Pesquisar este blog

quinta-feira, setembro 28, 2006

Eleições e depois?

Aproxima-se a hora do pleito, onde todos temos (a grande maioria de nós pelo menos) a ilusão que vamos “mudar” alguma coisa, onde tem-se a impressão que os “maus” vão cair para que o “bem” triunfe e assim venham nos salvar, tirar-nos das misérias desta vida, encher nossos bolsos de dinheiro, nos presentear com um emprego maravilhoso, matar nossa fome, e acabar com os problemas da saúde e da violência galopante.No dia seguinte ao pleito o mundo será outro, mal terá fim, e viveremos um “iluminismo” fora de época, estaremos salvos enfim, o povo todo vai viver um carnaval que não acabará nunca, núpcias com os novos governantes, pelo menos até as próximas eleições onde então novos candidatos surgem, estes mesmos que agora eleitos serão novas “fadas más”. Não culpo eles, não culpo os candidatos, eles estão fazendo o papel a que se designaram, ou seja, serem atores principais do jogo da ilusão,os verdadeiros culpados somos nós, os eleitores e não pela eleição em si, mas pela capacidade e auto-iludir-se imaginando que política e políticos que saem do meio do povo, possam ser diferentes deste povo que os gerou, censuramos os corruptos não pela corrupção mas por não participarmos dela, por nada ganharmos com isso, então essa é a nossa indignação!Você ainda acha algo irá mudar? Pensas assim? És tão corrupto quanto eles ou pior, tua corrupção é em casa quando não respeitas os direitos das pessoas, no trabalho quando não fazes exatamente o que deverias estar fazendo, na rua quando não nos importamos com as pessoas sem condições mínimas de vida, no transito quando achamos que outros estão errados tomar nossa frente, corruptos e corruptores. Queremos apenas um bode expiatório, para justificar nossa deficiência ,nossa insânia, como podemos falar dos políticos que estão no cenário próprio para isto, para aqueles que conhecem o ambiente político das instituições políticas...
Nada é como deveria ser, a aparente ordem que existe nas instituições sociais funcionam precariamente, sabem porque? Por que elas não foram feitas para funcionar, são apenas uma parca tentativa de ordenar o caos em que vivemos, e em segundo nada deve funcionar perfeitamente porque isto acabaria com os eleitores, tornaria as pessoas conscientes de sua própria culpa ante o mundo que aí está, e a eleição é a capacidade de iludir terminaria, viveríamos de bom-senso como deveria ser...
Isto leva-nos ao vazio, vote em quem você achar melhor que corresponda as tuas propriedades de personalidade, ou seja lá o motivo egoístico que você alega, mas não tenha expectativas, não fique ansioso e nem perca o sono por isto, porque a mudança não vem daí, se essencialmente somos os mesmos, é claro que tudo que esteja no exterior será o mesmo também, não existe mágica. Como diria Krishnamurti “...agora experimente transformar-se para ver o quanto tudo muda...”
Não há como maquiar o ego, suas expressões doentias vazam pelos poros, suando ante a realidade.
Boas eleições.

Fabiano.

segunda-feira, setembro 25, 2006

Certo

As coisas não dão certo.
Nunca deram certo.
Não foram feitas para dar certo.
Nós é que temos a ambição do alinhamento e da simetria.
E até inventamos deuses perfeitos, construídos à imagem e semelhança do que sonhamos.
As coisas não dão certo. Nós é que cerzimos o pano, obturamos o dente, remendamos a fronteira no mapa e inauguramos na estátua de chumbo um simulacro de ave.
Queremos crer que as coisas dão certo, que as coisas agora estão dando certo e - se Deus quiser –sempre darão.

Carlos Machado

Pílula Dourada...

"O problema por conseguinte, é este : para que o homem possa transformar-se radicalmente, fundamentalmente, torna-se necessária uma mutação nas próprias células cerebrais de sua mente. Dizem-nos que devemos mudar, que devemos agir, que devemos transformar nossa mente, nosso coração, tornar-nos uma coisa totalmente diferente. Isso vem sendo pregado há milhares de anos por homens muito sérios, muito ardorosos, e também por charlatães interessados em explorar o povo. Mas, agora, chegamos ao ponto em que não há mais tempo a perder. Compreendei isto por favor. Não dispomos de tempo para efetuar gradualmente tal transformação. Os intelectuais de todo o mundo estão reconhecendo que o homem se acha à beira de um abismo, na iminência de destruir a si próprio. Nem religiões, nem deuses, nem salvadores, nem mestres, nem as lenga-lengas dos gurus, poderão impedi-los . Dizem os intelectuais ser necessário inventar uma nova droga, uma 'pílula dourada' capaz de produzir uma completa transformação química; e os cientistas provavelmente descobrirão esta droga. Não sei se estais bem a par dessas coisas. Ora conquanto o organismo físico seja um produto bioquímico, pode uma droga, uma superdroga fazer-vos amar, tornar-vos bondosos, generosos, delicados, não violentos? Não o creio; nenhum preparado químico pode fazer os homens amarem-se uns aos outros. O amor não é um produto do pensamento; também não é cultivável, como a flor que cultivamos em nosso jardim. O amor não pode ser comprado numa drogaria, e o amor é a única coisa que poderá salvar o homem - e não os artifícios das religiões, nem seus ritos, nem todos os exércitos do mundo. Podemos fugir, assistindo a concertos, visitando museus, entregando-nos a divertimentos de toda ordem - debalde! - porque o homem se acha hoje em dia em presença de um tremendo problema: se tem a possibilidade de transformar-se radicalmente, de efetuar uma total mutação de sua consciência, não amanhã, nem daqui a alguns anos, mas agora! Eis o problema principal: se o homem, em qualquer país que viva, com todas as suas belezas naturais, é capaz de operar uma mutação radical em seu interior, imediatamente. E não podeis resolvê-lo com vossas crenças, vossas ideologias, vossos deuses, salvadores, sacerdotes e rituais. Essas coisas já não tem o menor significado."

Krishnamurti, pensamentos esparsos...

quinta-feira, setembro 21, 2006

Fragilidades...

De uma maneira muito normal e comum, tudo é simples na vida, o complexidade advém de nossa profunda ignorância vivencial, não me refiro aqui amigos a falta de conhecimentos, obter-se conhecimento hoje em dia é algo muito fácil, bastando apenas vontade e algum interesse, me refiro a falta de habilidade em tratar com problemas, seja doença, morte, perda,derrota e felicidade, por incrível que pareça não somos saudáveis nem na felicidade. Tudo é simples, mas nossa falta de destreza é que é complexa. Porque isso?Simples, temos um gosto pervertido em complicar tudo.Pois na nossa falta de jeito achamos que complicando um pouco mais resolvemos mais amplamente tudo, auto-engano profundo.Sempre que implica em abrirmos mão não de coisas, mas de emoções, valores, aceitar e entre tantas simplesmente relevar, nesta situação o bixo pega.
Saiba amigo e irmão, que tudo passa muito rápido na vida, e que de um segundo para outro nossa vida se altera completamente, para melhor ou pior, entender esta fragilidade e agir com sabedoria, procurando ser o mais tranqüilo e simples possível, saber o momento de abrir mão e aplicar a justiça na coerência de uma vida iluminada pelo auto-conhecimento, simples.Coisas difíceis de aplicar, sempre é o que pensamos...onde esta a nossa capacidade de ver nas entrelinhas da vida?Será que uma supernova surge de um dia para outro?Ao seu tempo, com calma no calor de um crescimento lento, e seu brilho é ofuscante.
Mas talvez eu esteja exigindo demais. Abrir mão de si mesmo para viver melhor, quem está preparado para isso?É. Bom mesmo é este mundo como está, pois viva as catedrais feitas de egocentrismo, viva os monumentos erguidos a vaidade, salve os palácios feitos orgulho bestial e exclusivista. Seja. Gostamos deste mundo assim, contando que eu esteja bem.É eu estou louco, mas ouço e enxergo muito bem, me internem por favor,agora? Deixem que eu viva com os lunáticos que acreditam que tudo pode ser diferente, ainda que isto represente uma patologia.
Desculpe o mal jeito, mas como num mundo de mutilados de sentidos, o mais que podemos fazer e dar uns empurrões daqui e dali...
Uma supernova para todos.

terça-feira, setembro 19, 2006

INCONVENCIONALIDADES...

Paw Nokoko estava nos seus últimos momentos de vida,
Quando Zan, o crocodilo vegetariano e taoísta,
Perguntou-lhe, por que, então toda sua vida de mestre,
Só teve um discípulo?
-Por que a bunda só tem um cú!
E morreu rindo.

O Zen usa o choque para que você saia da mente. O absurdo como o choque intelectual, o golpe com o bastão como choque físico e intelectual, o grito como choque auditivo...Todos causam uma surpresa tão grande que a mente pára por algum tempo.Se você estiver alertam e observando-a, poderá ter o sabor da não-mente.
Em primeiro lugar surge a questão das palavras, “indecorosas” Todas surgiram em função da negação do corpo e suas funções matérias. Principalmente, aquelas situadas na”parte inferior” do corpo, distantes da cabeça... A “cabeça” é o “chefe”, é superior (ela própria se auto-classificou assim...).Na parte inferior estão as vísceras, as funções excretoras, o sexo, que não são coisas abstratas .Ao contrário, são indispensáveis à vida. Nenhuma célula viva pode prescindir dessas funções – todavia, pensar não é necessário para uma ameba...(isto não quer dizer que pensar não seja importante para o ser humano).
Essa proximidade de funções na parte inferior do corpo propiciou a identificação do sexo reprimido como coisa suja, nojenta...”Entre fezes e urina, nascemos, já disse um santo cristão.Este repudio impregna toda a cultura humana “civilizada”.
Em segundo lugar, a palavra não é real. É apenas um som com significado criado pela mente. Um código utilizado pelo cérebro. Numa língua, um mesmo som pode ter significados opostos; em diferentes línguas sons similares tem significados diferentes, e sons diferentes tem o mesmo significado. A coisa real sempre é a mesma, mas a palavra difere. Tudo é convencional.
O trabalho do mestre e destruir o convencional, o falso, o provisório, e coloca-lo, puro e virginal, diante da verdade, do Eterno. Sem preconceitos de nenhuma espécie.
Paw Nokoko, de uma maneira não convencional, o fala sobre seu discipulado. De uma maneira irreverente, brincalhona, mostra a profunda intimidade entre o discípulo e o mestre. A relação entre ambos é única, indivisível. Ele poderia ter dito:não há mestre sem discípulo, não há discípulo sem mestre, e os dois são um.Mas, dentro do espírito Zen, usou uma imagem proibida dentro dos”cânones religiosos”.

Prashanto.

sexta-feira, setembro 15, 2006

Na corda bamba.

O conceito de saúde é ainda defasado entre as pessoas, que sempre o consideram falta de doenças instaladas no organismo ou de transtornos emocionais e mentais estabelecidos e classificados. Não poucas vezes, experimentando-se fenômenos de instabilidade interior, de insegurança pessoal ou aflições, sem aparentes causas que os justifiquem, não se dão conta do significado desses distúrbios que merecem cuidadosa análise e avaliação, a fim de serem modificados nas suas estruturas fixadas na personalidade.
A complexidade do mecanismo psicológico vem sendo pouco a pouco, penetrada, graças ao que se torna factível auxilia-lo na solução de conflitos que acompanham em forma arquetípica ancestral ou herança espiritual que necessitam ser transmutados em luz. Neste processo evolutivo, os alicerces do inconsciente vão-se modificando, enquanto novos contributos são oferecidos, a fim de que possam construir as possibilidades ainda não logradas através do tempo, dos esforços da mente orientada para o bem-estar, o equilíbrio, a saúde real.
Heranças primevas, alguns fantasmas emocionais ocossam-lhe a consciência, produzindo a inquietação que trabalha contra a sua harmonia psicofísica, aturdido-o e dificultando-lhe fruir galhardamente as infinitas possibilidades de alegria e de paz que se encontram a disposição.
Nesta ocorrência surgem estados de aflição, tais a insegurança pessoal, que se converte em timidez ou dela provem, em ansiedade ou medo, que a podem também desencadear, afastando-o dos relacionamentos compensadores e das atividades que promovem a estágios mais avançados e nobres da vida social.
Esse receio lógico, que se fundamenta no desejo de se conseguir vencer e não se encontra equipado com os recursos hábeis, constitui um fenômeno emocional perfeitamente compreensível. No entanto a pertinaz incerteza quanto ás possibilidades existentes para a luta, acompanhada pelo autodepreciamento, acreditando-se sem oportunidades de desenvolver novos valores, ao lado do sentimento de inferioridade, são manifestações de conflito que devem ser enfrentadas com decisão, mesmo que se experimentando angústia nas primeiras tentativas.

Joana de Angelis – Triunfo Pessoal.

ZEN

Bhagwan,
Joshu, o mestre Zen, perguntou a um monge novo no mosteiro:
Já o viu antes?
O novo monge replicou:
Não, senhor.
Joshu disse:
Então, tome uma xícara de chá.

Joshu virou-se, então, para outro monge:
Já o vi antes aqui?
O segundo monge respondeu:
Sim, senhor, é claro que já.
Joshu disse:
Então, tome uma xícara de chá.

As coisas simples são as mais difíceis de serem entendidas.
Sempre é assim.
Quando você diz que amarelo é amarelo, não está definido;
Está simplesmente repetindo a mesma coisa.
É uma tautologia

G.E.Moore
Uma das mentes mais penetrantes deste século, escreveu um livro, Princípios da Ética, o livro todo é um esforço em todos os sentidos para definir o bem, ao fim de trezentas paginas , chega-se a conclusão que o bem é indefinível!
O bem não pode ser definido.
É uma qualidade muito simples.
Quando algo é complexo, há muitas coisas nele;

Você pode definir uma coisa através de outra que também está presente.
Você e eu estamos em um quarto, e você me pergunta: Quem é você? – Posso no mínimo dizer, que eu não sou você. Isto é uma indicação.
Mas se estou sozinho no quarto, e me pergunto quem sou eu? A pergunta ecoa, mas não há resposta.
Como definir?

Então como Definir Deus? Para defini-lo, foi criado o Demônio.
Deus não é o Demônio, isto pode ser dito, ou não.
Pois se Deus é Senhor e absoluto, ele há de estar no Diabo e no mal também.
Se assim não for, de onde vem este mal?De outra fonte alem de Deus?Então, o mal nunca poderá ser destruído, pois ele tem sua fonte própria.
Os santos precisam de pecadores; do contrário não existiriam.

O reitor do Mosteiro ficou intrigado; para duas pessoas diferentes,
Que respondem de maneira diferente, são necessárias duas respostas diferentes.
Mas Joshu respondeu do mesmo jeito, tanto ao estranho, como ao amigo.
Não fez nenhuma distinção. Não disse:
Você é um estranho.
Bem vindo!Tome uma xícara de chá.
Familiaridade cria o tédio.


Rajneesh - Raízes e Asas

Servir a dois Senhores ao mesmo tempo?


Não podemos servir a dois senhores ao mesmo tempo, dizia o Mestre da Palestina, pois afinal um mata a propriedade do outro, talvez nem tanto razão nem tanto emoção mas a equânime e dificílima capacidade de equilibrar ambas, razão sem emoção é patologia , emoção sem razão é uma briga de cegos em uma sala escura, daí talvez Jesus afirmar isto, não se pode ser meio-honesto, meio-corajoso, meio-doente ou ainda meio-grávida!! Enquanto somos meio algo, em nada somos integrais.
De minha parte, em assuntos de emoção a razão deve ficar como uma serpente pronta para o bote, em assuntos de razão a emoção deve ficar como um escudo que tranquilamente abraça e protege, ao seu tempo e tudo fica organizado.
Porem, na sutileza de nossa negociação psicológica, contextualizando o meio de ser ou o ser pela metade que em modo geral de conformidade agimos, o resultado é meias decisões , com a metade dos resultado e a metade de tudo mais. Ser integro e ter personalidade é algo que raro, preferimos o fácil, e nunca a estrada do desafio pois os mecanismos do medo conspiram nos insuflando a covardia perene e rasteira.
Então seja, façamos a caminho mais fácil, de não preocupações e não nos faça crescer.Sejamos comuns e sonolentos e sonhemos também, vivamos dos devaneios ou do cenário que enche o olhar e esmurra o coração.Porem não reclamemos, o mundo assim está por culpa de todos nós , que será preciso para nos acordar? Dorme , Dorme bebe que a cuca vem pegar...

Fabiano.

terça-feira, setembro 12, 2006

Níveis de entendimento

Certa vez uma amigo meu chamado Eduardo( Quatro era o apelido que era conhecido) Quatro me disse:
-Fabiano nós todos poderíamos ler o mesmo livro a vida inteira, que alcançaríamos o conhecimento absoluto. Bem isto foi há 19 anos, confesso que ri pela minha profunda ignorância, e minha obtusidade de conhecimento já que naquela época eu lia três ou mais livros ao mesmo tempo, mas Quatro é um cara muito inteligente sabia o que dizia, aliás, sempre disse coisas diferentes a que poucas pessoas o entendiam inclusive sua mãe que achava Quatro meio estranho, no geral é assim tudo aquilo que não temos capacidade de entender é “meio estranho”.
O tempo passa e alguns de nós amadurecemos, evoluímos talvez um pouco, e a capacidade de entender já vai alem de usar um osso como arma, e talvez hoje as palavras de Quatro fazem algum sentido, o que está implícito é o nível o qual nós podemos entender uma ou qualquer verdade! Não deixa de ser uma espécie de cegueira ,entendemos de modo geral sempre tudo por uma angulação primitiva raros possuem a sofisticação de um pensamento sutil e inteligente, é algo cada vez mais raro pois tudo trabalha para manter a todos cativos do básico, brutal e primitivo. A arte das entre linhas, entender mais e mais profundamente a tudo a si mesmo aos outros e ao mundo.
Então quando você estiver defronte a qualquer coisa, pessoa ou fato, que entenda superficialmente antes que sua ignorância fale mais algo, pense, o que eu não estou entendendo?
De fato podemos ler um livro a vida inteira, qualquer livro ou simplesmente olhar a vida a natureza de forma contemplativa e o conhecimento será obtido.
Mas hoje gostamos da descartável cultura, de tudo aquilo que não nos faça pensar muito, que dure três minutos e seja rápido.
Se você for capaz liberte-se .

Boa semana.

Fabiano.

Auto-conhecimento

A primeira necessidade para obter-se
conhecimento é tornar-se profundamente
consciente da ignorância; sentir com cada fibra do coração que se é
incessantemente auto-iludido.O segundo requisito é a convicção ainda
mais profunda de que tal conhecimento —
tal conhecimento intuitivo e certo — pode
ser obtido com esforço. O terceiro e mais importante é uma
indomável determinação de obter e
confrontar este conhecimento. Este auto-conhecimento não é obtido pelo
que o homem usualmente chama de "auto-análise".
Não é alcançado pelo raciocínio ou qualquer processo mental;
pois é o despertar para a
consciência da natureza Divina do homem.Obter tal conhecimento é um
feito maior do que domina
os elementos ou conhecer
o futuro.
Madame Blavatsky
[Lúcifer, vol. I, no 2, outubro, 1887, p. 89]

sexta-feira, setembro 08, 2006

Mateuzinho


Era de todo impossível, o clima na casa de Mateuzinho, sempre havia brigas desentendimentos e discussões, e não pense que eram nobres os motivos, aliás discutir através daquela logorréia desmesurada é sempre algo muito ignorante, pois não há busca da verdade e sim altercações de egos que no fritar dos ovos, nada. Mas Mateuzinho era um cara impaciente, bastava uma palavra que não lhe soasse bem, e tinha inicio a hecatombe mundial, as pessoas são assim basta arranhar um mínimo que seja a sua auto-imagem e pronto o demônio se solta.
A sua esposa Gardênia falava muito, entupia-lhe os ouvidos de asneiras, coisas fúteis, destas coisas que a maioria pessoas se ocupam, ela era obesa, troco taurino um boca rasgada que mais parecia uma metralhadora...e as reclamações? Com uma voz aguda dizia : Mateuzinho quando vamos ter uma dessas televisões de “prasma”?! É plasma retrucava Mateuzinho, agora bravo: Bem, quando você ganhar na loteria.Além do mais uma tevê de plasma para você assistir a novela das 9?Aula de cultura.
E aí ladainha começava, fútil e sem graça, todos os dias a mesma coisa, quem não cansa? As mesmas reclamações, o teclar na mesma tecla, a mesma nota musical, surdez afinal. Quando agimos assim com as coisas importantes ou não, passamos a não vê-las mais, não ouvi-las mais morremos para elas.
Absortos pelo inconsciente, navegamos, calejados pela repetição algumas emoções e outros sentimentos fenecem e perdemos a coisa mais importante da vida, o momento. Optamos pela morte.
Podem parecer palavras de um lunático, mas a vida e toda importante com dinheiro, sem dinheiro, só ou acompanhado, são ou mesmo doente.
Num momento de raiva e Mateuzinho, exausto abriu a porta de casa queria fugir, sumir, desaparecer no nada. Mas deu-se conta de algo ao abrir a porta, não havia nada lá fora.Era preciso abrir a porta de seu coração, a percepção de sua mente e saber interpretar e re-interpretar a vida. Existem péssimos interpretes, a estes sempre falta algo, sempre o cenário tem algum problema, o ator coadjuvante não corresponde e nunca a falha está em si.
Interpretar a vida é preciso, pois amigos nada há lá fora. Sentimentos e pensamentos eis nosso cenário e há muito trabalho a ser feito.
Grande fraternal abraço e um final se semana com muita paz.


Fabiano.

segunda-feira, setembro 04, 2006

Cabeça na terra...

Um avestruz perdeu-se no bosque Chow Chow Tha(significa:”úmido e quente”).
De repente, viu-se diante de um enorme leão faminto.Cheio de medo procurou enfiar a cabeça no chão, mas ele era de terra dura e seca.
Apavorado procurou outro lugar e viu algo que pareceu um buraco no tronco de uma árvore.
Rápido, enfiou a cabeça lá - era a goela de outro leão.
Ambos morrem sufocados.

Sempre que você condena alguma coisa em si, rejeita,luta contra ela, toda sua atenção, consciente ou não, ficará voltada para lá.
Esta é uma lei psicológica.
Quanto maior o esforço, maior será atração.Não importa se o esforço é a favor ou contra – o centro da atração é o mesmo.Se você é favorável, procura atingi-lo; se é contrário, procura evita-lo.Sua energia gira em torno daquilo.
O exemplo mais claro desta lei é a moralidade.Todas as religiões tem mandamentos proibitivos de uma série de atitudes. Criaram o paraíso como recompensa e o inferno como castigo.
Mas, a única coisa obtida é a hipocrisia, que consiste em aparentar o que você não é.
O sexo é condenado - toda a nossa civilização está impregnada pela fome sexual insatisfeita, pervertida.
A raiva expressa é condenada - transforma-se no ódio oculto, manifestado sob diferentes formas:em 3 mil anos de civilização houve cerca de 5 mil guerras( a maioria delas religiosas!);destruição ecológica do planeta;crimes de toda ordem;atentados terroristas; o prazer em caluniar, difamar...Uma aura negra de ódio envolve a Terra.De nada adiantam as promessas e os castigos religiosos...
Você procura ocultar-se de si mesmo, enfiando a cabeça na areias da hipocrisia, das racionalizações mentais.Se isto é impossível, surge um medo tão grande que sua capacidade de ver a realidade é perturbada, e você pratica, de uma forma ou de outra, o que procura evitar.Daí advém a culpa, que é pior que a hipocrisia, pois é o alimento dela.

Boa semana a todas e paz em nossos corações.

Historias Zen-Taoistas.