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quarta-feira, fevereiro 22, 2012



* Velas Eletrônicas *

Dias atrás fui a um enterro
Morrer é foda... mesmo quando se esta na merda
Lido bem com o desenlace
Talvez por ter morrido dezenas de vezes...
A grande maioria de nós não gosta pensar
Lembrar-se da própria finitude é ruim
Nos da impressão da imensa descartabilidade existencial...
Reciclados por vermes amanhã

Fiquei olhando o corpo morto
Parecia sorrir... não sei se para nós ou de nós
Como saber?
A morte torna tudo nebuloso
Como os gestos impensados de uma vida
Agora estávamos ali
Contemplando o fim...
As pessoas agarravam o corpo, beijando, abraçando
Uma espécie de necrofilia...
Como se desejassem afivelar o espirito novamente...
Não gosto disso...

Guardei minhas convicções no silencio da confissão
Fiquei olhando as velas eletrônicas
Brilhando falsamente em meio a emoções verdadeiras
Não sentia o cheiro da morte
Nem o sebo quente que se derramava como lagrimas que se terminam
Ausência que nos agrilhoa a dor
Por não compreendermos a liberdade
Cativos amando cativos
Eternizando o brutal entender

A porta se abre
Nas pétalas do existir
Levando a aura nos olhos que se fecham
As esperanças mergulham em um voo rasante
A verdade converte-se em cinzas
Levadas pelo vento...
Tão longe e tão perto
No melhor que fica.

Luís Fabiano.


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