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quinta-feira, julho 31, 2008



Psiquiatra...

Mais uma vez a pena digital nos leva de déu em déu a fazermos uma narração destas que, muitas das vezes consideramos mitos ou mera falácia do povo inocente, afinal as línguas vociferam o que a mais das vezes esta repleto o coração, sabe lá porque motivo, mas por vezes dizemos e fazemos coisas estranhas, de minha parte apena gosto de boas historias,apimentadas historias, terríveis historias, pouco me interessando sobre seus finais bons ou maus, a riqueza de alguma coisa, esta em sua manifestação plena e só,o rotulo ou a ausência dele é por conta do cliente haha, se é inteligente ou não!
Serguei era um cara muito tranqüilo mediante algum esforço pouco é verdade, atingiu alguma notoriedade em sua cidadezinha como profissional e religioso, quando jovem não era daqueles filhos prodígios, era destas crianças simples e comuns como eu e você,não havia super dote, na adolescência sem grandes modificações a não ser uma certa linha dura que seus pais assim o mantinham, sobreviveu, atingindo a faculdade e escolhendo como foco a saúde mental, escolheu esta, por total falta de afinidade com qualquer outra assim foi conduzido lentamente ao mundo das insanidades/sanidades e talvez por identificar-se passou a gostar com tranqüilidade.
Na mesma faculdade ele conheceu Vanessa que de simples colega a amiga, e de amiga a namorada, sim, tudo para parecia um script perfeito e regido por mãos invisíveis, cabe lembrar que Serguei nunca conheceu pobreza ,sua família tinha algumas condições e tudo transcorreu sem problemas. Vanessa viria a ser a mulher da sua vida, casou-se com ela e vida transcorreu em passadas tranqüilas e serenas.
Cabe colocar que, o ser humano não fica satisfeito com passadas tranqüilas e serenas ,a grande maioria de nós gosta e idolatrar as complicações, se tudo esta em paz demais pode ter certeza que as pessoas arrumam uma maneira de modificar tal enfadonho quadro de forma a torna-lo mais atrativo, não seria diferente com Serguei e sua esposa de mesma profissão,dois psiquiatras em casa, você deve estar brincando? Uma DR destes dois tipos deve ser uma longa aula de comportamento e analise humano, ou com se pode esperar quando tudo torna-se comum, eles caem no humano, demasiadamente humano! Isso não tem importância alguma.
Serguei então um homem bonito e charmoso tinha a faca e o queijo nas mãos, e justamente neste momento tão enfadonho da sua vida, uma linda paciente morena, de altura mediana faz-lhe saltar o muro da ética profissional, sim neste momento o profissional perdeu para homem! Ou ganhou no caso.Serguei lhe disse alguns elogios, que foram suficientes para uma breve sedução que o clima já sugeria,falou do seu vestido vermelho lindo e decotado, de quanto seus olhos claros lembram coisas agradáveis e essas coisas imbecis que homem diz quando quer comer alguém, dependendo do alguém, usamos cantadas baratas demais repletas de aroma de sêmen, mas na posição de Serguei, isso se tornava mais fácil, porque as pessoas já estavam naturalmente fragilizadas e neste ínterim de emoções e tesões acabam andando próximos demais.
Assim Serguei passou o complicar sua vida, com isso, o casamento passou a perder algumas cores,já havia monotonia e de alguma foram ele sentia-se inferiorizado em relação a sua bela esposa que era inteligente e objetiva( eu entendo Serguei, quando se tem um desfile de vaginas psicopatológicas é normal que o cérebro vire fumaça...)tudo mudou.
Depois tiveram outras e outras pacientes,habito tornou-se o vicio, a ponto de certa feita olhar-se no espelho e dizer que se parecia tanto com Dom Juan,uma ofensa ao lendário libertino que sempre fora sincero e jamais ludibriava a quem quer fosse.
Mas você acham que ele poderia complicar-se mais?
Claro que sim, até um dia que entrou em seu consultório (cabe lembrar que o seu casamento estava por um fio) a bela Cândida, embora o nome, não possuía tais atributos,ela estava em depressão profunda mas tinha uma inteligência acurada, o levando a questionamentos interessantes e fatais,o fazia pensar em coisas que jamais havia pensando, talvez por falta de inteligência no mercado de pacientes, literalmente Cândida dançava tango na mente de Serguei,isso acabou virando uma atração e da atração a paixão, mas Cândida tristonha e sedutora logicamente cederia aos seus volúveis desejos e aos de Serguei também, ele apaixonara-se pela inteligência dela, pelo que escrevia e pela sua sede sexual, ingredientes perfeitos que levam todos a insanidade, cabe colocar que insanidade é transmissível, conviva com loucos muito tempo e perceberás isso, Serguei fez propostas ate de casamento e outras tantas que em sua ilusão imaginava como verdade para sua Cândida, que se utilizava da paixão de Serguei para as receitas de medicamentos controlados que ela escolhia o que tomar, de acordo com seu estado de espírito(não é preciso dizer que medicamentos controlados misturados ao álcool e alguns a cafeína tornam-se poderosas anfetaminas...isto daria um bom texto sobre esportes radicais, quem sabe de outra feita...),e nos devaneios da paixão Serguei perdeu-se.
Isto chega a parecer bizarramente poético, de um lado a ilusão de um do outro a patologia estudada,expliquem-se tecnicamente como puderem, mas a vida nos premia com compensações repletas de estranhezas quando nos dispomos a tal, embora em mundos completamente diferentes, ambos estavam satisfeitos,um em um mundo repleto de ilusão vinculado a paixão que faz erguer membros e tira o chão, a outra embora com pouca sanidade, depressiva, que no fundo não passava de mera culpa repleta de autocomiseração,desfrutava de prazeres diversos,o alivio de seus desejos e o entorpecimento de sua alma, esta é uma daquele historias sem fim, possivelmente ainda muito destes se repitam, pois como já afirmei, raramente gostamos de do estado de paz serena, eu acho que estou ficando idoso, pois meu desejo maior agora é silencio,não quero processos desastrosos repletos de drama ou insanidade muito embora eu saíba que eles são naturais a vida.
Tenho certeza de Cândida e Serguei eventualmente ainda se tocam, nem que seja em sonhos...

Paz e luz em teu caminho.
Fabiano.

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