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segunda-feira, abril 29, 2013

POESIA




Fé?




Navalhadas Curtas: Fé? Em quem?

Tenho minhas reservas com qualquer religião. Entendo que as piores pessoas estão envolvidas com religião... E as mais fervorosas ...bem.
O calçadão estava apinhado, um terror natural. La estava eu.

Então próximo ao chafariz, um pastor tentava arrancar o pecado da humanidade... Parei... E fiquei olhando pra ele... Comecei a rir... porque se ele arrancar todo o pecado do mundo...ele não tem mais sentido.

-Ouça o que eu digo filho meu... Ele irá te salvar... te arrancará dessa vida de pecado... Ele destruirá os teus vícios... Aleluia... Te rende ao Senhor o teu Deus...

Parar ali foi péssima ideia. Era claro que iria falar pra mim...

-Filho meu... Te salva do teu pecado e aceita a glória Dele... aleluia...vem até mim...vem filho...aleluia... Glorias ao senhor...

Puta merda... agora ele falava direto comigo...que ele queria? Que eu me ajoelhasse ali? Há... nem fudendo. Ele apontava o dedo pra mim... como adivinhando meu passado, futuro e presente...
Algumas pessoas pararam... E ficaram olhando e me olhando, elas esperavam minha conversão... Eu deveria ter ido embora.

Quando você não pode vencer pela força... vença como puder... Levantei meus braços para o céu... Fui em direção ao pastor como quem quisesse se converter e falar com ele... O filho da puta sorriu com profunda convicção...  Quando cheguei bem pertinho, falei no ouvido dele, com voz grave e rouca:

-Escuta ai seu merda... Eu sou enviado do Senhor Demônio... Eu Sou... e se tu falar comigo novamente assim... Eu vou te visitar, vou te arrastar para o inferno... e veremos o tamanho da tua fé...

O pastor ficou em silencio... sem graça... Eu o abracei e saí caminhando... De braços estendidos para o alto, acho que ele não tinha muita fé...

Luís Fabiano.


domingo, abril 28, 2013



       Clayton Cubbit        

Literatura Histérica – (Hysterical Literacture )
Por Clayton Cubbit
  
Um ousado projeto do fotógrafo, cineasta e escritor James Clayton Cubitt. Uma ideia muito original. 
Colocar uma mulher lendo um livro de contos eróticos... Enquanto debaixo daquela mesa, algo bom acontece.
Em seu projeto, ele usou de vibradores enfiados nas moças, usou os namorados das moças, e outros elementos não revelados... 
O objetivo é fazer com que ela leia sem perder o foco... enquanto sente muito prazer...
A ideia é sensual e linda.
Vou lentamente postando os vídeos... Curta é bem bacana.A Amanda é a primeira...

PS- valeu Rogério Peres pela dica.

Luís Fabiano.








Estilete

Ele estava esquecido sobre a mesa
E estávamos em dificuldades naquele instante...
Diferenças que não se calam
Uma burrice nos tornava amantes da derrota
Agora...
Era de quem pegasse aquela merda primeiro...
Pensei se realmente iria corta-la?
Ela me cortaria?
Não sei
Existem respostas que você simplesmente não tem como saber...

Também não sei por que brigávamos
Tudo era motivo e nada era motivo
Bêbados brincando de morrer e matar
Isso foi quando a taça acertou a minha cabeça
Não me sentia mais um ser humano
Era o rugido na floresta negra
O gemido no quarto escuro
O espinho cravando na pele em uma noite qualquer
Mas você fica bem pior se consegue se manter frio
Sem paixão, sem dor, sem lagrimas
Apenas a certeza de uma lamina afiada...

Ela finalmente conseguiu pegar o estilete...
E veio pra cima...
Não corri... atirei uma cadeira...
O estilete caiu...
E já estávamos cansados daquilo...
Fui até o estilete... E agora?
A vida é um passo
O piscar dos olhos da serpente...
A lambida da mãe em sua cria...
A semente virando nada...

Só faço o que quero...
E não sentia vontade de feria-la...
Ela não havia se esforçado o suficiente...
O limite é um rasgo bifurcando a alma
Então a janela estava aberta...
E um estilete ganhou asas...


Luís Fabiano




Pérola do dia:

O café de todas as manhãs, é servido nas xícaras sujas de ontem...”


Maria Bethânia 

Amar é...




Navalhadas Curtas: Amar é... (foda-se)

Era um outro tempo... Mas não dei bola. Ela era a minha terceira mulher, e candidata a ex-mulher em breve. Não sei como isso se deu. Naquele instante minhas asas estavam recém despontando...  Eu estava ligando o “filhodaputometro”.

Então ela disse do nada, num domingo de merda parecido com este, ela me diz:

-Tu não achas que nossa relação precisa de um “up”, uma inovação ?

Eu vinha cultivando uma irritação há tempos... Sorri pra ela, tomei mais um gole na 
cerveja e disse:

-Sim... Claro que sim. Estava pensando meu amorzinho, tu não achas que poderíamos convidar a tua irmã pra fazer uma suruba com a gente?

Eu achava minha cunhada realmente gostosa... Já havia visto ela de calcinha... Bem... ela era bem melhor que a minha mulher...
Dizer aquilo foi como peidar no microfone de uma tribuna.

-Ta falando sério?
-Seríssimo... A Claudia é muito gostosa...
-Tu tá loco? Tu tá pensando o que? Mas que absurdo isso... Não acredito no que estou ouvindo... (já havia lagrimas nos olhos) isso tudo é um horror... Tu és podre... podre...podre...cara...

Eu achei que ela estava exagerando... Agora ela estava exatamente onde eu queria.
Nisso o telefone toca... Ela atende... E advinha quem era? Isso aí... A Claudia:

-Não Claudia... tá tudo bem... O Fabiano tava agora falando de ti... É... É... O que ele disse? Vou deixar ele mesmo dizer...
Aquilo era um pênalti, que porra que ela imaginou que eu fosse dizer? Atendi ao telefone:
- Oi Claudinha... tudo bem? Claudia me diz uma coisa... tu já participou de uma suruba??!!!
-!!!!!!!!!!

Luís Fabiano.

sexta-feira, abril 26, 2013


  PELOTAS TATUADA  


Praça Vinte de Setembro - Muros do IFSul - Campus Pelotas




     Dica da Helô    

    China - Overlock




quinta-feira, abril 25, 2013

Rei das Bucetas





Rei das Bucetas, noites medonhas e putaria desenfreada

Final
 Somente quem usa óculos sabe o que estou falando. A porra das lentes ficam engorduradas... E a pessoa que fez isso sabia... Naturalmente para mim não há surpresas! Nunca há surpresas... exploda uma bomba atômica, estupre um camelo no calçadão, caminhe sobre brasas... E eu vou achar tudo isso absolutamente normal... Digo em voz alta:

-Puta merda... Jussara...
-Amor... amor...amore mio... Que saudade... seu merda...

O Rei das Bucetas sorri com todos os dentes... E não perde a oportunidade:

-É Fabiano... Ela esta no cio hoje... Sinto o cheiro de longe de uma mulher com desejos...
-Porra... Rei... Quando eu ficar mais velho... quero ser como tu..
-Besteira filho... tu serás...melhor que eu...ou bem pior...

Jussara, estava de vestido, é uma víbora de prazeres intensos... Sabe o quanto eu gosto de vestido... Tira meus óculos e vai lava-los com lava louça... E volta sorridente e senta-se no meu colo.

-Bonito isso filha – diz o Rei... muito lindo... É assim que gosto da vida...
-Rei... O Fabiano... é meu...e com a tua benção...né?

O Rei sorri:

-Fabiano... é da vida Jussara...mas se ele te quiser... tu deves aceitar...
Estou em silencio, acariciando os joelhos expostos de Jussara, lindas pernas... Coxas intensas de uma negra repleta de músculos e força... Ela é assim... Intensa... e tão verdadeira que parece uma ofensa. Nada é perfeito, ela tem paixão em demasia... E como qualquer merda em demasia, é um problema. Mesmo o amor é uma merda em demasia... a burrice...a inteligência... O ser humano é um fodido por natureza, e jamais aprende a andar sobre um fio de navalha.

O samba seguia... e nesta noite, todos estavam animados... Uma situação tão rara quanto tenebrosa. Agora Dedéco e Negro Aço... Cantavam Almir Guineto... Sensacional. Eu estava imerso no tempo sem tempo. Minha mão foi subindo pelas coxas de Jussara... Ela agora bebia cachaça do meu copo... Éramos os amantes da vida... Era o mijo de Deus... e a merda do demônio, éramos um casebre abandonado, pegando fogo em uma madrugada, a consciência se afogando...

Minhas mãos atingem a virilha de Jú, ela esta sem calcinha, ela me olha com aquele olhar de safada, sorri num consentimento maravilhoso.

-É pra você amor... É tudo teu... buceta, a alma, meus pelos... mijo... e minha bosta... Tu és o meu filho da puta... é o meu canalha amado...

Existem mulheres que sabem como elogiar.
Ao terminar dizer tudo isso, meu pau estava duro como um ferro... a sensação era fantástica... meio bêbado... O samba de fundo, o cheiro de esgoto das ruas e o perfume barato de Jussara, o Rei das Bucetas gargalhando... A vida poderia terminar ali naquele instante... Eu estaria satisfeito.
Nisso uma loura paraguaia, oxigenada, da entrada no ambiente... Ela esta muito louca... chapada, bêbeda... Entra fazendo um escarcéu:

-Rei de porra nenhuma é o que tu és... há,há,há...

Olho para o Rei... E seu rosto esta impassível, permanece sentado... Fixando a mulher, com um olha que não pisca, ela faz seu show barato. Como uma ordem silenciosa, o samba silencia.

-Tu não és Rei de porra nenhuma... Tu és um merda Rei... Esse teu reino é feito de que? De putas, bêbados... e mais putas...

O semblante do Rei não se altera... Pensei comigo: talvez o Rei esteja devendo... Talvez ele tenha congelado... Quem sabe uma ajuda:

-Rei – eu disse- Quer uma ajuda ai... Sei-la tira-la daqui...
-Não filho... Não vai precisar... Ela em seguida vai chorar e se ajoelhar bem aqui... Bem pertinho de mim...
-Como é?

Ele era maluco ou eu não sei absolutamente nada da vida.
A mulher seguia berrando coisas incongruentes estava furiosa com o Rei... Num descontrole passional... Mas por quê? Não sabia. Mas apenas sei, e isto é corrente lá no Navegantes... Que o Rei costuma enlouquecer a as mulheres... Quando não as quer mais... Não sei se era o caso... mas...
Jussara estava ficando com raiva dela... Fez menção de se levantar e lhe dar uns tapas... Segurei-a firme. Bem para quem não conhece a Jussara... ela não é uma mulher que teme alguma coisa. Não. Ela sai na mão com quem for... E tem uma facilidade de passar por cima dos problemas, como algo que jamais vi em alguém.

Imagine um problema grave... Fale para Jussara... Ela assimilará... e depois vai pra cima sem medo, e enfrenta como uma garra de felina... Naturalmente isso é uma faca de dois gumes... Porque se ela não gostar de você... Ficará exposto como uma hemorroidas no sol... ela fala mesmo... Direto e sem anestesias... Boa menina.

Cinco longos minutos se passaram, a mulher ainda aos berros... Agora muito transtornada.. Como uma teta saído do decote, toda cheia de lagrimas e ranho... Cabelo desgrenhado... E nós éramos os bonecos de cera... Ouvindo tudo aquilo.

Então... A voz dela foi faltando... a voz foi sumindo...e ela foi se aproximando do Rei... E como se uma bruxaria, algo sobrenatural tivesse tomado ela... ela veio chegando até nos...lentamente...e ficando sem forças. As pessoas do Bar pareciam esperar isso... E faziam certo ar de sorriso... como quem vê a fera, sendo pega na armadilha...o Negro Aço sorri plenamente e comenta baixinho com Dedéco: A Sonia se fudeu agora.

Quando a loira oxigenada chega próxima ao Rei... Ajoelha-se... E chora como uma criança em seu colo... Começa a pedir desculpas... pede perdão... Pede para que ele não faça nada... que não a puna... Por favor...
Jussara me olha e diz:

-Ela merecia era o desprezo dele... Mas se ele fizer isso, ela se mata...

O Rei coloca a mão na cabeça da mulher, como quem acaricia um cão domesticado... Toma um gole de cachaça, arruma um pouco o cabelo da mulher... Coloca a teta dela para dentro do decote e seca as suas lagrimas com as mãos... por fim diz:

-Sonia... Que essa seja a ultima vez... Eu vou te ajudar... Mas seu eu souber que tu voltaste as drogas novamente... No meu estabelecimento não entra drogas... jamais.
-Não Rei... não vai acontecer novamente...
-Muito bem... Agora vamos embora pra casa...

O Rei foi se levantando, erguendo a mulher que parecia estar muito calma agora... Como um pesadelo que passa...

-Rei?
-Filho... a noite avança...e amor é algo importante, vou dar a ela o que ela não pediu... Porque raramente sabemos o que queremos... O pedimos muitas vezes é o que justamente não precisamos...

Eles foram embora felizes... O samba recomeçou e Jussara me olha... Um olhar que diz tudo...
Levantamos e escorremos para o seu chalé... Que fica próximo ao esgoto a céu aberto, à noite sem vento e com estrelas...

Quando entramos em sua casinha... Tomados de fura e tesão... Fomos arrancando as roupas, e Jussara estava ótima... não perde tempo... Arranca minhas calças... E ajoelha-se chupando meu pau... Uma chupada capaz de arrancar a alma de um homem pelo pau... Enfiava na garganta... e deixava lá até quase lhe faltar o ar... ela é maravilhosa... Ela quase se asfixia me sugando... Seus olhos estão cheios de lagrimas... Pela força... Então nos jogamos no chão mesmo... Animais... Brutais... Insanos... Doentes... Loucos... Uns fudidos de desejos... eu queria que o céu pegasse fogo...e que os anjos morressem agora... Vou até a xoxota da Jussara... cheiro está maravilhoso... Esta vencida de um dia de trabalho... o cheiro da vida...suor, mijo e sucos vaginais...esfrego meu rosto nela toda...quero ela em mim... Ela me olha... E cospe na cara... e enfia minha cabeça na xoxota novamente... Grita como uma louca... E em meio aquela escuridão... Éramos um meteoro caindo sobre a Rússia... Eu olho para ela e cuspo na sua buceta... Que esta inchada... molhada... Jussara vira de quatro... quer que eu rasgue o cu...que meta a seco mesmo...ela gosta assim...esta é Jussara... Um animal raro...

Quando meto assim... ela rugi...berra... E peida... é uma opera de prazer...um peido longo, sonoro e fedido... Estamos tomados pelo mal. eu quero mais... Eu quero que ela mije...  Ficamos assim... Berrando e metendo tudo nela... Estávamos assim, um tempo sem tempo... e por fim ambos cansados... Acabamos gozando, ela pede para depositar a porra no bem no fundo do cu... Eu obedeço. Ela gosta de expelir a porra pelo cu... lentamente depois...
Por fim deito ao seu lado... Estamos ainda no chão... Exaustos... Parece que ela tirou a porra da minha medula... Ela é o combustível do inferno... Um caldeirão de enxofre...

Ela levanta-se vai até dispensa... Tem um uísque barato... O pior... Abre e toma no bico... me oferece... Abre a porta... Um vento fresco entra... agora o barraco era um oásis...todas as nossas misérias ficaram para trás... O corpo esta em paz, desejos estão calados... Estávamos ali... Não precisávamos de mais nada... Jussara vem até mim... deita-se sobre o meu peito...esta tranquila e dócil... Mas minha vida não é assim, nunca é assim... Não é mesmo, eu já esperava o próximo capitulo, o próximo drama... Mas por ora... tudo estava bem, e é assim que se vive... Um momento de cada vez.

Luís Fabiano.


quarta-feira, abril 24, 2013

Trecho...



Trecho Solto...

Minhas questões pessoais continuavam tão más e lamentáveis quanto o dia que nasci. A única diferença era que agora eu podia beber de vez em quando, embora nunca o suficiente. A bebida era a única coisa que impedia um homem de se sentir para sempre atordoado e inútil. Todo o resto ia furando sua carne, arrancando seus pedaços. E nada tinha o menor interesse, nada. As pessoas eram limitadas e cuidadosas, todas iguais.

Eu teria que viver com esses fodidos pelo resto da minha vida, pensei. Deus, todos eles tinham cus e órgãos sexuais e bocas e sovacos .

Cagavam e tagarelavam, e todos eram tão inertes quanto esterco de cavalo.

 As garotas pareciam legais  a certa distancia, o sol resplandecendo em seus vestidos, em seus cabelos. 

Mas vá se aproximar e ouvir seus pensamentos escorrendo boca a fora, você vai sentir vontade de cavar um buraco ao sopé de uma colina e se entrincheirar com uma metralhadora . 
Eu certamente nunca conseguiria ser feliz, me casar, nunca teria filhos ".

Extraído da Obra: Misto Quente – De Charles Bukowski.




terça-feira, abril 23, 2013




Rei das Bucetas, noites medonhas e putaria desenfreada

Por vezes você tem certeza que a vida vai ser absolutamente tranquila. Isso ao mesmo tempo em que é reconfortante, é desprezível também. Pois um excesso de paz de espirito, nos conduz a nada. Com muita paz, o ser humano não faz nada que preste, o contrario também é verdadeiro.

Com tormentas intermináveis na alma... Viramos merda. Esse é o ponto... Você precisa de algum equilíbrio, e tudo ficará bem... seja nem tão mal e nem tão bom... Ai as coisas funcionam. Ninguém entende exatamente o eu seja equilíbrio... Eu digo então: se você fode muito... Tente ler algo, ou pintar um quadro... Se você pinta demais... Experimente trepar muito e ficar bêbado por muito tempo, ai sim... equilíbrio.
Agora eu me ocupava em estar bêbado.

Sobrecarregado de afazeres, eu precisava de um tempo pra mim. Então lá estava eu em casa. Uma garrafa de rum cheia, de cueca na sala, colocando um bom som no micro... Isso “Fabianito”, cumpra-se a tua profecia maldita.
Coloquei um jazz suave a rolar. A noite pedia Duke Ellington... Um sax arrastado, puta que pariu, isso sim é bom, isto é um grelo molhado no ouvido. 

Gelo no copo e rum... E depois mais rum... E depois mais rum... Eu já gargalhava pleno em minha solidão, é assim a minha felicidade. Lembrando o super homem: ei seu merda... Aqui esta a tua kriptonita... Essa é a sacada... Todos temos a nossa kriptonita, o super-homem se fode... Você se fode e o mundo se fode também.
Agora sim estava pronto.

Vou até a janela olhar a rua do quinto andar. Uma das melhores sensações que se pode ter. Bêbado você tem vontade de voar dali... Olhar a rua e não bater as asas. Na parada de ônibus uma mulher muito gostosa esperava o ônibus... com uma calça muito justo, fiquei olhando pra ela como um idiota, captei a sua energia no ar, meu pau deu sinais, porra eu realmente estava rock in roll... Dei uma alisada no bixo... Ele cresceu na minha mão, a cabeça rosada bem estufada... Pedido uma xoxota imediatamente, bati uma breve punhetinha para a desconhecida... Até que ela subiu no ônibus. Me deixando de pau na mão.

Fiquei naquela... Então como um cometa feito de tesão, desespero e rancor, decidi ir pra rua... as melhores decisões eu tomo assim, nas madrugadas perdidas, me perdendo e me achando... Depois que o relógio passa da meia noite. Eu não era um artista, mas tava afim de fazer o meu show.
Visto uma jeans... Não escovo os dentes, coloco uns tênis e eu estava pronto. Mato o último gole de rum que estava no copo. Eu não me sentia em mim... Tanta disposição é um gatilho engatilhado...
Entro no carro... Ligo o radio... Um jazz medonho tocava... Desconhecia quem executava a merda... Mas estava no embalo. Para onde eu iria naquele horário?

Para o melhor local um pouco antes da ultima parada do inferno... Sim... Rei da Bucetas, sem duvida. Eu era um canhão de inquietações. Uma felicidade plena advinda não sei de onde... Mas também, por vezes a vida não necessita de explicações.
Temos essa mania com tudo, tudo deve ter uma explicação... Se você ta feliz tem que ter explicação... se esta triste também, se o teu rabo esta doendo... E digo, tanta explicação é uma merda. Vivemos ali a beira do infortúnio e perdemos de viver, porque tudo tem que ter alguma explicação: fodam-se as explicações. Eu nunca explico nada, e nem justifico nada... essa é a minha essência, e gostar de mim assim não é fácil. Diga-se de passagem, e nunca peço explicação para ninguém... Eu aceito tudo que você é como você é e tudo bem.

A rua deserta, calma, noite linda e mesmo com uma lua minguante... Tudo parecia uma promessa bela. Vou deslizando para o bairro Navegantes. Algumas poucas almas na rua, vou me ambientando com o cheiro de esgoto a céu aberto, cheiro de miséria também, o aroma das ruas. De longe se escuta o samba sendo tocado. O bom samba de raiz.
O pandeiro de Dedéco dando o tom, o cavaquinho de João sem dedos afinando, a cubana de Negro Aço... Puta que pariu... Eu estava em casa novamente. O local esta como eu gosto. Não tão cheio e nem tão vazio. 

Equilíbrio é a chave... é a luz e a doença. Estaciono o “Fudett”tranquilamente, cumprimento uns poucos transeuntes que ali estavam... Que já me conhecem e sabem um pouco de minhas historias naquele estabelecimento, de muito respeito. Vou entrando devagar, as mesinhas de plástico meio sujas estavam quase todas tomadas. Mulheres e muitas mulheres ali... Dançavam, o pessoal estava feliz. Casais dançavam tranquilos, ao tom da musica e cachaça. É isso, felicidade simples, se coxavam, beijavam e deixavam se excitar... lentamente e tudo isso muito bom.
Vou até o balcão perguntar pelo Rei... E uma mão pesada bate em minhas costas... me assustei, viro para trás, é o Rei:

-Meu negro! Seja benvindo filho... Quanto tempo hein?

O Rei das Bucetas é um clássico, advindo de uma obra perdida no espaço tempo... O mesmo olhar firme, a roupa branca, o chapéu branco, os traços grisalhos de uma barba... E o brilho no olhar... Este é o Rei das Bucetas a quem todas as bucetas se curvam... e creio que a humanidade se curva pra esse cara!

-Grande Rei... O prazer é sempre meu voltar aqui...
Nos abraçamos, amigos de um tempo. É isso, existem energias que te influenciam para o bem... e outras são apenas gastura vivencial.
-Filho, vamos sentar... E beber... Hoje estou feliz, e tu ainda apareces por aqui... Excelente... Tem alguém morrendo de saudade de ti... por aí...

Estranha a minha personalidade. Eu sabia de quem ele estava falando... Mas ao mesmo tempo, quando não vejo alguém durante muito tempo... Simplesmente a pessoa parece deixar de existir... Transforma-se em um vapor rarefeito em um estado flutuante... Até que então, eu tornando a vê-la, abraça-la, venha a converter-se em verdade novamente...

-Ótimo Rei... Ei Rei vamos beber...
-Certamente filho... esta é a minha mesa de sempre...

Sentamos a mesa e dois copos grandes s de cachaça vieram, copos de massa de tomate... Purificados pelo álcool que mata tudo. Brindamos a vida...

-Rei... Tua vida vai ser sempre isso aqui, né?
Depois de um logo gole, Rei me olha e diz:

-Filho a vida é um constante aprimorar-se... Se você deixa de afiar a mente e o coração... A vida te cortará como uma navalha...

Eu ri... lá estava a navalha novamente...sempre a navalha... Alguém de-repente encobre meus olhos por cima dos óculos... Tocando nas lentes... Puta merda eu detesto isso...


Segue...

Luís Fabiano.


segunda-feira, abril 22, 2013

Afagos da Beleza


       Afagos da Beleza       

Fio da Navalha apresenta uma nova face. Uma face mais terna, um rosto suavizado pelos encantos da beleza, por vezes oculta.

Este é o contraponto do Pelotas Fantasma. Afagos da Beleza, tem a proposta de mostrar uma outra face... a face, mais bela e talvez poética da Cidade.
Assim como nós, todos temos muitas partes distintas em nossa personalidade...  A que sorri, a que chora, a que adoece e a que é saudável.

Esta é uma Pelotas que todos gostam, imagino... 
Eu prefiro ficar na zona das indiferenças... Pois pra mim, existem horrores que encantam... E belezas que assustam.
Este é o Afago da Beleza, pode ficar tranquilo aqui.

Luís Fabiano









O desejo de ser comum

Ninguém diz exatamente o que pensa...
Tudo é um meio de máscaras dançantes
Para manter um “respeito” e a mentira que faz bem a todos
Somos autômatos engatados ao trivial
Fugir disto amedronta muito
Porque tais almas, não tem sede
O espirito não tem fome...

E dizem estas merdas, com o sorriso cariado:
-plantando vamos colher...
-Deus ajuda a quem cedo madruga
-Deus é brasileiro...
-As melhores essências, estão nos menores frascos...
-Um homem prudente vale mais que dois valentes
E mais um monte de merda pronta...
-
Eu fico olhando...
Percebo que isso é um esforço
Do breve querendo ser eterno...
O espinho sonhando com a rosa...
Formiga querendo suas asas
A chave adormecida debaixo do tapete

Agradeço por não crer em nada disso...
Por estar desaprendendo o que minha mãe ensinou...
Pela contramão da serpente no asfalto
Pelo rugido franco na alma, que dança despida de fantasias
A fera espreitando na mata
Sem ânsia, sem medo ou rancor
Verdade de uma essência que tenta brilhar
Ainda que isso signifique a morte, o nada...
São os dentes afiados
E o veneno no copo de cristal
Afinal...
É assim que você prefere, não é?

Luís Fabiano.


Vadia de um Homem só





Navalhadas Curtas: Vadia de um homem só !

Ela lavava a louça e eu lia no sofá...
Estávamos nos ofendendo um pouco, mas sem raiva. Não é orgulho, mas é o que é...

-Tu não passas de um bêbado... Fabiano... não prestas para nada cara...
-Hã,hã...é...
-É... tu não fazes nada... nem trocar um simples chuveiro de merda...
-Eu acho muito complexo isso... não sou tecnicamente habilitado...
-Papo furado, o vizinho veio aqui e fez em cinco minutos...ele nem escrever sabe...
-E qual o problema? Agradeço a ele...
-Fiquei com vontade de dar pra ele... em agradecimento...sabe como é...
-Claro, eu acho justo.
Houve um silencio longo, a louça era lavada ainda... segui lendo o livro do Bukowski.
-É... mas não dei... só mostrei a coxa um pouco...tenho boas coxas...
-Ele gostou ?
-Sim... passou a mão na perna... e então veio me querendo, mas eu coloquei ordem na casa... eu disse: nada disso... eu sou vadia de um homem só, sai pra lá!!
-Legal...
Ela deixa a louça com a torneira aberta, e vem me beijar na boca, o pau sobe...

Luís Fabiano.

quarta-feira, abril 17, 2013

Dica de Filme



Dica de Filme - Ex Drummer (Ex-baterista)

Se você tem estomago fraco... Pare de ler por aqui, e nem pense em ver este filme.
O filme baseia-se em uma sequencia insana de eventos. Três loucos procuram um baterista para a banda... Eles conseguem um anti-baterista... Afinal eles são anti-músicos, são delinquentes, deficientes de logica, razão e bom senso. Tipos raros.

A historia é essa...  Com um acúmulo de brutalidade gratuita, politica e socialmente incorreto... Humilhação extrema de seres humanos, visando um único objetivo... Viver o mais intensa e brutalmente possível... Cada personagem vive a margem mais profunda de seu próprio egoísmo...  Apenas quando estão tocando... Parecem algo humano... (a trilha principal do filme, é uma musica chamada Mongolóide).

Com inúmeras cenas de tirar o folego...
O filme é rugido niilista, a ausência de um porque é presente, os valores tradicionais são destruídos, pulverizados e no final você não tem nada, a não ser um imenso vazio... 
Por isso é por outros tantos motivos que não cabem aqui...  O filme é tão genial!
Repito, se você é frágil... Não veja!
Curte o trailer aí...

Luís Fabiano

PS - Agradecimento pela dica: A Rogério, Maciel e Júlio.




segunda-feira, abril 15, 2013

Pérola



 Pérola do dia:   



“ Todos nós somos como pessoas parcialmente insanas com momentos de lucidez”.


Anaïs Nin






Navalhadas Curtas: Super literato...

Definitivamente existe uma convenção dos chatos deste planeta. E imagino que exista também uma conspiração, para que eles me encontrem por ai...
Ontem desci do prédio... Ia dar uma olhada na rua, respirar...  Então Otavio, um cara que é super-literato... Veio falar comigo, ele não é meu amigo e não pedi nenhum conselho:

-O... Fabiano... queria falar contigo...

Senti o drama... Nunca ninguém quer falar comigo... Quando querem...

-Fala Otavio...
-Fabiano... não me leva a mal...mas acho que deves dar uma observada nos teus textos... Tu precisas melhorar a técnica... Pois a tua técnica de literatura... É fraca... ruim mesmo... E sinto que falta algo...
Fiquei olhando pra ele... Cara de paisagem pensei na medida para equilibrar aquilo, onde eu daria uma porrada?
-To cagando pra técnica...
-Mas é que...
-É que porra nenhuma brother... Minha escrita é uma fotografia em 3D da merda existencial... Eu sou a anti-literatura... Se eu pudesse... Escreveria com sangue... Com as  tripas cheias de merda... Com suor e porra... Quem lê... Não lê para se sentir confortado ou ficar em paz...
-Bom...  Diante disso...
-Diante disso Otávio... vai te fude... E esquece o Fio da Navalha... vai ler Dostoievsky... TS Eliot...

Segui caminhando...
Porra o dia estava lindo pra caralho mesmo.

Luís Fabiano.




O Ânus da Verdade

Ela sorria com a placidez de sua hemorroida aberta
Estava acostumada ao que faz fritar...
Sentados na sala
Procurava uma posição para ficar... eu via televisão
Era certo que não nada aconteceria naquela noite...
Mas existem pessoas destemidas
Ou meio insanas...

Ela bebia vodca e eu rum
Estávamos acendendo um pavio oculto no escuro...
Como uma catapulta de merda armando-se...
Televisão passando qualquer coisa desinteressante
E suas pernas de fora, um chamamento feito dor
Então sorri e disse: ei Estela... sua boca esta ok?
Ela não pensou duas vezes... veio mamar a teta inflável

Mas a fome não se satisfaz assim só...
Disse a ela: Estela... deixa eu ver o teu rabo?
-Claro amor... não tá bonito não...
Eu, o bizarro, o medonho, o sonho convertendo-se em pesadelo instantâneo
A mordaça no pescoço...
Ela baixou a calcinha... e eu abri um pouco a bunda dela... devagar...
Nunca tinha visto um rabo assim... parecia uma morcela deformada...
Uma tripa falante, berrando espaços...
Mas o cheiro era bom...

-Ei Estela, isso aqui tá bem feio...hein... quase não vejo o teu cu...
-É assim mesmo Fabiano... é uma crise violenta...
-Sei... terrível hein... algo que se possa fazer?
-Não...nem toca ai por favor...dói muito.
Eu ainda estava com o negocio duro... e tive vontade de enfiar ali...
Então decidimos investir na xoxota... mas ambos estávamos bêbados demais...
Era uma manobra delicada para o momento....
Acabou que ambos erramos o buraco...
E naquela madrugada, um grito rasgou a noite
Como os apelos da verdade em um tribunal em chamas.

Luís Fabiano.