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quarta-feira, setembro 30, 2009



Mulheres broxantes !

Por um breve lapso de tempo esqueçamos as formalidades da decência forjada e artificial, e assumamos um aspecto o canalha fundamental, que existe em nós( embora o neguemos, e negar o canalha é uma blasfêmia, pois ele vinga-se ), e lancemos mão de acurada percepção,as gélidas damas, que por motivos diversos se tornaram insalubres e frias e sem gosto,ao menos aquele gosto que apetece ao nosso desejo.
Sinceramente não interessa os motivos que a isso as levaram a tal ponto de aridez, minha função não é psicológica visando tratamento ou profilaxia, o texto é apontamento e nada mais, ao mergulhar nos abismos de um ser humano achamos coisas demais, e as vezes coisas inconvenientes, que ficam mais elegantes no engodo da aparência brilhante, por vezes sorridente, que tentar entender a verdade ultima do ser, que tédio inominável.
Norma era uma dessas mulheres altas, como arranha céu, e do alto de sua pose e aparência transmitia em primeiro momento uma certa impressão agradável, seu riso era fácil e farto e sua “simpatia” era gratuita e quase espontânea, assim me narrou o Hélio, grande amigo e adorador do sexo feminino.
A mulher era de uma fala interminável, e entre uma tragada e outra no cigarro, iniciava outro assunto, e tudo era sorrisos, confesso que olhando para a cara de Helio, não pude deixar de notar que, embora Norma tivesse todas estas qualidades, algo lhe deixava insatisfeito.
Seguiu.
Pois bem, todo o inicio de relação é sempre uma mistério a ser descoberto, as vezes o melhor é o mistério, eu particularmente prefiro isso,como uma viagem que por vezes a chegada não é das melhores, ela bebia com vontade toda espécie de bebidas, e Helio foi se afinizando, tomando gosto pela bela morena de longos cabelos e olhos esmeraldinos,é claro depois de algumas bebidas, dois ou três encontros era obvio que iriam para cama, é o que o homem espera, as vezes espera já no primeiro encontro, mas infelizmente por causa de uma “norma” moral, elas preferem ceder depois, fatalmente depois, isso cria uma falsa impressão de decoro, cautela ignóbil, pois a vontade existe...
Quando naquela noite foram para cama finalmente, era um verdadeiro paraíso, a mulher era escolada, sabia fazer com experiência ( depois de alguns casamentos, era o esperado...), aquilo impressionou Helio,mulher ousada, sensual e totalmente entregue ao prazer, você existe?
Ela o olhou com aqueles olhos verdes, e disse:
-É claro meu bem, eu estou aqui, não?
Ele a olhava estupefato, aquilo tinha sido bom demais, bom papo, boa bebida, bom contexto, boa foda, carinhos abundantes, puxa que mais um homem poderia querer? Nada não é ?
Errado.
O tempo passou e Helio e Norma se aproximaram mais e mais, havia paixão e possivelmente amor( segundo o que ele me falou, achei fantástica a colocação, possivelmente amor?!), no entanto algo estava errado, e meu pensamento foi para a Bíblia, Adão e Eva, eles tiveram problemas complicados no paraíso,a paixão e os desejos exacerbados de uns, e a monotonia de outros, infalível.
Norma com o tempo não tornara-se Eva, mas começava a ficar apática, sem vontade e aquele “tesão” meteórico dera lugar ao enfado, e a um sexo que mais parecia um jogo empatado, sem emoção, ou então comer frango grelhado todo dia, até pode ser bonito mas totalmente sem gosto.
Helio perguntava-se, onde eu estou errando?
Até conversou com ela a respeito do assunto, mas ela só dizia que estava tudo bem, tudo bem ?Tudo bom? Mas Helio procurava aquela mulher fogosa, amante de primeira e infatigável, onde estaria Norma?
Tédio é algo que me deixa aborrecido, não suporto, Helio começava a entediar, Norma foi caindo em sua realidade plena fria, e nem bêbada como de costume, era o vulcão de outrora, lembrava mais um Vesúvio extinto, tal modorra foi um tiro fatal. Em um bela manhã de sol quente, Helio pega seus trapos e vai embora, o motivo não precisava explicação, alias tais términos são melhores e mais sadios se forem em silêncio e com alguma dignidade, sem a altercação que tanto se gosta em tais finais(a herança do drama...), aquele desgaste emocional repleto de argumentos imbecis, que não conduzirão a reconciliação mas a um final, com ou sem motivos.
Foi embora Hélio entre xingamentos da gélida mulher.
Me dizia agora em tom de entrega e cansaço:
-Nunca mais quero uma mulher assim.
Eu:
-E me diz Helio, e as outras qualidades?
Helio sorriu amarelo, seu coração sentia algo percebi:
-Ela tinha ou não tinha, nem sei mas a verdade é que a deixei, porque ela tinha um cheiro broxante(sem cheiro), não parecia uma fêmea e não lembrava aquela mulher que ela emulou, tudo não passava de uma bebida, mais uma bebida.
Não quis mergulhar no abismo de Helio, a culpa de quem é, uma indiferença total, nem consolei ou mesmo lamentei, apenas disse:
-Vá para casa, lamber as tuas feridas.

Paz possível.
Luis Fabiano.

ps- esse tipo aparentemente quente de pessoa sucumbe com o tempo, Freud explica.

terça-feira, setembro 29, 2009

A vida como ela é: A Boa Menina.

Quem dera a vida fosse mais simples, as vezes o sentimento que deveria ser entendido como coisa óbvia(o ser humano,não é nada óbvio neste sentido), toma caminhos inesperados,e em vez de carinho, a porrada soará muito melhor e mais digna certamente,e porque não dizer, uma espécie de carinho, por outros caminhos...
Na duvida atroz não hesite, bata mas sorria, para dar um ar de prazer quando houver algum engano inesperado, ela ou ele irão adorar.

Fraternalmente.
Luis Fabiano.

Pérola do Dia:


"O gol é o orgasmo do futebol."


Dadá Maravilha.



segunda-feira, setembro 28, 2009


Como se diz na Transilvânia:
-Quanto mais, melhor.
Não, não e não, deixemos o nobre Conde Tepes adormecido nas sombras de seu glorioso passado, Vlad o Empalador como foi conhecido, tinha uma estranha mania de trucidar seus inimigos, de preferência com o maior sofrimento possível, rapaz de gosto este!Um dorzinha sempre cai bem.
Não é de vampiros o texto, mas de obscenidades, bizarrices, da imensa e recrudescente gama de absurdidades que em nome, ainda não sei bem do que, surgem cotidianamente como grama em dia de chuva, minha manhã foi pensando sobre quais absurdos, eu deveria me direcionar, uma vez que existe uma diversidade dantesca deles, e quando você que já chegou ao limite, adivinhe? Sempre existe alguém disposto a superar-se,sempre, não quero aqui direcionar nada, mas por momentos observemos os meios de comunicação, friamente, e perceberemos que quanto mais bizarro melhor, quanto mais desumano, quanto mais provocativo, quanto mais berrante em rubro,mais recebe nossa admiração(atenção).
Sinceramente, nada tenho contra, acho que a humanidade diverte-se com isso,tudo recebe uma pintura do exagero, a dor é explorada em detalhes, a miséria da alma também,e para nós os apreciadores deste parque florido de ridículos, bem, as vezes torna-se difícil levar algo a sério, porque a maioria e pose.
O que faz sucesso atualmente?
O que for estranho, anormal, repleto de uma carga representativa da miséria coletiva, não falo de dinheiro que aqui é apenas um mero detalhe sem cor, falo de outras riquezas, impalpáveis e indiferente a maioria de nós.
Não falo como moralista de cuecas, longe de mim, em verdade falo como apreciador, voyeur ,por assim dizer, “gozando” telepaticamente prazeres da miserabilidade apaixonada, existe espaço a todos e a você também. Aqueles que se apresentam ao sol do meio dia, são escopos da coletividade tímida e oculta.
Naturalmente existe beleza e poesia, mas nem sempre estamos entronizados num contexto de entendimento, preferimos uma lamina afiada de julgamento frio, do topo de nossa pseudo-superioridade, ah, isso sim que chamo de diversão, ai as coisas começam a ficar interessantes porque tentamos ficar a parte do show de horrores.
Sucesso, pela virtude pura?
Não sei, não é algo que esta muito em voga, e eu sincera e cinicamente prefiro bundas imensas, peitos gigantescos e tudo mais que toque o corpo, mas que fique longe de minha alma, sim, como concorrer do alto de refinados pensamentos, impalpáveis as vezes e cifrados, com carnes que balançam, suadas repletas de aroma de corpo ao natural?
Argumentos?
Impossível, dirão que são coisas incomparáveis, mas não, são as mesmas coisas observadas de paradigmas diferentes, mas o que apela grotescamente ao sentidos mais externos, exerce fascínio fabuloso e deixa forte impressão, vontade e desejo.
Essa é a causa tais manifestações esdrúxulas da pobreza humana, que ganham o nosso respeito e graça.
Mas vamos falar de seios imensos?
Por favor me deixem falar, um pouquinho, o assunto e irresistível, ainda mais quando se trata de Busty Heart, a mulher tem formas para lá de estranhas, o seios de tão grandes se converteram não em um fetiche, sonhos de Sade e todos os apreciadores de carnes fartas, os de Busty são uma verdadeira arma, gostaria que ter argumentos tão contundentes como são os seios de dela,mas entre o cérebro e as mamas existem mais coisas que a nossa vã filosofia pode conceber.
As mulheres quando batem os seios, geralmente reclamam da dor, ou mesmo uma mamografia é algo chato e dolorido, bem, parece que nem tudo é muito verdade, pois ao observar as “tetas de ferro” de Busty, imagino que ela não sente é nada, e claro conversando com amigos, muitos disseram que adorariam perder-se naquele mar de seios.Só de pensar...
Bizarro e obsceno, vocês percebem, é inescapável pensamentos refinados diante disto, perdem o gosto como comida vegetariana aos que gostam de pedaços de uma bela carne, argumente se puder...

Paz profunda a todos.
Luis Fabiano.



Pérola do dia:

“Sou algo escatológico, pernicioso um pouco, e um tanto voraz, mas nada disso impede os meus sonhos pelo infinito.”

Fabiano.

sábado, setembro 26, 2009


Sonhos

Oh minha vida
Está mudando todos os dias
De todas as maneiras possíveis
E oh meus sonhos nunca são exatamente como parecem
Nunca exatamente como parecem
Eu sei que já me senti assim antes
Mas agora eu estou sentindo ainda mais
Porque isso veio de você
E então eu abro os olhos e vejo
A pessoa caída aqui sou eu
Uma maneira diferente de ser
Eu quero mais, impossível ignorar
Impossível ignorar
E eles se tornarão realidade, impossível não se tornarem
Impossível não se tornarem
E agora eu lhe digo abertamente
Você possui meu coração, então não me machuque
Você é o que eu não pude encontrar
Uma mente totalmente incrível
Tão compreensiva e tão gentil
Você é tudo pra mim
Oh minha vida
Está mudando todos os dias
De todas as maneiras possíveis
E oh, meus sonhos nunca são exatamente como parecem
Porque você é um sonho pra mim, um sonho pra mim.


Rock alternativo de Cranberries é sensacional, a voz de Dolores O'Riordan é fantástica quase espacial, uma irlandesa de grande força vocal e letras afiadas que primam pela beleza, aquela beleza próxima de nossa realidade.

Mais que sonhar simplesmente, é preciso saber sonhar, libertar a mente e a emoção, mantendo a limpidez de uma realidade possível. A musica fala de sonho, e que é preciso estar aberto a ele, você é o sonho de alguém, feito vida e verbo, corpo e alma.
Paz profunda a todos e curtam Cranberries:


sexta-feira, setembro 25, 2009



Pose

Gostaria de falar sobre pinturas, não de ordinárias pinturas ininteligíveis advindas do pós-modernismo, extratos de um subconsciente em breu profundo, não, nada disso, em função do dia e meu flutuante estado de espírito gostaria de falar da Monalisa,mas não aquela do Leonardo, mas uma que vi em uma esquinas destas, esquina sem importância.
Era baixinha e tinha uma expressão plástica na face, indubitavelmente as pessoas se revelam, e não pela fala, posso afirmar que a fala ajuda a ocultar aquilo que é a verdade mais profunda de um ser, a fala é maquiagem da alma,as pessoas se mostram desnudas é pela pose, isso sim, as palavras como diriam os provectos, o vento leva com facilidade, a pose é imperdível.
Digo tudo isso, porque eu vinha dobrando a tal esquina que falei, e a Monalisa, uma mulher de baixa estatura, com as mãos na cintura dando a impressão de um bule quebrado, olhava um homem de alta estatura, e que no entanto apresentava-se humilde, pela pose, a baixinha impunha respeito como uma portuguesa de bigodes,e dizia coisas para o gigante, coisas que tinha um ar de cobrança visceral.
O diálogo deles era a minha imaginação, próxima da verdade, a ficção é sempre ignóbil em relação a realidade,mas a pose da anã era ótima,impagável,uma Monalisa irada.
Fatalmente isso levou meu pensamento a distanciar as inúmeras facetas, que as pessoas representam de uma forma inconsciente, por favor não me entendam mal, não estou chamando a todos de cínicos (guardo este título com exclusividade para mim...),mas sim, que certas manifestações da criatura humana não passam de um exagero emocional, que naturalmente sempre amplia o tamanho da“ fera ”, torna o peixe do pescador uma baleia, e mulher que seu amigo comeu ,a mais gostosa de todos os tempos,natural, temos essa propriedade exacerbada e infeliz da pose adquirida.
Não vamos longe.
Em minha cidade, conheço uma dúzia ou mais de falsos ricos, é digo falsos, porque lhes restaram um nome de família “respeitável”, tradicional, mas os haveres, nada, então o escracho é inevitável, sentam-se a mesa do almoço com a elegância de Chef Frances, e comem o arroz e o feijão,baião de dois,mas com elegância de comedores de caviar! Folclórico é verdade, e digno do ridículo original.
Conversava estes dias com uma pose dessas, do sexo feminino, e entre outras tantas coisas que dizia em nome tradicional de sua “alva” família, dizia rilhando os dentes:
-Em nossa família temos tudo, nome, elegância, postura, educação elevada, para sermos ricos completos, só nos falta o dinheiro!!
Só?
É nessas horas que temos que a escolha fatal: rir no amarelo concordante, ou perdemos o amigo em função da piada infeliz...
Eu ri, riso breve e lacônico, disse:
-Bem minha cara, então falta tudo né! Se tiver a grana, o resto ganha um polimento de pose, que é a única coisa que interessa nisso tudo. Uma pose, com bala na agulha!
E quando a pose é de sofrimento?
Isto sim causa-me um enfado medonho,porque sabemos que sofrimentos existem, alguns deles são reais e outros tantos, o exagero, a pose da dor. Existem pessoas que tem o dom de vomitar a sua dor em cima de todos, sem escolher o colo, alguém já vomitou em você?
Em dias que o meu paladar esta dos melhores, eu até sorvo um pouco...noutros, recomendo que as pessoas procurem escarradeiras ou o sanitário mesmo.
Lembro de uma ocasião, um cidadão em uma festa destas voltadas para a terceira idade, a noite, (por favor não me perguntem que eu fazia lá...),mas para quem gosta de ficar observando, sem duvida é um desfiles de poses de todo o jeito, o tal cidadão chegou sentindo-se o garanhão, eu adorei a pose, que era de um ridículo bestial:ele encosta-se em uma pilastra de tijolos envernizados,e em gesto profundamente “sexy”, coloca os dois dedões enfiando no bolso frontal da calça,descansa o restante dos dedos a frente, de seu aqui fica entendido em função da pose, imenso e generoso membro!
Ali ficou, olhando as “gatinhas”,ou melhor as leoas, gatinhas já foram, restou a pose.
Estes dias,falei deste pensamento das poses, a um conhecido, e quando perguntei o que ele achava, veio a resposta da pose:
-Eu não faço pose, eu sou real o tempo todo. Real?
Lembrei-me da baixinha da esquina, com a pose de uma mulher de dois metros, achei mais fácil concordar com ele, é verdade, existem coisas que é melhor deixar barato, é melhor para todos e não arranha a pose de ninguém.

Com pose.
Luis Fabiano
.

Pérola do dia:

“É mais fácil comover-se em emoções fictícias, que com a vivência da árida realidade.”

Fabiano.

quinta-feira, setembro 24, 2009


A vida como ela é: Amor Mercenário.

Quando o ser humano põe-se a pensar com outros órgãos que não o cérebro, um mar infinito de besteiras tem inicio. Zénobio descobriu isso de uma maneira dantesca, do alto de sua empáfia moral e cínica, alvejado no orgulho ridículo o qual somos vítimas de nós mesmos, nada “como” uma cunhada!


Pérola do dia:

“ Perfeição é coisa de menina, tocadora de piano.”

Nelson Rodrigues.

quarta-feira, setembro 23, 2009


Coração nos braços.

Não quero falar de tragédias e nem tão pouco violência, mas de dor que irmana a todos, mesmo quando nos entendemos eqüidistantes de um mundo em caos. Quero falar de poesia e dessa melancolia que vez por outra toca nossa emoção quase sem querer.
Da indiferença por vezes coisas nascem, a nossa indiferença é uma espécie de embrião, rebento inconsciente.
Noticiário enfadonho a busca de sangue, como vampiros vendo, mostrando e explorando a agonia humana nos detalhes mais ínfimos, eu via tal noticiário, modorra infernal de sempre, tragédias? Todo dia e toda sorte, por tal repetição terminam por tornarem-se invisíveis, insensíveis.
Pela rua eu andava,pensamento vago, olhar errante e vez por outra uma bunda tornava-se interessante, divisão interna entre a indiferença humana e transeuntes bundas, então fui atacado, fera a espreita na forma humana, na esquina debaixo de uma marquise, uma aparição,digna dos países africanos. Uma mulher negra deitada no chão frio entre trapos imundos, com um seio mirrado tentava dar de mamar a raquítica criança, cena dilacerante, mas irrelevante quando vista da televisão, na sublimidade de nosso lar confortável.
Você já olhou nos olhos de uma criança seca como um galho calcinado?
Eis a grande diferença, a elegante pintura da dor vista da tevê ganha ares de elegância medonha, e os fatos mesclam-se a dores mais globalizadas convertendo-se tudo em borrão de abandono.
Mas que diferença isso faz?
Rapidamente achamos o entendimento que isso nada tem haver conosco, nada, nosso umbigo é estreito demais.
Tenho conhecimento suficiente para embasar uma dúzia e meia de desculpas, justificativas dos vários seguimentos e âmbitos da sociedade, respeito a todos(as), mas infelizmente a verdade,que todos remetem a uma única e definitiva resposta: nossa falência como ser humano!
A mulher embalava a criança na tentativa que ela se calasse um momento, direcionava o seio, mas nada, a secura de suas tetas, indiferença de nossa.
Eu queria poesia eu bem sei, mas como afagar o infinito com as entranhas expostas? Uma lagrima tímida escorre da face,gota de esperança de nossa humanidade a ser salva.
Palavras doloridas e lembrança de nossa canalhice hereditária, claro que fui em frente no meu caminho,as ruas tornaram-se tortuosas, as bundas evaporaram, e endureci o coração para viver,não da melhor forma,mas como é possível.
Entre o carinho e o desespero, ela o embalava não com os braços, mas o próprio coração.
Não tenho mais nada a dizer.

Paz possível.
Fabiano.

terça-feira, setembro 22, 2009


A máxima:

“O amor a primeira vista, não acontece entre pessoas feias.”

Fabiano.

A vida como ela é:
Mártir em casa e na rua.

Sempre dizem que embutido ao pecado esta a punição, o ferver do caldeirão da consciência, assim é preciso fazer bem a escolha, e entender a nossa predisposição neste estranho paradigma, dos erros e dos acertos !
Abigail era um mártir,sacrificado por sua passividade obtusa.

MÁRTIR EM CASA E NA RUA.



Pérola do dia:

“ No orvalho das pequenas coisas o coração
descobre sua manhã. ”

Gibran.

segunda-feira, setembro 21, 2009



Teus olhos

Ontem eu te vi, e meu olhar perdeu-se,
Procurava em vão teus olhos, mas o vazio de nosso tempo
Se escoou, não te via mais,
Via o que minha alma quer tanto, a pintura envelhecida desfez-se,
E de tão bela que eras em minha memória, meu coração
Angustiou-se, a beleza que dói,
e ali, te queria e não te queria mais.
Estranha a minha procura, porque embora
Estivesses ali, tão perto ao toque de minhas mãos,e
Tão longe de minha alma,embora meus lábios
Pudessem tocar os teus, sentia falta do que eras,sonho
Beleza e irretocável ideal,
Então percebi,
perdera-te em mim, de mim...
Meus olhos errantes procuram os teus, vem...me salva agora
Mas não pode mais,meus lamentos chegam a ti como
Dissonoros ruídos, e não me entendes, não me entendes.
Nunca me entendeste, sabes disso?
Houve um tempo em que nossa diferença,
era uma pintura,
Em seus contrastes, luz e sombra,
e essa era a nossa beleza, embora
ambos não percebíamos a misteriosa forma.
Das escassas reclamações, fome de amor,
E a sede de teus olhos, matava minha ânsia nos teus sorrisos
Ou juntos, misturávamos nossas lagrimas entre caricias ardentes.
Era a dor e a cura.
Hoje eu te vi, e estavas tão linda, o sorriso doce
Desvaneceu a espuma do ontem e nos
Alimentamos ombro a ombro,e tu eras
O meu aroma e eu o teu vento.


ps:a fada que mora em meus sonhos e canta em meu amanhecer, feita de lirismo e éter, de inalcançável e incorruptível beleza, aquela que não é ninguém, e é parte de todas.

Luís Fabiano.

Pérola do dia:

“ As vezes a gozada não tem o menor sentido, as vezes o cheiro da outra pessoa é infinitamente mais interessante.”

Luís Fabiano.

sábado, setembro 19, 2009




A vida como ela é – A Grande Mulher.

Dizem maldosamente que por trás de um homem existe sempre uma grande mulher, e por detrás desta grande mulher, está a esposa. Cruel é claro, mas é apenas uma lembrança para o excesso de recato (hoje é inversamente proporcional) das confidencias que os casais não dizem para si e nem tão pouco para o companheiro(a), o que cala em silencio abre portas para o então pecado! Pecado?Nem sempre a verdade de nós mesmos é tão agradável.

Parte 1
http://www.youtube.com/watch?v=bl2TwSLAZ1I

Parte 2
http://www.youtube.com/watch?v=otAimoDT80s

sexta-feira, setembro 18, 2009



Uma onda, em teus braços.

Vem a mim vaga impetuosa e amada e impiedosa,
Afagar a aridez de meu ser, feito de infinda areia fina,
e algumas lágrimas de oceano.
Queria que assim eu não fosse,
mas como o mar e
a areia se completam,
em um casamento perfeito,
na beleza deste viver, minhas respostas vêm e
vão ao encontro de tuas perguntas,
Minha fome, encontra a tua sede, meu corpo o teu aos poucos,
Matamos e morremos.
Na arrebentação, trocamos carinhos e nos perdemos,
E nos encontramos,
Apenas levados pelos ventos norte.
Neste silencio carinhoso,
minha alma deseja arremessar-te
Ao infinito, para que sonhes teus sonhos mais lindos
E sejas feliz por ti e em ti mesma,amor liberto de mim e de ti.
Será que na quietude de nossas testemunhas,
O sol, a noite e as estrelas do firmamento que
Nos contemplam, olhos emudecidos, são participes
Deste sagrado instante.
Meu braço como terra firme, teu corpo oceano ilimitado
Dilui-te em mim agora,
Mais que teu complemento,
eu sou o melhor pedaço de ti, e tu, a minha alma.
A vaga vem cheia de esperanças,
e parte repleta de amor,
Minha aridez tua fonte,
tua doçura meu alento.

Paz profunda.
Luís Fabiano.



Pérola do dia:

“Todo moralista é um pântano, com um lençol branco por cima.”

Manoel Magalhães

quinta-feira, setembro 17, 2009



Cor da alma...

Vez por outra nos deparamos com os donos da verdade, e é preciso ter cautela, um dono da verdade jamais deve ser contrariado, é uma burrice medonha fazê-lo, porque ainda que joguemos um oceano de razões e bom senso sobre o dono, dificilmente ele terá, primeiro a inteligência e depois a humildade de reconhecer-se um autentico imbecil, mas é normal, eventualmente vestimos a túnica nupcial da imbecilidade e imaginamos, em nosso mundo feito de “verdade” que somos absolutos, como absoluto é o Criador.
Mas, geralmente este tipo carrega alguma bandeira na alma, uma ideologia que ele usa como um armamento, ou um tanque de guerra( como diz meu amigo Magalhães) e ai é insuportável, quando se tem isso longe de nós, tudo bem, é como um tropel de cavalos planície abaixo, lindo de se ver de longe, bem de longe, da até para entoar uma poesia como alguma graça,mas de longe. É por isso, que sabiamente o livro sagrado da Índia (Bhagavad Gītā, "Canção de Deus")em seu trecho incial previne a Arjuna o guerreiro, que na batalha do campo de Kuruchetra(aqui entendido como a conciencia humana),era necessario matar os parentes mais próximos, sim,tios,pais,mães, irmãos etc...porque tais parentes são os predadores do alma(atman), o simbolismo é belo, esse parentesco é nossa apreciação aos então chamados pecados capitais,estão tão proximos que gostamos deles carinhosamente.
Isso me fez lembrar uma historia pitoresca em que um conhecido tinha ou melhor, tem convicções sócio/político/raciais, o que em sí ja é tão complexo, que uma razão perde-se na outra e em dado instante.Nestes momentos que a vida oportunisa talvez infelizmente, Gastão como é conhecido, desfilava sua logorréia desmesurada e insuportável,repetitiva como ja era de praxe,mais xiita que um xiíta, conhecido por defender os ideias raciais ao extremo (sempre tenha cuidado com quem esta disposto ao extremo são muito chatos...),e ele falou, falou naturalmente não chegamos a conclusão alguma, porque pessoas verdadeiramente inteligentes raramente discutem, a sua convicção era subconciente, evidente não vale a pena, travar uma luta de braços em nome de um ideal que virá de lugar algum em direção a coisa nenhuma.
Depois de sua exposição,dos direitos das minorias e outra coisas, cala-se e fica me observando, querendo a resposta,eu digo:
-Bem, vamos cair um pouco na real Gastão, de leve, entre nós parentes não deve haver segredos, sabes como é...
Deixei a resposta vaga, estranhamente Gastão ajeita-se na cadeira, talvez antecipando alguma coisa incomoda que adentraria seu orifício intimo, sabem, aquela aprumada de quem se prepara para dor.
Ele:
-Como assim?
Me sentia um Arjuna as avessas, corajoso, sem medo e claro afim de matar os parentes todos,então com um olhar de sacana falei:
-Sabes como é caro amigo, nos compartilhamos a mesma mulher...e ela não esta lá muito...como direi... de acordo com toda essa convicção...ela não é...
Ele,engasgou, como se engolisse um sapo, e era, infelizmente é assim, não é bom ficar sabendo muito da vida alheia, não mesmo, porque tão humanos quanto nós, uma vez ou outra acabamos sendo sórdidos e nauseabundos.
A comida veio ,e as bocas se encheram, tudo mais que se podia ouvir naquele sagrado momento, era a sinfonia do maxilares incansáveis.

A uma paz possível.
Luís Fabiano.

A vida como ela é: A Divina Comédia.

Nada mais delirante que a inveja humana, e outras vis emoções anãs, as vezes a loucura realmente invade a nossa vida sem que nos percebamos, aí vivemos uma espécie de autentica insanidade, mas quem diz que a insanidade não é redentora ? Hum?

Nelson Rodrigues - A Divina Comédia:
http://www.youtube.com/watch?v=sO7O5HJbUog


Pérola do dia:


" Tudo na vida seria infinitamente mais simples se não existissem o:mas,entretano e o porem.."


Fabiano.

quarta-feira, setembro 16, 2009



Mais um gole...

As vezes a sinceridade absoluta além de rara, é uma profunda falta de caridade para com outro,dizendo isso possivelmente estarei falando contra mim mesmo, tudo bem, que assim seja, afinal quem em algum momento na vida não foi injusto, desumano e talvez um pouco canalha, sem problemas, não enfrento problemas de consciência, arrependimento felizmente não tenho nenhum, então toquemos o barco da vida.
Claro que falando nisso lembrei que alguém não sei onde disse: Eu bebo para tornar as pessoas mais interessantes. E soluçou dando notas que evidentemente havia passado do ponto, notavelmente esta assertiva filosófica tem sua razão, notem bem, as pessoas ficam realmente mais interessantes depois da terceira bebida, (logicamente tanto faz que seja a pessoa que esteja bebendo ou você mesmo), e aqui fica o meu incentivo franco para que as pessoas bebam mais, sim, porque se não ficarem interessantes, tudo levará a um espécie de mesmismo enfadonho.Quem suporta o tédio.
Confesso que conheço apenas duas ou três pessoas que sóbrias são para mim interessantes.
Que não venham os “moralistas” que não bebem, não fumam,e provavelmente não transam, erguerem os dedos para o ar, e dizer que vivemos em uma época “politicamente correta”, não é verdade, só quem diz isso são os chatos, que tiveram ou tem problemas com o álcool, eu particularmente não tenho nenhum problema com o álcool, principalmente porque vivemos uma época ele é a solução e não problema, quem tem problemas com o álcool hoje, teria problema com qualquer outra coisa se não existisse o álcool. Salvem os ébrios, se não ficam interessantes, ficam engraçados o que não deixa de ser curioso, claro perde um pouco da graça apenas quando resolve dirigir, e morre ou talvez mata estragando a festa de todos.O autentico estraga prazeres. Qual a frase que todo bêbado na direção sempre diz?
-Eu dirijo melhor bêbado que sóbrio...
Mas não quero falar disso, sinceramente não me interessa a burocracia da bebida, me alimento da filosofia do ato,parece mais digno e sofisticado, a esperança de ver em uma reunião chata, de gente chata, de situações chatas, tornar-se um verdadeiro parque de diversões para o ego e o deboche, num picar de copos.
Estes dias estava chegando em casa e chega um ser humano, chega junto a janela do carro, me olha nos olhos e diz com absoluta sinceridade de um errante:
-O senhor me consegue um dinheiro para mim beber? Por favor...
Então sorri para ele e disse:
-É claro, se for para beber algo vai lá.
Ele:
-As pessoas pensam que quero comer, mas eu quero apenas tomar um liso...
Eu:
-É eu sei, não te preocupa as pessoas não sabem porra nenhuma de nada, nem o que é certo e muito menos o que é errado, vai com Deus meu irmão.
Ele pegou a grana e saiu feliz, eu fiquei pensando, se ele me dissesse que era para comprar um pão uma comida etc...talvez eu não desse, porque não soaria talvez tão sincero e antes sim repetitivo, é disso que falo, talvez aquele liquido precioso o salvasse de um infortúnio maior, das presas da sua consciência culpada, ardida, como saber? De um amor perdido para sempre, que o fez perder-se em si. Ou talvez buscasse o consolo simples que nossa profunda desumanidade insiste em negar a nós, e a todos que nos cercam indiferentes, a mim e a você.
Não tenho bandeiras, não tenho ideais, não acuso e nem sequer defendo, acho que o ente humano busca compensar-se o tempo todo,entre agonias e prazeres viver, vivemos, e se um gole faz a diferença, vai em frente tens o meu apoio, muito embora não seja de beber todas, só as vezes dentro do cínico “beber socialmente”, o suficiente para tornar você ou a mim mesmo uma pessoa mais palatável!
Agora ao final do texto me lembro que certa feita, em uma roda de amigos, alguém do sexo feminino comenta, que gostava que o marido tomasse algo ao chegar em casa, porque isso o tornava mais gentil, bem aí fica a dica, confesso que tais palavras vindas de uma mulher casada soou como uma poesia, se não me engano, ela já tinha tomado dois Whiskys,ela já tinha brilho nos olhos, viu, é disso que falo.

Glub-Glub
Luis Fabiano.

Pérola do dia:

“ Um diplomata é uma pessoa que consegue mandá-lo à merda de tal forma que você efetivamente começa a cogitar de ir."


Caskie Stinnett

terça-feira, setembro 15, 2009


O cheiro da morte.

O titulo é dramático como a vida, sim, uma sucessão entre bem aventuranças e malévolos efeitos, dicotomia existencial, mas todo o drama tem seu lado irônico e porque não dizer humorístico que nos guinda o pensamento e, eventualmente algo útil surge.
A verdade que enquanto lavava as minhas partes em um banho matinal, meu pensamento foi levado a natural estupidez, e porque não dizer mesquinhez de imaginar situações inusitadas, deixando-me levar nesta linha de pensar, é claro não poderia deixar e pensar na morte, talvez o drama maior do ser humano, a hora de parti, o adeus final! Logicamente que nada tinha haver com meu banho, muito embora estivesse sujo, não estava podre e certamente não fedia a cadáver...
Precisa ser assim, tão dramático a hora derradeira?
Claro que não, posso dizer que como tenho alguma experiência em lidar com a morte, pois já convivi muito perto dela( trabalhando em hospital...e freqüentando UTI,bem ali você vê as garras mortais cravando suas garras...), mas a o morte tem seu lado insólito,o cheiro de hospital é algo que nos convence de nossa finitude, ali entre entubados, anestesiados, e os em coma, e outras tantas manifestações da cura/morte, via-se coisas muito estranhas.
Para que não fique tão impessoal, lembro-me que fui visitar meu pai na Uti, situação que não era tão engraçada isso é verdade, mas lá estava ele entre o semi cadáveres, e na cama da frente a sua, um criminoso baleado pela policia respirava com dificuldade, praticamente nos estertores do último suspiro, e meu pai esboçou um sorriso entre os tubos, e disse:
-Acho que aquele ali já vai...e riu..
Logicamente que uma piada em ambiente desses não tem como não rir, e de fato a noite o criminoso foi mesmo, e no dia seguinte meu pai também, santa ironia, e aquele cheiro?Remédios, éter, decididamente não é bom.
Pensava em meu banho espumado, os mortos deveriam tomar um banho antes de partir(chegar de alma lavada?), e não com aquele aroma tão hospitalar,e os velhinhos que não gostam muito do banho?Por favor, imaginem a agonia de Pedro,fica aquele cheiro de mofo, você já sentiu cheiro de mofo ?E bolor?
Mas o tal aroma muda muito, sim, estive em enterros que cujo o cheiro da morte era frances, é vero, a viúva peituda estava tão perfumada como se fosse uma festa, luto acho que não era seu forte,em meu pensar, parece algo que acompanha, o pecado e a moralidade para não dizer mortalidade, aquela viúva perfumada daquele jeito, exigia mais que um consolo simples literalmente...a morte vista sob este ângulo, cheirava tão bem, entre as lágrimas da viúva percebia-se uma certa sensualidade, eu estava vendo demais?Não pode, mas aquele decote...por favor.
Porem nem sempre é agradável assim, em dias quentes de verão um enterro converte-se um calvário, a câmara ardente faz lembrar o inferno que talvez aguarde o morto, e as pessoas suarentas com cheiro de ovo cozinho,e os abraços de consolo convertem-se então no drama, o morto cozinhando ali,e as pessoas sobrevivendo, gostaria de dizer que talvez neste momento a dor da perda ganhe arrancos de depressão, pela condição humilhante que esta cena nos imprime. Ali a morte torna-se fétida.
O banho terminou...

Paz.
Luis Fabiano.

A vida como ela é:

O homem que não Conhecia o Amor:

Por vezes os pecados da moralidade são mais danosos, que as virtudes levadas ao extremo, um misto de loucura pela sanidade, pelo ideal.Nem sempre é assim, porem quando carece de verdade, aquela verdade que advém do intimo de nós mesmos,a moral forjada é uma ofensa tão grande quanto uma imoralidade desenfreada,ou esta última é mais digna que a primeira:

O homem que não conhecia o amor:

segunda-feira, setembro 14, 2009



" Aspas "

Nada mais tedioso que em um corneado (a) sem consolo, insuportável mesmo, é como se o restante da dignidade houvesse se esvaído para longe deixando apenas um abismo em um mar de incompreensões.
Falo isso, porque um conhecido meu veio queixar-se de sua malfada sorte, ( sorte?), sua mulher amada o havia coroado com lindos e lustrosos chifres, que fazer afinal? Dizia com a boca espumando que iria vingar-se de alguma forma, em primeiro momento até mantive alguma seriedade que o caso talvez merecesse, mas com o seguimento da conversa, o meu senso frio, cruel ou não humano como acharem melhor, aflorou, fatal, e então fui conversando com ele, e perguntei a queima roupa:
-Everaldo, tu amava a tua mulher, a respeitava e nunca a traíste (olhando nos olhos dele...),me diz uma coisa, tu era tudo isso mesmo? Tratava ela como ela merecia, carinho,amor e prazer? E sobretudo, foste absolutamente fiel a ela?
Claro que eu fazia idéia de todas as respostas, mas quando alguém esta com sentimentos feridos assim é preciso levá-lo a frieza da razão, e essa era a idéia, por favor não pensem que eu estava interessado em Neuza, a bela e gostosa esposa de Everaldo, a idéia não era essa, a principio.
Então Everaldo ficou me olhando como se fizesse uma viagem no tempo, lembrando algo, e disse:
-É claro que eu a travava bem, mas tive minhas falhas, a traí sim, mas fui muito discreto, mas não era nada importante sexo casual, uma gozada acabou, não amava ninguém, digo, amava a Neuza.
Meu olha inquisidor, não precisa dizer nada, que Everaldo reclamava então? Então disse uma frase digna de um epitáfio:
-Everaldo, então tu a traíste Everaldo, mais matar, crime passional e todas estas coisas são de uma burrice universal, não dá, nem o Criador exigiria tal sacrifício, e te digo mais,e guarda isso para ti: Quem ama, jamais é traído,jamais...
Everaldo fazia contas de cabeça, logicamente que eu não estava falando desse amorzinho tão humano repleto de atos falhos em busca de uma exclusividade utópica, onde predominam os mesquinhos sentimentos humanos, estava falando um amor mais depurado, verdadeiro e muito longe de sua passionalidade tão vil e humana. Matar por amor? Por favor,nada ou ninguém merecem isso.
E fui dizendo tudo isso a Everaldo, disse:
-Então Everaldo, irás julgar o escorregão de Neuza, porem tu mesmo escorregaste para dentro de outras vaginas? Não dá, é o roto falando do rasgado amigo.
Ele secando a espuma da boca, me olhava agora como um corno manso,e algo mais calmo, e dizia: Então, que vou fazer? perdoá-la? recebê-la de braços aberto? É isso?
Fiz um olhar irônico para Everaldo, bem amigo, aí é algo muito pessoal, mas as vezes o coração deve falar mais alto,mas não muito, se ela deu apenas, foi um sexo que estava com vontade de dar, tudo bem, conversa com ela e por que não recebê-la de volta se você a ama? O ser humano é muito complexo e não se enquadra em esquemas que foram destinados a refletir uma perfeição idealizada, conversa com ela, porem se ela ama o Ricardão, bom a o assunto é outro,ai você precisará guardar a tua dor e deixá-la ir ao encontro da felicidade dela, é assim, ela tem direito de ser feliz e erros, bem, erros eventualmente acontecem.
Everaldo:
-Tu falas assim porque não é contigo.
Eu:
-Falo porque já amei muito, e sei o quanto nada disso é absoluto muito embora pareça, é uma noticia triste meu amigo, mas não é, não é único,não é exclusivo mas é bom, bom enquanto dura.
Everaldo estava desconsolado mas não tinha argumentos,as emoções desequilibradas nos deixam algo tontos, mas ao menos ele não queria mais matar Ricardão ou Neuza, queria apenas que ele percebesse que não valia a pena, só isso,mas não é tão fácil fazer entender as emoções em ebulição a fria praticidade da lógica.Não mesmo.
Everaldo querendo me minar, dispara:
-Mas então, Fabiano, nunca sentiste ciúme?
Sorri, com ar algo melancólico já antevendo a decepção e o descrédito que mergulharia:
-Não Everaldo, nunca senti ciúmes de nenhuma mulher com quem estive,talvez eu tenha abusado do meu amor próprio,ou das duas uma, ou nunca amei a ninguém ou o que senti estava muito além que simples emoção.
Everaldo com olhar de boi manso, apenas balançou a cabeça.
Olhei para o lado, na entrada do bar e disse:
-Chega aí Neuza...

Paz profunda e um leve desassossego a todos.
Luis Fabiano.

Vingança:

"Para um grande guerreiro
Envolvido em um combate,
Matar o inimigo pode ser
Sua única preocupação,
Suprimir toda a emoção humana e compaixão.
Matar quem se interpuser em
Seu caminho, seja Deus ou Buda.
Esta verdade está na essência da arte do combate."

A arte da Guerra - Sun Tzu

sexta-feira, setembro 11, 2009


A vida como ela é:

Para quem não lembra ou nem sequer conheceu, no ano de 1996 o fantástico em uma homenagem a Nelson Rodrigues, a cada domingo exibia uma obra clássica de A Vida como Ela é, ficou excelente, numa produção de Daniel Filho e com os atores globais, não tinha erro, era batata, ficou estupendo.
Hoje coloco a primeiro episódio: A Esbofetada.

"Existem certas mulheres que adoram apanhar, o homem que não gosta de bater."

Nelson Rodrigues.

Curtam, é um primor:

quinta-feira, setembro 10, 2009



Florzinha !

Ah...as aspirações humanas, Deus meu, que sonhos, que devaneios tantos, a busca de coisas simples que podemos aqui chamar de felicidade, talvez, alegria um pouco, é, quando se trata da criatura humana tudo se torna possível. Disse uma vez e torno a dizer, é preciso conhecer o ser humano e por vezes olhá-lo com alguma generosidade, e naturalmente entender que,quando se tem aspirações tão altas, e que se mesclam a paixão e as ilusões que tanto nos fazem “bem”, é claro, fica praticamente inescapável a decepção, é um fatalismo normal, como pão e manteiga que caem no chão, é preciso estar disposto.
Falo isso e me lembro de Osvaldão, criatura apaixonada pelo sexo feminino, considerava-se um autentico Dom Juan da modernidade( irão notar é claro, que lhe faltava virtudes para,a começar pela humildade...Dom Juan ?Por favor...mas ele batia no peito como um “macho”, e dizia de boca cheia- Sou o Dom Juan da Modernidade...)evidentemente que quando Osvaldão falava assim, provocava risos de seus tolos amigos entre os quais estou incluso, mas Osvaldão era boa pessoa e amigo de bom papo, falar de mulheres que era seu assunto mais explorado,tinha facilidade para levá-las para cama.
Encontrava-nos sempre a noite no mesmo boteco, e entre uma gelada e outra afloravam assuntos capazes que fazerem os anjos chorarem, lubrificado por um cerveja é certo que o ente humano fala merda, é sentar e esperar, o palco armar-se. Dia destes Osvaldão chegara e tinha o rosto um certo ar de tristeza, nem sempre estamos bem, psicologicamente é interessante fazemos esta ascensão e algumas quedas e tudo vai bem é a vida, mas aquela noite ,Osvaldão não estava nada bem, e disparei:
-E aí Osvaldão, que houve, que cara é essa, morreu o teu cachorro?
É sempre um risco fazer afirmações como essa a alguém triste, mas as vezes é preciso perder o amigo mas não a piada.
Osvaldão sorriu amarelo, e disse:
-Tchê, to aborrecido aí, por causa de mulher...acreditas? De mulher...
Claro que não acreditei, e ainda dei uma gargalhada chula e disse: Bem, Dom Juan também teve inúmeros problemas em sua época, achas que ser Dom Juan da modernidade, é apenas colher vaginas no quintal, como milhos ou tomates? Digo para ti Osvaldão, as vaginas em si são maravilhosas, mas o problema é o que esta um pouco acima delas, literalmente...
A cara de Osvaldão continuava a mesma, e senti que a coisa deveria ser séria.
Osvaldão apaixonado? Será? Caiu nas garras do amor e certamente sentiu-se cativo, um prisioneiro.
Então pedi outra gelada, e disse ao Osvaldão: Vamos lá, desembucha tudo, afinal amigo também é para estas coisas,diz o nome da puta...
É isso que eu digo, as vezes é melhor não saber de nada no que se refere ao intimo de outro ser humano, as vezes o pouco do respeito que temos em relação a alguém advêm justamente do seu silencio, de sua reclusão, daquilo que fica em suspensão, flutuando no ar, sem certezas densas, sem nada, aprendi isso, e digo com todo o meu carinho caro leitor, pense duas vezes antes de perguntar sobre as mazelas de outrem, e sobretudo não nutra uma grande e intocável imagem altruísta de ninguém, somos humanos demais, e muito propensos ao ato falho,ao ato flato!
Osvaldão sempre se regozijou de suas peripécias amorosas e sexuais, contava com detalhes de riqueza suas transas memoráveis e todas as ejaculadas que havia dado, mas a vida não é um mar de perfeição, tudo isso acontecia porque as mulheres que ele encontrava, eram mais ou menos que ele deseja, um certo padrão, e assim devia ser para ele, embora se chamasse de Dom Juan algo deu errado neste dia.
Me confessou que adorava mulheres que tivessem a xana bem pequena, quase como uma virgenzinha( Virgem?), e para ele, a anatomia vaginal era a coisa mais importante, sim gostava de um design,estreito, fechadinho quase intocado, sem pelos, e os lábios? Deveriam ser simétricos,como pintados por um Da Vinci!
Digo a vocês que quando ele me disse isso, me caiu as tranças, aquelas palavras vindo de alguém que se dizia Dom Juan da Modernidade?? Desculpe Osvaldão, mas acho que eu sou muito mais...
E justamente naquela noite ele saiu com Nóris, uma linda morena, pernas fortes, cabelos longos, seios pequenos e um bumbum capaz de abalar a castidade de qualquer santo. É claro quando se olha uma mulher vestida é impossível saber detalhes tão íntimos de sua forma física a não ser que você seja o seu ginecologista ou tenha visão de raio X ? Não superman, não rola, é um jogo, uma roleta. Nóris dizia ao ouvido de Osvaldão, depois de ter tomado umas e outras(mulher bêbada, é um prato cheio):
-Osvaldão...(um beijo), vamos embora daqui, pois vou te mostrar a minha florzinha...
A este convite, Osvaldão pediu a conta e saiu a pressas para um motel. La chegando,entre beijos,abraços e amassos as roupas iam despencando ao chão,quando Osvaldão estava na ultima fronteira( a calcinha dela), a qual arrancou com os dentes em furia, a surpresa.
Não se enganem, Nóris não era homem não, mas ela tinha uma vagina descomunal,imensa,enorme, sim grande seria um elogio,e ela ainda sorria dizendo:
-Beija a minha florzinha Osvaldão, beija..ela te quer...
Ali Dom Juan arriou as calças, broxava como nunca havia broxado na vida, aquele vaginão enorme olhando para ele, uma vagina que mais parecia ter não uma entrada de um pênis, mas um sorriso de coringa, aberto, amplo e pingando abundantemente.
Pensava ainda Osvaldão, que talvez ele(seu membro) deveria ter a dimensão de um jumento para dar-lhe prazer? E com isso mais o seu membro enrugara...pobre homem.
Ele me dizia isso tudo, e como tivera vontade de sair em retirada o mais rápido possível, foi uma vergonha total e vexatória.
Enquanto Osvaldão falava, meu pensamento foi longe, sim, estas malditas aspirações do homem que não entende a beleza da natureza em sua forma mais primitiva, pensava eu, me deliciaria com a Florzinha de Nóris, ainda que esta florzinha estivesse mais para um repolho suculento, prazer total, dar-lhe-ia amor, e alguns dedos ou quem sabe mão inteira ? Hum...delicia.
Tinha me esquecido de Osvaldão, mas ele sentia-se melhor, o álcool é bom para afogar algumas decepções, e essa não era digamos de muito relevância.
Alguém sabe o telefone da Nóris?

Paz.
Luis Fabiano.

O Amor...

A necessidade de segurança nas relações gera inevitavelmente o sofrimento e o medo.Essa busca de segurança atrai a insegurança.Já encontraste alguma vez segurança em alguma de vossas relações? Já? A maioria de nos quer a segurança no amar e no ser amado,mas existirá amor quando cada um está a buscar a própria segurança,seu caminho próprio? Nós não somos amados porque não sabemos amar.
Que é o amor? Esta palavra está tão carregada e corrompida, que quase não tenho vontade de empregá-la.Todos falam de amor...
Incapazes, que somos de compreender essa coisa humana chamada amor, fugimos para abstrações.O amor pode ser a solução final de todas as dificuldades,problemas e aflições humanas.Assim,como iremos descobrir o que é amor? Pela simples definição? A adoração de uma pessoa,o amor carnal, a troca de emoções, o companheirismo - será isso o que se entende por amor? Essa foi sempre a norma, o padrão que se tornou tão pessoal,sensual,limitado,que as religiões declaram que o amor é muito mais que isso.
Dizeis que amais vossa esposa(o).Nesse amor esta implicado o prazer sexual ,o prazer de terdes uma pessoa em casa para cuidar dos filhos e cozinhar.Dependeis dela;ela vos deu o seu corpo sua emoções ,seus incentivos, um certo sentimento de segurança e bem-estar.Um dia ,ela vos abandona;aborrece-se ou foge com outro homem, e eis destruído todo o vosso equilíbrio emocional ;essa perturbação,de que não gostais, chama-se ciúme, despeito etc.. Nele existe sofrimento,ansiedade,ódio e violência.Por conseguinte,o que realmente estais dizendo é: “Enquanto me pertences,eu te amo;mas,tão logo deixes de pertencer-me,começo a odiar-te.Enquanto posso contar contigo para satisfação de minhas necessidades sociais e outras,amo-te,mas,tão logo deixes de atender as minhas necessidades,não gosto mais de ti”.

Krishnamurti - Liberte-se do Passado.

Pérola do Dia:


“ O amor é uma troca de favores relativos, entre o que se deseja e o que se quer ceder.”

Luís Fabiano.

quarta-feira, setembro 09, 2009


Máxima:

“O pênis é o termômetro do mundo, e a vagina o analgésico.”

Mr.Pi.

Little Wonders - Pequenos Milagres
Rob Thomas

Esqueça tudo isso,
tire esse peso dos seus ombros
Não percebe que a parte mais difícil já passou?
Deixe dentro de você,
deixe sua claridade te definir
No final o que passamos
serão apenas lembranças
Nossas vidas são feitas desses
pequenos momentos
Desses pequenos milagres,
dessas mudanças e voltas
do destino
O tempo passa,
mas esses pequenos momentos,
esses pequenos
momentos permanecem
Deixe para lá,
deixe seus problemas
ficarem para trás
Deixe brilhar até sentir
tudo a sua volta
Não me importo se é comigo
com quem você precisa desabafar
Nós vamos superar tudo.
No fim o que realmente
importa é o coração
Toda a minha aflição
desaparecerá de algum modo
Mas não posso me esquecer
como que me senti agora.
-

terça-feira, setembro 08, 2009



Consultório.(sala de espera)

As vezes se torna impraticável o bom senso na vida, sim, quando estamos tomados de uma paixão irrefreável, desejando ardorosamente o prazer de alguém, quando de súbito somos tomados por uma vontade de estar com aquela pessoa, essas coisas, onde a mente consegue coordenar-se e dizer do alto de sua suposta frieza: fique calmo, fique tranqüilo tudo irá ficar bem...e num piscar de olhos toda aquela emoção some?Se esvai para algum lugar oculto ao vulto, como se não tivesse existido ? Ledo engano amigo, não é, e não funciona assim.
Quando emocionados externamos algo semelhante a uma insanidade próspera, loucura passageira mas ainda sim com todos os achaques de loucura, todos, seja ela o que for, raiva, paixão, ódio, felicidade,ciúme, orgulho ferido e todas estas emoções que nos convertem em bestas humanas a espera do infinito!
E onde foi que senti tudo isso?
Num consultório médico, foi a muito tempo é verdade, mas eu aguardo um certo tempo para escrever sobre algo, até mesmo para confirmar minhas idéias, e claro infelizmente estavam certas,eu estava com uma alergia estomacal que transformou minha língua em alguma coisa branca repleta de bolhas ardidas, ali naquele consultório haviam homens e mulheres, uma sala considerável e eu embora de língua inchada escutava aqueles assuntos de consultório, chatos mas o que me surpreendeu foi a temática, as mulheres cujo assunto único e eterno são filhos e novelas( isso já fazem mais de dez anos...)os homens não ficavam muito atrás mas ao menos ensaiavam falar de política e claro futebol, eu tava mudo por motivos óbvios,e se pudesse dizer alguma coisa certamente pediria educadamente para não falarem mais nada, pensava comigo: as mulheres ainda estão nas cavernas, sim, a caverna apenas mudou de aspecto físico,mas vivencialmente é ainda a mesma coisa, filhos, família, roupas,novela, comida!
Na época eu achei que estava sendo muito antiquado e guardei meu pensamento em algum poço profundo em mim mesmo, esqueci.
Passado mais de dez anos, muitas coisas aconteceram no mundo,e tive a felicidade de entrar em uma sala para resolver alguns problemas de trabalho, em um ambiente que digamos deveria inspirar,privilegiar aspectos mais culturais,intelectuais e outros, vejo mulheres de todas as idades a partir de vinte e quatro anos falando o que ? Sobre o maravilhoso Caminho das Índias, do filho de uma outra que pegou gripe suína, da mãe de uma outra que arrumou namorado, e outras coisas assim caseiras, pobres, de uma pobreza de espírito contagiosa, meu ouvido afinado passeava naquela sala a procura de alguém que dissesse alguma coisa, que nem precisava ser inteligente mas apenas diferente e nada, tudo em vão.
E claro me lembrei do mestre Paulo Francis, que dizia com toda as letras, que nunca a mulher será igual ao homem, porque sempre se terá que ter direitos diferenciados entre outras coisas. Sei que homens falam estupidez profunda, eu ao menos tento dizer algo que preste eventualmente, e quando saí daquela sala onde as “intelectuais” discutiam sobre o tricô, crochê e novela dei-me conta que infelizmente que passa a maior parte do seu tempo falando e pensando isso, com todo o respeito que a democracia nos propõe, realmente não pode ser de muita importância, embora tenham queimado o sutiã a mentalidade da maioria ou seja 99% ainda esta enfiada na caverna,na arrumação da casa, de cuidar filhos,preparar alimentação e fazer agasalhos para o frio.
Se bem entendido isso, poderíamos dizer que é um elogio, pois seguem a natureza e como dizem, a natureza é sábia e seguir a natureza as vezes é um bom negocio,principalmente quando se trata de uma ditadura evolutiva, com a qual se tem que lutar contra milhares de anos fatais e inexoráveis de prevalência de nossa mais profunda ignorância, torna-se quase uma luta inglória, como vocês podem perceber pela minha lenga-lenga, se por um lado eu aponto o crime, por outro,eu nos inocento e transformo a todos em vítima encarceradas pelo processo evolutivo humano, fiquem tranqüilas meninas, podem ficar na caverna, pois tudo será perdoado.

Paz profunda.
Luis Fabiano.

Pérola do Dia:

Só o cinismo redime um casamento.É preciso muito cinismo para que um casal chegue às bodas de ouro.”

Nelson Rodrigues.

segunda-feira, setembro 07, 2009

Mais que um prazer (Carta dos Prazeres...)



Mais que um prazer (Carta dos Prazeres...)
Prezado Marquês de Sade

Escrevo esta não com o intuito tão somente de elogiar seus prestigiados escritos, que são de uma monumental expansão de estreitos limites, no que concerne ao prazer. 

É inegável que aqueles que se dedicam a este fito exclusivo, precisa mergulhar nestes infernos de desejo e loucura como descreves, cujo os mais “castos” de alma, os que esperam por meio de um escambo Divino, salvar seus pobres espíritos das chamas eternas. 

É verdade que não é assim que funciona, não é colocando umA rolha em um canhão que se impede a explosão, mas a nossa sociedade espera que assim funcione, a natureza é insofismável, ela sempre encontra caminhos para chegar ao seu fim ,e quando não encontra, bem, leva o homem a ruína primeiro mental, depois emocional e por fim física, onde ele sente seu corpo adoecer de toda sorte, quem diria Marques, que uma gota de esperma não ejaculado poderia gerar tudo isso?

Mas em minhas incursões na busca do tal prazer, cheguei a algumas conclusões estranhas e porque não dizer contraditórias: neste afã de buscar o prazer total, o gozo dos gozos, o manancial do tesão, o nascedouro do orgasmo, a fonte “inesgotável” de prazer, vamos em busca sempre de mais e mais, e no entanto infelizmente ele não existe como uma chama infinita, mas antes sim é efêmero,e consome a si mesmo.


Não nego que senti muito prazer é verdade, não foram poucas vezes que gozei , de todos os jeitos e formas, mas ao final sinceramente, onde o prazer eterno?

Em minhas especulações imaginei quando era muito inocente, que talvez o “amor” de alguém, de uma companheira, pudesse elevar o prazer aos pícaros de um gozo maravilhoso, ledo engano leitor, e posso dizer como certamente já o sabes que, os que amam gozam, os que não amam gozam da mesma forma, talvez quem sabe, a diferença da continuidade. 

Talvez um bem estar posterior ao “ato”,depois do prazer tanto homem como mulher tornam-se trapos inúteis e cansados e supostamente satisfeitos(não no meu caso), a grande maioria se satisfaz com três a seis orgasmos e tudo termina em tédio. Fiquei cansado. Os amantes olham-se com ternura,amor e dormem abraçados e isso lhes é o sentido (entendo e respeito,mas não muito...) os estranhos se despedem e vão embora a busca do descanso, as pessoas que fazem programas pegam o seu salário, e vão em busca do próximo...e tudo isso chamamos de prazer e satisfação!

Sinceramente caro Marquês, eu acho um tédio, depois que se tem uma vida vasta de prazer um orgasmo, um gozo é apenas mais um, sem brilho, graça ou beleza, é preciso ir além, sim, além de vaginas molhadas, pênis rígidos, seios com bicos duros, bocas sequiosas e inflamadas e cus sedentos para serem dilacerados, tudo isso é de uma beleza suprema, mas é só isso?


A buceta da amada, é a mesma buceta de uma ordinária eminência desconhecida e vulgar, obviamente obedecendo a alguns predicados naturais de tesão e simbiose e acertos, mas diferença, onde?


Para pessoas com critérios “elevados” de moral, isso soará como uma blasfêmia, e sinceramente não espero que tais seres me entendam, vivam suas vidas e seu prazer é isso, de fato o prazer da mediocridade é olhar-se no espelho, e naturalmente elogiar-se de sua beleza ainda que seja cega a si mesma.


Marquês, seguirei a minha busca, sou homem de fé e desejo encontrar este prazer supremo capaz de me jogar aos braços do Criador como um filho pródigo que retorna a casa em frangalhos, sei que tal prazer existe e sei que possivelmente não seja nas entranhas molhadas de um corpo alheio, talvez nem no meu próprio corpo. 

Não sei se nos gozos da alma infinita, quero sentir uma ejaculação eterna, um gozo sem fim um continuo fluir de esperma.
Amigo Marquês me responda algo eu aguardarei.

Fraternalmente.
Luis Fabiano.