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terça-feira, dezembro 16, 2008



Em vida noturna

Confesso que já fui mais boêmio, tinha um estilo de sair todos os dias da semana, mas o tempo aos poucos cada vez mais vai nos mostrando que não existe muita coisa lá fora, em alguns momentos não há nada lá fora mesmo. Logicamente que parece estranho pois fica parecendo títeres , movendo suas cordinhas animando pessoas, coisas e objetos. Mas eventualmente ainda me arrisco a sair, e logicamente é possível ver coisas muito estranhas, mas não menos divertidas.
Estes dias fomos a um bar destes de minha cidade, local conhecido de publico cativo e ambiente quase familiar e paisagem amena. Chegamos sentamo-nos e então começa um breve desfile parco e mirrado, mas só vemos as situações mais interessantes depois de a noite avançar, pois a beberagem começa gradualmente as minar mentes despreparadas ou mentes cansadas, tornando lentamente o centro da razão cada vez mais circunspecto e literalmente deixando mais “aflorados” os instintos mais básicos. Não demora.
Uma festa em que as pessoas são mais maduras (por favor não me entendam mal, não tenho nada contra a maturidade, diga-se de passagem não dou atenção a coisas que na aparência não dizem muita coisa das pessoas em si...), sim, a madrugada chega...eu vi e ninguém me contou:
Então ele apareceu do nada, com ar de conquistador, cabelos longos, camisa listrada e uma jeans, até ai tudo bem, a questão era a pose:em pé encostado em uma coluna, em um detalhe anatômico bastante sui generis, as duas mãos com os dedões enfiado nos bolsos da frente e as mãos espalmadas na frente do zíper como a colocar em evidencia o seu “poderio de fogo”!! Ele já estava justamente observando como condor, uma das mais jovens e belas da festa, em minha mente fértil o desfile dos contos de fadas, eis que a bela e fera eram evocadas, não havia bailado, era a dança dos olhos, do Sr.Condor e da anônima moça que brilhava em seu breve vestido...guerra silenciosa que claro acabou na derrota do Sr.Condor, com bela que era, acabou ganhando espaços, ou melhor a rua mesmo...
Mas logicamente tiveram outros, fiquei observando um senhor to alto de sua provecta idade, insistindo em pentear os ralos cabelos que lhe ainda sobravam em sua cabeça,fazendo o famoso penteado Careca-cabeludo, (é uma ciência quase lógica isso, o cidadão pega cabelos da parte lateral da cabeça,da parte de detrás e levanta em direção ao alto da cabeça, é claro que isso dará a impressão para ele mesmo, que ele possui muitos cabelos, e esta perfeitamente normal, nenhum fio jamais caiu de sua cabeça...), ele ficou ali horas brigando com os fiapos de cabelo.
Mas não falarei apenas do homens não gosto de ser injusto,as senhoras também apresentaram seus que não deixam de ser os nossos ridículos pessoais, lembro-me que era uma janta tropical, bem eu não sou muito tropical, porque sou avesso a muitas coisas,minha predominância carnívora e como todos sabem não existem arvores que dão picanha, costela ou mesmo cupim...mas deixemos para lá meu tolo comentário.
A cena típica , a Senhora sentou-se com sua amiga, ambas gordinhas, então serviram dois enormes pratos, sim, daqueles pratos que parecem uma nau que vai adernar, mas o prazer em estampado em seus rostos,saboreavam a cada garfada, aquilo era quase um mito.Em breve os pratos vazios tornaram a ser repletos e mais uma vez a nau quase afunda sem ancora, como era de presumir falavam pouco, bem antes tão saborosa refeição pouco há dizer...musica dos talheres...
Mas não posso me furtar...é preciso compartilhar meu ridículo pessoal:o local era para dançar, mas eu tenho dois pés esquerdos, realmente não danço nada, não tenho ginga, muito embora minha tez afro descendente, tudo bem podem achar graça...não irei mais longe que isso, deixe-me com minhas pernas de pau.

Paz luz em teu caminho.
Luis Fabiano.

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