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quinta-feira, fevereiro 11, 2010


A boba.

Não sou um fracasso total porque tenho preguiça até pra isso. Ninguém gosta de ler estas coisas. Preferem temas vitoriosos, mais coloridos e simpáticos, combina com ideais mais nobres da raça humana.
Mas basta olhar um pouco tudo, que se vê que a nobreza é coisa em extinção. Não é nada bonito, mas é o que é.Extinção de valores.
Lembro que houve uma época que estava muito cansado. Realmente cansado de tudo,física, moral e espiritualmente, tinha indisposição até pra cagar, se pudesse faria nas calças e seguiria dormindo confortavelmente e cheiroso.
Foi justamente neste período que conheci a Meire.
Uma bela morena tipo cor de cuia, cabelos pelos ombros, os maiores seios que suguei em toda a minha vida, fartos como de uma vaca leiteira. Eu adorava. Nos conhecemos quando eu ainda estudava, embora sem interesse algum pelo estudo, sempre cobicei as professoras.
Nossa aproximação foi tão espontânea, que se eu acreditasse em destino, ela seria o meu destino. No final das contas não foi.
Começamos a namorar sem paixão alguma, amor nem pensar, ela transava mais ou menos eu estava naquele estado, tipo tanto faz, qualquer coisa serve. O namoro andava por conta própria, mas eu nem sabia porque fazia isso. Talvez para passar o tempo, ás vezes o tempo passa melhor quando esta acompanhado, ao menos mais rápido, entre uma trepada e outra tudo vai bem.
Mas alguns meses depois, o tédio havia tomando conta de tudo. Mas ainda sim continuávamos juntos, porque ? Sei lá. Não questiono muito as coisas, tem coisas que é melhor viver o que é. Estava sem saco para auto-psicologia, auto-conhecimento e outras besteiras. Dei um foda-se, quando acabar, acabou, no final nunca sobra nada mesmo. Possivelmente pelo meu próprio estado pessoal acabei atraindo Meire. Ela era completamente apática, muito boba.
Concordava absolutamente com tudo que dizia, tudo. Ela possivelmente estava cagando também.Tranquilo. Eu falava os maiores absurdos para testar, e ela sorria e dizia:
-Sim é claro, estas certo.
Eu caia na gargalhada, ela seguia com aquela cara abobada. Dizia que gostava de mim, que amava e estas coisas que com algum tempo re relação se diz de praxe. Repetia isso sempre como uma musica sertaneja, melodramática as vezes. Eu seguia rindo.
Um dia de propósito lhe disse que iria arrumar uma namorada, traria para ela conhecer. Não acreditou em mim, achou que eu estava brincando. Eu estava mais ou menos. Faria isso sim, porem como estava neste período de preguiça profunda, não iria sair por ai, para procurar uma mulher, falar todos aqueles papinhos idiotas, típicos de quem quer comer alguém. Tudo é sedução barata. Não tava afim, se aparecesse alguém tudo bem. Mas nada de fazer força, nada de procurar, nada de conquistar nada.
Agora pensando melhor, desde que me lembro, nunca fiz força para conquistar alguém, nunca. Vão pintando por ai, quando já não caem de pernas escancaradas. Boa.
Nunca entendi bem Meire e sua apatia. Nem queria entender, já fazia um ano que estava nisso. As vezes sou pior que uma barata, me acostumo a tudo.Um dia acordei pela manhã, como sempre. Achei que tinha passado tempo de mais, era hora de dar linha na pipa. Ela estava dormindo ainda, foi acordando aos poucos, era apenas mais um dia sem graça. Quando abriu os olhos definitivamente, em vez de bom dia eu disse:
-To indo embora.
Ela seguiu apática. Concordou com um:hum, hum...
É claro que comecei a rir discretamente. Aquilo tinha sido musica para meus ouvidos. Sem drama, sem reclamações, sem papinhos inúteis de reconciliação, sou assim, quando tomo uma decisão ela é final.
Me levantei, peguei minha camisa e calça, vesti e saí.Ela seguiu deitada,apática possivelmente sem me notar.
No final eu acabei descobrindo uma virtude em Meire, fora seus imensos seios, ela não era dramática com nada, não era fiasquenta.
Bati a porta

Luis Fabiano.
A apatia as vezes cai bem.

4 comentários:

Anônimo disse...

Frio como és, o texto é a tua cara.
Não gostei.

Anônimo disse...

Eu acho q tens q parar com essa mania de acordar numa bela manhã qualquer e ir embora...bah!!! tu liquida com a auto-estima de qq um, ao menos toma o café da manhã, come um biscoito, algo assim....como diz um trecho de uma musica...NÃO TE VÁS...rsrsrs

Anônimo disse...

Não é frieza, é medo,e muito de fingimento!

Anônimo disse...

Cara, como as pessoas gostam de tí hein ?Estas melhorando...Tá bom,o prêmio de um escritor são aplausos e vaias,quando algo assim acontece é porque atingiu as pessoas de alguma forma.

Sérgio.