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quarta-feira, fevereiro 01, 2012




Santas e Putas

Não gosto das santas escolhidas de Deus
Prefiro as putas eleita pelos homens
A fleuma, a nau e o encontro com a verdade
Nobreza olvidada
Nas sementes do amanha
Flores do hoje
Enquanto a vida escorre nas veias pulsantes do querer

Ela quer o céu... ela quer o inferno... ela não quer...
Pernas que não se fecham jamais...
A gaveta automática de um caixa...
Em um sudário vazio e deformado
A alma buscando a grandeza cega nas frinchas estreitas da brutalidade
A beleza da porra anônima
A cabeça de um pau luminoso
Sem oração, sem apelos e sem intervenção divina
O Eu equilibrista, no arame e desarmado
Intenção serena de se dar bem

A outra, pura a espera de anjos alados
Festa das nuvens num anil que se não diluí
Perfeição escrita nas dobras desinteressadas
Eu sou o filho da puta sagrado
Um pouco demônio santificado
A vida entregue nos melhores sonhos
Impressa no segundo exato do agora

O pendulo balança...
Como os culhões do tempo na eternidade
A brisa da paz sorrindo pelos nossos dedos
E vamos esperando absolvição fazendo o pior
Uma chega em casa e abraça o seu filho
Ainda que a vida seja a uma merda
E o salvador não exista
Seu filho, sua redenção... sua ancora
A outra já esta redimida

Eu o cafetão sem asas
O cliente a espera
O ninguém entre outros tantos
Quero apenas estar com ela
Tragar um pouco de felicidade
Por um tempo
Ainda que por vezes
Tudo termine mal
Também faço o melhor.

Luís Fabiano.


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