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segunda-feira, abril 19, 2010


Confundindo as Bolas.

Sou um cara que não me choco com nada. Acho que não tem porque, basta olhar um pouco o mundo que se vive, puta que pariu, acontece tudo e qualquer coisa. E logo-logo a mídia se encarrega de tornar barato qualquer coisa.
Como um veneno que você vai tomando pouco a pouco, até ficar tão anestesiado que tem a impressão que tudo sempre foi assim e que nada vai mudar. Autentica droga digital. Claro que no fundo não me importo com isso, foi apenas uma constatação.Tenho pensamentos esparsos, vagos e deixo ser assim, dá uma boa sensação.
Geralmente minhas manhãs são de plena vagabundagem mental, leio algumas coisas, fico pensando algumas besteiras e vomito uma ou outra aqui. Mas naquela manhã não seria desse jeito, fui atender um novo cliente, não conhecia o cara, mas achei a voz dele muito fina no telefone, tudo bem.Sem me conhecer elogiou minhas qualidades técnicas, que fulana de ta tal disse que eu era bom.Achei meio papo furado, sou apenas a porra de um técnico comum, cuja a qualidade varia devido as circunstancias.
Já tive cliente chato, que desisti de atender, porque gosto de fazer por prazer e pela grana, mas essa historia que o cliente tem sempre razão, realmente não é comigo. Ele pode ou não ter razão, ás vezes o cara é um tremendo burro, e não tem o que fazer. Foda-se.
Tentei me animar um pouco, fui na casa do cara.Uma bela casa,mas não me impressiona isso, ter muita grana,aparências perfeitas. Só aparências, pra mim basta olhar uma privada cheia, bem entupida, que se sabe que ali tem muito do ser humano.
Quando cheguei a porta, fui bem tratado, um senhor da voz fina que havia me chamado, muito tranqüilo sem pressa.Geralmente querem que eu resolva tudo correndo.Sentamos um pouco na sala para conversar antes de eu ver o problema.
Educado demais, homem pode ser educado mas nada em excesso.Aí fiquei sabendo que era solteiro,mas a casa impecável, muito feminina,ele mesmo decorou. Entendi, não era preciso dizer nada. O cara não fazia questão de esconder-se, gostei disso.
Me mostrou a sala do computador, que ficava em uma imensa biblioteca,muito bela, gosto muitos de livros.Tudo ia bem.Me senti a vontade, e o cara também, talvez a vontade demais. Sentou-se ao meu lado e num gesto inesperado, colocou a mão no meu joelho. Senti o drama. Lembrei-me na hora de uma vez que estava em uma casa de jogos, tinha dezenove anos, um cara fez exatamente a mesma coisa, passou a mão no meu pau também. Não tive duvidas naquele tempo, dei um soco direto no olho cara, que saiu correndo meio assustado. Ninguém ficou entendendo nada.
Mas a situação era diferente, apenas olhei para ele, sorri e disse:
-Talvez não seja uma boa idéia.
-Hum...desculpe senhor Luis.É que...
-Tudo bem, não explica nada, sou um cara que não tenho preconceitos de nada, apenas não é a minha, não me toque.O resto é tranqüilo para mim.
-Certo, certo, tu me desculpa, foi uma coisa de tentação...
-Ok, entendo.
Ficamos em silencio um pouco, mas ele não parecia muito contente. Eu estava terminado o conserto, praticamente havia me esquecido dele. Quando terminei, voltamos a sala, era o final da manhã, me ofereceu uma bebida, fiquei meio tentado, mas não, eu tinha que trabalhar a tarde. Então me pergunta querendo puxar papo:
-O senhor é homofóbico?
-Não, nada disso. Não tenho nada contra a nada,apenas tenho minha preferência. Tenho amigos que são casados, do mesmo sexo, muito felizes, tenho outros clientes que são gays, tudo tranqüilo, beijam-se na minha frente, nada me choca. Quero que as pessoas sejam felizes.
-Existe muito preconceito. E mesmo tendo uma posição como a minha, muita gente me olha atravessado.
-Não tem o que fazer, atitude mental e ética é coisa de evolução. As pessoas tem outros problemas em si, descontam em ti, é mais ou menos por ai. As pessoas estão sempre dentro de um aquário.Agem do mesmo jeito,previsível.
-O senhor é bem articulado Sr.Luis.
Comecei a rir, articulado nada, sou cínico disse:” E tu ta querendo que eu te coma.Relaxa não vai rolar.”
Ele riu também, soltou-se. Disse:
-É, é mesmo...
-Deixa de papo furado e da minha grana que vou embora.
-Claro, claro, tá aqui.
Peguei o dinheiro e sai de lá. O velho queria amor, mas comigo não dava.
A memória é terrível, sai de lá lembrado, quando estava no quartel, tive um colega que disfarçava bem, enganou todos, os tenentes e outros oficiais. Mas o negócio dele era dar pra todo mundo, quando tirava guarda.
Muitos colegas comeram ele, assisti as cenas algumas vezes, mas o cú dele não me chamava atenção. Um dia estávamos de guarda ,era madrugada, ele estava na guarita, baixou a calça e disse:
-Ei, ei olha aqui...
Aquilo não era um cú, era um túnel negro.
-Obrigado, fica pra outra vez.
Ele não ficou nada satisfeito, nunca ficam. Mas a historia dele não terminou bem, um dia pegaram ele no banheiro e expulsaram ele, com todas as desonras que caracterizam.
O velhote de voz fina, só queimava a postura que dos gays. As coisas não precisam ser assim, homossexualismo e perversão não são sinônimos, ás vezes as pessoas confundem tudo.Que merda.

Luis Fabiano.
A paz ás vezes é não ficar com cú na mão.

2 comentários:

Dóris disse...

Tem vezes que entendemos errado algumas coisas.
Rs rs rs, legal heim, se fosse uma cantada tudo bem,(ui) mas o cara já chegou colocando a mão. Brincadeirinha.

Abraço

Anônimo disse...

Um pederasta muito educado, não é mesmo Sr. Luis.
Respeito muito os gays, mas alguns, francamente, passam dos limites.