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segunda-feira, setembro 07, 2009

Mais que um prazer (Carta dos Prazeres...)



Mais que um prazer (Carta dos Prazeres...)
Prezado Marquês de Sade

Escrevo esta não com o intuito tão somente de elogiar seus prestigiados escritos, que são de uma monumental expansão de estreitos limites, no que concerne ao prazer. 

É inegável que aqueles que se dedicam a este fito exclusivo, precisa mergulhar nestes infernos de desejo e loucura como descreves, cujo os mais “castos” de alma, os que esperam por meio de um escambo Divino, salvar seus pobres espíritos das chamas eternas. 

É verdade que não é assim que funciona, não é colocando umA rolha em um canhão que se impede a explosão, mas a nossa sociedade espera que assim funcione, a natureza é insofismável, ela sempre encontra caminhos para chegar ao seu fim ,e quando não encontra, bem, leva o homem a ruína primeiro mental, depois emocional e por fim física, onde ele sente seu corpo adoecer de toda sorte, quem diria Marques, que uma gota de esperma não ejaculado poderia gerar tudo isso?

Mas em minhas incursões na busca do tal prazer, cheguei a algumas conclusões estranhas e porque não dizer contraditórias: neste afã de buscar o prazer total, o gozo dos gozos, o manancial do tesão, o nascedouro do orgasmo, a fonte “inesgotável” de prazer, vamos em busca sempre de mais e mais, e no entanto infelizmente ele não existe como uma chama infinita, mas antes sim é efêmero,e consome a si mesmo.


Não nego que senti muito prazer é verdade, não foram poucas vezes que gozei , de todos os jeitos e formas, mas ao final sinceramente, onde o prazer eterno?

Em minhas especulações imaginei quando era muito inocente, que talvez o “amor” de alguém, de uma companheira, pudesse elevar o prazer aos pícaros de um gozo maravilhoso, ledo engano leitor, e posso dizer como certamente já o sabes que, os que amam gozam, os que não amam gozam da mesma forma, talvez quem sabe, a diferença da continuidade. 

Talvez um bem estar posterior ao “ato”,depois do prazer tanto homem como mulher tornam-se trapos inúteis e cansados e supostamente satisfeitos(não no meu caso), a grande maioria se satisfaz com três a seis orgasmos e tudo termina em tédio. Fiquei cansado. Os amantes olham-se com ternura,amor e dormem abraçados e isso lhes é o sentido (entendo e respeito,mas não muito...) os estranhos se despedem e vão embora a busca do descanso, as pessoas que fazem programas pegam o seu salário, e vão em busca do próximo...e tudo isso chamamos de prazer e satisfação!

Sinceramente caro Marquês, eu acho um tédio, depois que se tem uma vida vasta de prazer um orgasmo, um gozo é apenas mais um, sem brilho, graça ou beleza, é preciso ir além, sim, além de vaginas molhadas, pênis rígidos, seios com bicos duros, bocas sequiosas e inflamadas e cus sedentos para serem dilacerados, tudo isso é de uma beleza suprema, mas é só isso?


A buceta da amada, é a mesma buceta de uma ordinária eminência desconhecida e vulgar, obviamente obedecendo a alguns predicados naturais de tesão e simbiose e acertos, mas diferença, onde?


Para pessoas com critérios “elevados” de moral, isso soará como uma blasfêmia, e sinceramente não espero que tais seres me entendam, vivam suas vidas e seu prazer é isso, de fato o prazer da mediocridade é olhar-se no espelho, e naturalmente elogiar-se de sua beleza ainda que seja cega a si mesma.


Marquês, seguirei a minha busca, sou homem de fé e desejo encontrar este prazer supremo capaz de me jogar aos braços do Criador como um filho pródigo que retorna a casa em frangalhos, sei que tal prazer existe e sei que possivelmente não seja nas entranhas molhadas de um corpo alheio, talvez nem no meu próprio corpo. 

Não sei se nos gozos da alma infinita, quero sentir uma ejaculação eterna, um gozo sem fim um continuo fluir de esperma.
Amigo Marquês me responda algo eu aguardarei.

Fraternalmente.
Luis Fabiano.



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