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segunda-feira, novembro 28, 2011


Tentação

Péssimas ideias as vezes me assaltam
Dragões nefandos do desencanto
Pilastras erguidas tentando conter a nuvens
Uma víbora peçonhenta enrodilhada no coração
Lentamente cravando suas presas

Talvez com um por do sol maldito
Trazendo a sombra sem estrelas
O macabro entre em cena
Despindo o figurino da benigna placidez

Tudo se converte em uma tentação
O quinto andar é diz que tenho asas
A velocidade diz que não há problema
As garrafas dizem pra ir até o fim
A katana sobre a cama com meia lamina de fora
Alma do haraquiri...

Abro a gaveta e arma fica me olhando...
A coloco sobre a cômoda
O cão domesticado cuspindo fogo
A melíflua voz do desengano
Verdade pontiaguda transpassando meu peito
A serpente sobre por dentro de minha garganta

Respiro claustrofóbico
A espera da solução magica...
Anjos errantes do desterro
O impossivel sem mãos
O cão puxado e uma certa dúvida
Apertar ou não o gatilho?

Luís Fabiano.

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