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sexta-feira, outubro 21, 2011


Parte 2 Final

Sexo, drogas e rock in roll

…mais e mais, aquele canhão de porra, o desgraçado realmente estava adorando aquilo. Não sei exatamente qual parte, se de me humilhar ou de forçar a fazer algo que era o berço de sua devassidão.

A esta altura do campeonato, eu estava completamente excitado. Enquanto Marcela narrava com alguma emoção, aquela historia picante da crueldade humana. Já tinha me esquecido que era um estupro. Whisky e uma historia tornam possível comer até mesmo um mamute femea... se por acaso existissem é claro.

-Então ele desfaleceu, exaurido, parecia que havia saído toda a porra do mundo por aquele cara. O outro continuava firme, louco, alias mais louco pelos urros do parceiro, pelos meus gemidos de pavor. Os dois dedos na xoxota me doíam muito, estava me mijando de medo... então o outro que ainda estava ereto teve uma ideia brilhante... malditas ideias inspiradas pelos demônios... porque ninguém passou ali naquela hora? Eu tava sendo comida por dois caras nas ruas de Pelotas, ninguém passou? Tu não achas que as vezes a vida é uma merda completa??

-É Marcela, as vezes as coisas tristes acontecem em silencio, mudas, completamente apagadas diante de outras coisas, e não tem muito o que fazer... não há...acontece e já era...olhando friamente Marcela, tu és uma vitima... apenas uma vitima de milhares que existem pela humanidade... não estou diminuindo a tua dor, apenas acho por exemplo, que existem estupros informais...longe de nossa realidade...que ninguém se importa...por exemplo, quando você perdeu o sono, porque 40 mil crianças morrem mensalmente na África? Crianças que não fizeram nada a ...a ninguém...que apenas nasceram em uma porra de pais...e que a humanidade também não faz absolutamente nada... essas proporções do mal são gritos enfeitados... em um silencio que não abala nosso conforto...não perdemos o sono por isso, como não perdemos o sono por muitas coisas...é preciso que as coisas choquem...e as vezes funciona... por um tempo.

Marcela me olha com alguma indignação, acho que não era essa exatamente a resposta que esperava... que eu tivesse do lado dela, talvez? Creio que não. Eu estava movido mais pelos meus instintos e o whisky, já estava com vontade de eu mesmo come-la... mas não a força...naturalmente, fazendo-a lembrar-se desse passado denso.

-O cara excitado, me ergue, e rasga a minha calcinha, sem avisar mete aquela merda no meu rabo a seco... fez um som como alguma coisa se partindo...um osso...ou um pequeno peido... tentei gritar... mas a mão de ferro dele foi mais rápida...ele enfiou umas duas umas sete vezes e teve uma ejaculação brutal dentro de mim.... me sentia uma égua empalada... quando ele tira aquilo de mim, porra... sangue e merda...no chão e em cima dele... sinto-me sem forças... e caio no chão...os filhos da puta vão embora...entre risadas, comemorando o premio. Fico deitada no chão um tempo, tentando me recuperar. Acho que adormeço. Mas eu queria era morrer... por fim consigo me erguer e volto pra casa. Nem taxi, nem pessoas, nem amigos... nada. A solidão aquele dia tava foda, cantava sua sonata refinada de terrores, mas eu estava viva...

Gosto de historias picantes. Creio que todos gostamos é da natureza humana o prazer, o sexo, somos todos muito mamíferos não e mesmo... pedi licença a Marcela e fui no banheiro, claro que não foi pra mijar. Sentia-me bem louco, devasso... gozaria em alguma coisa dela...tive sorte. O cesto de roupas sujas, achei suas calcinhas pretas, rosas, brancas... perfumadas do seu cheiro intimo... mijo...merda...e sucos vaginais. Realmente gosto disso. Sentia-me selvagem, um cavalo excitado... fiquei ali uns cinco minutos e gozei abundantemente em suas lingeries. Venho me tornando pior. Mais bêbado, mais devasso, mais feliz, mais louco e as vezes mais em paz.

Volto para sala e Marcela enxugava algumas lagrimas de uma dor passa, que já deveria ter sido extinta como os dinossauros. Aquilo nem combinava, para ser sincero. Ela contou detalhes precisos de tudo aquilo... coisas femininas...prolixa...e colorida ao extremo.

-Quando cheguei em casa, ainda não acreditando que no tinha acontecido... comigo...milhares de vagabundas por ai...e tinha que ser eu? Tomei um banho longo... me escovei varias vezes clássico efeito, o meu cuzinho aguentou bem, saiu um pouco de sangue, estava dolorido mas bem...iria se recuperar... coloco Handel o Messiah a musica vai entrando em mim... adormeço no sofá...um pesadelo que acaba.

Fiquei em silencio, me sentia cansado daquela historia, não entendia o porquê ela havia em falando tudo aquilo, alivio do próprio lixo? Pouca gente divide conosco as felicidades da vida...tudo são problemas...e quem não os tem?

Meu coração roubado, as feridas reabertas, dores feitos laminas agudas impiedosas riscando a alma bêbada, a procura de alguma satisfação. Marcela termina sua opera, estamos cansados, nada vai acontecer hoje...melhor assim. Estranhos que compartilham encruzilhadas onde a trilha da vida anda...

-Marcela é tarde...vou embora...
-Tá... acho que chateie não é?
-Nada não... esquece.

Despedimos-nos como amantes que não se suportam mais, confessos nos pecados que a cada um ergue ou soterra... como o estupro de Marcela, ao menos eu estava um pouco satisfeito. Satisfazemos-nos sempre isoladamente mesmo quando jungidos no amor mais profundo, ali onde tu estas, a solitude é indesviável, é você e apenas você.

Luís Fabiano.


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