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quarta-feira, março 30, 2011


Provocação

Tudo lhe provocava dor
Os silêncios sem fim
As dores alheias
Sua própria solidão sem arte
As cascas de ferida arrancadas com a unha a bel prazer
Minhas ausências sem esperanças
As putas de minha vida
O amor transformando-se em nada
Sua sensação de inutilidade e abandono
Essa é a magia que me irrita
Da cartola não sai coelho
Sim bosta
Encurralado informalmente
Passo a agir do pior modo possível
Descendo escadas densas de merda
Comprazendo-me com os vapores do inferno
Dançando uma valsa doida com o diabo
Não me incomoda agir como um canalha sofisticado
Ao longe ouço ecos de seus gritos: filho da puta, tu não presta, tu não...
Minha alma se rejubila como afagada
Pelos anjos viados do céu
E suas malditas harpas enfiadas no rabo
Serenatas de flatos celestiais
Na mesa o copo de rum
Minha bola de cristal dourada sussurrando delicias
Meu futuro sem futuro e outras coisas
Depois silencio sepulcral
Agora o tudo se inverte
Não me xinga mais
Quer o resto de nossas vidas em frangalhos
Um pouco de amor e piroca talvez
Por dentro uma raiva carente
Mentiras emocionais
Como peidos simulando ataque cardíaco
Mas agora não quero mais
Cansa-me muito esta besteira rasteira
Frascos de remédio jogados na estante
Eu não sou solução de nada
Sinto-me em paz
No fundo isso que interessa
O resto?
Bem, o resto eu não controlo
Ela fica mais puta
Nada pode ser melhor.

Luís Fabiano.

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