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sexta-feira, abril 16, 2010


Navalhada Curta: Tapa cheio de amor.

Mexer no baú da memória é isso. Fica a poeira no ar.
Na época andava a pé pela cidade, era bom, cheiro da rua, da noite. Não gostava de estudar, mas a função de ir e vir, parar em botecos com colegas, beber qualquer porcaria,vodka misturada a um refrigereco, bom ficar levemente alto.
Aquele dia vinha sozinho, subindo pela Osório, eram vinte e três horas e alguma coisa, quando passo na frente de uma escola, ouço uma discussão dramática, em seguida o inconfundível som de um tapa, aqueles de mão cheia.
Paro na hora.
Um casal discutia freneticamente, o cara não hesitou, deu uma porrada certeira,deixo cinco dedos na cara dela. A mulher cai no chão, todos que ali estavam ficaram estáticos. Novela da vida real, fodam-se “reality shows”. Surpreendentemente, a mulher levanta-se, segue sua ladainha, como se nada tivesse acontecido:
-Pedro, eu te amo, não faz assim comigo Pedro, volta pra mim Pedro...por favor Pedro...
Pedro andava rápido, queria livrar-se dela, mas era pior que merda de cachorro no sapato.
Na época pensei: ”baita vagabunda, adora apanhar. Pedro, dá mais uma porrada nela,ela vai gostar...vai gozar a cadela.” Nelson Rodrigues dizia: mulher adora apanhar,mas homem não gosta de bater.
Se ele tivesse visto aquilo.
Pedro sobe numa moto, ela gruda-se nele, ambos saem noite a fora em alta velocidade, não sei que fim deu aquilo, mas o amor é assim mesmo, de vez em quando precisa de movimento pra não morrer,um tapa, um chicote,uma puxada de cabelo e lambidas sem fim.
Aquele dia a trepada deve ter sido muito boa.

Luis Fabiano.

Um comentário:

Anônimo disse...

Pra quem curte um Voyeurismo a cena deve ter agradado.