Pesquisar este blog

sexta-feira, fevereiro 03, 2012



Bárbara...

Eu a vi de longe... uma ilha ao naufrago
Sorriso leve, cabelos loiros falsos e olhos castanhos de estrabismo
Fácil como uma pluma no deserto
Embora não parecesse, eu estava trabalhando
Diversão séria
Seriedade risonha
Perdido entre as teias dos fios
Eu a aranha digital capturando arte nas moscas do lugar
Tentando fazer o som ficar para eternidade
Uma vez que não ficamos...

Ela veio vindo
Como uma gazela anoréxica de vestido curto
Requebrava leve, dizendo coisas entre as pausas dos quadris
O vai e vem de um vestido solto é a maré dos devaneios
A foda das espumas com ar
Por vezes me desconheço
Não senti nada por ela...
A ilha das indiferenças quedado na suavidade carinhosa

Então ela falou comigo...
Disse que era Bárbara... eu ri, não há bárbaros...
Contou uma historia triste de abandono frágil
E vidros embaçados com escritas que se apagam...
E tudo aquilo soou mais falso que a cor de seus cabelos
Que seus olhos vesgos e tristes
E sua sedução sem graça...

Pensei que talvez fosse uma boa foda...
Mas eu tenho uma ótima foda...
Então ela falou outras merdas... e não tinha cheiro de nada
E vi que tudo soava artificial fiquei com enfado dela
Era mais uma entre tantas, entre nadas emulando vida
Nos sonhos que se perdem atrás de portas que se fecham...
Bárbara foi esmaecendo, como uma neblina que se dissipa
E eu fiquei com a “vesguinha” que minha imaginação projetou
Em minhas punhetas aladas, com bocas de algodão e línguas de serpente...

A alma engolindo a alma
Uma verdade consumida nas dobras de nossas emoções mais tenras
E tudo que ficou foi a musica... a suave musica
Embalando uma alma inquieta.

Luís Fabiano.

Nenhum comentário: