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domingo, maio 03, 2009

Eu odeio, eu te amo !

Não é de bom tom ou índole, sentimentos revoltosos mas por vezes são inescapáveis ,acesso de alguma emoção desajustada que por assim dizer não esta satisfazendo que se imagina, que queremos. As manifestações emocionais das pessoas são repletas de drama e para mim, drama fica excelente nas mãos de Richard Wagner, cuja as obras todas são baseadas no drama humano, assim a coisa se torna rica e talvez inspiradora, pois nos leva a reflexões mais acuradas da vida,isso é nobre!
E o resto?
Conversava com um conhecido ontem, e eis a minha inspiração, ele me dizendo que estava novamente apaixonado, amando, bem eu ri pois já sei que ele esteve “amando” uma dúzia de vezes ou mais, ele quis saber o porque de meu deboche, eu disse:
-Bem, quando se “ama” tanto assim, tudo se torna tão banal não é, você diz eu te amo cada vez com mais facilidade e isso é um profundo indicativo é uma verdade circunstancial, não há profundidade...
Ele riu, e disse:
-Eu tenho dito eu te amo cada vez com menos tempo de relação, tens razão...duas semanas é suficiente...?
Eu:
-É disso que falo, o amor humano é filho de um profundo equivoco, pois a poesia diz: que deve-se amar por amor ao amor, porque se tal amor depender da manifestação de terceiros é nítido que é um amor barato ou no mínimo passional, felicidade nas mãos dos outros? E eu acho que a pessoas de forma muito generalizada, não podem dar a não ser este tipo de amor barato, mas não é por mal, é por querer amar, é por acreditar e outros tantos quereres...
É claro que meu conhecido riu sem graça, pois ele sabia exatamente do que estava falando, e para não perder o papo, me perguntou:
-E ai, que tu sugeres como solução? Se todos amam de forma egoísta, como resolver?
Eu:
-Solucionar? Não há solução, eu proponho uma solução filosófica para isso: passem a odiar as palavras “eu te amo”, realmente não sei vai solucionar, mas tenho certeza que outro caminho vai se abrir, pior ou melhor só Deus sabe, piorar é difícil não é, basta ver a nossa tão sensível humanidade repleta de amor!!
Silêncios meu caro, talvez devêssemos calar mais e tentar ainda que com pálido esforço
Entender a musicalidade daquilo que não fala, imanifesto que jaz no fundo de nossos corações, a espera, tal qual semente enterrada a espera do momentum que a mãe a chame a vida...
Olhei para cara de meu amigo, e a sua expressão ganhara ares de lembrança, disse eu: o que foi?
-Tu sabe que lembrei da minha primeira namorada, coisa de criança é claro, inocente, eu tinha quatorze anos e ela tinha treze, eu já fui inocente, o maximo que aconteceu entre nós foi pegarmos na mão um do outro, aquilo foi o algo inesquecivel...onde será que ela anda, né?? Tu sabes o frescor da primeira vez que pegamos na mão de alguém nunca mais se repete, a primeira vez de todas as coisas é sempre algo ficará em nossas vidas...
Eu sorri amarelo, e percebi que aquele assunto estava indo para o buraco, repleto de nostalgia passadista carregado de emoção barata, sorri para ele e antes de sair disse:
-Não esqueça, odeie o Eu te amo.

Luis Fabiano.