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sexta-feira, maio 01, 2009



Historia de uma trabalhadora

Antes de mais nada embora não constituía novidade alguma, trabalha-se para “ganhar” a vida, e de uma forma simplória não há poesia nisso, seja este trabalho qual for, de natureza braçal, intelectiva ou emocional o cotidiano de tal tarefa se encarrega de tirar todo o encanto e beleza e transformar em uma peça que se move ao som das necessidades suas ou alheias.Sob esta angulação pregar pregos ou salvar vidas não farão nenhuma diferença ao longo do caminho para você mesmo(posso dizer o que estou dizendo, falei com varias pessoas de diversas profissões e todas são unânimes, o tempo carcome a paixão e tudo converte-se em uma simples abordagem pessoal que chamamos de responsabilidade...paixão, amor e o cambau..bem ai já é outro assunto)tudo bem, friamente isso não tem nada demais afinal Cronos se encarrega de engolir a todos rápida ou lentamente, se você prega com o coração ou salva vidas com indiferença intima, não faz diferença alguma.
Este foi meu prólogo, sem emoção, feito das pálidas cores da realidade e nada mais...
Aqui começa a historia de Julia que na época contava com vinte e seis primaveras, linda, cabelos compridos, olhos azuis como o oceano, de uma simpatia sem par, naturalmente tanta beleza no conjunto não poderia ser absoluta, afinal a existência economiza energia e o que abunda adiante, certamente falta acolá, coisas da justiça Divina que não devemos brigar, perda de tempo. Mas Julia era de uma infantilidade emocional a toda prova, e claro tornar-se-ia vitima de sua própria natureza(e essa é uma boa colocação,somos vitimas de nós mesmos...), apaixonara-se por Horácio, amor fatal daqueles arrebatadores, Julia criou um mundo a volta dele, seu mundo era ele, Horacio era o Sol de sua vida, bem até ai tudo bem se não fosse por meros detalhes (detalhes são sempre capazes de derrubar o World Trade Center...), eles noivaram, quando estavam prontos para casar especificamente no dia do casamento, o Horacio não compareceu a cerimônia do mesmo, deixado Julia literalmente no altar (diziam os convidados piadistas que ele dissera que iria buscar cigarros, ou algo parecido...essa é típica e nunca mais...).
A partir daquele dia Julia nunca mais sorriria com a beleza que lhe era peculiar, seu mundo feito em pedaços, coração em frangalhos, e todo o drama que acompanha tais momentos de tristeza e decepção, porem, como todo o trauma gera um transtorno as vezes imediato e doutras demora um certo tempo( esta demora é em função da maneira que cada ser humano absorve impactos emotivos, mas a verdade que nem tudo acontece de forma imediata, as vezes o caminho é longo, luto, o inconsciente intensificando manifestações de Ide ou Ego gerando a partir dos mesmos uma mascara ou outro monstro pior...varia, cada um com suas maluquices...), Julia que até então não tinha trabalhado proficuamente sentia necessidade de fazer algo, nem sabia o que, mas precisa era preciso não pensar em toda aquela merda que sua vida havia se tornado.
Alguns amigos ajudam ,e Julia esta empregada em um escritório, seria auxiliar administrativo, secretaria, aquilo passou a preencher a sua vida, vestia-se bem , era bem educada e bonita chamava atenção, mas a vida da mil e uma voltas, um dia o superintende um senhor de 58 anos lhe chama em particular em sua sala, e entre um papo besta e outro, alguns elogios dispara sem lubrificação para Julia:
-Julia tenho uma proposta a lhe fazer, mas quero deixar claro que não estou forçando uma situação e que suas tarefas na empresa permanecerão intactas , o resto é descrição,sobriedade e silencio, interessada?
Julia olhava como que adivinhando o que da lí viria, e não enganara-se, seguiu o velho:
-Você sendo muito bonita, que acha de ganhar três mil reais por umas duas horas digamos... ?
No primeiro momento os “valores “ morais vieram a tona em sua mente, porem o ser humano e aqui vou generalizar, todo e qualquer ser humano dobra seus valores ante a uma paga pomposa (a facilidade de corrupção do ser humano é sem limites, para todas as pessoas que perguntei TODAS, criando um situação hipotética de um valor hipotético, todas foram unânimes em dizer que aceitariam uma “pequena” corrupção, emocional, sexual,profissional,moral e qualquer outra,mas claro se a paga fosse realmente alta, assim só posso rir quando as pessoas falam de políticos corruptos, na verdade toda esta manifestação não passa de inveja e não de qualidade moral real...o ser humano é uma piada mal acabada...).
Claro que Julia aceitou e o seu chefe foi o primeiro cliente de sua agora nova profissão, dar prazer ( dar não, cobrar..não é ?) aqueles que queriam saborear as curvas de corpo, era estranho, cada vez que ela era penetrada por alguém desconhecido, sempre pensava em Horacio, como se ele tivesse presenciando aquele adorável momento( em sua mente vingava-se de Horacio e ainda ganhava muita grana, onde esta Julia por favor...você aceita máster? ), Julia tornara-se uma putinha que prosperava...afinal ,o trabalho enobrece o homem alguém já disse, eu pensava nisso no dia do trabalho, afinal cada um de nos tem talentos, talentos?
Experimente viver de talento!(não o chocolate.), afinal mesmo por estranhos caminhos Julia descobriu o seu..

Parabéns a todos os trabalhadores.
Luis Fabiano.