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quinta-feira, julho 24, 2008

Di presente...

Poucas coisas testam o bom gosto de alguém como a arte de presentear, neste contexto de acertar o bom gosto é uma química um tanto quanto misteriosa pois inclui na apreciação, aspectos como:tipo de pessoa, o que gosta e principalmente que momento ela esta vivendo em sua vida, esta parte é delicada, portanto coisas muito pessoais, a não ser que você seja muito intima da pessoa, aqui me refiro intimidade ampla, de saber cheiros, gostos e paladares, você se arriscaria ao errante ?Eu não recomendo.
É talvez eu não me arrisque, sou de fronteiras seguras, existem presentes que são garantias de felicidade e outras que bem...se parecem mais com desejo de vingança que um presentear, e assim me aconteceu muitas vezes, tinha a impressão que a pessoa não estava me presenteando, estava me agredindo, agressão por vezes sofisticada e cara, mas as pessoas o fazem entre risadas e naquele constrangimento na hora da entrega quando você recebe um elefante africano, um tubarão branco etc... para colocar onde? Enfiar onde?Por favor, eu me calo.
Minha memória então evoca tristemente umas destas ocasiões de uma antiga namorada que sofreu o processo de convivência comigo, e no afã de querer acertar muito, perdeu-se, o pecado do excesso seja do que for é punido também, não pense em super-abundancia de nada nem de aspecto emocionais(você não precisa agradar totalmente...), de beleza, gentileza, limpeza ou educação, nem sempre são os ingredientes para aquilo que atinge qualidades nobres, ledo engano, equilíbrio sempre é uma estrada difícil mas nobre, é melhor errar o procurando, mas deixemos para lá.
Era dia do meu aniversário, eu por vezes me esqueço deste dia, talvez inconscientemente eu queira minha anulação, ou esteja raspando minhas misérias pessoais do fundo de mim mesmo, segundo os conceitos “ocultos” da analise, é ou não é Lopes? Que seja, este dia costuma não me dizer muito, apenas o dia que vim a existir neste mundo, devo lembrar que isso faz muito tempo, então cheguei em casa que não era a minha casa, e recebi o presente em um lindo embrulho, todo personalizado com um cartãozinho repleto de demonstrações de sentimento e cravos, se bem me lembro a relação estava desgastada, muito alias, já havia troca de grosserias que advêm de um convivência de muito tempo, bem o cartão foi um agrado a mais, e então o presente: Mas antes de falar com presente, deixa eu dizer algo sobre educação social, normalmente sou educado o que não quer dizer que diga sim a tudo o que vem meu estado de espírito é enigmático eu mesmo quase nunca sei como vou agir tudo vida uma grande surpresa...bem não sou passional de forma alguma e nem tão pouco apegado a fórmulas que são”politicamente corretas”, posso ser carinhoso e áspero ao mesmo tempo.
Abri o presente e tive um choque: Porra, alguém que convivia intimamente comigo,uma “linda” cueca samba canção de coraçãozinhos, minúsculos!???!!! Na hora que abri o embrulho confesso que fiquei com embrulho estomacal, aquilo era horrível, então conforme manda a boa educação eu olhei para aquilo com olhar complacente de pedinte em porta de igreja, pensei comigo: Porra, Fabiano, que vais fazer agora?? Agradecer a ela por esta merda? Sorrir para ela e dizer, puxa era justamente o que eu queria, puxa obrigado, puxa que legal, puxa...!! Ou dizer para ela: que isso? Estas doida? Tu acha que vou usar esta cafonice?Queres que imite o Falcão?
Nestes momentos de decisão a verdade por ser um vicio terrível, por vezes pode ser desagradável e grosseiro, bem não era meu caso,o aniversario me deixou disposto a cordialidade.Incorporei um personagem qualquer, bobo, tolo e feliz e agradeci aquele presente com cara de vingança. É claro que nunca a usei, aliás até perdi de vista, como memórias traumáticas que deixamos para trás e desejamos enterrar no meio do deserto.
É claro que o presente não fez terminar a relação, mas com toda certeza ele o foi a gota d’água pois alguns dias depois tudo virara poeira e caia em novo esquecimento, e a isso eu respeito, puxa ainda bem que todos nós conseguimos esquecer tudo, pois este desvincular-se, permite nos oportunizar nova experiência com mais tato, responsabilidade e sobretudo dimensionando palavras, carinhos e expressões no exato tamanho em que são, como disse no inicio sem excesso, pois o equilíbrio é difícil mesmo, mas possível.

Paz e luz em teu caminho.
Luis Fabiano.

2 comentários:

Anônimo disse...

....hehehhe...pior do que cueca de coração é pierrô de lã perfumado...rsrsrsr

Sheela

Anônimo disse...

É por isto que eu não gosto de receber presentes......e na hora de presentear pergunto o que a pessoa quer, não me aventuro a dar algo indesejado, é prefível então não dar nada.
Já é um saco comprar cuecas para marido, mas de coração???? Mas ainda bem que não foi de florsinhas.....rsrsrsrs.

Carol