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sexta-feira, dezembro 19, 2008



Teia do Emaranhado...

Amanhecia mais um dia em capital ignorada, uma e todas são como são, movimento e vida fervilhante, agitação e o normal muitas vidas e muitas coisas em comum, como diz o axioma Hermético “assim como é acima, assim é abaixo”, a famosa história do macro inserido no micro e coisas deste significado...
Assim nasceu Marcilio, em lugar pobre com condições limitadas, mas um rapaz bom e honesto e de certa forma feliz, ele cresce, estuda e consegue a duras penas terminar o colegial, quando conhece Suzana a qual se apaixona e passa freqüentar sua casa quando o inevitável acontece, ela engravida, Marcilio agora não pode pensar em fazer uma universidade pois a criança irá nascer e a responsabilidade também é sua,a família da aquela prensa normal, Suzana não esta nem feliz e nem triste, o filho era um problema que dividiram para o resto da vida. Marcilio sai para procurar emprego e acha,balconista em uma loja de autopeças, ele aprende o serviço e se torna um ótimo balconista enquanto a barriga de Suzana aumenta e com esta barriga estranhamente a distancia entre eles também, por fim a criança nasce embora ambos tenham famílias eles ainda não tinham sua casa própria, se unem na condição possível ou impossível.
Quando Marcilio toca a na criança pela primeira vez, sente uma emoção diferente que nunca havia sentindo, aquele pequeno ser em seus braços que iria precisar de tudo e principalmente de seu carinho, sua mente esta em turbilhão, nada daquilo havia sido planejado em sua vida, mas aconteceu e agora ele estava ali, tinha menos de vinte anos, tinha mulher, filho e uma nova família que iria começar, um emprego mediano e uma faculdade que tornara-se um sonho.
Pensava o que mais viria em seu futuro.
Mas como era correto no que sentia e queria,a responsabilidade falava mais alto seu coração o tempo passa rápido demais, ele tivera outros empregos e num piscar de olhos estava com quarenta anos, filhos crescidos, e a família consolidada coisas que ficaram para trás tentava esquecer, sim sonhos que a realidade terminou por devorar. Um dia Marcilio adoece e colocado para fora do serviço por estar com quarenta anos num mundo que é competitivo onde os jovem são mão de obra mais barata e em abundancia como concorrer com isso? Pensava perplexo onde ficava a experiência de um profissional? Não entendia, e novamente Marcilio procurava emprego,ainda tinha mulher e filhos e ainda mais o desafio de enfrentar a competitividade, a idade, e o pouco tempo de antes a grana acabar? Pressão de Marcilio não ia bem, eventualmente sentia as tais palpitações, médicos já havia cogitado em aposentadoria por invalidez pois seu coração fraco, ainda mais com ingredientes que ele fazia uso, cigarros e bebida para tornar a vida pouco mais interessante e sentir-se melhor.
Aos quarenta e dois anos Marcilio estava aposentado e sentindo-se um inútil,ainda tinha filhos e mulher e mais o tédio que lhe invadia a vida de maneira irremediável, os sonhos como fantasmas ainda habitavam sua mente e havia uma disputa com consigo mesmo,s e conseguiria sobreviver depois de tanto tempo e um coração fraco ?
Pensava em na fragilidade do destino e como por vezes ficamos cativos de nossos princípios, não que princípios fossem coisas ruins, ainda sim precisam de bom senso,não se culpava apenas pensava, por vezes é importante pensar em sentimentos, é bom ter-se uma boa imagem deles.
Pensava, que nós que não conhecemos o Marcilio temos haver com sua historia?Sei a que a maioria de nos pensa que nada, Marcilio é mais um entre muitos engolidos por acontecimentos que quando menos esperamos seja por nossa culpa possível, porque todos estamos vivendo nossas vidas e ignorando muito as coisas a nossa volta, ignoramos as pessoas desconhecidas, ignoramos o planeta e estamos nos lixando para natureza, bem uma coisa é certa com tudo isso, só é possível fazer uma humanidade diferente quando começarmos a nos importar um com os outros, quando o desconhecido que precisa de ajuda tiver nossa atenção(não estou dizendo que sejamos tolos ou inocentes, apenas que abramos um pouco mais o coração...)quando começarmos a olhar o planeta como nossa casa realmente e dentro do possível pararmos de agredi-lo, sim, pode parecer estranho mas estamos todos emaranhados, um ato nosso seja qual for sempre repercute no todo, um ato coletivo repertute na coletividade, fios invisíveis nos ligam, sejam feitos de afetos e massa de pensamentos que em vem a converter-se em realidade, estamos todos em um teia.
Teia do emaranhado...
Somos um pouco de Marcilio...um pouco de João, um pouco de Maria.
Pense um pouco nisso.

Carinhosamente.
Luis Fabiano.

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