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quinta-feira, dezembro 11, 2008



Da série Papo de natal...

Eu vi

Ontem pela primeira vez eu vi, sempre tivera os olhos abertos mas estranhamente tudo me parecia sem muita nitidez, não sei se foram as lagrimas que converteram-se em lentes, em baças lentes...
O que vi mudou meu pensar, como mão amiga que pela primeira vez toca a face, e distende emoções...abre espaços em nossas estreitas entranhas...
Sempre gostei de pensar no infinito em contraparte de nossa finitude, na figura poética do homem tão pequeno com sonhos de tentar buscar as estrelas, tocá-las com os dedos...descobrir seus mistérios...talvez ver-se nelas.
O que nos faz ainda pensar, como vemos a nós mesmos?
Será que exploramos nosso interior com um círio que tremeluz vacilante com medo das sombras em nossos desvãos?Quem não tem tal medo?
Neste período(natal, ano novo,festas etc...) tão especifico onde entram em jogo emoções tão dispares, por um lado o profundo desejo de festejar e por outro, a amargura de muitos que se dão conta subitamente de si mesmo e como a vida transcorre. Melancólicos sinos dobram dando-nos a impressão que algo chega, algo desperta em nossa razão, em nossa emoção,um período especial onde a magia quem faz somos nós.
Aquele dia era o natal, mas Osvaldo não estava muito preocupado, não fizera preparativos e não esperava ninguém,infelizmente o natal não trazia boas recordações sempre esperara demais da vida e esta em troca nunca lhe foi por assim dizer generosa, é certo que ele também nunca fez nada de muito interessante, eram um homem sem paixão,é preciso paixão para sentir-se vivo, não refiro a vis paixões, mas estar literalmente enamorado da vida, Osvaldo estava aborrecido com a vida...
Nem mulher, filhos ou amigos chegados, acostumara-se a solidão, e talvez esse seja o mal maior, o isolamento cria defesas que terminam por afastar tanto o generoso quanto o ímpio,mas Osvaldo naquele dia queria apenas que o dia tivesse apenas doze horas e que passassem rápidos, lembranças amargas quando chicoteiam nosso intimo é a pior das punições, dor que silenciosamente dói...
O Natal passou, Osvaldo então sente novamente satisfação do que é comum, é assim.
Aprendi com o tempo que é preciso saber “matar” péssimas lembranças, deixá-las a beira da estrada como um saco de tijolos, é preciso saber abandonar, abandonar-se, creio ser este uma parte do espírito de natal, a hora de perdoar-nos mutuamente e literalmente oportunizar-se uma nova chance, sim para si mesmo primeiramente e como resultado natural de tal crescimento...como perfume que se espraia ao éter, dando mostra efetiva de nossas boas intenções.
Misteriosamente somente este período é propicio a isto, devido imagino ao profundo estigma de nossas consciências, talvez por ser o significado deste nascimento mais que uma inspiração...
Tantos “talvezes...”

Paz e luz em teu caminho.

Luis Fabiano.

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