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quarta-feira, março 17, 2010


Manhãs de agonia.

Sempre trabalhei muito.Desde que me conheço por gente.Ter a própria grana desde cedo era bom negocio.Comprava as minha merdas.Nunca dei trabalho.Trabalhava pelo dinheiro apenas pelo dinheiro.Nada de dom, vocação e essas porras todas que as pessoas imaginam que tem ou precisam ter.
Nada disso.É “prostituição” mesmo, fazer algum trabalho e receber o dinheiro no final do mês, pagar as contas, esperar o próximo mês. Muito bom isso.
Quando chegava o final de semana, deveria-se descansar. Mas não companheiro. Naquela época eu estava no meu terceiro casamento informal, nada de papéis, rituais ou filhos, nada disso. Coisa simples, mais fácil, não gosto de complicações.
Sábado pela manhã, que se espera de um casal relativamente novo? Acordar lentamente, fazer alguns carinhos, sentir o pau subir gostoso, mais beijos, um toque suave nas tetas, fazer amor suave, lentamente e bem molhado.
Gosto muito disso, trepar pela manhã, estou mais descansado.Tive algumas mulheres que não gostavam de trepar pela manhã.OK. Eu gostava.
Rita também não gostava. Acordava relativamente cedo no sábado.Porra, no sábado? Aquilo silenciosamente me transtornava. Sou de transtornos silenciosos, prefiro não falar, não gosto de encher o saco de ninguém. Varias vezes tentei impedi-la de levantar, puxava-a para cama, lambia gostoso sua buceta amanhecida, uma delicia o cheiro e o gosto da manhã. Mas Rita, levanta-se, dizia que iria fazer xixi, já era. Me fudi. Uma boa punheta matinal.Tudo certo,me resolvia sozinho.
O meu sábado apenas estava começando. Tentava dormir novamente depois de uma gozada nos lençóis alvos. Era impossível, ela vestia-se de faxineira, começava a limpar a casa toda, não fazia muito barulho, mas o suficiente para acabar com minha paz. Queria que eu a compreendesse, a casa estava imunda da semana, as roupas sujas, precisam ser lavadas. Me irritava profundamente.
Tomava meu café, procurava algum lugar da casa para tentar ler, ou ficar pensando nada. Gosto muito disso, nada na cabeça.Impossível. Então Rita vinha com aquela conversinha:
-Você pode ajudar com as roupas?
-Não.
-Mas o que custa?
-Custa que não tenho saco, atividades de casa, não é para mim. Não faço atividade de casa. Detesto.Você quer, pago uma diarista, cinqüenta pila, ela te ajuda...
-Esquece.
-Já esqueci.
Então em poucos instantes, Rita vinha com a vassoura,aspirador, tirar minha paz emulada.
-Dá licença...
As vezes era a gota d’água.Levanta-me, colocava algo nos pés e saia a caminhar por ai. A esmo, procurava algum lugar para o meu ócio. Tentava não pensar naquela maldita manhã. Era difícil. Rita não trepava pela manhã, tinha crises de limpeza aguda as oito e trinta e dois. Poderia relaxar mais, ser menos histérica. Tentei varias vezes fazê-la esquecer, a vida não deve ser levada tão a sério, ainda mais pela manhã de sábado. Mas era sua mania. Trabalhava sábado inteiro em casa.
Eu voltava perto da hora do almoço.A casa estava uma bagunça, tinha mania com a poeira que acumula debaixo de todos os móveis,onde ninguém olha,atrás deles.
Eu olhava aquilo, não tinha nada no seu lugar, tinha a impressão que estava no Vietnã.Nem sabia o dizer ou pensar. Almoçávamos qualquer coisa, ela seguia sua luta. Completamente louca.Não tinha o que fazer, todas minhas tentativas foram em vão.A tarde eu tinha sempre alguma atividade profissional ou religiosa e tudo certo.
Quando chegava em casa, tudo limpo.Impecável, brilhando, e uma Rita destruída. Queria carinhos, queria descansar, queria tudo ao mesmo tempo, mas não tinha energia para nada disso. Por isso digo que as pessoas são previsíveis. Rita reclamava que estava cansada, mas tínhamos um aniversário a noite, um parente de merda que não conhecia, nunca tinha me visto, mas havia me convidado?Quanta gentileza.Ótimo ser simpático com quem não se conhece.
Eu aceitava algo contrariado. Íamos ao aniversário. Mantinha-me educado, tomava bastante cerveja e tudo ficava mais fácil, suportar as pessoas quando se esta bêbado é muito tranqüilo.
Porque todos tem cara de imbecis.E você um imbecil bêbado.Irmãos.
Quando voltamos para casa, eu bêbado ela meio alegre, a foda era algo impossível.Dormíamos roncando grotescamente.
Domingo amanhecia, mas ai estávamos de ressaca, meu pau estava duro, Rita com dor de cabeça.
O domingo estava apenas começando, ao menos não tinha limpeza.

Luis Fabiano.
Manhã é sempre o amanhã.

Um comentário:

Anônimo disse...

Acho que teu maior defeito é permanecer calado quando as coisas não te agradam,és silenciso demais.Isso nunca é bom.