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domingo, abril 28, 2013





Estilete

Ele estava esquecido sobre a mesa
E estávamos em dificuldades naquele instante...
Diferenças que não se calam
Uma burrice nos tornava amantes da derrota
Agora...
Era de quem pegasse aquela merda primeiro...
Pensei se realmente iria corta-la?
Ela me cortaria?
Não sei
Existem respostas que você simplesmente não tem como saber...

Também não sei por que brigávamos
Tudo era motivo e nada era motivo
Bêbados brincando de morrer e matar
Isso foi quando a taça acertou a minha cabeça
Não me sentia mais um ser humano
Era o rugido na floresta negra
O gemido no quarto escuro
O espinho cravando na pele em uma noite qualquer
Mas você fica bem pior se consegue se manter frio
Sem paixão, sem dor, sem lagrimas
Apenas a certeza de uma lamina afiada...

Ela finalmente conseguiu pegar o estilete...
E veio pra cima...
Não corri... atirei uma cadeira...
O estilete caiu...
E já estávamos cansados daquilo...
Fui até o estilete... E agora?
A vida é um passo
O piscar dos olhos da serpente...
A lambida da mãe em sua cria...
A semente virando nada...

Só faço o que quero...
E não sentia vontade de feria-la...
Ela não havia se esforçado o suficiente...
O limite é um rasgo bifurcando a alma
Então a janela estava aberta...
E um estilete ganhou asas...


Luís Fabiano

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