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quinta-feira, outubro 20, 2011


Navalhadas de um Mundo Deformado: Ardil da Liberdade


Cansei de sua fealdade, cansada, sombria, taciturna, olhos de morte.
Estávamos na leva final, estertores agonizantes, de um passado algo bom, como nossa infância. De um presente inexistente. Não se pode ser assim a vida.
Agitar bandeirolas prateadas do que se foi, tentar animar o velho cadáver bichado, nos sorriso de outrora. Inflando esperanças como uma bomba artificial...
Tudo tem seu outro lado.
Aquela disputa de egos feridos, emoções calcinadas e palavras de aço, de alguma forma me faziam bem. Tornava minha carapaça mais rija, refinava o meu fio letal, aprumava os meus sonhos possíveis, e reduzia a ilusão a nada. Gosto disso.
Debora, eu não te odeio ou tão pouco amo. Debora tu não és mais nada. É o resto sugado de uma paz galopante... tão distante.

Quando em branda luz
Carcome o verme a planta tenra
Nos suspiros da emoção
Nas lagrimas da devoção maldita
Na entranha extrema flor da alma
Rebrilha uma chama tremula
Ponte de esperanças
No breu de nossas alucinações doentias
Em fragmento entremeados da baba de Deus
Benção da chegada
Descoberta das culpas mais frescas
Verme que morre lentamente
Abrasado por seu próprio e terrifico desterro
Fealdade.

-Então tu vais embora – Diz Debora...
-Sim, este poço já esta no fundo...
-Uma resposta pronta, para sentimentos embalados a vácuo...
-Errado Debi, sentimentos evacuados...
-Uma piada até quanto tudo esta na merda...
-Aprendi a rir de mim mesmo, sou o patético adoentado, o louco, a porra louca...
-Não te conheço mais Fabiano... não te conheço ( lagrimas...)
-Nem eu. Mas não banque a preciosa... tenha culhões Debi, como esse pedaço de merda com alguma dignidade...
Aquele silencio romperia átomos, tornavam o som das moscas insuportável, moscas de um dia quente, de um inferno presente, chagas do inevitável abertas para o universo.

Perder, perder-se
A flor afável convertia-se em planta carnívora
Devorando minhas bolas
Como se tivéssemos fundidos
Útero e pau, xifópagos das almas em guerra
No caldo amargoso que engolimos
Desponta a trilha luminosa
De plácidas criações ainda voláteis
Mergulha na liberdade dolorida
Para que tuas asas cresçam fortes
E no ninho do teu coração
Este pássaro cresça e voe... voe...
Voa comigo...

Luís Fabiano.

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