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quarta-feira, março 24, 2010



Puteiro na boca do inferno.

Existem lugares que é melhor nem tomar conhecimento que existem. Mas a maldita mania de conhecer, aventurar, acaba nos convencendo o contrário. Damos um foda-se a vida e largamos nas mãos do Criador, seja o que ele quiser!
Eu mais dois colegas, fomos fazer um curso de final de semana na pequena cidade de Quarai, uma cidadezinha do interior do Rio Grande do Sul, longe pra caramba, mas que fazer?Era preciso ir. Chegamos lá a noite, as pessoas nos olhavam com alguma estranheza, éramos forasteiros.
Eu, Ari e o Reno. Os três patetas, juntos era claro que isso não poderia dar boa coisa. Reno tem uns chiliques estranhos, movimentos involuntários de braços mãos e pescoço, algo parecido com turete, cada dia faz um movimento diferente. Evolui. Ari, sem comentários, um bebedor da pior estirpe, toma o que tiver, boêmio e pronto como uma dinamite acesa. Eu, não vou comentar a respeito de mim, tento me controlar, ser lógico e mais ou menos sensato. Mas quem me conhece de perto, sabe que sou um caixa de surpresas, tomo decisões que não precisam ter motivos anteriores. Sem dramas de consciência. Deixem pra lá.
Quando chegamos no hotel, Reno bem humorado,debochado, foi perguntando:
-Isso aqui é o melhor hotel que vocês tem aqui? Bah... é horrível.
Olhei para ele algo indignado, Ari achou engraçado, aquilo não era bom. A atendente ,sorriu patética dizendo:”Sim senhor, sejam bem vindos”.Reno:”É parece que vai ser aqui mesmo.”
Subimos para o quarto, eram nove hora da noite, riamos alto. Não ficamos muito no quarto, fomos para noite, ver o que acontecia lá em uma sexta feira. Uma cidade pacata, não acontecia nada demais. Fomos parar em um bar boliche e festa,tudo junto. Ali começou crime. Wisky e energético, vodka e Ari começou botar as mangas de fora.
Se enturmou rápido, acabei conhecendo uma mulher chamada Sheila, não parecia nada com as Sheilas lindas que o nome sugere. O contrário, sou do tipo que não reclama de uma dádiva,ficamos de papinho besta.
Eu tava meio cansado, viagem longa. Sheila queria que eu falasse de minha cidade entre outras coisas. Ela estava bem vestida de preto, cabelo bem arranjado, tinha bons peitos, um autentica Raimunda. Percebi que lhe faltavam-lhe dois dentes laterais. Tive vontade de perguntar como eles caíram,espontaneamente? Será que levou uma porrada boa? Que teria feito.
Quando olho para o meio da festa Ari, esta em um empurra-empurra, que merda será aquela? Briga, em duas horas estando na cidade, estávamos envolvidos em uma briga. Fomos colocados porta a fora, entre xingamentos e empurrões. Se meteu com uma mulher que tinha dono.Era melhor ir dormir. Fomos.
Chegamos atrasados no curso. Começamos mal. Cara de bêbados, dor de cabeça. Mas enfim o dia passou como foi possível,suportável. Quando saímos, perguntamos para o ministrante do curso, onde ficam os puteiros da cidade? Uma cidade se revela pela qualidade de seus puteiros. Nos informou. A noite foi certo e direto.
Quando chegamos no local,o aspecto deixa muito a desejar. Beira de estrada, alguns caminhões parados na frente, putas gastas na frente nos recepcionaram. Eram envelhecidas, algum dia foram bonitas.Quando entramos no estabelecimento. Uma gorda semi nua dança no pole dance,um ferro sujo,palco de cimento cru, ela balançando as gorduras feliz, peitos enormes e um fio dental perdido em um labirinto de banhas.Onde estaria enfiado aquele fio dental? Achei engraçado, parecia uma lesma gigante que havia criado pernas e braços, e dançava sorridente com dentes amarelos.
Ari, pegou uma cerveja no balcão, uma merda de cerveja quente que parecia mijo.Já tomei mijos mais agradáveis. As pessoas nos olhavam desconfiadas, estávamos vestidos demais para o local, forasteiros que vieram roubar as putas do local.Os caminhoneiro,nos encaravam cara fechada. Nosso momento de celebridade.Pensei comigo:”puta que pariu, nos estamos fudidos aqui.”Procurava a porta de saída com o olhar.
Ari foi atacado por um puta que lhe roçava os peitos murchos na esperança que ele se animasse.Se animou.Ele sorriu e pegou nos bicos dela.Uma musica sertaneja alta em um auto falante que roncava. Reno, apenas balançava a cabeça involuntariamente, dando mostras de estar nervoso com seu carro la fora ou algo assim. Eu queria sair correndo.
Mas Ari resolveu trepar gostoso, preço era módico, vinte reais até gozar.Satisfação garantida do cliente.
Quando Ari chega no local que supostamente seria o quarto, tinha apenas um colchão muito sujo, de tudo que vocês possam imaginar, um espermatozóide não viveria ali nem um segundo.Tiram a roupa, carinhos, um beijo a puta só sabe dizer:”a camisinha, a camisinha” OK.
Ele coloca a camisinha, a trepação começa, ele goza em alguns minutos, da-se conta que a camisinha sumira. Como assim? Bate-lhe o pavor, a puta sorri tolamente, um pau a mais um pau a menos gozado já era. Ari se apavora, o local não tem chuveiro,pia nada.Que merda.
Sai correndo la de dentro,fechado a braguilha gritando:
-Vamos embora agora, pessoal preciso ir embora agora, já...
Me apavorei, que houve?
-A porra da camisinha rasgou...preciso lavar o pau.
Saímos correndo, chegamos no quarto do hotel, Ari entra no chuveiro de roupa e tudo, vai tirando La embaixo.Riamos muito eu e Reno, Ari era o único casado, estava com medo de pegar alguma coisa, qualquer coisa.
Esfregava o pau como se fosse arrancá-lo, entre xingamentos:
-Mas que merda, filho da puta, parece que tem dente, tinha que rasgar aquela porra...
Ficou meia hora embaixo do chuveiro, a porta aberta expondo a cabeça do pau embaixo d’água,queria limpar o era impossível de limpar, a alma talvez.Quase arrancou a pele. Se a Vânia sua esposa desconfiasse, ou pegasse uma gonorréia?
Depois de muito rir, tentei acamá-lo. Que voltasse a cidade,não transasse com sua esposa por uns três ou quatro dias, falasse com o Dr tal que é amigo nosso.Tudo ficaria bem.
Aquela noite não podia ser pior. Eu e Reno consolando Ari, em quarto de hotel barato. Era pra sentir depressão, mas fui dormir. Começava a sentir saudade de minha cidade.Da minha normalidade.

Luis Fabiano.

Um comentário:

Dóris disse...

Caramba. Rs rs rs, pensei que tu nunca iria fazer esta postagem.... faz mais de dois anos que tu me contou esta história. Eu ainda confundi Taquari com Quaraí.

Bom rir das tuas histórias.

Abraço carinhoso