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segunda-feira, maio 17, 2010


Se é comum, então é melhor nada.

Desde que me conheço por gente, tenho uma atração pelo incomum. Chego a ser eventualmente quase bizarro, porem nem tanto. Mas uma atração me é exercida, graças a tal atração tenho tido a felicidade de encontrar pessoas e coisas, que não são exatamente do agrado geral.Gosto sinceramente de mulheres peludas, debaixo dos braços, de boceta não depilada e nem muito limpa, gosto de cheiros fortes e naturais,gosto que gozem praticamente se mijando, gosto.Quando isso não ocorre é como se nada tivesse acontecido,cai tudo no comum.Só amor rarefeito é poesia.
Creio que este é o ponto. Desculpe mas sou exatamente assim. Gosto daquilo que choca, que não se detém numa normalidade mórbida e limpa com esmero.
E dentre algumas estranhas que tive, hoje me recordei de Kelen. Nesta época, eu tinha dezoito anos e Kelen tinha vinte e dois. Nos conhecemos na escola, creio que a única utilidade que a escola teve em minha vida foi essa, conhecer mulheres, que eu iria fazer, estudar seriamente? Não tinha dom para isso.
Um dia fizeram teste vocacional comigo, saiu que eu tinha conexão com arte, e tem gente que acredita nessa porra.
Quando tais recordações vem, sempre lembro que nunca quis ser ninguém ou nada. Todos os meus amigos queriam ser algo,médicos, advogados,engenheiros, ter muito dinheiro, mandar nas pessoas, serem importantes, eu não, acho que ser o tonto me deixava em vantagem, me sentia melhor, tinha mais tempo pra pensar o que ninguém se interessava em pensar, e eventualmente comer alguém.
Estudar a noite era pra mim um paraíso, trabalhava durante o dia em uma mecânica e a noite, fazia de conta de estudava, todos éramos felizes. O bar do seu João a nossa caverna e templo, juntava-se alguns trocados, bebia-se qualquer coisa barata, o importante era estar ali sem estar ali,conversar qualquer coisa.Ali aprendi muito.
Quando Kelen começou a sentar ao meu lado, eu não tinha pretensão alguma. Porem, ela fazia aquele tipo de mulher muito magra, de seios enormes, algo desproporcionais a ela. É claro que tal geografia me chamou atenção, era o incomum. A medida que fomos naturalmente nos aproximando,eu inventava qualquer coisa pra esbarrar naquelas tetas. Quando penso nisso, lembro que não tivemos nenhum papo sobre nada relevante,nada. Não gosto de convivências assim.
Também quando algo chama atenção desta forma, fica difícil fazer uma curva ascendente para o intelecto. Mulheres lindas e gostosas não precisam ou devem pensar. Porque ninguém vai dar atenção a sua notoriedade mental.Ou melhor vão,mas não por causa do intelecto.Ela pode falar qualquer merda que parecerá notório.
Curvas falam por si só e mais alto. Elas até gostariam que não fosse assim, mas a divindade não dá tudo a todos, se vire com o que tem, faça o melhor possível.Existem mulheres que só de olhar pra elas, e a única coisa que se pode pensar sobre elas é: puta merda, gostosa demais, que vontade de enfiar a jeba! Num mundo que prima cada vez mais por corpos perfeitos, tal pensamento acaba sendo um consequência, por mim tudo bem.
As gostosas demais não me atraem, prefiro as incomuns. Kelen não era linda, uma negra muito alta, magra, poderia dizer que era puro músculo, sem gordura, quem olhasse seu braço franzino diria que passava fome, porem que olhasse os seus peitos, sentir-se-ia coroado de alegria, pura fartura, como um grande vaga generosa.
Quando ficamos íntimos fisicamente, lembro que disse isso a ela descaradamente:
-Se deus tivesse tetas, certamente seria as tuas!
-Que horror, que grosseria.
-Isso foi um elogio amor, o mais sensível elogio que a sinceridade de meu coração pode dar.
Diante da palavra amor, olhos nos olhos, toda a mulher fica úmida, natural da espécie. Ela sorriu com doçura, me abraçou.
Tivemos poucos encontros, se não estou enganado foi uns sete, depois aquelas tetas se converteram em nada. Afinal era fome carnal, não se pode amar pra sempre um par de tetas.
Na primeira noite que saímos, havia muita vergonha nela, tive impressão que era pura encenação, as mulheres gostam destas coisas, num espécie de ensaio da moralidade aparente. Eu sempre gostei das que davam no primeiro encontro, ganhavam pontos. Mas não, Kelen tinha vergonha de si mesma, por causa de detalhes que aquelas mamas escondiam.
Ela já era exótica como era, no boteco do seu João, tomando uma cachaça barata com um refrigerante pra dar uma quebrada, ela disse após insistir muito:
-Tenho vergonha destes seios grandes, olho no espelho e os acho horríveis, os homens só me olham por causa deles, e tem o problema no direito...
Parou de falar como se tivesse falado demais, peguei-lhe a mão, sorrateiramente como um rato faz, disse:
-Fala,não deixa a dor que carregas em ti, te sufocar, fala, abre o teu peito pra mim, beijei-lhe a mão...
Sentiu-se confortada, sorriu com a doçura de quem se sente acalantada, talvez amada, disse:
-Tenho um defeito no meu seio direito, é de nascença, ele tem dois bicos, é horrível, nunca tive oportunidade de ajeitar isso, acho horrível...
Não preciso dizer que a tal teta de dois bicos, elevou minha alma a quinta grandeza do prazer. Aquilo me deixou eufórico, como quem tivesse ficado milionário instantaneamente,uma descarga de adrenalina, tivesse achado um diamante raro, respirei fundo, tudo que queria era sugar os três bicos de Kelen.
Isso aconteceu naquele mesmo dia, quando estávamos meio bêbados, fomos pra casa dela, ela morava apenas com mãe, uma senhora que dormia naquela hora. Ela entrou pela porta e eu pela janela do quarto. Não fizemos barulho, ficamos muito confortáveis lá.
Na luz do pequeno quarto de Kelen, ela foi se despindo lentamente, tinha a impressão que estava vivenciando um filme, sua timidez era visível,seus olhos que evitavam meu olhar, quando as peças de roupa caiam lentamente.
Eu estava sentado na cama, quando ela finalmente tirou o sutiã, os bicos negros estavam intumescidos, o seio direito, os bicos juntos colados como siameses, eram uma pintura viva. Ela fez questão de mostrar bem para mim:
-Olha como é horrível...sou uma deformada.
Talvez tocado pela beleza do momento, sou de emoções vagas, sensações fúteis e profundas, era apenas um seio defeituoso, meio bizarro talvez,mas por motivos que não entendo, olhei-o com ternura.
Kelen não importava mais, aquela tetinha de bicos duplos era tudo.
-Ainda que todo o teu corpo incendiasse, tua pele dilacerada queimasse,e marcas profundas te sulcasse toda, jamais serias horrível, porque o que encanta não vem do corpo, mas da alma,Kelen, tetas vem e tetas vão, relaxa menina tu és linda por aquilo que a ti difere do meio.
Ficamos mudos, eu com aqueles seios próximos da minha boca, mas não queria,fiquei como se tivesse em transe ou bêbado. Ela me abraçou quase me sufocando com as tetas, não sei o que sentiu, mas acho que era quase amor.

Luis Fabiano.
Tetas existem tantas, mas quanto vai sair?

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