Pesquisar este blog

terça-feira, dezembro 30, 2008


NEURÔNIOS EM FÉRIAS...

O papo furado de sempre, mais um ano termina...mais um ano novo vem...feliz isso, feliz aquilo,desejar bons votos é sempre um meio de ser educado e de alguma forma desejar o bem, talvez por este aspecto já seja um ato de grandiosidade ? Sinceramente, não vai muito do que se passa em teu coração, tesouro real de coisas que desejas para ti e para o próximo...
Neste momento deixo a todos um almejar de um ano, em que todos possam de alguma forma se encontrar, de alguma forma ter paz em seus corações, de alguma forma ser pessoas melhores ...alguma forma...
E com os olhos fitos nas estrelas refletindo se doce brilhar...possamos todos ter um bom ano.

ps: meus neurônios estão em férias, portanto não exijam muito de minha pessoa, neste instante como todos quero sombra e água fresca, literalmente quero vida de cigarra, porem..há porem não se enganem, eu volto com força total, e já aviso tenho umas perolas que em 2009 entraram...em nosso rol.

Paz e luz em teu caminho.

Luis Fabiano.

terça-feira, dezembro 23, 2008


Poema Do Menino Jesus
Maria Bethânia
Composição: Fernando Pessoa


Num meio-dia de fim de primavera eu tive um sonho como
uma fotografia: eu vi Jesus Cristo descer à Terra.
Ele veio pela encosta de um monte, mas era outra vezmenino, a correr e a rolar-se pela erva
A arrancar flores para deitar fora, e a rir de modo aouvir-se de longe.
Ele tinha fugido do céu.
Era nosso demais prafingir-se de Segunda pessoa da Trindade.
Um dia que DEUS estava dormindo e o Espírito Santo
andava a voar, Ele foi até a caixa dos milagres e
roubou três.
Com o primeiro Ele fez com que ninguém soubesse que
Ele tinha fugido; com o segundo Ele se criou
eternamente humano e menino; e com o terceiro Ele
criou um Cristo eternamente na cruz e deixou-o pregado
na cruz que há no céu e serve de modelo às outras.
Depois Ele fugiu para o Sol e desceu pelo primeiro
raio que apanhou.Hoje Ele vive na minha aldeia, comigo.
É uma criança
bonita, de riso natural.Limpa o nariz com o braço direito, chapinha nas poçasd'água, colhe as flores, gosta delas, esquece.
Atira pedras aos burros, colhe as frutas nos pomares,e foge a chorar e a gritar dos cães.
Só porque sabe que elas não gostam, e toda gente achagraça,
Ele corre atrás das raparigas que levam asbilhas na cabeça e levanta-lhes a saia.
A mim, Ele me ensinou tudo. Ele me ensinou a olharpara as coisas. Ele me aponta todas as cores que hánas flores e me mostra como as pedras são engraçadas
quando a gente as tem na mão e olha devagar paraelas.
Damo-nos tão bem um com o outro na companhia de tudo
que nunca pensamos um no outro. Vivemos juntos os dois
com um acordo íntimo, como a mão direita e a esquerda.Ao anoitecer nós brincamos as cinco pedrinhas nodegrau da porta de casa. Graves, como convém a um DEUS
e a um poeta. Como se cada pedra fosse todo o Universo
e fosse por isso um perigo muito grande deixá-la cairno chão.Depois eu lhe conto histórias das coisas só doshomens. E Ele sorri, porque tudo é incrível. Ele ridos reis e dos que não são reis. E tem pena de ouvir
falar das guerras e dos comércios.Depois Ele adormece e eu o levo no colo para dentro da
minha casa, deito-o na minha cama, despindo-o lentamente, como seguindo um ritual todo humano e todo materno até Ele estar nu.
Ele dorme dentro da minha alma. Às vezes Ele acorda de noite, brinca com meus sonhos. Vira uns de pena pro ar,põe uns por cima dos outros, e bate palmas, sozinho,sorrindo para os meus sonhos.
Quando eu morrer, Filhinho, seja eu a criança, o mais pequeno, pega-me Tu ao colo, leva-me para dentro a Tua casa. Deita-me na tua cama. Despe o meu ser, cansado ehumano. Conta-me histórias caso eu acorde para eutornar a adormecer, e dá-me sonhos Teus para eu brincar.

Aproveite e sorva a beleza,com vocês Maria Betânia:

segunda-feira, dezembro 22, 2008



Da série contos de Natal...

O Bom velhinho...

Existem coisas que jamais vamos esquecer, e nestas datas tão simbólicas é natural que venham a tona na tela mental, boas e más lembranças e alguns pequenos traumas tambem, coisas de criança, e em meu caso especial, que era uma criança tonta, realmente muito bobinho...
Fui criando na ilusão da existência mágica de Papai Noel, Coelho da Páscoa e outros derivados advindos das terras do sonhos, para uma criança é ótimo crer nisso, muito embora na época não tivesse a comparação de um mundo caótico que tenho hoje, aquela fantasia, aquele sonho inspirava a imaginação, a povoava pelo fantástico, o mágico e o poder de criar...(diga-se de passagem, ao longo do tempo, vamos perdendo tal poder, a criatividade vai tornando-se limitada, justa mesmo, e o tempo se encarrega de nos fazer acostumar...o maior erro...não acostume-se ao que não é essencialmente belo...mas isso é outro assunto, coisas de meus solilóquios pessoais...).
Eu já estava com sete anos mais ou menos, que por si só já é um numero cabalístico ligado a transformações e que tem uma ligação mágica com a vida, pois como diria Ramatís, o Universo é setenário(sete notas musicais,sete dias da semana,sete luas,sete camadas do átomo...e por ai vai...)estávamos todos brincando no quintal de casa,meu primo mais velho e outros, e por algum motivo que não lembro ouve um breve desentendimento entre nós, e então vieram os deboches e infantis ataques(neste caso era literalmente...)mas foi nesta desavença que meu primo o Almir, lançou mão de uma arma fatal, e assim disse:
-Vocês sabiam que o Fabiano ainda acredita em papai Noel ?
Todos riram abertamente, e eu permaneci com minha cara de tonto realmente não entendendo o que se passara, olhava e ele riam, (para era incontestável papai Noel existia...sem me disseram isso, nunca haviam negado...nunca...)então o Almir me olhou e disse:
-Como tudo é burro mesmo, tu não sabes que o papai Noel são os teus pais? Papai Noel não existe...papai Noel não existe...não existe.. há,há,há,há,há...
Foi como se uma pedra tivesse caído sobre a minha cabeça,lembro que fiquei atônito, e ao mesmo tempo em que meu sonhos eram trucidados dei-me conta da dimensão da verdade, sim era claro como água, não poderia haver num mundo tão racional um algo mais mágico...poderia sobreviver?
Cai em mim, aquilo fazia tanto sentido, na hora não entendi porque meu pais fizeram isso comigo, e porque meu primo Almir fizera aquilo. Quando entrei em casa eu literalmente era outra pessoa, quando questionado preferi guardar silencio:
-Não é nada não, apenas briguei com Almir...(eles disseram que Almir era bobo..que não preocupasse com isso...)

Estranhamente eu me sentia bobo, naquele dia minha fantasia morreu, lembro que era próxima da data do Natal, e papai Noel havia virado fumaça, lembro que dias depois do Natal eu mesmo disse a meus pais que não acreditava em papai Noel que eu sabia que eram eles...creio que eles ficaram atônitos também, o que eles nunca souberam que foi o Almir que me informou de forma malévola isso...
Bem isso se passou a muitos anos atrás exatamente vinte e nove anos atrás, eu cresci um pouco, e alguns conceitos foram melhorados e por assim dizer a sublimação da ausência de Noel foi transubstanciada em intenção, fato, o estado de Noel é uma presença de espírito, no momento em que corporificamos nossas emoções e pensamentos em algo que seja bom principalmente para os outros, não importa o que seja, um sorriso, um pensamento harmônico , uma prece...esse é o presente, coisas e quinquilharias são fáceis de dar e as vezes úteis, mas dar-se é uma por assim dizer uma benção talvez a coisa mais importante de todas entregar-se de coração ao bem possível, desembrulhar-se e ofertar-se, temos muito medo disso...e neste medo perdemos o espírito de natal.
Apenas para não deixar passar em brancas Nuvens...Feliz Natal viu Almir,és um amigão
...
Paz e Luz em teu caminho.
Luis Fabiano.

sexta-feira, dezembro 19, 2008



Teia do Emaranhado...

Amanhecia mais um dia em capital ignorada, uma e todas são como são, movimento e vida fervilhante, agitação e o normal muitas vidas e muitas coisas em comum, como diz o axioma Hermético “assim como é acima, assim é abaixo”, a famosa história do macro inserido no micro e coisas deste significado...
Assim nasceu Marcilio, em lugar pobre com condições limitadas, mas um rapaz bom e honesto e de certa forma feliz, ele cresce, estuda e consegue a duras penas terminar o colegial, quando conhece Suzana a qual se apaixona e passa freqüentar sua casa quando o inevitável acontece, ela engravida, Marcilio agora não pode pensar em fazer uma universidade pois a criança irá nascer e a responsabilidade também é sua,a família da aquela prensa normal, Suzana não esta nem feliz e nem triste, o filho era um problema que dividiram para o resto da vida. Marcilio sai para procurar emprego e acha,balconista em uma loja de autopeças, ele aprende o serviço e se torna um ótimo balconista enquanto a barriga de Suzana aumenta e com esta barriga estranhamente a distancia entre eles também, por fim a criança nasce embora ambos tenham famílias eles ainda não tinham sua casa própria, se unem na condição possível ou impossível.
Quando Marcilio toca a na criança pela primeira vez, sente uma emoção diferente que nunca havia sentindo, aquele pequeno ser em seus braços que iria precisar de tudo e principalmente de seu carinho, sua mente esta em turbilhão, nada daquilo havia sido planejado em sua vida, mas aconteceu e agora ele estava ali, tinha menos de vinte anos, tinha mulher, filho e uma nova família que iria começar, um emprego mediano e uma faculdade que tornara-se um sonho.
Pensava o que mais viria em seu futuro.
Mas como era correto no que sentia e queria,a responsabilidade falava mais alto seu coração o tempo passa rápido demais, ele tivera outros empregos e num piscar de olhos estava com quarenta anos, filhos crescidos, e a família consolidada coisas que ficaram para trás tentava esquecer, sim sonhos que a realidade terminou por devorar. Um dia Marcilio adoece e colocado para fora do serviço por estar com quarenta anos num mundo que é competitivo onde os jovem são mão de obra mais barata e em abundancia como concorrer com isso? Pensava perplexo onde ficava a experiência de um profissional? Não entendia, e novamente Marcilio procurava emprego,ainda tinha mulher e filhos e ainda mais o desafio de enfrentar a competitividade, a idade, e o pouco tempo de antes a grana acabar? Pressão de Marcilio não ia bem, eventualmente sentia as tais palpitações, médicos já havia cogitado em aposentadoria por invalidez pois seu coração fraco, ainda mais com ingredientes que ele fazia uso, cigarros e bebida para tornar a vida pouco mais interessante e sentir-se melhor.
Aos quarenta e dois anos Marcilio estava aposentado e sentindo-se um inútil,ainda tinha filhos e mulher e mais o tédio que lhe invadia a vida de maneira irremediável, os sonhos como fantasmas ainda habitavam sua mente e havia uma disputa com consigo mesmo,s e conseguiria sobreviver depois de tanto tempo e um coração fraco ?
Pensava em na fragilidade do destino e como por vezes ficamos cativos de nossos princípios, não que princípios fossem coisas ruins, ainda sim precisam de bom senso,não se culpava apenas pensava, por vezes é importante pensar em sentimentos, é bom ter-se uma boa imagem deles.
Pensava, que nós que não conhecemos o Marcilio temos haver com sua historia?Sei a que a maioria de nos pensa que nada, Marcilio é mais um entre muitos engolidos por acontecimentos que quando menos esperamos seja por nossa culpa possível, porque todos estamos vivendo nossas vidas e ignorando muito as coisas a nossa volta, ignoramos as pessoas desconhecidas, ignoramos o planeta e estamos nos lixando para natureza, bem uma coisa é certa com tudo isso, só é possível fazer uma humanidade diferente quando começarmos a nos importar um com os outros, quando o desconhecido que precisa de ajuda tiver nossa atenção(não estou dizendo que sejamos tolos ou inocentes, apenas que abramos um pouco mais o coração...)quando começarmos a olhar o planeta como nossa casa realmente e dentro do possível pararmos de agredi-lo, sim, pode parecer estranho mas estamos todos emaranhados, um ato nosso seja qual for sempre repercute no todo, um ato coletivo repertute na coletividade, fios invisíveis nos ligam, sejam feitos de afetos e massa de pensamentos que em vem a converter-se em realidade, estamos todos em um teia.
Teia do emaranhado...
Somos um pouco de Marcilio...um pouco de João, um pouco de Maria.
Pense um pouco nisso.

Carinhosamente.
Luis Fabiano.

“Todo mundo é dependente.
Não importa quem é a pessoa.E todos são dependentes porque nunca tiveram nada
Melhor para substituir aquilo em que são viciados, e nunca tiveram uma razão pela qual acordar toda manhã e uma razão para viver.O homem que é dependente de poder se levanta toda manhã e faz as coisas que mostram o seu poder.Ele precisa ter uma porção de pessoas que lhe sirvam de alimento, a quem oprimir, a quem comandar,para sentir que tem valor.
Porque ele sente que não tem valor.Ele precisa daquelas emoções para se sentir valorizado.”

Ramtha – Sobre as possibilidades infintas.

quinta-feira, dezembro 18, 2008



Contos de Natal...

Vulgo Zé Ninguém...

Existe uma musica dos Engenheiros do Hawai que inicia mais ou menos assim...”muito prazer meu nome é otário, Vindo de outros tempos mas sempre no horário...” claro que a letra é profundamente critica e uma ironia, dando uma noção breve de quanto somos semelhantes em muitos sentidos...
Muito prazer meu nome é Zé Ninguem...
Estou por ai em todos locais e muitas vezes em local nenhum, sou aquele olhar ignorado, aquele que por motivos mil é desprezado,e por vezes esquecido completamente, sou aquele que queria uma chance de talvez tentar acertar...mas entendo que os humanos são movidos por sentimentos complexos e a compaixão não é por assim dizer uma atitude “normal” de nosso comportamento.
Não pense que sou somente aquele que você desconhece, não sou aquele que por vezes convive lado a lado com você mas por omissão e simplesmente desatenção não me vez, não compartilhas comigo nada, nem mesmo teu sorriso...ou tuas lagrimas...será que existo realmente?
Não sei.
Na noite onde as estrelas brilham e bolas multicoloridas de natal enfeitam árvores e ornam caminhos repletos de luz, eu permaneço semi-ocultado, na margem que ninguém vê! Naturalmente você deve estar pensando que por vezes fazemos por merecer as coisas que vem ao encontro de nosso caminho, e isso de alguma forma é verdade,mas quem em sua vida não se equivocou? Quem não foi injusto ao menos uma vez? E nesta linha de pensamento, quem não se arrependeu vezes e vezes pelos transtornos gerados a si e a outrem ?

Então em meio a tantos pensamentos tumultuosos uma luz se fez,ainda não sei dizer de onde vinha, se era do céu, da terra ou daqueles que não me viam...luz branda que não feria os olhos e enchia de paz,por muito tempo não sentia o que senti,não fazia mais sentido isso, naquele breve instante entendi que intenções são tudo, luz feita de bons pensamentos e emoções quase puras, ainda que sejam breves como raios que iluminam a noite e somem como se nunca tivessem existido.Neste breve momento eu me senti bem, havia paz em mim e por assim dizer me permiti a vivencia do espírito de Natal.
Creio que a idéia verdadeira é mais ou menos essa, dar-se a oportunidade de ver o que não costumamos ver tanto em nós como nos outros, como diria um místico, “ as pessoas não são essencialmente más, elas são essencialmente ignorantes...”, creio que este momento sucinta elevarmos um pouco o véu de nossa obnubilidade e ver os “maus” de forma diferente, é claro que não somos capazes de fazer isso de forma imediata, mas podemos pensar aos menos..lembrar ao menos...seria como uma breve oferta a data que possui significados tantos..

Paz e luz em teu caminho.
Luis Fabiano.

Sobre Deus...

“Deus é maior do que a maior das fraquezas do ser humano. E Deus precisa transcender a grandiosidade da habilidade humana de forma incrível para ser visto em seu absoluto esplendor. Como um homem ou uma mulher podem pecar contra algo tão supremo? Como pode uma pequena unidade de carbono, na Terra... no quintal da Via Láctea, trair Deus o Todo Poderoso? É impossível. O tamanho da arrogância é o tamanho do controle daqueles que criam a imagem de Deus à sua própria imagem.”

Ramtha - Quem Somos Nós

quarta-feira, dezembro 17, 2008


“...no mundo existe um corpo de Verdade que jaz por trás de todas estas religiões, e representa os fatos da natureza até onde no presente são conhecidos pelo homem. No mundo externo, por causa de sua ignorância disso, as pessoas estão sempre disputando e questionando sobre se existe um Deus; se o homem sobrevive à morte; se lhe é possível progresso definido, e qual é sua relação para com o universo. Estas questões estão sempre presentes na mente do homem tão logo sua inteligência desperta.
Não são irrespondíveis, como freqüentemente se supõe; as respostas para elas estão ao alcance de qualquer um que faça os esforços adequados para encontrá-las. A verdade é alcançável, e as condições para seu alcance são passíveis de conquista por qualquer um que faça o esforço.”

Manual de Teosofia.

terça-feira, dezembro 16, 2008



Em vida noturna

Confesso que já fui mais boêmio, tinha um estilo de sair todos os dias da semana, mas o tempo aos poucos cada vez mais vai nos mostrando que não existe muita coisa lá fora, em alguns momentos não há nada lá fora mesmo. Logicamente que parece estranho pois fica parecendo títeres , movendo suas cordinhas animando pessoas, coisas e objetos. Mas eventualmente ainda me arrisco a sair, e logicamente é possível ver coisas muito estranhas, mas não menos divertidas.
Estes dias fomos a um bar destes de minha cidade, local conhecido de publico cativo e ambiente quase familiar e paisagem amena. Chegamos sentamo-nos e então começa um breve desfile parco e mirrado, mas só vemos as situações mais interessantes depois de a noite avançar, pois a beberagem começa gradualmente as minar mentes despreparadas ou mentes cansadas, tornando lentamente o centro da razão cada vez mais circunspecto e literalmente deixando mais “aflorados” os instintos mais básicos. Não demora.
Uma festa em que as pessoas são mais maduras (por favor não me entendam mal, não tenho nada contra a maturidade, diga-se de passagem não dou atenção a coisas que na aparência não dizem muita coisa das pessoas em si...), sim, a madrugada chega...eu vi e ninguém me contou:
Então ele apareceu do nada, com ar de conquistador, cabelos longos, camisa listrada e uma jeans, até ai tudo bem, a questão era a pose:em pé encostado em uma coluna, em um detalhe anatômico bastante sui generis, as duas mãos com os dedões enfiado nos bolsos da frente e as mãos espalmadas na frente do zíper como a colocar em evidencia o seu “poderio de fogo”!! Ele já estava justamente observando como condor, uma das mais jovens e belas da festa, em minha mente fértil o desfile dos contos de fadas, eis que a bela e fera eram evocadas, não havia bailado, era a dança dos olhos, do Sr.Condor e da anônima moça que brilhava em seu breve vestido...guerra silenciosa que claro acabou na derrota do Sr.Condor, com bela que era, acabou ganhando espaços, ou melhor a rua mesmo...
Mas logicamente tiveram outros, fiquei observando um senhor to alto de sua provecta idade, insistindo em pentear os ralos cabelos que lhe ainda sobravam em sua cabeça,fazendo o famoso penteado Careca-cabeludo, (é uma ciência quase lógica isso, o cidadão pega cabelos da parte lateral da cabeça,da parte de detrás e levanta em direção ao alto da cabeça, é claro que isso dará a impressão para ele mesmo, que ele possui muitos cabelos, e esta perfeitamente normal, nenhum fio jamais caiu de sua cabeça...), ele ficou ali horas brigando com os fiapos de cabelo.
Mas não falarei apenas do homens não gosto de ser injusto,as senhoras também apresentaram seus que não deixam de ser os nossos ridículos pessoais, lembro-me que era uma janta tropical, bem eu não sou muito tropical, porque sou avesso a muitas coisas,minha predominância carnívora e como todos sabem não existem arvores que dão picanha, costela ou mesmo cupim...mas deixemos para lá meu tolo comentário.
A cena típica , a Senhora sentou-se com sua amiga, ambas gordinhas, então serviram dois enormes pratos, sim, daqueles pratos que parecem uma nau que vai adernar, mas o prazer em estampado em seus rostos,saboreavam a cada garfada, aquilo era quase um mito.Em breve os pratos vazios tornaram a ser repletos e mais uma vez a nau quase afunda sem ancora, como era de presumir falavam pouco, bem antes tão saborosa refeição pouco há dizer...musica dos talheres...
Mas não posso me furtar...é preciso compartilhar meu ridículo pessoal:o local era para dançar, mas eu tenho dois pés esquerdos, realmente não danço nada, não tenho ginga, muito embora minha tez afro descendente, tudo bem podem achar graça...não irei mais longe que isso, deixe-me com minhas pernas de pau.

Paz luz em teu caminho.
Luis Fabiano.

segunda-feira, dezembro 15, 2008



Nem...




Nem todo lobo, é feroz...
Nem todo inocente, é puro...
Nem todos que são maus, o são de coração!
Assim como a natureza:
Nem todo dia cinza, é triste...
Nem todo raio, machuca...
E nem todo orvalho, é inofensivo...

Entre areia causticante do deserto
E um oasis de ventura.

Paz e luz em teu caminho.

Luis Fabiano.

quinta-feira, dezembro 11, 2008


Hoje A Noite Não Tem Luar
Legião Urbana
Composição: Menudo

Ela passou do meu lado
Oi, amor - eu lhe falei
Você está tão sozinha
Ela então sorriu pra mim

Foi assim que a conheci
Naquele dia junto ao mar
As ondas vinham beijar a praia
O sol brilhava de tanta emoção
Um rosto lindo como o verão
E um beijo aconteceu

Nos encontramos à noite
Passeamos por aí
E num lugar escondido
Outro beijo lhe pedi

Lua de prata no céu
O brilho das estrelas no chão
Tenho certeza que não sonhava
A noite linda continuava
E a voz tão doce que me falava
O mundo pertence a nós

E hoje a noite não tem luar
E eu estou sem ela
Já não sei onde procurar
Não sei onde ela está

Hoje a noite não tem luar
E eu estou sem ela
Já não sei onde procurar
Onde está meu amor?

Inocência quase boba, por vezes gostaria ter permanecido inocente diante de tantos acontecimentos do viver, sim ainda preservar um aspecto mais intenso sem os entraves que a dor gera em nosso observar.Renato ao cantar a inocência, diz entre sorrisos que é “cafona”,de fato ante a nossa falta de sensibilidade isso soa a emoções bregas de um mundo que não é feito assim mais.
Creio que temos sede de tais coisas bobas, brincar sem maldade, sorrir puramente pelo prazer de sorrir,e voltar aprender a olhar o luar novamente, coisas bobas, que tornam a vida algo especial...pense nisso,eventualmente seja pueril, ingênuo...faz bem.





Da série Papo de natal...

Eu vi

Ontem pela primeira vez eu vi, sempre tivera os olhos abertos mas estranhamente tudo me parecia sem muita nitidez, não sei se foram as lagrimas que converteram-se em lentes, em baças lentes...
O que vi mudou meu pensar, como mão amiga que pela primeira vez toca a face, e distende emoções...abre espaços em nossas estreitas entranhas...
Sempre gostei de pensar no infinito em contraparte de nossa finitude, na figura poética do homem tão pequeno com sonhos de tentar buscar as estrelas, tocá-las com os dedos...descobrir seus mistérios...talvez ver-se nelas.
O que nos faz ainda pensar, como vemos a nós mesmos?
Será que exploramos nosso interior com um círio que tremeluz vacilante com medo das sombras em nossos desvãos?Quem não tem tal medo?
Neste período(natal, ano novo,festas etc...) tão especifico onde entram em jogo emoções tão dispares, por um lado o profundo desejo de festejar e por outro, a amargura de muitos que se dão conta subitamente de si mesmo e como a vida transcorre. Melancólicos sinos dobram dando-nos a impressão que algo chega, algo desperta em nossa razão, em nossa emoção,um período especial onde a magia quem faz somos nós.
Aquele dia era o natal, mas Osvaldo não estava muito preocupado, não fizera preparativos e não esperava ninguém,infelizmente o natal não trazia boas recordações sempre esperara demais da vida e esta em troca nunca lhe foi por assim dizer generosa, é certo que ele também nunca fez nada de muito interessante, eram um homem sem paixão,é preciso paixão para sentir-se vivo, não refiro a vis paixões, mas estar literalmente enamorado da vida, Osvaldo estava aborrecido com a vida...
Nem mulher, filhos ou amigos chegados, acostumara-se a solidão, e talvez esse seja o mal maior, o isolamento cria defesas que terminam por afastar tanto o generoso quanto o ímpio,mas Osvaldo naquele dia queria apenas que o dia tivesse apenas doze horas e que passassem rápidos, lembranças amargas quando chicoteiam nosso intimo é a pior das punições, dor que silenciosamente dói...
O Natal passou, Osvaldo então sente novamente satisfação do que é comum, é assim.
Aprendi com o tempo que é preciso saber “matar” péssimas lembranças, deixá-las a beira da estrada como um saco de tijolos, é preciso saber abandonar, abandonar-se, creio ser este uma parte do espírito de natal, a hora de perdoar-nos mutuamente e literalmente oportunizar-se uma nova chance, sim para si mesmo primeiramente e como resultado natural de tal crescimento...como perfume que se espraia ao éter, dando mostra efetiva de nossas boas intenções.
Misteriosamente somente este período é propicio a isto, devido imagino ao profundo estigma de nossas consciências, talvez por ser o significado deste nascimento mais que uma inspiração...
Tantos “talvezes...”

Paz e luz em teu caminho.

Luis Fabiano.

quarta-feira, dezembro 10, 2008


Um axioma místico afirma:


“...o erro está condenado a imitar a verdade”.


Leadbeater.

sábado, dezembro 06, 2008



As ordens Dr.Chato...

Parece inescapável mas em algum momento da existência todos temos por breves que sejam manifestações de alguém “chato”, não precisamos no contexto de chatice pois tais especulações varam o infinito.Possivelmente o chato imite aquele outro chato no que tange a manifestação nos pelos pubianos o tal bichinho é daqueles que transtornam o local, irmão próximo de piolhos, pulgas, carrapatos e outros que só de pensar já começa a dar uma certa coceira!Mas de qualquer forma em algum momento nos caímos em tentação...
Dr.Irineu era uma figura em pessoa, baixinho, calvo e uma barriga de fazer inveja a qualquer barril de chope, sua vida tudo transcorrera com certa naturalidade e agora atingiu a idade provecta e com a maturidade e a experiência de três casamentos frustrados, mas seu coração não era para ficar solitário então encontrou no carinho de Dorací a companhia de vida novamente!
Como todo namoro inicial repleto de cerimônias, longas conversas, mas então como era esperado vem o dia que em vão passar a primeira noite juntos, uma boa conversa, carinhos e afagos prazeres naturais e o sono que advêm sempre,a te ai tudo bem tudo transcorrera tudo muito bem e todos dormiram.
Mas o que Dorací não sabia era a mania quase aviaria de Irineu, ele acordava antes das galinhas e somente não imitava um galo mas creio que fazia algo muito pior, ele lépido olhos esbugalhados e com toda a animação matinal, acordava e começava a entoar cantigas ao pé do ouvido de sua amada, coisas como:o meu amor esta dormindo mas eu não vou acordar o meu amor...tra-la-la-la, o meu amorzinho ta dormindo mas não,não,não nunca acordarei meu amor...
Naquela manhã Dorací foi acordada por este despertador de um metro e sessenta, com a surpresa do desconhecimento e claro tudo parecia tranqüilo para uma primeira vez, mas ao longo do tempo isso foi se repetindo e claro perdendo a graça, e ganhando ares desagradáveis, sim era todos os dias, a mesma musiquinha, enfadonha, cansativa...
Dorací descobrira porque os casamentos de Irineu haviam acabado, ela começava a perder a paciência e perdeu de vez, no dia seguinte quando ele começou a entoar a cantiga maldita, foi o estopim, Dorací levantou abruptamente possessa, dizendo:
-Chega, chega, chega...por favor chega...
Irineu sorriu amarelo e assustado dizendo:calma benzinho, calma...amoreco...
Mas Dorací não acalmava, já levantou pegando suas coisas dizendo que ia embora...
Irineu ainda meio gaguejando dizendo: Onde você vai Dora?
Silencio mortal....expectativa,e uma imaginação fértil e então descobre-se...responde Dorací com um ar de enfado:
-Irineu, você é um amor, mas eu vou dormir no outro quarto,e assim ficamos quando estivermos acordados...tudo certo ficamos juntos..mas vamos evitar de acordarmos juntos, para a saúde de nossa relação!
Passado o susto, Irineu pondera, e concorda, naquele dia ele entendeu o quanto era chato!!
Será que o ser humano só se dá conta quando esbarra na tragédia de si mesmo?
No quarto sozinho Irineu, não cantou mais...mas ao longe muito ao longe ouvia-se um galo cantando o amanhecer...

Paz e luz em teu caminho.

Luis Fabiano.



quinta-feira, dezembro 04, 2008


Da primeira vez...

Sim, todos fomos jovens,e em nossa breve inocência acreditávamos em castelos de nuvens, em bolhas de sabão,em pétalas que voam ao sabor do vento,nos sorrisos e nos afagos de todos...todos somos assim, eventualmente movidos por ilusões, como a expectativa de um rosto velado.
Por vezes entendo o fascínio das pessoas pelas ilusões, porque elas nos dão o alento embriagador para a vida seja um mar de rosas, embora todos saibamos que nada disso é assim, tudo é mais ou menos como deveria ser.Mas se por um lado a primeira impressão é a que fica, por outro é que nem sempre ela é verdadeira, muitas vezes falsa, com a experiência da vida vamos fazendo opções e passando pro processos de aprendizado que de alguma forma vão lacerando nossas emoções, vão enrijecendo nosso pensar, e vão criando uma serie de mecanismos de defesa o qual de alguma forma impõe um pouco de perda com a realidade.
Ficamos preso as teias que nos mesmos tecemos em nossa intimidade.
Falo agora como a maioria de nós gostaria de ser, que acontecesse, sim gostaríamos de acertar de primeira, seja o que fosse, nosso almejar, mas ai eu questiono, poderá a semente um dar sementes se não sofrer, as intempéries, os ventos, o frio, a sede e abundancia?
Como ser sem ser?
Como fazer com que nosso olhos vejam com inocência ainda que a madureza de nossa vivencia nos faça lembrar amargas experiências?Parece uma colocação Zen, mas pode o que é velho olhar a vida com os olhos de um recém nascido?
Não sei se é possível. Ao longo da vida vamos mudando e dando espaços ao que antes não existia e isso é uma forma de paz e buscar a harmonia, que possamos ao longo deste viver conservar algo de nossa inocência, ou por assim dizer resgatá-las num desejo mais sublime, mais profundo...

Paz e luz em teu caminho.
Fabiano.

terça-feira, dezembro 02, 2008

Ao que teme...

Floresta negra, caminhas a passo lento em espreita, grave silencio cerimonial que faço, se não sei onde o perigo se esconde? Que se pensa ante o forte pulsar da batidas do coração?A mente não define traços, e teme sombras e dificilmente percebes a verdade, movido por pulsares...tudo são batidas...tudo é apreensão.
Cedo ou tarde da floresta vem o ataque, fera sempre desconhecida mas de dor certa, garras, dentes, laminas da alma,de tua coragem arma em punho de si,de tua força determinação, se a carne é lacerada fase com que tua mente jamais o seja, e ante o pulsar da batalha seja tua paixão pela vida tua força..
Paixão, combinação de um coração que pulsa e uma mente afiada...assim chega-se lá, em calma quase em prece, cerimônia de si mesmo, mas dificilmente assim agimos, deixamos nos levar como um fiel de balança, eterna guerra em si de mente ou emoção...
Talvez nosso maior medo seja a floresta negra que trazemos em nós, sim, nossos vãos desconhecidos, repletos de sombras, medos, anseios, decepções, arrependimentos, de causas humanas e humanas causas.
Eis o que tememos verdadeiramente, o que habita em nós e não sabemos onde.

Ao que permanece oculto em ti.
Paz e luz em teu caminho.

Luis Fabiano.

"Mas eu desconfio que a única pessoa livre, realmente livre, é a que não tem medo do ridículo."

Luis Fernando Veríssimo.