Pesquisar este blog

segunda-feira, março 26, 2007

Alma Inocente

Entre idas e vindas deste mundo, por vezes experiências inusitadas no acodem arrancando-nos do marasmo de existir, curiosamente isso nos deixa uma vaga impressão que talvez o mundo tenha alguma solução em fim, mas não necessariamente que isto se torne um ato de fé.
Era uma pessoa comum, simples e de grande coração, pessoa transparente como costuma-se dizer ironicamente, como você e eu enfrentou atribulações mil, ganhou algumas perdeu outras tantas, teve várias mortes em vida, e outros tantos renascimentos, hora foi grande e doutra feita pequena, medíocre, comezinha, sentiu o gosto da vitória e sorveu a bela taça repleta de derrota, bebeu de ambas e soube se manter-se incólume, não se tornou amarga , consegue olhar a vida com luz nos olhos, se mantém perene, doce e por isso mesmo bela.

Acredita na vida, na beleza da vida, na doçura da vida, acredita que a felicidade é possível, acredita que de um coração de pedra possa se extrair amor, beleza e paz, crê na humanidade, crê que tudo um dia será melhor e que realmente todos temos solução.
Quando a olhei nos olhos, percebi que era uma criança, pura e ingênua , que acariciava docemente um enorme portão metálico de um castelo , não se importando se ele se abrirá, fazia desenhos em sua umidade fria, e sorria de si para consigo mesma e nada desejava.
Confesso que não acredito nela, tudo que é verdadeiramente bom e belo deve ser fadado a morte, para que viva sublimado em sua realidade profunda, assim vive, flui e torna-se eterno auto-consciente, belo, em linhas objetivas ditas pela cegueira da razão, a realidade é como desejar prender o aroma do incenso com as mãos, tocar a epiderme do amor, beijar a face fria da morte, ser um catador de estrelas ou um manancial no árido deserto.
Prefiro o nada, não tenho papeis determinados, não tenho clausuras e nem forma estabelecida, meu amargor é doce, minha frieza é viva, e não tenho pretensões, não acredito em ti, tua vida, tuas emoções, teus sonhos de amor, nem mesmo tuas dores são reais.

Martele um dedo repetidas vezes e ele não doerá mais.

Paz aos de boa vontade.


Fabiano.

Nenhum comentário: