra mim... Gente o que é? Que tanto riem... É de mim, é?

Puta que pariu, pensei, é agora.
Paguei a conta, quando voltei... Pedi licença a mesa e falei:

-Oi Marcinha... Tudo bom?
-Hã? Oi... Tudo bom... Mas eu te conheço cara?
-Não conhece, e nem vai,  mas não importa. Seguinte: esse cara ai... Disse que tu és uma baita ignorante... E esse ai disse que tu és mesmo... E aquela tua amiga ali, riu muito... Ok? Era isso.Tchau divirtam-se.

A mesa silenciou imediatamente, como uma guilhotina caindo no pescoço, todos me olhavam e percebi a raiva em seus olhos... 
Fodam-se, eu acho que agora o jogo estava equilibrado.


Luís Fabiano.