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sexta-feira, fevereiro 13, 2009


Alegria das Entranhas

Sempre gostei de pensar na vida como uma espécie de musica, boa musica, péssima musica e musicas que simplesmente não dizem nada, isso é verdade, existem pessoas que não tem nada a dizer, creio eu que isso é absolutamente necessário para a manutenção da harmonia de existir, soa quase como poesia concreta.

Vez por outra encontramos estes personagens por ai, curiosas criaturas que tem uma estranha maneira de sentir-se feliz, o mundo é amplo e o limite é advindo de nossa pobreza de paradigma, o que você imaginar que é ficção na vida tenha certeza, a realidade é imensamente mais abundante e criativa, isso é uma beleza sem duvida, mas as bizarrices que aprecio tanto surgem...

O nome dela era Ana Carolina, mas como toda Ana Carolina se transforma em Carol, muito simpática, bela, inteligente, uma moça de aproximadamente vinte e seis primaveras, morena de cabelo platinado, alta, magra enfim modelo ideal segundo padrões atuais de tipo físico, segundo algumas pessoa que conheço, só tal fato por si só garante a felicidade para qualquer um, sinceramente não entrarei neste mérito porque se assim for os Etíopes devem ser muito felizes, é talvez o sejam quando olhamos pela televisão lá...tão longe onde estão..

Carol era excelente pessoa somente um detalhe em sua vida que me levou a vir até aqui traçar tais linhas, não obstante tantas qualidades reunidas em um ser humano algo lhe era marcante,(...vocês sabem quando alguém possui muitas qualidades em demasia, é claro que a contraparte disso é sem duvida muito profunda, em outras palavras e com menos eufemismo, eu creio sinceramente com toda as veras de minha alma, que todas as pessoas em algum momento ou em vários momentos são autenticamente “filho da puta”, é certo, sempre que olho alguém “clean” demais, Jesus Cristo..pode aguardar, tenham a certeza não existe ninguém isento...ninguém será salvo...sempre preferi as pessoas que tem suas estranhezas bem expostas numa espécie de autenticidade,chaga aberta...doe mas é verdadeira, tal qual os bêbados, os drogados, os cornos etc..), Carol era assim explicita, tinha um tropismo para a tão chamada Dor de Barriga!

Sim, ela adorava ter uma diarréia, um rotavírus algo que fizesse a tripa velha trabalhar, e claro locupletar o sanitário, ainda que fosse apenas uma “aguinha”, lá estava ela feliz e contente a sentar-se no trono, era estranho, eu quando tenho uma dor de barriga acho profundamente desagradável, e não é com alegria no coração que me sento no sanitário para “descarregar”... Respeito a opinião de cada um, acho mesmo que se você sente prazer em ficar por exemplo cheirando o sovaco ou coisa semelhante, tudo bem( lembrei da grandiosa Obra de Pedro Juan Gutierrez, Trilogia Suja em Havana, onde o protagonista adorava masturbar-se cheirando o próprio sovaco, dizia ele “... era sexo cheiroso e seguro...”, creio mesmo que, se todos conhecessem a intimidade profunda de cada um, não apertaríamos as mãos uns dos outros...), cada ser humano com suas únicas características.

Logicamente que na primeira oportunidade, eu perguntei para ela quando ela, quando comentou a felicidade que estava sentindo, pois parecia que ia ter uma dorzinha de barriga, talvez até uma cólicazinha:

-Carol, me diga porque tanta felicidade pela dor ?

Ela sorrindo, já indo em direção ao banheiro:

-É claro, diarréia, dor de barriga, e etc...tudo isso emagrece! Viva, oba...

Ela entrou no banheiro e um silencio ficou no ar...apenas o som do bom ar ?


Paz e luz em teu caminho.

Fabiano.

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