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sábado, maio 31, 2008






A concessão do gostar...

“...ele chegou a boteco e sentou-se minha mesa bem tranqüilo compartilhamos uma gelada mais que gelada aquelas que fazem a alma vibrar nas alturas da inspiração e ali em uma conversa informa, não falou mas sim, despejou o que se passava-se em sua vida como se eu fosse uma lata de lixo, calmamente com uma pericia cirúrgica ele falou de suas varias mulheres, conversa admiravelmente feita de papos masculinos com todos os achaques naturais da vulgaridade e grosseria que toda conversa masculina precisa ter (eu faço uso do que é necessário, citar o mais escroto e lixo ou uma colocação de alta filosofia espiritual, em mesa de bar tem espaço para tudo, sem que nada perca a dignidade, isso é muito importante.)
Assim Cardoso falava de uma de suas namoradas e eu admirado , embora em tempos modernos, as pessoas não tem amor próprio, personalidade, mas explicarei, Cardoso me narrou todas as besteiras que diz e faz a uma de suas namoradas que chamaremos de Eva, para não ficar chato uma vez que a historia é real, ele dizia horrores para Eva, coisas do nível: hoje vou falar com minha ex-namorada e talvez fique com ela coisa e tal sabes como é né Eva, ou, olha, não afim de te ver, me telefona amanhã e talvez saimos e coisas do gênero!
Eu me admirei de Eva, por ser uma mulher com grande cultura e “inteligência” fazendo este tipo de concessão em função do gostar? Um dia diferente,conversei com ela para saber mais exatamente o que se passava na sua mente, e infelizmente me dei conta que cultura, inteligência e demais virtudes não dizem nada com uma emoção que é profundamente burra ou excessivamente inteligente condição única de gostar!
Burra demais se em função de sua carência e do seu pouco amor próprio a ponto de vender sua alma a migalhas de amor, a uma personalidade oscilante, uma montanha russa personalística a bel prazer de uma vontade que joga com a os desejos pessoais e o mais profundo de disso, ela em seu desamor pessoal com sede do amor dele o, Cardoso, fiquei triste com sua tristeza, uma miséria real e verdadeiramente declarada, depositando fé em areia movediça, e ante as risadas sardônicas de Cardoso ao me contar a historia, eu pensava a respeito de Eva a mendicante e triste.
Ou Eva era muito inteligente, doava-se em plenitude de um quase amor incondicional, algo tão raro e belo cuja a indicação contraditória da ética e moral pouco diz,possivelmente ela o amasse sim a ponto de querer ver plenamente seu bem independente de seu estado intimo e pessoal, um amor que ama ao amor e cujo o objeto era Cardoso, uma bela poesia em forma humana que buscava a pureza da paz e felicidade!Mas não, não era assim, Eva sofria e sofria muito, queria ao amar Cardoso que ele em algum momento lhe desse algo, puxa algo qualquer, um olhar, um abraço e um beijo talvez ? Por varias vezes a vi falando com Cardoso chamando sua atenção, pedindo umas gotas de carinho que Cardoso negava-se a dar! Cardoso homem e instintivo e isso não é nenhum julgamento, por vezes fazia uso do belo corpo de Eva, tinha um ou dois orgasmos e depois tudo voltava ao que era, pálido e sem graça era verdade para ela!
Então a cerveja estava chegando ao fim, Cardoso entre um deboxe e outro o estereótipo mais que masculino ou seja, aquele que em verdade não gosta de mulher como um ser e sim como uma coisa, sua ausência pessoal e desrespeito em relação a Eva eram sem limites,eu comigo mesmo não tenho pena de ambos, tanto presa como predador, a presa filha das emoções mais simples que por triste condição de não saber-se de sua própria beleza e infantil emoção, era certo que muitos tombos existenciais ainda virão, ela a tudo concedia, e quem demais concede anula-se e torna-se o não tornar, sem sentido sem vida própria, Eva merece Cardoso é claro, por desconhecer a pessoa que é, filha das contingências onde quase tudo é justificável até o mais absurdo que a vida por vez nos propõe.
Levantei me despedindo de Cardoso dando-lhe os parabéns em um misto de ironia e elogio afinal em tempos modernos ter uma escrava assim é algo que é preciso respeitar por mais contraditório que pareça, Cardoso venceu o sistema e deixou estampado que emoções não bem trabalhadas ou filtradas nos conduzem a péssimos caminhos, ai eu pergunto basta ouvir o seu coração?
Desculpe o coração não é bom conselheiro.

Paz e luz em teu caminho.
Luis Fabiano.

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