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terça-feira, agosto 17, 2010


Trem a 250km

Ela mexe-se rápido
Com pernas fininhas e tetas murchas
Fala como uma metralhadora giratória
O rosto descarnado
Olhos verdes, bonitos e sem brilho
Não perde tempo com nada
Corre ao banheiro
Volta outra
Havia nevado lá
Mente abastecida, e mente
Acelera forte,
Agora é um trem bala,
flutua nos trilhos
O maquinista louco
Corra mais, acelere ao máximo
Fala mais
Tiros disparados a esmo
Em uma noite sem fim
Balas perdidas
Tem disposição faminta
Sorri demais a beira do abismo
O trem pesado
Vagões
Frustrações, tristeza
amores perdidos
Toda a tragédia humana
Indiferença fria dos transeuntes
Querem chegar mais rápido, onde?
Onde esta o piloto automático?
Onde freia essa merda?
Não dá pra parar?
Não dá.
Passa por nós rápido demais
Não há como para-la
O maquinista está quase morto
É só aguardar a
beleza do som...bateu.
A tempestade rasgou a noite.


Luis Fabiano.

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