Grelos Uivantes
É assim...
Como uma felpa brilhante da agonia nas lembranças
O copo pela metade
Soprando esperanças de outrora
Meu melhor emerso de meu pior
O rum, o maestro sorridente da balada
Como um catador de estrelas em abandono
Eu o vasculhador de grelos...
A beleza escondida entre as dobras do mijo
Milagre de cheiros promissores 
A porra feminina enraizada do amor prometido
O grelo nuclear nos sonhos angelicos de Einstein
Então elas vieram vindo
Uma a uma, cadelas aladas das esperanças malditas 
Dos desejos sonhados
Das gozadas doces em peles que se esfregam 
Rio a procura do rio, mar sonhando com o oceano...
Jardim do orvalho dos nossos quereres
Vou fundo dentro dela
Como quem beija o abismo hoje e amanha...
Quero viver... morrer... e desfalecer em ti
Num jorro caprichoso de porra abundante 
E só quero que sejas a minha vaca, égua, a puta suja, o querer da alma
Diluindo no maior instante que a vida promete: agora
Ela entoa a sua opera em meu ouvido... gemidos da agonia
Mesclam-se a alegria, as lagrimas, o prazer
E o não cessar do sentir... como um abraço do infinito
A fodo com entrega
Grita... pra mim... chama os deuses e deusas do inferno
Enquanto vasculho tua alma úmida 
Quero te rasgar no afago da paz
Levando-te em minhas entranhas
Parte de minha merda... sangue e alma 
Uiva em tua fecundidade
Faz nascer em mim o medo, o descanso, o incêndio 
Enrodilha-te em meu coração inoculando a doença e a saúde...
E no piscar das borboletas 
Uiva agora serenamente em mim.
Luís Fabiano.

 
 
Nenhum comentário:
Postar um comentário