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sexta-feira, agosto 15, 2008



Briga de corpos, branduras da alma

Um universo de estreito tamanho, de passo a passo eu vi, os ví
Estavam ali os dois,não se olhavam, não se viam,não se...nada
Eu ia indiferente em meus cativos pensamentos passar, mas não pude, laços de suas dores me capturaram, embora não em agonia partilhei por breve instante o que lhes ardia na consciência, dor sem dor.
Brigavam era certo.
Não havia espaço para poesia e nem as delicadas manifestações advindas de uma compreensão mais profunda, quase nunca há espaço para isso mesmo nas mais sublimes relações...levados pelo roldão de ferventes emoções...quando se vê..já foi...apenas estrondos e dissonoros sons lancinantes.
Parei ao longe, emulando a vida como a querer fingir que vivia das indiferenças frugais, como indiferentes flores plásticas que o tempo não fere,não faz brilhar...apático fiquei e menti.
Notei a dança de corpos em desalinho e almas embrutecidas,e a altercada voz como rangido que arranha, fere machuca sim, apenas a musica estridente das acusações, cobranças e o mar de inseguranças de toda sorte, ambos tentando agarrar-se, ancorar-se em si, mas as vezes a nossa nau fica ao sabor dos ventos mais fortes, ventos feitos de incompreensão, impaciência e ignorância abismal.
Balé estranho, ele tentava agarrar os braços dela, na tentativa de explicar o que nestes momentos sempre é inexplicável, incompreensível e as vezes inimaginável, abuso de ficção...extrapolar de nosso sentir.
Ela tristíssima, pássaro que queria voar para longe dali, talvez buscar seus silêncios, refazer-se de pedaços perdidos, feridos, machucados mesmo, movia a cabeça em fuga, não queria beijos, não queria abraços, não queria palavras...queria ganhar os espaços e respirar,quem sabe dormir para esquecer-se.
Ali ficaram por breves instantes que pareciam eternidades, momentos em que o tempo se dobra pela envergadura do peso que carrega sob suas costas, nossas costas. Em silencio estava eu como expectador de situações que por vezes estão muito acima de nós mortais simples a busca de um pequeno acerto que de paz, felicidade, amor...em mim queria que eles achassem uma ponte para suas emoções, eu queria...não me importa quem errou,porque errou, como errou o que pensava era, haveria conserto? Encontrariam o porto seguro para alem de suas âncoras?
Não tomo dores do acusado, ou a pseudo-justiça do acusador,pondero, por vezes somos sobejantes em acusar, ferir trucidar emoções, mas será que nunca, jamais erramos? Somos pináculos em seda branca de perfeição e justiça para com tudo e todas as coisa? As vezes erramos, mas nada vale a pena de conservar-se?Nada? Não sei.
Terminaram seu esdrúxulo bailado, ganhando a fuga em desespero, ela se foi semeando o solo com suas lágrimas, suas dores, sua decepção...amarga, atrás ele parado como um lutador exausto respirava forte buscando...buscando ânimo, com os olhos ele a buscava, mas ave ferida queria o espaço, voar sobre as nuvens de algodão,separar-se do pesadelo de sombrios momentos.
Tudo ficou silencioso novamente.
Tomei meu caminho e pensava, o entendimento sereno só é conquistado quando nos percebemos essencialmente,e de tanto caminhar nas duras estradas do existir, ferir-se eventualmente , tropeçar e apesar de tudo sempre reerguer-se, este é o legado verdade, reerguer-se.

Paz profunda e luz em teu caminho.
Luis Fabiano.

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