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quinta-feira, junho 17, 2010


Nem nada

Quando a olhei de longe
Parecia interessante.
Cheguei mais perto,
Não sei o quanto...
Sou assim, me encanto
Facilmente, como quem
Sente o vicio.
Não há vontade de desistir, fugir,
Nem preces, nem juras.
Me entrego docilmente.
Conversamos.
O que era indefinido,
Tornou-se presente.
Amor, paixão, tesão,ilusão
De tudo um pouco e
Nada ao mesmo tempo.
Sou vulgar, grosseiro e sujo.
Tudo que queria era mergulhar
Naquela buceta molhada, ficar em paz,
Num pedaço de céu imaginário.
Isso parecia tudo.
O desejo é armadilha,
E nada é exatamente assim.
Quando fomos para o quarto,
Ela lentamente despiu-se,
como quem
Faz graça.
Fiquei apenas sentado, sorrindo.
A cada botão que abria,
Eu percebi que nada existia,
Meu sorriso foi fechando,
Nem tetas
Nem bunda, nem pelos, nem linda.
Apenas uma magreza, esquelética e bêbada.
Pensei:
Ela esta doente. Eu mais ainda.
Senti paz, nos abraçamos demoradamente nus,
Como restos que se juntam,
Pedaços que se completam.
Não tínhamos mais nada.
Mas era tudo que tínhamos.

Luís Fabiano.

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