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sexta-feira, fevereiro 10, 2012


Filetes de sangue...

Eu lembro como se fosse ontem. Havia um copo d’água sobre a mesa. Como nossas vidas, ele ficou ali, abandonado, um espelho nocivo de indiferenças e profundas diferenças. Dias passaram, ilusões se desfizeram, e como nós fomos, ele também foi ficando meio vazio, empoeirado, água parada, emoções estáticas no firmamento.

Como as pessoas ficam assim? Como chegamos a isso?

Congeladas, perdidas de si mesmas, desconhecidas... foi isso. Por isso temo o tempo. Fomos nos perdendo fatalidade do dia a dia.
E coisas marcam, naquele copo havia uma linguagem muda e bela de uma verdade... o esquecimento, o esvaziamento a poeira acumulada, nós.

Isso foi até um dia, que discutimos furiosamente, ela pegou a primeira coisa que havia por perto e jogou em mim... um copo espatifado, umas miseras gotas água espalhadas, era o fim... foi isso que sobrou entre nós, cacos úmidos de nada...


Luís Fabiano.


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